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FRELIMO e RENAMO acusam-se de atos ilícitos no recenseamento



Na província do Niassa, norte de Moçambique, a FRELIMO acusa a RENAMO de atos ilícitos no recenseamento. O partido da oposição, porém, diz que o partido no poder comete "grandes irregularidades" no processo eleitoral.

A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), na província nortenha do Niassa, está a acusar os membros da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) de cometer atos ilícitos e agressões físicas contra técnicos dos órgãos eleitorais.

As acusações foram apresentadas neste sábado (13.05) durante uma conferência de imprensa convocada pelo porta-voz da FRELIMO no Niassa. Benedito Henriques afirmou que a "RENAMO recruta pessoas que não fazem parte do raio eleitoral para se recensearem".

Segundo a fonte, a RENAMO agrediu fisicamente um agente técnico do órgão eleitoral em Lichinga e que há várias tentativas frustradas de recrutamento de pessoas oriundas de outros distritos da província para poderem se recensear.

"No distrito de Lago, na vila de Metangula, um senhor, que por sinal é delegado distrital da RENAMO, não reside na vila autárquica mais sim no posto administrativo de Maniamba, foi flagrado a querer recensear-se. O caso já foi denunciado e acreditamos que a justiça já está a par dessa situação", denunciou o porta-voz da FRELIMO.

Henriques contou ainda que no distrito de Mandimba se registou uma tentativa de se inviabilizar o arranque do processo eleitoral pelo vice-presidente que trocou a fechadura do órgão eleitoral. O caso já foi reportado à Procuradoria, assegurou.

O porta-voz afirmou que a RENAMO ameaça os cidadãos para não aderirem ao recenseamento, alegando que as pessoas estão a favorecer ao partido FRELIMO e acrescentou que na autarquia de Marrupa se registou um recenseamento paralelo da RENAMO para poder se beneficiar.

RENAMO desvaloriza e aponta o dedo à FRELIMO

Por seu turno, o delegado provincial da RENAMO, Saíde Fidel, reagiu às acusações classificando-as como "infundadas".

Fidel disse que o seu partido não está a concorrer ao processo eleitoral autárquico pela primeira vez e sabe que em toda educação cívica que se faz junto ao eleitorado dizem que o processo é exclusivamente da população que reside na cidade de Lichinga ou nos distritos autárquicos.

Fidel explicou que a FRELIMO traz essas acusações para justificar "as grandes irregularidades que eles cometem neste processo eleitoral".

"Quem recruta pessoas fora das autarquias para as cidades é a FRELIMO e o seu próprio Governo. Temos a informação que no distrito de Cuamba foram encontrados 150 bilhetes de identidade de pessoas não conhecidas e o processo está na comissão distrital das eleições. Estamos a fazer o acompanhamento e até neste momento não há nenhum pronunciamento dos órgãos", explicou Saíde Fidel.

De acordo com o delegado provincial da RENAMO, desde o início do processo eleitoral a comissão eleitoral não conseguiu atingir 30.000 eleitores, porque "a própria comissão passou a inviabilizar o decurso normal do processo de recenseamento reduzindo os números de pessoas recenseadas diariamente de 100 para 50".

STAE comenta a acusações

A DW procurou a Direção Provincial do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) no Niassa para esclarecimentos sobre as acusações dos partidos.

O órgão disse que os assuntos relacionados aos partidos não são da sua alçada, porque a função do órgão é de recensear pessoas e não partidos.

O STAE informou ainda que os brigadistas não têm conhecimento sobre a orientação política dos cidadãos recenseados.

⛲ Dw

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