Nyusi despede-se Hoje dos moçambicanos
É já, quarta-feira, 7 de Agosto de 2024, que Filipe Jacinto Nyusi irá discursar pela…
É já, quarta-feira, 7 de Agosto de 2024, que Filipe Jacinto Nyusi irá discursar pela…
O plano estava quase perfeito, num dia em que entrou em vigou o novo decreto sobre a Situação de Calamidade Pública. Uma zona com pouca movimentação de pessoas na Costa do Sol foi o local escolhido pela família para obedecer ao desejo de celebrar o matrimónio de Joaquim e Helena e, ao mesmo tempo, desobedecer o decreto sobre a Situação de Calamidade Pública.
Nas imagens que “O País” teve acesso, foi possível ver os convidados sentados sem obedecer o distanciamento social.
Quando a nossa equipa chegou ao local, os convidados já se dispersavam. Os recém-casados também trataram de sair em velocidade do local.
Mesmo com a presença da INAE, houve quem quis terminar a refeição na mesa já ornamentada. Porque as autoridades pressionavam os presentes a abandonar o local, alguns preferiram comer do lado de fora.
Mesmo grávida, Ivone Boaventura não gostou da atitude das autoridades. “Como é que interrompem a festa. Assim é para nós comermos a andar? Questionou a mulher aborrecida para depois argumentar. “Não é permitido fazer festa já sabemos, mas porquê que a Polícia não manda parar os autocarros que andam cheios. Desde que começou a doença os autocarros andam abarrotados de gente e nós não éramos tantos aqui”, justificou.
Filipe, outro convidado era também um homem inconformado e defendeu haver dualidade de critérios na actuação das autoridades. “Se formos a ver as autoridades não actuam da mesma maneira para esse tipo de situações. Há casos de aglomerados nas ruas, mas não sentimos a presença da Polícia ou da INAE, mas porque estamos aqui a festejar vem interromper a festa, não é justo”, argumentou.
O pai do jovem casado disse que todas as condições estavam criadas para que não houvesse espaço para contaminações. “Na verdade o casamento foi ontem (sábado) e hoje (domingo) era mesmo o copo de água. Porque as autoridades proíbem temos que parar com tudo. A nossa ideia era de cada um servir a comida e cada um escolher um canto para comer. As pessoas só sentaram nas mesas porque estávamos a fazer oração”, justificou-se Ismael Joaquim.
Alguns convidados exaltaram-se quando a Polícia quis colocar ordem no local. Um dos dois agentes da Polícia perdeu a paciência quando a sua autoridade foi posta em causa por um dos jovens. Para o efeito manipulou a arma, mas mesmo assim, destemido, o jovem chegou a agredir o agente. A confusão só terminou com a intervenção do delegado da INAE.
“Cerca de 200 pessoas é muita gente, num contexto em que as festas estão proibidas. O que acontece é que as pessoas escolhem locais escondidos como estes para organizar este tipo de cerimónias. Elas sabem que é proibido, mas procuram contornar as autoridades. Como já sabemos que existem esse tipo de pessoas, trabalhamos com as conservatórias para sabermos sobre o itinerário dos casais e poder flagrar esse tipo de situações”, explicou Egas Mazivila delegado da INAE na Cidade de Maputo.
No fim, a festa terminou sem o corte de bolo, sem entrega de presentes e a família teve que desmontar a estrutura montada sob olhar atento das autoridades.
In o país
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