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Nyusi despede-se Hoje dos moçambicanos

Ruanda quer "reforçar ainda mais cooperação" com Moçambique

 


O Presidente do Ruanda, Paul Kagame, afirmou na quinta-feira (25.01) à noite, após receber o homólogo moçambicano, Filipe Nyusi, que quer "reforçar ainda mais" a cooperação com Moçambique.

Filipe Nyusi e Paul Kagame, Chefes de Estado de Moçambique e Ruanda respetivamente

De acordo com informação da Presidência da República de Moçambique, a "visita de trabalho" de Filipe Nyusi a Kigali realizou-se durante algumas horas, a convite do homólogo ruandês, para "abordar questões da cooperação bilateral".

O Ruanda tem desde julho de 2021 uma força militar autónoma destacada em Cabo Delgado, no combate aos grupos terroristas que atuam no norte de Moçambique, operando em conjunto com as Forças Armadas moçambicanas. Juntaram-se ainda a estas operações militares dos países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), através da missão SAMIM, que deverá deixar o terreno ainda este ano.

Sem adiantar mais pormenores da reunião, Kagame disse apenas que discutiu com o Presidente moçambicano "formas de reforçar ainda mais a cooperação bilateral produtiva existente em várias áreas de interesse mútuo".

O atual contingente das forças ruandesas chegou a Moçambique em agosto passado, após a habitual rotação, e é liderado pelo major-general Alexis Kagame, e integra uma força de mais de 2.000 militares ruandeses.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pediu em 22 de novembro "decisões" sobre a capacidade de resposta das Forças Armadas em Cabo Delgado, nomeadamente com reservistas, tendo em conta a prevista retirada das forças estrangeiras que apoiam no terreno contra os grupos terroristas.

"Decisões concretas sobre a capacidade de resposta das Forças Armadas em relação à sua ação no combate ao terrorismo em Cabo Delgado no período após a retirada das forças amigas da SAMIM e do Ruanda", apelou, ao intervir, em Maputo, na abertura do XXIV Conselho Coordenador do Ministério da Defesa Nacional.

Ataques armados em Cabo Delgado têm deixado rasto de destruição, morte e medo na regiãoAtaques armados em Cabo Delgado têm deixado rasto de destruição, morte e medo na região

Ataques armados em Cabo Delgado têm deixado rasto de destruição, morte e medo na regiãoFoto: privat

"Para o efeito, a vossa reflexão deve igualmente avaliar a forma de melhor capitalizar o manancial de reservistas, empenhando-os direta ou indiretamente em várias missões em prol da defesa da soberania e integridade territorial do nosso país. E a realidade atual justifica", acrescentou, dando como exemplo os antigos combatentes da luta de libertação, que ainda "são úteis, mesmo depois de 40 anos".

Na luta contra o terrorismo em Cabo Delgado, Nyusi destacou a importância de se "convocar o cidadão" e a sociedade em geral para "participarem ativamente no esforço de defesa nacional".

A cimeira da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) aprovou em agosto passado a prorrogação da missão em Cabo Delgado, Moçambique, por 12 meses, até julho de 2024.

A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da SADC, libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

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