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Naparamas acusados de afronta contra o Estado em Cabo Delgado


 

As autoridades governamentais da província de Cabo Delgado estão preocupadas com os actuais níveis de desinformação sobre cólera, nos distritos afectados pela doença, escreve o sítio da Rádio Moçambique.

Face à situação, os conselhos de representação do Estado e executivo provincial convocaram líderes comunitários, políticos, religiosos e da AMETRAMO, para juntos procurarem caminhos para a solução do problema.

O secretário de Estado na província, António Supeia, disse que o problema está a ganhar novos contornos, com a entrada dos Naparamas nessa onda de desinformação, numa autêntica afronta ao Estado moçambicano.

E, porque o mal corta-se pela raiz, a delegada provincial da AMETRAMO, Albertina Navaya, disse que já falou a curandeira que, supostamente, dá poderes mágicos aos Naparamas, a quem mandou terminar de o fazer.

No ano passado, a província de Cabo Delgado registou catorze tumultos relacionados com a desinformação sobre cólera, que resultaram na morte de três líderes comunitários e destruição de cinquenta casas.


SEIS MORTOS NOS ÚLTIMOS DIAS

Lembre-se que, recentemente, cinco pessoas morreram na sequência de uma onda de desinformação sobre a cólera no país, segundo avançou o comandante-geral da polícia, Bernardino Rafael.

As vítimas eram maioritariamente líderes locais e técnicos de saúde, mortos por populares sob alegações de estarem a levar casos de cólera às comunidades, explicou Bernardino Rafael, durante um comício em Chiure, na província de Cabo Delgado.

“Pedimos à população para não acatar esta mensagens e denunciar as pessoas que propagam desinformação em relação à cólera”, declarou, na altura, o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique.

Os casos foram registados sobretudo nos distritos de Chiure, Montepuez e Namuno, na província de Cabo Delgado, onde as autoridades registaram metade dos 26 casos de violência registados no país devido a desinformação.

O fenómeno também está a ser registado em alguns pontos recônditos dos distritos das províncias de Nampula, no norte de Moçambique, e Zambézia, no centro, avançou.

Entretanto, 16 pessoas foram detidas, entre Maio e Novembro do ano passado, na província de Sofala, por passarem informações erróneas sobre a cólera, anunciou o ministro do Interior.

Os boatos sobre a origem da doença “atentam contra a integridade física daqueles que se predispõem a ajudar na solução desta problemática, além de causarem danos em infraestruturas públicas e privadas, tais como postos de saúde, postos policiais e residências comunitárias”, declarou, em novembro, o ministro do Interior moçambicano.

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