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Nyusi despede-se Hoje dos moçambicanos

Cinco mortos e 70 casas destruídas devido à chuva na província moçambicana de Nampula



Filipe Nyusi, apelou, no final de setembro, à preparação da população e das entidades para os previsíveis efeitos do fenómeno 'El Ninõ' no país nos próximos meses.

Pelo menos cinco pessoas morreram e mais de 70 casas foram destruídas na atual época das chuvas, na província de Nampula, uma das mais afetadas até ao momento em Moçambique, segundo balanço feito esta segunda-feira pelas autoridades.

"Até então, posso avançar 71 casas totalmente destruídas. Os óbitos, estamos a contabilizar até então cinco. Quatro por descargas elétricas, um por arrastamento", avançou, em declarações aos jornalistas, a delegada do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) em Nampula, Anacleta Botão.

Pelo menos 142 mortos e um milhão de afetados na última época chuvosa em Moçambique

A presidente do INGD, Luísa Meque, advertiu, em novembro passado, que as calamidades naturais ameaçam 1,2 milhões de pessoas no país, enfrentando a instituição um défice de financiamento de 143 milhões de euros.

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, apelou, no final de setembro, à preparação da população e das entidades para os previsíveis efeitos do fenómeno 'El Ninõ' no país nos próximos meses, com previsões de chuvas acima do normal e focos de seca.

"A história repete-se. Então, temos de criar condições de resiliência. Nesse sentido, o Governo emitirá avisos regulares para manter a população informada e preparada para as condições climáticas que podem não ser favoráveis à vida, à produção ou às infraestruturas", afirmou o chefe de Estado.

Filipe Nyusi avisou que as previsões indicam que o país vai voltar a "registar o fenómeno 'El Ninõ'", que "pode trazer chuvas normais com tendência para acima do normal no centro e norte do país, e chuvas normais com tendência para abaixo do normal, que podem originar alguns focos de seca, na região sul".

Descargas atmosféricas matam seis pessoas da mesma família no centro de Moçambique

"Isso exige que sejamos todos cautelosos e estejamos preparados para enfrentar este desafio causado pelas mudanças climáticas. Organizemo-nos. Chamo a atenção para que poupemos e reservemos água para o consumo e para o nosso gado", alertou ainda.

"Este é um apelo que faço para todo o país. Portanto, estejamos atentos e sigamos as orientações para mitigar o impacto, evitando ou minimizando os danos e perdas, incluindo de vidas humanas, por um lado, por outro, que façamos uma gestão adequada e responsável de água, especialmente em momentos de escassez", acrescentou, na mesma mensagem.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.

O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth, dois dos maiores de sempre a atingir o país.

Já no primeiro trimestre do ano passado, as chuvas intensas e a passagem do ciclone Freddy provocaram 306 mortos, afetaram no país mais de 1,3 milhões de pessoas, destruíram 236 mil casas e 3.200 salas de aula, segundo dados oficiais do Governo

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