Nyusi despede-se Hoje dos moçambicanos
É já, quarta-feira, 7 de Agosto de 2024, que Filipe Jacinto Nyusi irá discursar pela…
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Há quase uma semana que o distrito de Chiúre, no sul da província de Cabo Delgado, vem sendo alvo de ataques terroristas e, até ao momento, várias aldeias estão parcialmente destruídas e abandonadas.
O último ataque, segundo confirmou o administrador do distrito, ocorreu no posto administrativo de Mazeze, durante quase todo o dia de segunda-feira.
“Eles começaram a circular no distrito desde o dia 3 de Fevereiro e ontem (segunda-feira) atacaram a sede do posto administrativo de Mazeze, onde destruíram várias infra-estruturas públicas e privadas, incluindo capelas e algumas residências da população que acabou por fugir para outros pontos do distrito”, confirmou Oliveira Amimo, administrador de Chiúre.
Até ao momento, segundo a fonte, “o Governo ainda não tem muitos detalhes, porque todas as instituições públicas em Mazeze estão fechadas”.
Além de Chiúre, o grupo armado tem estado a protagonizar ataques no distrito de Meluco, na zona centro da província de Cabo Delgado.
RELATOS DE ATAQUES EM MACOMIA
A Voz da América escreve que, num outro ataque, que sugere estar coordenado, os rebeldes reforçaram na passada sexta-feira, 9 de Fevereiro, a sua presença em Mucojo, uma vila importante de Macomia, que os insurgentes tinham ocupado a 21 de Janeiro.
Na costa, as forças de segurança retomaram Mucojo, sem luta, no dia 31 de Janeiro, mas voltaram a perder para os rebeldes após intensos confrontos e ocupação da posição militar na sexta-feira.
“Essa nova posição da força moçambicana (marinha) em Mucojo-sede foi ocupada. Neste momento, há militares da força mortos e vários outros desaparecidos”, precisou uma fonte militar, baseada em Pemba, sem muitos pormenores.
ATAQUE A AUTOCARRO
Já na tarde do passado sábado, 10 de Fevereiro, um condutor de uma carrinha ligeira de transporte de passageiros morreu atingido por bala após um grupo armado ter disparado contra a viatura em Meluco.
A viatura, que fazia o trajeto Pemba-Meluco, foi atacada cerca das 15h00 locais, e alguns passageiros continuavam desaparecidos, contou à “Voz da América”, um professor local, baseado em Muaguide-sede, citando um parente que sobreviveu ao ataque.
AVANÇO PARA O SUL
As Forças de Defesa e Segurança moçambicanas ainda não comentaram sobre a nova vaga de ataques de grupos rebeldes.
Entretanto, o Projecto de Registo de Dados de Conflitos (ACLED, na sigla em língua inglesa) indica que grupos de insurgentes avançaram de forma “dramática” para sul a partir de Mucojo, no distrito de Macomia, atravessando o distrito de Quissanga e espalhando-se pelos distritos de Metuge, Ancuabe, Mecufi e Chiúre.
Outro grupo seguiu até ao rio Lúrio, onde atravessou no sábado, e acampou-se na aldeia Ciripa, do lado da vizinha província de Nampula.
Neste percurso, os rebeldes emboscaram civis e forças de segurança pelo caminho. Os insurgentes iniciaram o seu avanço para sul, em Quissanga, no dia 19 de Janeiro, chegando a Mussomero, a apenas quatro quilómetros da sede distrital, quatro dias depois, refere a publicação Cabo Ligado, que acompanha o conflito em Cabo Delgado.
O chefe de Estado, Filipe Nyusi, reconheceu estes movimentos no seu discurso do Dia dos Heróis, a 3 de Fevereiro, e afirmou que os insurgentes estavam a tentar desviar os avanços das forças de segurança para longe das bases insurgentes.
A nova vaga de ataques terroristas ocorre numa situação de transição, em que as tropas da SADC, que ajudam Moçambique no combate ao terrorismo desde Junho de 2021, estão em vias de saída do território moçambicano.
Até agora as autoridades ainda não confirmaram, comentaram ou reagiram aos recentes ataques.
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