Adeus ao “miúdo dinamarquês”: Jan Biermann morre aos 77 anos e deixa último pedido com o Benfica no coração

 Adeus ao “miúdo dinamarquês”: Jan Biermann morre aos 77 anos e deixa último pedido com o Benfica no coração

O Benfica perdeu esta quarta-feira um dos seus símbolos mais inesperados, mas também mais fiéis. Jan Biermann, o adepto dinamarquês que conquistou o coração das águias e se tornou parte da história europeia do clube, morreu aos 77 anos, em Odense, cumprindo o desejo que deixou à família: ser sepultado com a camisola do Benfica.

A relação única entre Biermann e o Benfica nasceu em 1961, quando tinha apenas 12 anos. Depois de ver as águias vencerem o Aarhus por 3-1 na Luz e por 4-1 na Dinamarca, nos quartos de final da Taça dos Campeões Europeus, o jovem deixou todos impressionados pelo entusiasmo e dedicação. O Benfica tomou uma decisão rara: fez de Biermann sócio e enviou-lhe um equipamento completo, gesto que o marcou para toda a vida.

O adepto viveu décadas de ligação apaixonada ao clube, acompanhou várias deslocações das águias à Dinamarca e criou uma relação próxima com os bicampeões europeus. Um dos momentos mais icónicos aconteceu em Aarhus, em 1961, quando José Augusto o carregou aos ombros após a vitória — imagem que ficou gravada na história benfiquista.

Em 2016, Biermann entregou ao clube todo o seu vasto espólio: objetos, documentos e fotografias de valor histórico incalculável. Entre as preciosidades, estava até uma camisola usada por Eusébio, num jogo disputado em Copenhaga em 1969.

Este ano, em fevereiro, esteve presente no lançamento do livro sobre José Augusto — prova de que, mesmo com o passar das décadas, a relação entre Biermann e o Benfica nunca esmoreceu.

O clube homenageou-o com uma nota emocionada no site oficial, lembrando o adepto que, apesar da distância e da nacionalidade, sentiu o Benfica como poucos.