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Nyusi despede-se Hoje dos moçambicanos

Jean Boustani agita Frelimo e ala Nyusi por uma Audição

 


Embora o juiz Efigénio Baptista tenha indeferido a lista de 33 testemunhas, incluindo o actual Presidente da República, requeridas pelo réu António Carlos de Rosário, neste momento, o antigo ministro da Defesa está com um pé dentro do tribunal, onde poderá ser ouvido como declarante, e, se as diligências agora forem instruídas sem interferência política, Jean Boustani, pode implicar de forma séria a Nyusi e a Frelimo, inclusive com parte das provas que apresentou em 2019, em sede do julgamento em Nova York, onde foi identificado nas correspondências como New Man, New Guy ou Nuy.

É que, o Grupo Privinvest, com quem o Estado moçambicano, desde Março de 2019, trava uma batalha judicial na Suprema Corte de Londres, na sequência de um processo movido pela Procuradoria-geral da República, tem estado, desde o princípio, a colocar o Presidente de Moçambique no centro do escândalo, tendo chegado a dizer que se o Tribunal de Londres entender que os pagamentos feitos à altas entidades moçambicanas são subornos, então Filipe Nyusi também é corrupto. Foi com esse fundamento que conseguiu autorização do referido Tribunal para notificá-lo para aquela acção judicial que pode expô-lo à responsabilidade pessoal.

Neste momento, com o julgamento cada vez a ser levado pelos grupos de Armando Guebuza e Filipe Nyusi, para o “lado sujo”, a grande preocupação da Frelimo é com a sua própria imagem, que pode ficar cada vez mais beliscada. Com a provável audição já autorizada de Jean Boustani, um executivo do Grupo Privinvest que contactou a parte moçambicana, vendeu o projecto e fez os pagamentos dos subornos, as coisas podem sair totalmente do controlo.

Jean Boustani poderá ser uma dor de cabeça para a estratégia montada à medida de Filipe Nyusi por uma das alas da Frelimo. Em sede de um outro processo que corre em Londres, tem estado a acusar o estadista moçambicano de ter recebido subornos na ordem de um milhão de dólares para a sua campanha de 2014. O arguido António Carlos do Rosário foi quem terá dito a Boustani que o Presidente Nyusi desejava receber fundos da Privinvest para a sua campanha.

A Privinvest fez o referido pagamento a 10 de Abril de 2014, através da Logistics Offshore para uma conta em nome da Sunflower International Corp FZE nos Emirados NBD. A Privinvest alega ainda que adquiriu uma viatura de marca Toyota Land Cruiser, por 728,6614.42 rands para uso pessoal de Filipe Nyusi na campanha eleitoral que o conduziu à Presidência da República em 2014.

Para além de Filipe Nyusi, Jean Boustani já afirmou no julgamento nos Estados Unidos ter efectuado pagamentos a favor da Frelimo, na ordem de USD 10 milhões, em 2014, a pedido de Armando Guebuza, na altura Presidente da República e da Frelimo. O dinheiro foi debitado da conta da Logistics Offshore, nos dias 31 de Março de 2014, 29 de Maio de 2014, 19 de Junho de 2014 e 3 de Julho de 2014 para uma conta titulada pelo Comité Central do partido no Banco Internacional de Moçambique (BIM).

Na altura, Guebuza ainda era Presidente da República e Filipe Nyusi era candidato. No tribunal, o Ministério Público chegou a insinuar que Jean Boustani enviou oito toneladas de vinho e uma outra encomenda não especificada, que agora se suspeita que seja dinheiro, trazido da França a partir de um voo fretado.

Para além de Jean Boustani, o assistente do processo, a Ordem dos Advogados de Moçambique, em julgamento, pediu que sejam ouvidas instituições como os Aeroportos de Moçambique, Instituto de Aviação Civil de Moçambique e a Autoridade Tributária, para se ter detalhes sobre a referida mercadoria que seguiu de jacto privado da França para Maputo.

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