Nyusi despede-se Hoje dos moçambicanos
É já, quarta-feira, 7 de Agosto de 2024, que Filipe Jacinto Nyusi irá discursar pela…
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À DW, Manuel de Araújo, membro sénior da RENAMO, aponta para as expetativas goradas dos jovens para uma mudança de liderança no partido. Mas lembra que Momade "ainda tem a hipótese de reconciliar a família"
O sétimo congresso da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) está longe de ter sido aglutinador de alas. Um pouco por todo país, tem havido manifestações de contestação à indicação de Ossufo Momade como candidato presidencial do maior partido da oposição às eleições de 9 de outubro.
No último fim de semana, membros e simpatizantes da RENAMO marcharam pelas ruas de Quelimane, reiterando que não concordam com a eleição de Momade para a liderança do partido e como candidato presidencial.
"Ninguém tem medo de arriscar e dizer que é da RENAMO e não aceita a liderança de Ossufo Momade", afirmou um dos manifestantes.
A onda de contestação é para Manuel de Araújo, membro sénior do partido, compreensível: "Infelizmente, parece que se está a perder uma grande oportunidade da RENAMO ser alternativa à FRELIMO no dia 9 de outubro", diz Manuel de Araújo em declarações à DW África.
"Havia uma expetativa de que o presidente Ossufo Momade cedesse a liderança do partido a uma geração mais jovem e que houvesse uma transição", continua o político da RENAMO. A reeleição de Momade gerou "alguma frustração, especialmente, para os mais jovens, que querem ver os seus sonhos realizados a curto prazo e não a médio e longo prazos".
Edil de Quelimane, Manuel de Araújo (esq.), e líder da RENAMO, Ossufo MomadeEdil de Quelimane, Manuel de Araújo (esq.), e líder da RENAMO, Ossufo Momade
Manuel de Araújo (esq.) diz que a reeleição de Momade gerou "alguma frustração", sobretudo entre os jovens que esperavam mudançasFoto: Marcelino Mueia/DW
Venâncio Mondlane, ex-cabeça de lista da RENAMO em Maputo para as autárquicas de outubro e indicado nos protestos contra Momade como candidato preferido, anunciou que iria avançar como independente na corrida à Presidência da República e começar a recolher assinaturas de apoio.
Clima de desunião
O delegado provincial da RENAMO na província da Zambézia, Inácio Reis, acusou o edil de Quelimane, Manuel de Araújo, de apoiar os manifestantes nas marchas realizadas na cidade.
À DW, o autarca não comenta as declarações de Inácio Reis. Indica apenas que é preciso mais união na RENAMO.
"Parece que estamos a caminhar para uma maior desunião, o que é bastante triste", comenta Manuel de Araújo. "Mas eu acho que o presidente Ossufo Momade ainda tem a hipótese de reconciliar a família e retificar os erros que já cometeu desde a realização do congresso, que foi a nomeação da Comissão Política, do Conselho Jurisdicional e do Conselho Nacional."
Araújo aponta para a manutenção do "status quo" na Comissão Política e critica a composição do Conselho Nacional. De acordo com o jornal online Carta de Moçambique, a família de Ossufo Momade "assaltou" este órgão decisório do partido: Glória Ubisse (esposa), Osvaldo Ossufo Momade (filho) e Zena Momade (irmã de Ossufo Momade) fazem parte do recém-criado Conselho Nacional, constituído por 120 membros.
Estas são situações que, no entender do autarca Manuel de Araújo, estão a criar uma certa deceção entre alguns membros da RENAMO.
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