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Professores abandonam curso nocturno na cidade Cidade de Maputo

 


Os alunos do curso nocturno de várias escolas da Cidade de Maputo estão sem aulas desde que o segundo trimestre começou devido as ausências dos professores. Em causa está a suposta greve silenciosa dos professores que reivindicam o pagamento de horas extras e outros direitos.

Alunos no pátio e salas vazias em horário de aulas tornou-se um cenário comum nas diversas escolas secundárias da cidade de Maputo e quem sofre são os alunos do curso nocturo que estão há duas semanas sem aulas.

Na Escola Secundária Noroeste 2, os alunos contam que a falta de aulas neste a noite não é um fenómeno que começou no primeiro trimestre. “Nossos cadernos estão vazios, porque desde que iniciou o segundo trimestre não temos aulas e não sabemos como vamos fazer porque final do ano teremos exames mas não temos matéria, como será?, questiona a aluna Filomena Anuário.

Pese embora não tenham aulas, os alunos continuam a pagar os testes e fichas de leitura. Algumas vezes chegam a fazer testes sem ter tido nenhuma aula, “fazêmo-lo sem saber nada”, reclamou a aluna.

Mesmo em pleno flagrante da equipa do O País, a Direcção da Escola Secundária Noroeste 2 negou que a “greve silenciosa” deve-se a falta de pagamento de horas extras e justificou. “Quando conversámos com os professores, eles dizem que têm falta de dinheiro para custear as despesas de transporte”, esclareceu Vasco Joaquim.

A Direção desta escola onde estão a leccionar mais de 1200 alunos de 7a a 10a classes, disse que apelou calma aos professores e pediu que os mesmos não prejudiquem os alunos até que se encontre uma solução definitiva.

A situação das ausências dos professores é também uma preocupação na Escola Secundária Força do Povo, onde os alunos sentem que os seus sonhos estão “comprometidos”. “Nós estamos inseguros e com medo porque ainda que passemos de classe não vamos conseguir implementar nada na faculdade”, lamentou uma aluna da 12a classe.

Ao contrário da Noroeste 2, na Escola Secundária de Laulane o cenário é ainda pior. No periodo nocturno sequer há alunos no pátio, a escola fica completamente vazia, ou pelo menos até ao dia da realizaão desta reportagem.

Mesmo praticamente vazia alguns alunos insistem na esperança de que a situação se resolva. Nério Nhambire, aluno da 12 classe disse que não parou de ir a escola mesmo que não encontre nem seus colegas nem seus professores. “Eu venho à escola em busca de conhecimentos, mas desse jeito torna-se complicado para mim”, lamentou.

Os alunos das duas escolas apelam aos professores se sejam sensíveis e que voltem as aulas.

Com vista a que os alunos voltem as aulas, o O País contactou a Direcção de Educação da Cidade de Maputo, mas esta entidade que pode intervir a fim de resolver o problema, não se disponível para esclareceimentos.

Já o Presidente da Organização Nacional dos Professores, Teodoro Muidumbe, sem gravar entrevista, prometeu se inteirar do assunto para melhor esclarecimento.

⛲ O país 

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