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sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Nyusi sublinha que despesa do Governo suplantou receitas até Setembro de 2021

 


Em Informe Anual sobre a Situação Geral da Nação, proferido ontem a partir da Assembleia da República, o Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, disse que, até ao terceiro trimestre de 2021, o Estado tinha alcançado uma receita de 217.8 biliões de Meticais, correspondente a uma realização de cerca de 82% em relação à meta anual, contra uma despesa de 249.3 biliões de Meticais, o que corresponde a 67.7% da meta anual, com um défice de financiamento coberto por recursos internos e externos.

Os dados mostram que o Governo continuou a gastar mais que produzir, através da colecta de mais receitas aos cofres do Estado. Entretanto, estes dados contrariam os números apresentados pelo próprio Governo, em Outubro passado, no fim da 37ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros, que indicavam que, até Setembro, o Governo tinha colectado 198.067,2 milhões de Meticais, contra os 174.918,3 milhões de Meticais gastos no mesmo período.

No que toca ao pagamento da dívida pública que o Governo tem vindo a contrair em nome do Estado, Nyusi relatou que, até Setembro último, foram desembolsados 44 biliões de Meticais, dos quais cerca de 22.9 biliões de Meticais referentes à dívida interna e 21 biliões de Meticais referentes à dívida externa.

Falando na casa do povo, perante os deputados, governantes e não só, Nyusi garantiu que está, igualmente, em processo o pagamento e regularização da dívida aos fornecedores de bens e serviços ao Estado, mas sem avançar montantes.

Quanto à macroeconomia, o PR explicou que depois de a actividade económica de 2021 ter recuperado lentamente do impacto da Covid-19, calamidades naturais e insegurança no centro e sul, tendo até o terceiro trimestre o Produto Interno Bruto crescido cumulativamente 1.78%, o Executivo espera que em 2022 o crescimento económico atinja 2.1%.

Quanto à inflação, até Outubro, a variação média de 12 meses situou-se em 5.3%, registando uma tendência de ligeira aceleração. Esta mudança decorre em grande parte da fraca procura, reforçada pela postura restritiva, em termos de política monetária e fiscal, com maior destaque para o agravamento de divisões de alimentação e bebidas não alcoólicas, restauração, hotelaria e cafés. A nível externo, Nyusi associou também a aceleração da inflação à subida de preços de combustíveis e demais produtos de que Moçambique depende do exterior.

A propósito da dependência do exterior, o PR relatou que a importação de bens e serviços custou à economia moçambicana 3.3 biliões de USD, contra 2.4 biliões de USD que o país absorveu das exportações. Nyusi justificou a fraca exportação com a menor procura global derivada da crise pandémica da Covid-19.

O Chefe de Estado informou que, no período em análise, o saldo das Reservas Internacionais Líquidas situou-se em 3.7 biliões de USD, enquanto as Reservas Internacionais Brutas situaram-se em 3.8 biliões de USD, montante suficiente para cobrir mais de seis meses de importações de bens e serviços em caso de choques à economia moçambicana.

Por essas razões, concluiu: “o Estado da Nação é de auto-superação, reversão às tendências negativas e conquista da estabilidade económica”. 


Fonte:Cartamoz

Presidente da República fala hoje sobre o fim do ano

 


O Presidente da República, Filipe Nyusi, profere hoje, pelas 16 horas, uma comunicação à Nação.

De acordo com um comunicado da Presidência da República, a comunicação do Chefe de Estado, a partir do seu gabinete, será por ocasião do fim do ano.


Opais

Nyusi não diz se Estado Geral da Nação é satisfatório ou não pelo sexto ano consecutivo

 


Começa a estar na moda o Chefe de Estado, Filipe Jacinto Nyusi, não dizer aos moçambicanos se o Estado Geral da Nação é satisfatório ou não. Depois de, em 2015 (no seu primeiro informe) ter admitido que “ainda não estamos satisfeitos com o Estado da Nação”, seguiram-se seis Informes, em que os moçambicanos não souberam se o Presidente da República estava ou não satisfeito com o rumo do país.

Ontem, no seu sétimo Informe sobre o Estado Geral da Nação, Filipe Nyusi qualificou o Estado Geral da Nação como de “auto-superação, reversão às tendências negativas e conquista da estabilidade económica” sem, no entanto, dizer se era bom ou mau.

“Num ano em que a única certeza que tínhamos era a incerteza, podemos afirmar com convicção e esperança que o Estado Geral da Nação é de auto-superação, reversão às tendências negativas e conquista da estabilidade económica”, disse o Chefe de Estado, quando concluía a leitura do documento.

Na verdade, trata-se de um tipo de avaliação que já se tornou viral no país. Em 2016, no seu segundo Informe, Nyusi disse: “a situação geral da nação mantém-se firme” e, em 2017, concluiu: “é desafiante, mas encorajador”. Já em 2018, o Presidente da República afirmou: “o Estado da Nação é estável e inspira confiança”.

Em 2019, último ano do seu primeiro mandato, Nyusi afirmou: “o Estado da Nação é de esperança e de um horizonte promissor” e, em 2020, no início do segundo mandato, defendeu: “o Estado da Nação é de resposta inovadora e de renovada esperança”. Ou seja, desde 2015 que o magistrado número um da nação não diz se o país está bom ou mau.

Segundo o Chefe de Estado, o ano de 2021 iniciou com grandes incertezas, sendo que as mesmas “foram agravadas por causa do terrorismo em Cabo Delgado e da insegurança na região centro e dos cíclicos desastres naturais que assolaram o país”.

Por isso, “decorridos 12 meses do ano civil que agora termina, podemos afirmar que os grandes resultados alcançados conferiram uma maior estabilidade e uma maior condição para a retoma do crescimento da economia”, defendeu, apontando o povo moçambicano como o principal responsável por estas “grandes conquistas”.


Nove factores contribuíram para as conclusões de Filipe Nyusi


Num Informe lido em 3 horas e 26 minutos (começou às 10:12 horas e terminou às 13:38 horas), o Presidente da República apontou nove factores que influenciaram a sua avaliação, nomeadamente, o combate ao terrorismo, controlo da Covid-19, combate à fome, acesso à água potável, energia eléctrica, educação, consolidação da economia, acesso ao emprego e construção de infra-estruturas.

De acordo com Filipe Nyusi, no combate ao terrorismo, registou-se uma redução de vítimas, assim como de frequência de ataques terroristas. Revela que, em 2021, foram registados 52 ataques, contra 160 ocorridos no ano anterior. “Em 2022 iremos prosseguir com o treinamento das forças especiais, reequipamento e modernização das Forças de Defesa e Segurança e procederemos à ocupação extensiva dos distritos e continuaremos a assegurar a cooperação militar internacional”, avançou.

Já no controlo da Covid-19, refere que o Governo conseguiu controlar a propagação do novo coronavírus, tal como reduziu os internamentos e os óbitos. “Iniciamos o processo de vacinação massiva e, em 2022, continuaremos com a monitoria e a vacinar toda a população considerada grupo-alvo”, assegurou o estadista.

“No combate à fome, verificou-se o aumento de agregados familiares com reservas alimentares, de 32%, em 2020, para 56% em 2021 (…); mais de 3 milhões de moçambicanos passaram a ter acesso à alimentação adequada, comparativamente ao período de 2016 a 2020, em que o número de pessoas com alimentação inadequada se manteve em cerca de 12 milhões”, afirmou Nyusi, citando os questionáveis dados do SETSAN (Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional).

Em relação ao acesso à água potável


Fonte:Cartamoz

Filipe Nyusi a busca de um legado

 


A meio do segundo e último mandato presidencial, Filipe Nyusi mostra-se preocupado em frisar o seu legado de governação. Quando ontem mencionou, no seu Estado da Nação, a chegada para breve da plataforma flutuante do gás do Rovuma, ele frisou que o projecto está a acontecer agora...até que podia ser mais tarde. E sinalizou que não cobriu comissão, como fariam outros. Um recado para destinatário que não vale a pena nomear.

Seu discurso foi longo, um desfiar de realizações que enchem a barriga do regime. Ele arregimentou tudo, para fazer crer que, com ele, as coisas acontecem. Até um pequeno centro de saúde teve seu espaço de menção num discurso tradicionalmente talhado para grandes reflexões sobre como se encontra o país.

O discurso parecia o balanço do PES (Plano Económico e Social). Para Nyusi, a Nação vai de vento em popa. Há melhor educação. Como? Há mais escolas. O discurso colocou ênfase na quantidade. Mais um centro de Saúde. Nao importa se os serviços são bons, se há medicamentos, ou ambulância. Mais um ponteca. Não interessa se ela é resistente, resiliente.

Essa ênfase na quantidade das realizações fez descurar a reflexão sobre o país que somos e para onde estamos a ir, quais são as nossas possibilidades estruturais para sonhar um futuro decente. Uma reflexão sobre o modelo de desenvolvimento, sobretudo agora com o desiderato da emergência climática e a neutralidade do carbono. Este assunto mereceu uma pequena passagem e zero reflexão.

O Presidente elegeu alguns sectores que considerou vitoriosos. A redução da fome, a construção de pontes e estradas, a economia, a electrificação rural, entre outros, deixando claro que há mais estrelas na sua constelação ministerial.

A melhor parte do seu discurso foi quando anunciou medidas concretas para as empresas, visando dinamizar a economia. Finalmente, o Governo acordou para o que realmente conta, dar estímulo ao sector produtivo.

O pior foi quando nos tentou convencer que o controlo da corrupção estava no bom caminho. Simplesmente porque há mais casos dando entrada na Justiça. Mas esse indicador é mentiroso. O que conta são os casos julgados e condenados e aqui as evidências mostram que há muito que fazer, sobretudo quando falamos na grande corrupção.

De resto foi mesmo um discurso tentando estruturar um legado. Ele fez questão de mostrar que tem o controlo das coisas. Até chamou os líderes insurgentes pelos nomes, embora se tenha esquecido de nos dizer quem é, afinal, o Alfaiate de Palma. Quem é Sr Presidente o Alfaiate de Palma?


Fonte :Cartamoz

Histórico da Frelimo Sérgio Vieira morreu hoje aos 80 anos


 

O histórico dirigente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) Sérgio Vieira morreu hoje, aos 80 anos, vítima de doença, disse à Lusa fonte do partido no poder.

Vieira assumiu-se como um nacionalista moçambicano ainda muito novo, envolvendo-se em atividades consideradas subversivas pelo regime colonial, o que o transformou num alvo da polícia política portuguesa, a PIDE.

Uma fonte da Frelimo disse que o histórico dirigente morreu num hospital na África do Sul.

Sérgio Vieira nasceu em 1941, em Tete, e em Lisboa, para onde foi estudar Direito, participou fervorosamente nas atividades culturais da Casa dos Estudantes do Império (CEI), então viveiro de futuros líderes dos movimentos de luta contra o colonialismo português em África.

Teve de deixar a capital portuguesa antes de fazer a licenciatura em Direito, devido ao assédio exercido pelas autoridades coloniais, tendo-se exilado em França e Argélia, país africano onde se formou em Ciências Políticas.

Sérgio Vieira juntou-se à Frelimo ainda antes da independência, tendo exercido várias funções de relevo.

Com a independência de Moçambique em 1975, Vieira assumiu diversas pastas governativas, incluindo as de ministro da Segurança e Administração Interna, governador do Banco de Moçambique e governador provincial.

Era considerado um dos ideólogos do partido no poder em Moçambique durante o período de partido único, que durou até à aprovação da primeira constituição multipartidária do país, em 1990.

Sérgio Vieira era tido como uma das figuras próximas do primeiro Presidente moçambicano, Samora Machel, que morreu em 1986 vítima de despenhamento do avião em que seguia.

Vieira disse várias vezes que só escapou à morte nesse desastre aéreo porque Machel o dispensou da viagem presidencial para poder estar ao lado da mulher, que na altura se encontrava doente, acabando por falecer.

Colocando-se sempre do lado da Frelimo mais ortodoxa do tempo do regime de partido único e amante da balalaica associada aos marxistas, insistia em tratar a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), hoje principal partido da oposição, como organização fundada por “bandidos armados” e a soldo do antigo regime de supremacia branca do ‘apartheid’ da África do Sul.

Para Sérgio Vieira, tal como vários outros históricos da Frelimo, a queda do avião que transportava Samora Machel foi provocada pelos serviços de segurança do antigo regime de minoria branca da África do Sul, que queriam tirar do caminho uma das vozes mais críticas do sistema de segregação racial e apoiante da luta do movimento de maioria negra pela mudança política no país.

Tal como muitos veteranos e comunistas assumidos da Frelimo, Sérgio Vieira considerava a Renamo uma criação de “inimigos” da Frelimo, que pretendiam desestabilizar o país para travar a “revolução”.

Durante o período em que Armando Guebuza foi Presidente da República e da Frelimo, Sérgio Vieira dirigiu fortes críticas ao que considerava traição dos valores fundacionais do partido no poder, através de artigos que publicou em jornais.

Nessa época, insurgiu-se contra o que via como novo racismo de alguns setores na Frelimo, em referência a cartas anónimas que tratavam Sérgio Vieira e outros quadros do partido como parte da “ala goesa”, uma menção à origem em Goa de alguns históricos da organização.

Além de político, era um entusiasta da poesia, tendo publicado vários trabalhos e militado na Associação dos Escritores Moçambicanos (Aemo).

A última função pública de Sérgio Vieira foi como deputado da Assembleia da República, da qual depois abdicou.

Vieira era um parente próximo do atual primeiro-ministro de Portugal, António Costa.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Jacob Zuma Regressa para a Prisão


Um tribunal sul-africano considerou ontem ilegal a liberdade condicional concedida em setembro ao ex-Presidente Jacob Zuma por motivos médicos e decidiu que o ex-chefe de Estado deve voltar à prisão e cumprir o resto da pena.

A decisão, que é passível de recurso, foi emitida pelo Tribunal Superior de Gauteng Norte, com sede na cidade de Pretória.

"Declara-se que o tempo que esteve fora da prisão em liberdade condicional médica não deverá contar para o cumprimento da sentença de 15 meses imposta pelo Tribunal Constitucional", pode ler-se no veredicto, citado pela agência Efe.

O juiz Elias Matojane considerou que a decisão do comissário nacional de Serviços Penitenciários, Arthur Fraser, que já tinha reconhecido publicamente que a medida não tinha sido recomendada pelos médicos, foi um "exercício ilegal de poder público que prejudica" as ordens do supremo tribunal sul-africano.

A decisão de hoje surge na sequência de uma denúncia contra a libertação de Zuma feita pelo principal partido da oposição, a Aliança Democrática (AD), e outras instituições (como a organização da sociedade civil AfriForum), junto da justiça sul-africana.

Numa sessão em novembro o principal argumento contra a liberdade condicional médica foi que não estava cumprido qualquer dos requisitos previstos para este direito especial, nomeadamente o recluso estar em situação terminal ou incapacitado.

Zuma, de 79 anos, entregou-se à justiça em 07 de julho para cumprir uma condenação por desrespeito ao tribunal, ao recusar repetidamente cumprir a notificação que lhe exigia o testemunho em investigações de corrupção.

O ex-Presidente foi considerado culpado por não obedecer à ordem do tribunal para comparecer perante a comissão que investiga alegações de grande corrupção no Estado sul-africano durante o seu mandato presidencial de 2009 a 2018.

Dias depois, protestos que começaram em apoio ao ex-Presidente degeneraram rapidamente numa onda de violência generalizada contra os problemas socioeconómicos do país e resultaram em distúrbios e pilhagens em massa.

Em 05 de setembro, apesar de só estar há dois meses na prisão, Zuma obteve a liberdade condicional por motivos de saúde.

A natureza exata dos problemas médicos de Zuma não foram revelados, mas as autoridades penitenciárias confirmaram que em 14 de agosto o ex-Presidente tinha sido submetido a uma cirurgia e que tinha programadas mais duas.

Desde que saiu da prisão, Zuma apareceu em público em algumas ocasiões e na semana passada lançou um livro ("Jacob Zuma Speaks") com cujos rendimentos previa pagar os seus elevados gastos com a justiça.

Além das investigações sobre a alegada corrupção durante o seu mandato, conhecida na África do Sul como "Captura do Estado", Zuma tem atualmente em curso um julgamento relacionado com alegados subornos recebidos ao abrigo de um acordo de aquisição de armamento de finais dos anos 1990.

O ex-Presidente e seus apoiantes rejeitam as acusações, que atribuem a uma perseguição por motivos políticos.

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Estrada Montepuez-Ruaça não deve servir terroristas

 


O Presidente da República inaugurou, ontem, 135 quilómetros da Estrada Nacional Número 14, entre Montepuez e Ruaça, em Cabo Delgado. Recordando que a província é frequentada por terroristas, Filipe Nyusi exige conservação da via e apela para vigilância, de modo a que a via não seja usada para fuga dos insurgentes para a província vizinha, Niassa.

A estrada Montepuez-Ruaça custou mais de 2.8 biliões de meticais e tem 135 quilómetros, passando pelo distrito de Balama. A construção da via, que liga Cabo Delgado e Niassa, incluiu duas pontes, uma sobre o rio Ruaça, que separa as duas províncias, e outra sobre o rio Nacohucuhucu.

Em Balama, distrito que acolheu a inauguração, a população esteve logo cedo à espera do Presidente da República para a abertura da via, porquanto desde há muito que queria ter uma estrada asfaltada para facilitar deslocações.

Filipe Nyusi chegou por volta das 10 horas e, após receber explicações sobre as características da via, descerrou a lápide e cortou a fita.

E porque não tem dúvidas sobre as boas condições da estrada, verificou as da viatura protocolar para de seguida, pessoalmente, conduzir o carro, acto não muito frequente de Nyusi, pelo menos publicamente.

E quando chegou o momento das intervenções, o Estadista destacou que a infra-estrutura vem servir a população para o desenvolvimento do país e não o contrário.

“Não é para facilitar movimento de terroristas de uma província para outra. Vamos ficar vigilantes”, alerta, para de seguida dizer que “todos sabemos que grupos terroristas semeiam dor e luto em Cabo Delgado e tendem a procurar refúgio na província de Niassa. Mas, os jovens bravos (Forças de Defesa e Segurança) estão à espera lá”.

Filipe Nyusi alerta que a via recém-inaugurada não deve servir para terroristas, assim como não deve servir aos interesses dos caçadores furtivos, tendo em conta que a via atravessa a reserva de Niassa. Aliás, a nossa equipa sabe que, durante a construção da estrada, um posto de controlo policial foi instalado na zona do Ruaça, justamente para fazer face à caça furtiva.

O Presidente da República alerta também para que a via de acesso não seja corredor de morte, apelando para a condução prudente dos automobilistas e educação e sensibilização dos peões pelas autoridades locais.

Durante a sua intervenção, Nyusi deixou claro que sentiu na pele a experiência da falta de asfalto no troço hoje alcatroado. Cabo Delgado é a província que o viu nascer, e porque os carros não entravam na via por não estar em condições, lembra que fazia percursos longos caminhando

Agora, já sendo possível usar a viatura, as distâncias antes feitas em sete horas são, actualmente, feitas em duas horas, trazendo maior dinâmica às viagens e às trocas comerciais.

“Temos que capitalizar as boas oportunidades que agora se abrem, pois temos terra arável para a prática da agricultura, incluindo culturas de alto rendimento, o acesso à zona turística da Reserva de Niassa, a existência de grafite, rubi e mais recursos. Então, temos que explorar o máximo para que essa estrada não sirva só para passear”.

Filipe Nyusi diz que, agora, o foco está na construção da estrada Negumano-Mueda (uma parte já em processo), ainda em Cabo Delgado, que vai ligar o país e a vizinha Tanzânia por asfalto.


GOVERNO FINANCIOU MAIOR PARTE DA ESTRADA


Dos 135 quilómetros do troço Montepuez-Ruaça, o Governo ergueu, com fundos próprios, cerca 76 quilómetros e a outra parte, de acordo com dados avançados pelo ministro das Obras Públicas, veio da ajuda financeira externa. Osvaldo Machatine não fala dos valores desembolsados por cada parte, limita-se a descrever as distâncias cobertas pelos financiadores.

A Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA) financiou “nove quilómetros, o BAD (Banco Africano de Desenvolvimento), com uma extensão de cerca de 50 quilómetros e o Governo de Moçambique com uma extensão de aproximadamente 76 quilómetros”, detalhou, acrescentando que “é gratificante quando temos os nossos recursos a terem peso nas nossas estradas”.

O Banco Africano de Desenvolvimento diz que a existência de uma estrada entre Montepuez e Ruaça se deve reflectir na melhoria da qualidade de vida das populações que dela beneficiam.

“Os troços de Ruaça a Marrupa e de Litunda a Lichinga já foram reabilitados e entregues ao Governo. Para completar o corredor, faltava o corredor que está a ser entregue. Acreditamos que tanto a economia quanto a qualidade de vida dos habitantes de Cabo Delgado se beneficiarão grandemente desta estrada”, diz César Augusto Abogo, do BAD.

Já os governadores de Cabo Delgado e Niassa, Valige Tauabo e Judite Massangele, respectivamente, destacam ganhos mútuos com a infra-estrutura, em particular o facto de, com a estrada Montepuez-Ruaça, a província de Niassa poder ter acesso ao Porto de Pemba, via pela qual poderá, facilmente, escoar produtos e aumentar o fluxo de trocas comerciais. Investimentos e mais oportunidades de emprego e auto-emprego para jovens é o que a população tem com a nova estrada, tal como disse Hilário Luís, em representação dos residentes do distrito de Balama. A nossa equipa ouviu alguns empresários locais, que dizem não ter dúvidas de que a infra-estrutura ora inaugurada vai abrir mais horizontes para negócios, e por essa via, desenvolver Cabo Delgado e o país.

A inauguração da estrada Montepuez-Ruaça, em Cabo Delgado, acontece três dias depois de o Presidente da República ter inaugurado, também, o troço Cuamba-Muíta, em Niassa, que permite a ligação por asfalto das cidades de Cuamba e Lichinga.

Julgamento das Dividas Ocultas interrompido até o dia 6 de Janeiro

 


A tenda da BO vai fechar até os dia 6 de Janeiro de 2022. O Covid 19 fez soar o alarme. Na semana passada, quinta feira, um advogado testou positivo para o vírus. E na sexta feira houve uma gazeta por parte dalguns advogados.

 O pânico foi instalado. Nesta manhã, o Ministério Público acusou o toque quanto à necessidade de se precaver a saúde pública. Solicitou o adiamento das sessões, para que todos os intervenientes cumprissem a quarentena obrigatória de 14 dias.

 Aliás, hoje foram reveladas 3 novas infecções. A Ordem dos Advogados também interpusera um requerimento solicitando o cancelamento das sessões pelas mesmas razões.

 O Juiz Eufigénio Baptista corroborou e interrompeu as sessões até o dia 6 de Janeiro. Ele comunicou que,   quando as sessões forem retomadas, faltará apenas ouvir alguns declarantes  com ligações à ré Ángela Leão e o antigo Presidente da República Armando Emilio Guebuza. 

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

suspeitas de infecções por COVID-19 na tenda da B.O

 


Todos os sujeitos processuais do julgamento do caso das “dívidas ocultas” estão a ser submetidos a testes rápidos da COVID-19, depois, que, na última quinta-feira, um advogado ter testado positivo.

A situação forçou o juiz a interromper a sessão de julgamento para que a tenda e outros compartimentos fossem desinfectados. Os testes rápidos deverão ditar a sessão prevista para esta segunda-feira, pois há sujeitos processuais sem os quais o julgamento não pode acontecer.

O resultado do teste de Efigénio Baptista é dos mais aguardados dos que participam do julgamento.

Hoje, está prevista a audição de dois declarantes, nomeadamente Nuno Mucavel, que recebeu uma transferência de Armando Ndambi Guebuza e Filipe Januário, da Inspecção de Pescas.

Terroristas no Niassa: a história do Nó Górdio se repetirá?

 


Em 1970, os guerrilheiros da Frelimo estabeleceram o norte de Cabo Delgado como zona libertada. Em março de 1970, Portugal nomeou um novo comandante militar, o Brigadeiro General Kaulza de Arriaga. Foi comandante da força terrestre em Moçambique e estudou guerra no Instituto de Estudos Superiores Militares de Lisboa. E ele visitou os Estados Unidos para consultas com o general William Westmoreland sobre as táticas dos EUA no Vietname.

Seu plano era a Operação Nó Górdio. Os portugueses usaram bombardeiros ligeiros, helicópteros e patrulhas terrestres reforçadas. Eram táticas americanas de ataques rápidos de helicópteros apoiados por pesados bombardeios aéreos contra os campos da Frelimo. Esses bombardeios foram acompanhados pelo uso de artilharia pesada, por exércitos motorizados guiados por bulldozer. A Operação durou sete meses e contava com 35.000 soldados portugueses, enfrentando 10.000 guerrilheiros da Frelimo.

Foi a maior e mais cara campanha militar portuguesa em Moçambique e parecia bem sucedida. As rotas de infiltração da Tanzânia foram em grande parte cortadas e a maioria das bases da Frelimo destruídas. Estima-se que mais de 400 guerrilheiros da Frelimo foram mortos e 1500 capturados - um quinto da força de guerrilha.

Mas o modelo do Vietname de Kaulza de Arriaga se aplicava a ambos os lados. Apesar das perdas, os guerrilheiros da Frelimo dispersaram-se principalmente para áreas fora de Cabo Delgado onde havia menos soldados portugueses porque Kaulza de Arriaga tinha retirado tropas de todo o país, deixando outras zonas desprotegidas. A Frelimo abriu com sucesso a nova frente em Tete e, depois do Nó Górdio, os guerrilheiros regressaram às zonas libertadas de Cabo Delgado e expandiram-se para o centro de Cabo Delgado.

Portugal descobriu que era muito caro em dinheiro e baixas para que o Nó Górdio continuasse. A campanha de sete meses, que parecia um sucesso, não conseguiu deter uma força guerrilheira móvel. E deu início ao movimento em Portugal e entre os soldados do exército colonial que derrubou o governo português em 1994 e trouxe a independência de Moçambique.

Claro que não existem duas guerras iguais. Na guerra actual, ambos os lados têm forças muito menores e a Frelimo travou uma guerra rural, não tentando capturar e manter cidades provinciais. Mas as semelhanças são impressionantes. Está na mesma área - Cabo Delgado. Uma insurgência local de guerrilheiros móveis com algum apoio local está sendo empurrada para fora da zona de guerra por um exército profissional mecanizado com apoio aéreo. Mas a taxa de baixas da guerrilha até agora parece mais baixa - tendo aprendido com a experiência e a história, a guerrilha não está tentando defender bases e está se dispersando no mato, esperando para se reagrupar.

Os insurgentes aprenderam as lições da história. O governo se esqueceu delas?


CARTAMOZ