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Ndambi Guebuza expõe contornos de um julgamento político


As declarações de Armando Ndambi Guebuza, primogénito de Armando Emílio Guebuza, antigo Presidente da República, na segunda e terça-feira da semana passada transformaram o julgamento do caso das dívidas ocultas num acto político e aumentaram ainda mais o clima de crispação entre antigo chefe do Estado, Armando Emílio Guebuza e o actual Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi.

Mas, mais do que isso, esta batalha campal, agora, atingiu o coração do partido Frelimo e há neste momento muito nervosismo e mal-estar instalado. Históricos e veteranos da Frelimo, que sempre evitaram uma saída fracturante, agora estão apreensivos em relação ao futuro.
Em sede do tribunal, Armando Ndambi Guebuza declarou que a sua prisão e julgamento não passam de uma perseguição política movida pelo actual Presidente à sua família. Deu a entender que o Ministério Público e o Tribunal conspiraram contra si e sua família.
A sua estratégia da defesa, na presença do pai, que fez questão de participar das duas cansativas sessões de julgamento, era negar tudo, fingir lapsos de memória e recusar responder em alguns casos para evitar que suas palavras fossem depois usadas contra si. Sob pretexto de que o julgamento tem motivações políticas, respondeu grande parte das questões com “não gostaria de responder”, “eu já respondi ontem”, “este é um assunto político”, entre outras negações.

Das poucas vezes que decidiu expandir as suas intervenções foi para arrastar Nyusi para a lama. Disse ao tribunal que as respostas importantes sobre a contratação dos USD 2.2 biliões deviam ser dadas por Filipe Nyusi, na qualidade de antigo ministro da Defesa e coordenador do Comando Operativo, no governo do seu pai e chegou a atacar o Ministério Público de estar preocupado apenas em politica
“O motivo da prisão é por causa das dívidas ocultas, mas estão a falar de Jatos, bebidas e viagens…”, indagou Ndambi Guebuza, para, num outro momento, atirar: “não sei digníssimo, cabe ao antigo ministro da defesa, Filipe Nyusi e Comando Conjunto responder se o Estado teve prejuízos ou não com a dívida”.

O julgamento do filho do antigo Chefe do Estado moçambicano, Ndambi Guebuza, acusado por crimes de tráfico de influências, peculato, falsificação de documentos, associação para delinquir e branqueamento de capitais, bem como de ter recebido USD 33 milhões de subornos para fazer chegar o projecto de ZEE, foi marcado por um festival de arrogância típica dos filhos dos Chefes de Estado, falta de respeito e desacato ao juiz e, em particular, à magistrada do Ministério Público.

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