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Eleições 2023: Não há condições para declarar o vencedor em Marromeu

 


Enquanto a Renamo reclama vitória em Marromeu e os órgãos eleitorais de nível distrital declaram a Frelimo como vencedora do escrutínio do passado domingo, o Consórcio Eleitoral Mais Integridade entende não haver condições para se declarar, com certeza e credibilidade, a lista vencedora naquela vila autárquica da província de Sofala.

Em causa, explica aquela plataforma de observação eleitoral, estão as graves irregularidades registadas na votação de 10 de Dezembro que não permitem, aos órgãos eleitorais, partidos políticos e nem observadores eleitorais declarar, com qualquer credibilidade e certeza, qual foi a lista vencedora.

“As irregularidades incluíram interrupção da contagem de votos, em muitas Mesas, para os respectivos presidentes realizarem ‘consultas’ entre si e com representantes do partido Frelimo antes de concluírem o processo e preencherem os editais; a saída de presidentes de várias Mesas com os editais sem os afixarem; o excessivo número de votos nulos que é maior do que a diferença de votos entre as duas listas mais votadas, entre outras, que colocam em causa a integridade, transparência e a credibilidade do processo”, descreve a fonte.

Por exemplo, na EPC 25 de Junho, conta o Consórcio Eleitoral Mais Integridade, os MMV das sete Mesas instaladas pararam de fazer contagem às 20h24min, quando a Renamo ia na dianteira e os respectivos presidentes foram reunir-se num canto da escola “com uma senhora identificada como ‘quadro local’ do partido Frelimo”.

“Enquanto a contagem esteve paralisada, a Polícia expulsou os observadores das Mesas 050331-01, 050331-03 e 050331-05, justificando que era para «deixar os presidentes e os seus elencos trabalharem à vontade». Em duas destas Mesas, 050331-01 e 050331-05, e ainda na Mesa 050331-07, pelo menos até às 3h00 da manhã, os editais não tinham sido afixados”, narra a plataforma, em relatório divulgado na última quarta-feira.

O Consórcio Eleitoral Mais Integridade, que esteve a observar 72 Mesas de Voto, das 75 que foram ordenadas a repetir a votação pelo Conselho Constitucional, afirma ter realizado o apuramento paralelo dos resultados em apenas 39 Mesas da autarquia vila de Marromeu, visto que em duas (050331-01 e 050331-05, todas da EPC 25 de Junho,) os observadores foram expulsos pelos Presidentes das Mesas, “exactamente quando iam iniciar as operações de contagem”

Do apuramento paralelo, revela a fonte, a Renamo teve maioria de votos em 24 Mesas e a Frelimo em 15, porém, “nas Mesas onde a Frelimo teve maioria, teve-a por grandes margens. “Assim, o apuramento resulta numa vantagem de 219 votos da Frelimo sobre a Renamo – apenas 1,6%. A taxa de participação foi de 50%”, avança a fonte.

Em termos concretos, de acordo com a contagem paralela realizada pelo “Mais Integridade” nas 39 Mesas, a Frelimo obteve 6.693 votos (48,5%), contra 6.474 votos (46,9%) conseguidos pela Renamo. O MDM arrecadou 506 votos (3,7%), enquanto a Revolução Democrática teve 138 votos (1%).

Lembre-se que dados da Comissão Distrital de Eleições de Marromeu, produzidos pelo Secretariado Técnico da Administração Eleitoral, dão vitória à Frelimo com 55,74%, contra 40,26% dos votos obtidos pela Renamo e 4,0% conquistados pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM).

Por sua vez, a Renamo afirma ter ganho as eleições em Marromeu com 59% dos votos, contra 32% da Frelimo e 9% do MDM. Já a contagem da “Sala da Paz” dá vitória à Renamo com 56%, contra 38% da Frelimo e 5% do MDM.


⛲ Cartamoz 

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