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Aulas retomam com milhares de alunos sem salas em Sofala



Sessenta e nove novas escolas do ensino primário e secundário vão entrar em funcionamento, este ano lectivo, em cinco distritos assolados pelo ciclone IDAI em Sofala. Entretanto, a província tem um défice de salas de aula e precisa de mais de sete mil tendas para garantir que os alunos não percam aulas.

A cidade da Beira e os distritos de Nhamatanda, Buzi, Cheringoma e Muanza foram arrasados pelo ciclone IDAI há dois anos. Devido a essa intempérie, milhares de salas de aula e escolas foram, parcial ou totalmente, reduzidas a escombros.

Segundo o governador de Sofala, Lourenço Bulha, o espetro da destruição prevalece, uma vez que várias infra-estruturas escolares continuam por reconstruir.
Até aqui, ainda há escassez de material de higienização e sanitário para todas as escolas no contexto da COVID-19.

Em Março de 2019, o ciclone IDAI destruiu 2.713 salas de aula em Sofala e, consequentemente, 237.186 alunos ficaram afectados.

Volvido mais de um ano, a natureza voltou a testar a capacidade de resiliência de Sofala. Em Janeiro deste ano, mais um ciclone, o Eloise devastou a província e destruiu 1.027 salas de aula convencionais e precárias. Devido a essa situação, 105.659 alunos foram prejudicados.

O ciclone Eloise deitou também abaixo um total de 3.740 salas de aula, situação que afecta 342.845 alunos.

Ainda de acordo com o governador de Sofala, que falava na abertura do ano lectivo, no distrito de Muanza, das 3.740 salas destruídas pelos ciclones Idai e Eloise apenas 470 foram reabilitadas.

Relativamente às 69 escolas que vão entrar em funcionamento, Lourenço Bulha disse que vão beneficiar 24.435 alunos.

“Neste momento, a província tem falta de 3.197 salas de aula entre convencionais, mistas e precárias. Para colmatar a situação são necessárias 7.075 tendas para servirem de salas de aula”, revelou a fonte.

O governador acrescentou que há 318.410 alunos que continuam afectados por conta da destruição imposta pelos ciclones Idai e Eloise.

Por sua vez, a representante do UNICEF em Moçambique apelou a garantia da educação, principalmente para as crianças deslocadas devido a violência armada e catástrofes naturais. Deize Mahota sublinhou que a retoma das aulas não será fácil devido à COVID-19 e vincou a necessidade do seguimento escrupuloso das medidas de prevenção.

“O regresso às aulas não será fácil devido à COVID-19, os estabelecimentos de ensino devem ser locais seguros sobretudo para as raparigas que são os grupos mais vulneráveis”, exortou o governante.

Refere-se que, em Moçambique, os alunos voltam ao banco da escola na Segunda-feira em todos os subsistemas de ensino.

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