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Criança nasce sem ânus na cidade da Beira e precisa de apoio para cirurgia

 


Um bebé nasceu com imperfuração anal, na cidade da Beira, e precisa de uma cirurgia urgente. A mãe do menor diz que frequenta o Hospital Central da Beira já há oito meses e nunca teve um atendimento condigno.

Dia 12 Julho de 2020 foi a data em que o mundo recebeu o pequeno Arnaldo. Ainda nas primeiras horas, tudo ia bem após um parto normal num dos hospitais arredores da cidade da Beira, tendo, Julieta António, no mesmo dia, recebido alta. Uma paz e tranquilidade que não teriam durado todo o dia.

“No primeiro dia, a criança estava com a barriga inchada, viam-se veias e o bebé não parava de vomitar, porque não conseguia fazer necessidades. Esta situação deixou a minha sogra preocupada e chamou-me para observar a criança. No mesmo dia, veio a ambulância e levaram-nos ao hospital, onde fomos informados que a criança nasceu com ânus imperfurado”, informou a mãe do menor, Julieta António.

Depois de um mês e uma semana internado, com o objectivo de passar por uma cirurgia que visava fazer uma derivação do intestino, como forma de ajudar a evacuar as fezes do menor, os pais prosseguiram com o tratamento no hospital privado, mas as condições fizeram o processo parar.

A mãe da criança conta que já passam oito meses que não consegue fazer observações médicas para saber o estado de saúde do filho por conta de burocracias dos hospitais públicos e tem de recorrer aos privados, mas carece de condições.

“Operaram a barriga de ponta a ponta, tiraram o intestino grosso para outro lado para a criança poder fazer necessidades e disseram que não podem fazer a operação para abrir o ânus, porque ainda é muito novo. Em nenhum momento a cirurgiã veio para saber da situação da criança, sempre solicitamos a sua presença aqui, porém nunca apareceu, alegando ter falta de tempo. Recorremos ao sector privado para tentar solucionar este problemas e disseram-nos que precisam, no mínimo, de 60 mil meticais para iniciar o tratamento, mas, infelizmente, não temos condições”, acrescentou a mãe.

Por sua vez, o Hospital Central da Beira afirma tratar-se de uma cirurgia pontual e só mais tarde, com idade avançada, o menor poderá ser submetido a uma cirurgia definitiva.

“Em toda esta situação, os protocolos internacionais recomendam que a cirurgia seja feita quando a criança tiver pelo menos dois anos de idade por uma razão muito simples –  logo que a criança nasce, as estruturas são muito frágeis e é muito difícil operar nas mesmas situações. Mesmo que a mãe vá a uma clínica privada, os profissionais vão dar a mesma resposta, porque muitos deles actuam no Hospital Central da Beira e todos usamos um sistema universal quando estamos nesses casos”, esclareceu Nelson Mucopo, director-geral do Hospital Central da Beira.

Enquanto não consegue o apoio mínimo de 60 mil meticais para a cirurgia, o pequeno Arnaldo é obrigado a suportar a dor que já vem carregando durante os últimos 14 meses.são

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