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quinta-feira, 16 de março de 2023

Terroristas aparecem em paz na aldeia Pangane e pedem às pessoas que sigam o Alcorão



Famílias na sua maioria de pescadores, que regressaram sem autorização das autoridades à aldeia Pangane, posto administrativo de Mucojo, no distrito de Macomia, foram obrigadas a participar numa reunião, convocada por um grupo de terroristas que escalou aquela região, ao princípio da noite da última segunda-feira (13).

Segundo fontes, sem usar a violência, que é a sua marca, o grupo de terroristas disse à população que não tinha intenção de fazer mal a ninguém, mas falou sobre a necessidade de seguir as ordens de Deus (Allah) emanadas do Alcorão.

De acordo com as nossas fontes, os terroristas disseram às pessoas que devem rezar, jejuar e aumentar a prática de boas acções, sobretudo durante o mês do Ramadão, consagrado para jejum dos muçulmanos.

De seguida, o grupo pediu para comprar alguns produtos alimentares, incluindo pescado, porém, queimou cigarros que estavam à venda e ofereceu dinheiro a algumas pessoas, sobretudo os idosos. Ao queimar os cigarros, os terroristas alegaram que não era permitido na "sharia".

A fraca movimentação dos terroristas na região costeira do distrito de Macomia, devido às frequentes acções da força local, das FDS e da missão militar da SADC, com destaque para a tropa sul-africana, motivou o regresso de algumas famílias acolhidas em Mucojo, na sua maioria pescadores.

Nos últimos dias, a vila de Macomia recebe muita quantidade de peixe proveniente de Mucojo e de Pangane. 


⛲ Carta

terça-feira, 14 de março de 2023

Ciclone Freddy faz dezenas de mortos no Malawi e Moçambique

 



Dados preliminares do Governo moçambicano indicam que pelo menos oito pessoas morreram na província da Zambézia com a passagem do ciclone Freddy, no fim de semana. No Malawi, há a confirmação de mais de 60 óbitos.

Os governos de Moçambique e do Malawi ainda estão a contabilizar a destruição deixada pelo regresso do ciclone Freddy à África Austral, durante o fim de semana. A tempestade abalou o centro de Moçambique no sábado, avançando depois para o Malawi, onde provocou deslizamentos de terra.

Em Moçambique, indicam os dados preliminares avançados pelo Ministério da Saúde, esta segunda-feira (13.03), a passagem do ciclone fez, na província da Zambézia, pelo menos oito mortos.

Do número total de óbitos, sete ocorreram na cidade de Quelimane, a capital provincial, e um no distrito de Mocuba, disse à comunicação social na província da Zambézia o ministro da Saúde.

Segundo Armindo Tiago, "a situação é crítica na província".

"Há uma considerável destruição de infraestruturas" e falhas na energia e telecomunicações em algumas regiões.

Em entrevista à Reuters, Guy Taylor, da UNICEF Moçambique, afirma que as agências humanitárias de Quelimane não têm capacidade para lidar com uma catástrofe desta dimensão.

Na sua conta da rede social Twitter, Taylor escreve que, "vista do ar, a destruição deixada pelo ciclone é ainda mais chocante, com graves danos em casas, escolas e infraestruturas. É necessário um apoio urgente", diz.

O ciclone Freddy já perdeu força e é agora uma tempestade tropical, mas ainda assim deverá provocar chuva intensa até quarta-feira no centro de Moçambique.

O Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD) abriu centros de acolhimento e tem lançado alertas nos últimos dias para a população sair de casas precárias e zonas ribeirinhas ou que habitualmente são sujeitas a inundações.

66 mortos no Malawi

No Malawi, a organização Médicos Sem Fronteiras e a Cruz Vermelha avançaram, esta segunda-feira, que o número de mortos subiu para os 66.

Mais de 60 corpos foram encontrados na cidade de Blantyre. Em entrevista à Reuters, por telefone, a diretora nacional da organização Médicos Sem Fronteiras, Marion Pechayre, deu conta que estão ainda a ser tratados no hospital desta cidade mais de 200 feridos.

Os ferimentos, acrescenta, foram causados pela queda de árvores, deslizamentos de terras e inundações repentinas.

O porta-voz da polícia, Peter Kalaya, diz que as operações de salvamento ainda estão em curso. As equipas de resgate continuam a tentar encontrar pessoas em Chilobwe e Ndirande, duas das cidades mais afetadas, e onde ainda chove esta segunda-feira.

O Governo do Malawi ordenou o encerramento das escolas em dez distritos do sul até à próxima quarta-feira. Também a companhia aérea Malawi Airlines cancelou todos os voos para Blantyre, após um avião ter sido obrigado a regressar à capital Lilongwe devido às condições meteorológicas.

O Freddy é um dos ciclones mais duradouros e que realizou uma trajetória mais longa nas últimas décadas, percorrendo mais de 10.000 quilómetros desde que se formou no norte da Austrália, em 4 de fevereiro, e cruzou o oceano Índico até ao sul do continente africano. 

O ciclone atingiu pela primeira vez a costa leste de Madagáscar em 21 de fevereiro e, depois de atingir Moçambique, regressou à ilha a 5 de março, onde quase 300.000 pessoas foram afetadas e 17 morreram, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas.


⛲ Dw

segunda-feira, 13 de março de 2023

Moçambique e mundo despedem-se amanhã de Azagaia



É já amanhã, terça-feira, que o país e o mundo se irão despedir, pela última vez, do rapper Edson da Luz, mais conhecido por Azagaia, falecido na noite da passada quinta-feira, 09 de Março de 2023. O velório terá lugar no Paços do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, pelas 08:00 horas, sendo que o funeral terá lugar pelas 14:00 horas, no Cemitério Municipal de Michafutene, no distrito de Marracuene, província de Maputo.

Azagaia perdeu a vida na noite de quinta-feira, na sua residência localizada no bairro de Khongolote, no Município da Matola, província de Maputo. Até então são desconhecidas as causas da sua morte, porém, suspeita-se que o rapper tenha sofrido um ataque epiléptico, visto que sofria de epilepsia.

Familiares, colegas, fãs e admiradores do artista, que se tornou um ícone da música lusófona, devido às suas letras de intervenção política e social, são esperados amanhã no Paços do Município para render a sua última homenagem ao “herói do povo”. 

Aliás, as homenagens a Azagaia iniciaram na noite da passada sexta-feira, em quase todo o país e em vários países da lusofonia, com destaque para Angola, onde milhares de fãs organizaram vigílias em memória do rapper. Maputo, Matola, Inhambane, Moatize são algumas das cidades moçambicanas que já prestaram homenagem ao rapper, o mesmo que se verificou nas cidades angolanas de Luanda, Moxico e Huambo.

Azagaia, que irrompeu o mercado lusófono com o seu hit “As mentiras da verdade” foi, depois do falecido Jeremias Ngoenha, o artista que mais abordou abertamente a situação política, social e económica do país, visando directamente o governo da Frelimo, que desde a independência governa o país.

As vigílias não constituíram apenas as únicas formas de homenagem ao rapper. As suas músicas foram resgatadas e tornaram-se as mais escutadas durante o fim-de-semana, em diversos pontos da cidade e província de Maputo, por onde “Carta” pôde testemunhar.

Um sociólogo crítico

Edson da Luz não só foi homenageado por colegas e anónimos, mas também por políticos e académicos. Lutero Simango, Presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), partido político do qual Azagaia fez parte, defendeu que Azagaia não só mobilizou o país, como também libertava as almas dos seus concidadãos e obrigava-os várias vezes a repensar as suas responsabilidades, “com o único objectivo de garantir o bem-estar do nosso povo”.

Já o académico português Boaventura De Sousa Santos defende que Azagaia “soube ser um sociólogo do chão”, tendo sabido “interpretar as ansiedades”. Em entrevista à STV, o sociólogo disse que o rapper era um educador.

“Eu penso que o que ele fez foi lutar para que a sociedade civil e os cidadãos não aceitassem uma série de imposições de instituições internacionais, o Banco Mundial e o FMI, porque fazem uma série de imposições que os governos aceitam facilmente. Isso cria uma grande revolta. E essa revolta está expressa nas letras maravilhosas de Azagaia”, atirou o académico.

Refira-se que até ao momento não se sabe se o Governo fará parte da cerimónia de despedida do cantor, cuja obra sempre visou as políticas do Governo. O Chefe de Estado e o partido Frelimo ainda não reagiram à morte do artista, sendo que a mensagem do Governo foi transmitida pela Ministra da Cultura e Turismo, Edelvina Materula, que caracterizou Azagaia como uma lenda da música moçambicana, pelo que o país perdeu um activista versátil


⛲ CARTAMOZ

sábado, 11 de março de 2023

Morreu o Actor Muzaia

 



Morreu o Actor e Humorista Satar Muzaia

sexta-feira, 10 de março de 2023

Azagaia (1984 – 2023): cantores nacionais e internacionais prestam homenagem a Azagaia

 


Diversos artistas usaram as suas contas nas redes sociais para prestar homenagem ao rapper Azagaia. Ainda nas redes sociais, várias outras pessoas publicam fotos do autor de Babalaze, acompanhadas de palavras que expressam a sua grandeza.

As condolências sobre a morte de Azagaia vêm de toda parte. De Portugal, por exemplo, o rapper Valete partilhou nas suas contas das redes sociais.

“Um dos seres humanos que mais admirei em toda a minha vida. Um verdadeiro patriota” (…) A milhares de quilómetros de distância faremos uma homenagem eterna a um dos homens mais importantes da História do Rap Lusófono”.

Do Brasil, o rapper Gabriel Pensador lamentou nos seguintes termos: “grande perda para nossa música e cultura hip-hop”.

Mesmo sendo praticante de outro género musical, a cantora angola Pérola escreveu: “que notícia triste! Descansa em paz, Azagaia!”

Em Moçambique, a comoção foi ainda maior. Vários artistas dedicaram mensagens ao “mano Azagaia”, como era também chamado.

A cantora Lenna Baúle descreveu Azagaia em apenas duas palavras: Grandioso e eterno!

O professor universitário e presidente do Fundo Bibliográfico de Língua Portuguesa, Nataniel Ngomane, escreveu:

“Morreu um Homem. Homem, com agá maiúsculo. Porque representava todos os Homens e Mulheres desfavorecidos. Os desgraçados, os miseráveis. E não era apenas um rapper. Era um Homem. Homem com agá maiúsculo. “Povo no Poder!”

A também cantora de Hip-Pop, Iveth, que cantou ao lado de Azagaia várias vezes, dedicou o perfil no facebook ao cantor e ainda publicou o seguinte:

“Disseste o que deveria ser dito e fizeste o que deveria ser feito. Choramos a tua morte, mas celebramos a tua vida e obra com orgulho e honra. Lutaste um bom combate e deste voz aos sem voz, tiraste goela afora as mentiras da verdade e gritaste por paz, justiça para todos.”

O Governo também reagiu à morte do Azagaia, através da Ministra da Cultura e Turismo.

“Perdemos o músico de intervenção social, Azagaia, uma lenda da música jovem moçambicana que tatuou a sua carreira pela forma destemida como tratava os assuntos nas suas composições musicais. A sua marca fica registada, e o seu nome agrafado na história da música do nosso país e do continente africano.”

Ano passado, também nas redes sociais, o intelectual português Boaventura de Sousa Santos já se tinha rendido à composição de Azagaia, num vídeo que circulou bastante na internet.

Azagaia morreu, mas a obra é eterna. A família vai reagir à morte oportunamente.


⛲ O país 

Grupo de cidadãos deposita petição para impugnar a Tabela Salarial Única



No âmbito dos seus direitos, constitucionais e legais, ao abrigo da alínea g) do número 2 do artigo 244 da Constituição da República, e da alínea g) no número do artigo 64 nº 2/2022, Lei Orgânica do Conselho Constitucional, um grupo de cidadãos submeteu, na quinta-feira, 09 Março, uma petição ao Conselho Constitucional para impugnar o Decreto nº 3/2023, de 17 de Janeiro, que alterou o Decreto 55/2022, de 14 de Outubro e aprova dos Funcionários e Agentes de Estado (FAE).

O Executivo pretendia a partir de Julho do ano passado pagar salários na Tabela da Tabela Salarial Única, mas as incongruências detectadas acabaram adiando a entrada em vigor daquele instrumento.

Depois de sanar as incongruências, o Governo levou o instrumento para a Assembleia da República, tendo o mesmo sido aprovado pelas três bancadas, sendo que para o efeito foi aprovado o Decreto 55/2022, de 14 de Outubro.

Entre Outubro e Dezembro de 2022, os Funcionários e Agentes de Estado tiveram remunerações na base do Decreto 55/2022, de 14 de Outubro. Entretanto, em Janeiro do corrente ano, o Governo aprovou o Decreto nº 3/2023, de 17 de Janeiro, alterando o anexo I do decreto aprovado em Outubro.

O Decreto nº 3/2023, de 17 de Janeiro reduziu drasticamente as remunerações de todos FAE o que, de certa forma, criou uma onda de indignação no seio dos mesmos.

Insatisfeitos com a postura do Executivo na implementação da Tabela Salarial Única, na quinta-feira, 09 de Março, um grupo de cidadãos representados pelo advogado Saimone Macuaina depositaram petição no Conselho Constitucional para impugnar na Tabela Salarial Única no âmbito de do Processo de Fiscalização sucessiva abstrata da constitucionalidade se legalidade.

quinta-feira, 9 de março de 2023

Morreu Azagaia


O ‘rapper’ moçambicano Azagaia morreu aos 38 anos, anunciou ontem a Televisão de Moçambique (TVM) citando fonte familiar, sem esclarecer as causas da morte.

Azagaia era o nome artístico de Edson da Luz, autor de letras de intervenção que lhe valeram, entre outros, o título de “’rapper’ do povo”.

“Estou extremamente chocada. Sem dúvida que a música e a cultura moçambicana estão de luto. O mundo perdeu um ‘rapper’ único“, disse à Lusa a ministra da Cultura moçambicana, Eldevina Materula, em reação à notícia.

Azagaia ficou célebre pela crítica aberta à governação do país, de tal forma que em 2008 chegou a ser questionado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Três dias depois de violentas manifestações que paralisaram a capital, Maputo, devido a aumentos de preços, lançou o tema "O povo no poder".

“Perguntaram-me se a música não pode incitar as pessoas à violência", disse à Lusa, depois de ouvido na PGR, onde respondeu que “não”, porque “uma obra artística é suscetível de interpretação”.

"Já não caímos na velha história/ Saímos p'ra combater a escória/ Ladrões/ Corruptos/ Gritem comigo p´ra essa gente ir embora/ Gritem comigo pois o povo já não chora", debitava Azagaia ao microfone.

As rimas não passavam na rádio e televisão públicas e os deputados da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder desde a independência, apontavam-no como intérprete da oposição.

Em 2014, suscitou polémica ao surgir num programa de televisão a enrolar um cigarro com ‘cannabis’, justificando-o com fins terapêuticos e depois de já ter sido detido pela polícia por duas ocasiões.

Poucos meses depois do escândalo, anunciava na Internet o fim da carreira.

“Acho que vou dar aquilo que me pode custar a vida e impedir de ver os meus filhos crescerem”, referiu, sem esclarecer o que o ameaçava, e dizendo que já estava tudo dito nos dois álbuns “Babalaze” e “Cubaliwa”.

Mudou-se para a Namaacha, terra natal, 75 quilómetros a sul de Maputo: “Se for para eu morrer, prefiro que seja lá", rematava o ‘rapper’, filho de pai cabo-verdiano e mãe moçambicana.

Ainda em 2014, anunciou que padecia de um tumor cerebral e foi criada uma campanha de angariação de fundos que juntou 20.300 euros para lhe custear uma cirurgia na Índia.

A campanha juntou contribuições de fãs em Moçambique, África do Sul e Angola.

Edson da Luz voltou ao palco ano e meio depois, num concerto numa discoteca de Maputo em abril de 2016, mas desde então permaneceu numa posição muito mais discreta no panorama artístico moçambicano.

Entre outros títulos, os fãs chamavam-lhe “o ‘rapper’ do povo” e muitos identificavam-no como autor do tema "As Mentiras da Verdade".

A faixa surgiu do seu álbum “Babalaze” (que significa "ressaca" na língua changana) uma adaptação da obra poética “Babalaze das Hienas” do defunto poeta moçambicano José Craveirinha.

“E se eu te dissesse/ Que a oposição neste país não tem esperança/ Porque o povo foi ensinado a ter medo da mudança/ Mas e se eu te dissesse/ Que a oposição e o governo não se diferem/ Comem todos no mesmo prato/ E tudo está como eles querem”, reza a letra de um dos temas icónicos de Azagaia.

⛲ Carta

quarta-feira, 8 de março de 2023

Oposição moçambicana acusa Governo de burlar funcionários



O Governo terá burlado os funcionários públicos ao aplicar a Tabela Salarial Única, dizem representantes da oposição. MDM pede explicações sobre alegado desvio de verbas do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades.

O Parlamento moçambicano chamou esta quarta-feira (08.03) o Governo para dar explicações sobre os contornos da Tabela Salarial Única (TSU). 

António Muchanga, deputado da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), considera que a TSU foi "a maior burla" de sempre do Governo aos funcionários públicos.

"Para se embrulharem com sucesso, de forma premeditada e maquiavélica, criaram um número infindável de decretos e em seguida os revogaram, para no seu lugar criar outros decretos, que também revogaram, e depois outros. Fizeram enquadramentos e reenquadramentos. Tudo com o intuito de atrapalhar e embrulhar o funcionário público. O resultado é que muitos hoje estão na incerteza", disse o parlamentar do maior partido da oposição.

O primeiro-ministro Adriano Maleiane sacudiu as críticas da oposição, reiterando que a ideia é criar justiça salarial na Função Pública.


António Muchanga


"A implementação da Tabela Salarial Única irá permitir assegurar a estabilidade e profissionalização dos recursos humanos na Função Pública, bem como eliminar as disparidades salariais, trazer maior equilíbrio e justiça salarial nos diferentes setores com os mesmos qualificadores e categorias profissionais", lembrou Maleiane.

MDM: "Há ou não há sumiço de dinheiros públicos?"  

Durante a sessão desta quarta-feira, o deputado do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Silvério Ronguane, exigiu também explicações sobre o alegado desvio de verbasno Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGD).

"Digam a verdade, há ou não há sumiço de dinheiros públicos?", exigiu. "Porque acontece isso quando chove ou quando há vento? Não há planificação? Não se sabia que este ano, como no passado, haveria chuva e vento? O que aconteceu?"


Silvério Ronguane

Silvério Ronguane, do MDM, pediu explicações sobre o alegado desvio de verbas destinadas ao combate a calamidadesFoto: Arcénio Sebastiao/DW

A denúncia sobre o desvio de verbas partiu do Centro de Integridade Pública de Moçambique (CIP). O Banco Mundial teria suspendido, em novembro passado, os repasses ao INGD, devido a interrogações sobre o uso dos fundos. Nas cheias que afetaram o distrito de Boane, na província de Maputo, houve duras críticas à gestão das calamidades pelas autoridades.


FRELIMO: "Governo agiu com eficácia e rapidez"

Faruk Osmam, deputado da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder), entende, no entanto, que o Governo agiu de forma rápida e eficaz.

"Por via do INGD, acudiu de imediato as populações afetadas, mobilizando meios de salvamento e de resgate, montando com prontidão os centros de acolhimento e coordenando com eficiência os comités locais de gestão de riscos." 

O Governo assegura que a ajuda foi reforçada com meios de salvamento e a ativação dos centros operativos de emergência nas províncias. 

Mozambique's Prime Minister press conferenceMozambique's Prime Minister press conference

Adriano Maleiane 

O primeiro-ministro moçambicano defendeu as políticas do seu Governo, classificando-as de "eficazes"Foto: picture alliance / dpa

Segundo o primeiro-ministro Adriano Maleiane, "o reforço da atuação do centro nacional operativo de emergência e centros operativos provinciais e distritais está a concorrer para uma maior sensibilização e disseminação de alertas e medidas preventivas". 

"Reforçámos o pré-posicionamento de meios de salvamento assim como continuamos a providenciar assistência humanitária e sanitária à população afetada", salientou Maleiane

Mphanda Nkuwa reúne-se com instituições financeiras internacionais para a Avaliação Ambiental, Social e Governança



O Gabinete de Implementação do Projecto Hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa (GMNK), em parceria com Associação Internacional de Hidroeletricidade (International Hydropower Association (IHA), reuniram, reuniu-se, na terça-feira, 07 de Março, na cidade Maputo, com instituições financeiras internacionais para a apresentação da avaliação de sustentabilidade Ambiental, Social e Governança (ESG) do projecto, por sinal um requisito de financiamento daquelas instituições para empreendimentos similares à dimensão e natureza do Mphanda Nkuwa.

De acordo com o Gabinete de Implementação Projecto Hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa, com um custo estimado de 4,5 mil milhões de dólares norte-americanos, o encontro com o Banco Mundial, Banco Africano de Desenvolvimento, Agencia Francesa de Desenvolvimento, Agencia de Cooperação o Japão, Fundo Norueguês de Investimento, entre outras, visava colher subsídios e falar do actual estágio do projecto.

“O objectivo principal deste evento foi de colher comentários e subsídios das instituições financeiras e informar sobre os trabalhos em curso, que serão fundamentais para as fases seguintes com relação ao processo de certificação, na base de melhores práticas internacionais estabelecidas na Norma Hidroeletricidade Sustentável”, refere o comunicado do GMNK.

Em Novembro de 2022, foi realizado o workshop de avaliação da sustentabilidade hídrica com enfoque no Projecto Mphanda Nkuwa, com recurso ao uso da ferramenta HESG – Hydropower Environmental, Social and Governance Gap Analysis Tool, ou seja, Parâmetros da Avaliação da Sustentabilidade de Hidroelectricidade, de acordo com a visão de transparência e melhoria contínua do projecto.

Refira-se que, como parte deste processo, o GMNK promoveu em coordenação com a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), igualmente, um seminário, na província de Tete, para partilhar a experiência desta avaliação, com vista a melhorar a tomada de decisão, o alinhamento com as expectativas das instituições financeiras, e engajamento com a sociedade civil.


⛲ Evidências 

Ciclone Freddy torna-se o único na história a durar um mês, escreve Luiz F. Nachtigall

 


Tempestade Freddy cruzou todo o Índico da Ásia para a África, completou mais de um mês e se tornou o ciclone tropical de maior duração da história.

A história está sendo reescrita na climatologia dos ciclones tropicais e com marcos incríveis. Denominar a tempestade de “extremamente rara” talvez seja pouco para o ciclone Freddy. É um sistema único, como nunca visto antes, que cruzou um oceano inteiro, avançou de um continente para outro e completa agora mês, estando na iminência de se tornar o ciclone de mais longa duração já documentado na história.

Os sinais de que este ciclone seria excepcional começaram em 3 de fevereiro, quando Freddy se originou entre o Noroeste da Austrália e a Indonésia. Na primeira situação muito rara, o ciclone tropical atravessou todo o Oceano Índico de 10 mil quilômetros de largura da Oceania e o Sudeste Asiático até alcançar a África.

Freddy originou-se de uma área de baixa pressão em meio às monções. Em 6 de fevereiro, 15 dias antes de tocar terra pela primeira vez em Madagascar, tanto o Bureau de Meteorologia da Austrália quanto o Joint Typhoon Warning Center (JTWC) relataram a formação do ciclone tropical Freddy a cerca de 676 quilômetros a Noroeste da costa noroeste. da Austrália.

Freddy foi ainda a primeira tempestade de categoria 5 de 2023 e quebrou o recorde de maior quantidade de energia de um ciclone já registrada no Hemisfério Sul. O ciclone não tocou terra só uma vez em Madagascar e Moçambique, mas duas vezes.

O ciclone Freddy é o de maior duração que o mundo já documentou. Com mais de 30 dias de vida, Freddy quebra o recorde anterior estabelecido em 1994 de uma sequência de 31 dias do furacão John no Pacífico. Como Freddy prossegue, o recorde de 31 dias de maior duração já vista de um ciclone acabou superado.

Os dados sobre este ciclone são assombrosos. O ciclone tropical Freddy é a única tempestade conhecida a ter alcançado cinco ciclos separados de intensificação rápida, um processo que ocorre em ciclones tropicais intenso, de acordo com os registros do IBTrACS, a coleção global de dados mais completa de ciclones tropicais disponível. Freddy é apenas um dos quatro ciclones tropicais registrados que viajaram por todo o Sul do Oceano Índico, de acordo com o banco de dados histórico de furacões da NOAA. Ele atingiu o pico de intensidade equivalente a um furacão de categoria 5 durante o fim de semana de 18 a 19 de fevereiro, apenas o 20º ciclone tropical a atingir tal marca no Sul do Oceano Índico desde 1989.

Em termos de energia (Accumulated Cyclone Energy ou ACE em Inglês), uma métrica integrada que contabiliza a frequência, intensidade e duração dos ciclones tropicais, Freddy é agora o recordista de todos os tempos para o Hemisfério Sul. A tempestade bateu o recorde de energia do ciclone Fantala de 2016.

Mais. O ciclone Freddy gerou o maior ACE de qualquer ciclone tropical na Terra desde o tufão Ioke em 2006, que foi uma tempestade intensa e de longa duração que percorreu o Oceano Pacífico Central e Ocidental, atingindo um pico de intensidade de categoria 5 durante seus 17 dias jornada. Na segunda-feira, o ACE de Freddy estava em 70,8 unidades, a apenas 14,5 unidades ACE de quebrar o recorde mundial de 85,3 unidades ACE atualmente detido pelo tufão Ioke. O ACE de Freddy superou o do furacão Irma, no Atlântico, em 2017.

O ciclone tocou terra em Madagascar, cruzou a ilha e rumou para o continente africano, onde alcançou Moçambique. Neste ponto, ao avançar sobre terra, o imaginado é que iria se dissipar, mas a tempestade retornou para o mar e voltou a ganhar energia, oscilando entre Moçambique e Madagascar. De acordo com um estudo publicado na revista Weather and Forecasting em outubro de 2004, menos de 5% dos ciclones tropicais do Sul do Oceano Índico atingem a costa Leste da África Austral.

Como isso foi possível? Após tocar terra pela segunda vez, Freddy castigou Moçambique com chuvas tropicais por seis dias seguidos, depois parou e enfraqueceu. O enfraquecimento encolheu o ciclone verticalmente, permitindo que os ventos locais empurrassem o ciclone para o Leste. Um movimento como esse é anormal, pois os sistemas normalmente se movem de Leste para Oeste nesta parte do mundo, mas Freddy mudou para o sentido oposto e voltou a atingir Madagascar. A tempestade, que está ativa há um mês, foi responsável por quatro mortes adicionais em Madagascar, quase duas semanas após o primeiro impacto no país.

Veja no mapa como o ciclone tropical Freddy passou pela ilha de Madagascar duas semanas atrás, avançou para Moçambique e depois o Zimbábue, retornou para Moçambique, voltou ao mar, atinge novamente agora Madagascar, e tende a retornar para Moçambique para tocar terra pela terceira vez

Freddy deixou ao menos 21 mortos em Moçambique e Madagáscar. De acordo com o relatório publicado pelas Nações Unidas (ONU), em Madagáscar, 226 mil pessoas foram afetadas pela tempestade. Já em Moçambique foram outras 163 mil pessoas. Devido às chuvas, diversos povoados ficaram submersos nos dois países. Centenas de milhares de pessoas necessitam de ajuda.

*Luiz Fernando Nachtigall é autor de MetSul.com e meteorologista desde 1985 pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Especializado em Meteorologia Aeronáutica pelo Centro Técnico Aeroespacial (CTA), atuou no Ipmet da Unesp e na previsão de tempo nos aeroportos de Belém do Pará, Galeão e Porto Alegre.


⛲ Carta