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Kasparov: Ucrânia tem de ganhar a guerra para haver transição democrática na Rússia



Ex-campeão mundial de xadrez é uma das vozes mais críticas do Kremlin e esteve este sábado na Conferência de Segurança de Munique.

Uma das vozes mais críticas do Kremlin, o russo ex-campeão mundial de xadrez Garry Kasparov, acredita que uma vitória da Ucrânia na guerra é uma "pré-condição" essencial para a transição democrática na Rússia.

"A libertação do fascismo do [presidente Vladimir] Putin atravessa a Ucrânia", disse Kasparov, este sábado, durante um painel de discussão sobre o "futuro democrático" da Rússia na Conferência de Segurança de Munique.

"Os russos vivem numa bolha. Isso não pode ser quebrado a menos que a ideia de império entre em colapso, graças a uma derrota militar", na opinião do crítico do Kremlin, que deixou a Rússia há cerca de uma década. Kasparov instou ainda o Ocidente a manter o apoio a Kiev, dizendo que "nenhuma despesa é demais para a Ucrânia".

O ex-magnata Mikhail Khodorkovsky , a ativista de direitos humanos Zhanna Nemtsova (filha do opositor assassinado do Kremlin Boris Nemtsov) e Irina Scherbakova, co-fundadora da organização russa de direitos humanos Memorial, vencedora do Prémio Nobel da Paz, foram os outros participantes do painel.

Segundo Khodorkovsky, que já foi um dos homens mais ricos da Rússia antes de ser preso entre 2003 e 2013, "teme-se" que os aliados de Kiev diminuam os apoios.

Já Scherbakova, cujo grupo não governamental foi encerrado pelo governo russo no final de 2021, também compartilha da visão de que a vitória da Ucrânia é indispensável: "É um momento trágico, é doloroso ouvir os ucranianos porque eles estão a pagar com o seu sangue... mas para ir às ruas na Rússia protestar, é preciso ser muito corajoso."

Para Scherbakova, "a história está a ser reescrita" porque os russos "não sentem a necessidade de enfrentar os crimes cometidos no passado" durante a era soviética.

Nemtsova acrescentou que "um dos erros após a queda da URSS foi a ausência de esforços para explicar às pessoas o que significava democracia". "Para uma possível Rússia democrática do futuro, devemos conversar com a sociedade russa - a maioria das pessoas é neutra, não está interessada na Ucrânia e pensa que não pode ter nenhuma influência, então desiste", disse, lembrando que é preciso ajudar os russos "a refletir sobre as atrocidades cometidas na Ucrânia."


Dn

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