Nyusi despede-se Hoje dos moçambicanos
É já, quarta-feira, 7 de Agosto de 2024, que Filipe Jacinto Nyusi irá discursar pela…
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Mais de 42 mil alunos estão sem aulas desde a semana passada, no distrito de Boane, Província de Maputo, devido às cheias. Para recuperar o tempo perdido, a Direcção Distrital de Educação diz que haverá aulas de reforço.
Visitámos um dos centros de acolhimento, no bairro Mabanja, distrito de Boane, que acolhe mais de 500 pessoas, das quais 300 são crianças em idade escolar.
As crianças agitadas, brincando de todas as formas, umas conscientes e outras pouco esclarecidas, buscavam esquecer o drama vivido na madrugada do dia 10 de Fevereiro.
A chuva, aliada à pressão das águas vindas da África do Sul e de eSwatini, provocou inundações em escolas e residências, no distrito de Boane; empurraram as crianças e os seus pais para longe dos seus lares e interromperam as aulas.
Edite da Cruz, uma das 1800 vítimas das enxurradas, disse que “perdemos tudo, uniforme das crianças, cadernos, livros, até documentação. Tenho três crianças, uma que frequentava a 8ª, outra 6ª e a mais nova 4ª classe, mas não sei se voltam à escola este ano”.
As famílias perderam tudo, mas as crianças não perderam os seus sonhos, tal camo Carlos Mulimo, aluno da quarta-feira classe que diz que o seu material escolar foi destruído, porém o sonho de ser bombeiro não se vai apagar.
No distrito de Boane, as autoridades apontam que mais de 40 mil crianças estão fora da escola por tempo indeterminado.
“Temos 39 escolas primárias completas e sete escolas secundárias paralisadas, devido a enxurradas, perfazendo um universo de 42 mil alunos afectados, a nível do distrito Boane”, explicou Armando Matsinhe, chefe do Departamento do Ensino Geral, na Direcção Distrital de Educação.
Segundo Matsinhe, há algumas escolas ainda inundadas e outras parcialmente destruídas, outras ainda transformadas em centros de acomodação.
A fonte disse ainda que a situação vai comprometer o cumprimento do calendário escolar, mas serão tomadas medidas.
“Assim que retomarmos as aulas, vamos criar condições para que os alunos tenham acesso a conteúdos que não era possível serem leccionados neste momento, a partir da adopção de um conjunto de medidas, desde a atribuição de tarefas escolares para os alunos executarem nas casas, para resolver com o apoio dos pais e dos professores, até à produção de fichas de exercícios, que vão ser usados nas escolas, assim como textos de apoio, apara os alunos usarem como forma de suprir este défice de cumprimento do calendário e dos nossos planos analíticos”.
Enquanto a situação não melhora, as crianças vão passando o tempo a brincar.
CHUVA ENCERRA ESCOLA EM MAVALANE
Na Cidade de Maputo, há escolas que encerraram salas devido a inundações. Outras ainda possuem águas que ameaçam a saúde dos alunos e o Ministério da Educação diz estar a maear os estragos causados pela chuva.
A Escola Primária Completa de Mavalane “A” esteve completamente inundada com a chuva dos últimos dias e forcou o encerramento da escola.
As salas estão lamacentas e o pátio preserva as imagens de inundações e com lama em todo lado.
Fulgêncio Tivane, Director-Adjunto do estabelecimento de ensino, disse que a situação obrigou a interrupção de aulas. “A água inundou-nos toda a escola, por isso tivemos que parar de leccionar sob recomendação do Distrito e alocamos os alunos a três escolas que estão na nossa zona de influência pedagógica. Portanto, os 1015 alunos continuam a ter aulas. As nossas 17 salas estão neste momento a beneficiar-se de limpezas”.
Enquanto isso, os alunos da Escola Primária de Chiango continuam lá a enfrentar a água que inundou o pátio que neste momento representam o perigo à saúde dos alunos e não só. “A agua está aqui já há muito tempo. Já começa a cheirar mal e, nesta altura da cólera, há, de facto, um receio de doenças aqui na escola”, disse Yolando Bila, responsável da escola.
O Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano está a fazer mapeamento dos estragos causados pela chuva em diferentes pontos do país e vai em breve partilhar a informação.
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