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Procuradores e defesa de Donald Trump apresentam argumentos contraditórios


Desenho do julgamento do antigo Presidente Donald Trump

No primeiro dia das alegações da acusação e da defesa no processo penal contra o antigo Presidente dos Estados Unidos, nesta segunda-feira, 22, em Nova Iorque, um procurador e a defesa protagonizaram um aceso debate acerca de uma possível tentativa do então Presidente de, ilegalmente, influenciar o resultado nas eleições de 2016, quando concorreu e venceu, através de pagamentos, que não declarou, a duas mulheres que alegam ter mantido relações extraconjugais com ele.

“Foi uma fraude eleitoral, pura e simples”, disse sem rodeios o procurador Matthew Colangelo ao júri de 12 membros na sua declaração de abertura do primeiro julgamento criminal contra um ex-Presidente dos EUA.

E concluiu que “este caso é sobre uma conspiração criminosa encoberta”.

Em resposta, o advogado de defesa de Trump, Todd Blanche, disse aos jurados que o antigo Presidente “é inocente”.

”O Presidente Trump não cometeu nenhum crime. Ele está coberto de inocência”, acrescentou.

Os encontros românticos

Nas alegações, o procurador Mattew Colangelo expôs o que considerou ter sido um trama abrangente orquestrado por Trump para impedir que os eleitores soubessem, poucos dias antes das eleições, dos supostos casos românticos com a atriz de filmes pornográficos Stormy Daniels, e a Playmate do Ano, Karen McDougal, que o então candidato sempre negou.

Colangelo disse que a partir das provas que pretende produzir, os jurados chegariam a “apenas uma conclusão: “Donald Trump é culpado de 34 acusações de falsificação de registos comerciais em primeiro grau”, para reembolsar o seu ex-advogado e conselheiro político, condenado por perjúrio.

O procurador se referia a Michael Cohen, quem disse ter pago a Daniels, a mando de Trump, 130 mil dólares para a manter calada.

O advogado do antigo Presidente, Blanche chamou o relato do procurador de enganoso e falso.

“Não há nada de errado em tentar influenciar uma eleição. Isso se chama democracia”, afirmou Todd Blanche.

“Somos nova-iorquinos. É por isso que estamos aqui. Se vocês fizerem isso, haverá um veredito muito rápido – muito rápido – de inocente”, concluiu o defensor, na sua declaração de abertura do julgamento que pode durar seis semanas.

Testemunha

Depois, o procurador Joshua Steinglass convocou a primeira testemunha, David Pecker, ex-editor do popular tablóide National Enquirer.

A acusação espera que Pecker descreva como ele, Trump e Cohen conspiraram no que Colangelo chamou de “conspiração da Torre Trump” para impedir que histórias eventualmente prejudiciais a Trump fossem publicadas no tablóide antes das eleições de 2016.

“usamos o jornalismo de talão de cheques e pagamos pelas histórias”, disse Pecker aos jurados.

Ele explicou que tinha a "palavra final" sobre as decisões editoriais e que qualquer valor acima de 10 mil dólares por uma história teria que ser aprovado por ele.

Os procuradores alegam que o tablóide pagou a Karen McDougal, a ex-Playmate do Ano, que diz ter tido um caso de 10 meses com Trump, 150 mil dólares para comprar os direitos da sua história, mas depois não a publicou alegadamente para proteger Trump.

O testemunho de Pecker foi, entretanto, suspenso logo após o seu início, por o juiz do Supremo Tribunal de Nova Iorque, Juan Merchan, considerar que celebra-se hoje a Páscoa judaica.

Espera-se que Pecker, de 72 anos, retome o depoimento na terça-feira.

Entretanto, antes, o juíz vai realizar uma audiência, a pedido da Procuradoria, para determinar se Donald Trump pode ou não ser preso, por desacato ao tribunal em virtude de, supostamente, ter violado a ordem de silêncio do juiz que o proíbe de depreciar testemunhas e figuras-chave do caso.

Trump negou qualquer irregularidade.

No início da audiência, o juíz emitiu uma decisão que favorece os procuradores.

Juan Marchant determinou que se Trump decidir testemunhar no julgamento, os procuradores poderão fazer perguntas sobre os processos civis que ele perdeu nos últimos meses.

O antigo Presidente disse que pretende testemunhar em sua própria defesa, mas especialistas afirmam que tal decisão pode tornar o seu depoimento no processo criminal mais problemático.

Em última análise, caberá a Trump decidir ou não prestar depoimento depois de ouvir o conselho dos seus advogados.

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