Treinador pretende consolidar evolução da pérola dos dragões e conta com a paciência do jogador
A imagem convincente deixada pelo FC Portono arranque da Liga, assente no triunfo (3-0) e na boa exibição ante o V. Guimarães, não camuflou aquela que é, por estes dias, uma das questões mais prementes no universo azul e branco: que espaço ocupa Rodrigo Mora nas contas de Francesco Farioli?
Na segunda-feira, a pérola formada no Olival não saiu do banco. Um plano que assenta no desenvolvimento individual e coletivo do jovem jogador e na máxima de que, no FC Porto, o ativo mais importante é a equipa.
Questionado sobre a não utilização de Mora na primeira jornada, Farioli foi perentório. «É e vai ser um jogador importante para o FC Porto. (...) Não há dúvida sobre o valor que tem e o que representa. É muito bom ter este nível de talento e vamos continuar a trabalhá-lo», assinalou o técnico italiano que, apurou o nosso jornal, vê como superficial a discussão em torno da titularidade (ou não) de Rodrigo.
Atendendo à tenra idade do criativo - 18 anos - Francesco Farioli entende que o crescimento de Mora vai muito para lá da dimensão do onze e que o principal foco do jovem e dos adeptos deve estar centrado no patamar que o jogador pode alcançar quando totalmente moldado aos métodos e ideias do treinador do FC Porto.
Trocado por miúdos, Farioli quer polir ao máximo o talento de Mora, de preferência sem saltar etapas, e colher os frutos a seu tempo. Uma estratégia que aplicou no Ajax e que redundou no aparecimento e emancipação de talentos como Jorrel Hato (já transferido para o Chelsea), Youri Baas (titular indiscutível) e Jorthy Mokio (internacional A pela Bélgica aos 17 anos).
Em simultâneo, os dados estatísticos dão razão a outro argumento levantado pelo técnico portista logo após o jogo com o Vitória. «A época é longa, há muitos jogos e gosto de utilizar vários jogadores. A contribuição do Rodrigo será muito importante este ano», reforçou. Os números não mentem e mostram que Farioli é, de facto, apologista da rotatividade do plantel.
Na última temporada, ao leme do Ajax, o treinador recorreu a nada menos do que 37 atletas na Eredivisie, igualando o recorde de jogadores utilizados por um técnico na competição ao longo de uma só temporada. Um sinal que promete abrir boas perspetivas para Mora, ciente do que é esperado do seu lado: compromisso total, entendimento perfeito das tarefas a cumprir sem bola e paciência assente na noção de que a hora de brilhar chegará em breve.