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segunda-feira, 20 de março de 2023

Governo moçambicano tem "medo de uma Primavera Árabe"

 


Analistas dizem que uso excessivo da força pela polícia moçambicana, este sábado, reflete o falhanço das políticas da FRELIMO e pode fazer aumentar a revolta popular. Oposição diz que sucedido pode ferir presença na ONU.

A violência usada, este sábado (18.03), pela polícia moçambicana para travar as marchas organizadas em homenagem ao 'rapper' Azagaia mostram que a FRELIMO, partido no poder, tem "medo de uma Primavera Árabe" no país. 

O Governo da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) "tem medo que aqueles movimentos lá de cima, que aconteceram no Magrebe, possam descer para esta zona subsaariana", afirmou, esta manhã à Lusa, João Feijó, investigador do Observatório do Meio Rural (OMR).

O também sociólogo defendeu que as várias crises que Moçambique atravessa provocam uma "desconfiança profunda" nas autoridades, levando-as a "negar por completo direitos constitucionais de participação [política], de livre expressão e de liberdade de reunião".

"Tiques fascistas"

A atuação da polícia, prosseguiu, reproduz um contexto "sinistro", com "tiques fascistas do tempo colonial", contra os quais a FRELIMO usou a luta armada.  

"A FRELIMO constituiu um movimento de jovens que encontraram na violência a única forma possível de participação [na resolução dos problemas do país], eles foram empurrados para a violência pelo Governo colonial", enfatizou, tentando expor as contradições do partido no poder, ao repetir os erros do sistema colonial português no tratamento às reivindicações das antigas colónias. 

Mosambik DemonstrationMosambik Demonstration

Polícia moçambicana reprimiu, este sábado, com gás lacrimogéneo marcha de homenagem a Azagaia em MaputoFoto: Da Silva Romeu/DW

Também Régio Conrado, docente de Ciência Política na Universidade Eduardo Mondlane (UEM), considera que a sistemática repressão de manifestações populares por parte da polícia traduz a consciência que o Governo tem do falhanço das suas políticas e do acentuado descontentamento social.

"Quando um determinado regime atinge este nível de podridão, de incompetência e de ineficiência, obviamente, que o que lhe resta à sua disposição é o uso excessivo da força", enfatizou Conrado.

Para "a sua própria sobrevivência" perante o desgaste da imagem, continuou, o Governo da Frelimo recorre ao "uso excessivo da força".

Destacando que as marchas convocadas em memória de Azagaia eram pacíficas, o académico salientou que a violência policial só vai intensificar a revolta popular e aumentar "a agonia do regime".

"É um Governo fraco"

O diretor da ONG Centro de Integridade Pública (CIP), Edson Cortez, referiu que o atual Governo está a mostrar que é o "mais fraco da história de Moçambique e recorre à violência para travar o exercício das liberdades fundamentais".

"É um Governo fraco, os governos fracos aumentam a força da repressão e este é o Governo mais fraco que Moçambique já teve em toda a sua história", frisou Cortez.

Mosambik DemonstrationMosambik Demonstration

Ação policial está a ser severamente criticadaFoto: Da Silva Romeu/DW

Para o diretor do CIP, o Governo da Frelimo é hostil ao pensamento diferente, mas permite manifestações e marchas de apoio ao partido no poder.

"Para proteger o cidadão, [a nossa polícia] nunca lá está, sempre é das entidades públicas menos credíveis", frisou.

A polícia moçambicana não respeita a lei e está sempre associada a atividades criminosas, incluindo raptos", destacou.

Presença na ONU

Reagindo também aos acontecimentos desta manhã, Lutero Simango, presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), questiona: "Que presidência [do Conselho de Segurança] estamos a demonstrar com esta violação dos direitos humanos?".

O líder daquele partido da oposição falava aos jornalistas nas ruas de Maputo, à margem da ação policial, e questionou qual a imagem que o país transmite ao violar "os princípios básicos da paz".

"Nós, moçambicanos, queremos a paz", realçou.

Azagaia

Vítor da Fonseca, comissário dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados de Moçambique, também nas ruas da capital, criticou igualmente a ação da polícia.

"Moçambique ficou membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e está a violar a segurança" no seu próprio solo, referiu.

"Parece que estamos numa ditadura"

Aquele responsável perguntou até se "virão sanções", face ao que considerou ser um uso excessivo da força.

"Este povo não tem nenhuma pedra, nenhum instrumento, só a boca a dizer: 'povo no poder'", referiu, numa alusão a um dos temas mais conhecidos do 'rapper' Azagaia e cujo título foi hoje repetido nas ruas da capital.

"Parece que estamos numa ditadura, não num Estado de direito democrático", disse, considerando que os acontecimentos de hoje "vão contra o que a Constituição da República preconiza no artigo 51, quando fala do direito a reunião e manifestação".

"O Estado está sendo ofuscado por algumas pessoas que não querem o Estado de direito democrático", concluiu.

Moçambique assumiu em janeiro o mandato de membro não-permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para o período de 2023 e 2024. Este órgão, criado para manter a paz e a segurança internacionais em conformidade com os princípios das Nações Unidas, tem cinco membros permanentes - Estados Unidos de América, Rússia, França, Reino Unido e China - e dez membros não-permanentes.


⛲:Dw

sábado, 18 de março de 2023

Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Vladimir Putin

 


O Tribunal Penal Internacional emitiu, hoje, um mandado de detenção contra o Presidente russo, Vladimir Putin, acusando-o de ser responsável por crimes de guerra na Ucrânia. A Ucrânia elogiou a medida, entretanto a Rússia diz que a mesma é insignificante por Moscovo não ser signatário do Estatutos de Roma.

HRW pede investigação ao uso de gás lacrimogéneo no funeral de Azagaia em Maputo



A Human Rights Watch (HRW), organização internacional de defesa dos direitos humanos, pediu uma investigação ao uso de gás lacrimogéneo pela polícia moçambicana durante o cortejo fúnebre do ‘rapper’ Azagaia, na terça-feira, em Maputo.

“As autoridades moçambicanas devem investigar rápida e imparcialmente o uso de gás lacrimogéneo pela polícia no cortejo fúnebre de um famoso ‘rapper’ no dia 14 de março de 2023, em Maputo”, defendeu hoje a Human Rights Watch em comunicado.

O cortejo do chamado ‘rapper’ do povo, que juntou milhares de pessoas na capital moçambicana, foi bloqueado por blindados e polícia fortemente armada num ponto do percurso que passaria em frente à residência oficial do Presidente da República.

Testemunhas citadas pela HRW referiram que a tensão aumentou quando a multidão se recusou a obedecer às ordens da polícia, com algumas pessoas a ajoelhar-se e a levantar os braços em sinal de paz, outras a gritar com a polícia.

Recorrendo às redes sociais e imagens de uma televisão local, a organização viu “polícias de choque dispararem para o ar e usarem gás lacrimogéneo contra a multidão, para a dispersar”, momento em que “um polícia que parecia ser o comandante gritou: ‘Parem de atirar. Eu sou o único que dá ordens aqui’”, descreve o comunicado.

O carro fúnebre com a urna acabaria por passar, mas a população que o acompanhava foi obrigada a recuar e seguir por uma via alternativa.

"A polícia moçambicana responsável pela segurança em cortejos fúnebres ou outras reuniões públicas deve sempre respeitar as normas de direitos humanos para o uso da força", disse Ashwanee Budoo-Scholtz, vice-diretor para África da HRW. 

"Uma investigação imparcial é necessária para determinar se os agentes se apressaram desnecessariamente a usar gás lacrimogêneo e para responsabilizá-los”, acrescentou.

A organização cita diretrizes das Nações Unidas e da União Africana para sublinhar que o uso da força deve ser um último recurso para proteger vidas e de forma proporcional à ameaça.

No caso particular do gás lacrimogéneo, “só deve ser utilizado depois de ser dado um aviso e os participantes terem tido tempo para obedecer ao aviso e ter um espaço ou rota segura para se moverem”, aponta a HRW, citando indicações das Nações Unidas.


⛲ Cartamoz 


sexta-feira, 17 de março de 2023

Nyusi diz que há organizações da sociedade civil que querem destruir a Frelimo

 


O presidente da Frelimo diz que há intrusos no partido que visam fragilizar e sujar o nome da organização política. Filipe Nyusi, que falava esta quinta-feira durante a abertura do seminário de capacitação dos membros do Comité de Verificação da Frelimo, instou os membros a manterem-se vigilantes contra todos os que querem destruir o partido.

A Frelimo esteve reunida, esta quinta-feira, na escola central do partido, na Matola, para capacitar os membros do Comité de Verificação, eleitos recentemente no 12º congresso do partido, que decorreu em Setembro do ano passado.

Durante o discurso de abertura do seminário de capacitação, Filipe Nyusi, apelou à coesão dos membros da Frelimo, pois só assim poderá estar capacitada para enfrentar quaisquer desafios impostos por forças que actuam contra o partido.

“O partido Frelimo está inserido num mundo de intensa competição política. Assim, somos chamados a aperfeiçoar os métodos de trabalho para fazer frente às forças contrárias aos nossos desígnios”, disse Nyusi, afirmando que os adversários da Frelimo têm vindo a reforçar os métodos de actuação, visando subverter as linhas de orientação do partido.

O número um da Frelimo disse: “Tal como no passado, os nossos adversários têm como alvo principal destruir a unidade e a disciplina do nosso partido. O Tribalismo, o regionalismo e outras formas de discriminação são algumas formas que alguns elementos de dentro ou de fora usam ou, por vezes, invocam para encobrir a ambição por poder ou para satisfação de interesses pessoais e de grupos”.

Filipe Nyusi acrescentou que o partido precisa de se reorganizar para poder fazer face aos desafios das eleições autárquicas de Outubro próximo.

“Em outubro, terão lugar as sextas eleições autárquicas, um momento de extrema importância no ciclo político nacional, em que o nosso partido tem o desafio de manter a governação das 44 autarquias sob nossa gestão, resgatar as nove sob gestão da oposição e vencer nas 12 novas autarquias. Mas isso só pode ser bem feito na base, onde funciona a peneira ou a seiva, e isso passa com transparência, responsabilidade, justiça e integridade”, defendeu o presidente da Frelimo.

Segundo Nyusi, acima de tudo, o partido deve garantir que sejam escolhidos candidatos com perfil adequado, capazes de atrair o voto dos eleitores, para uma “vitória esmagadora da Frelimo”.

Ao Comité de Verificação, Nyusi apelou ao combate à corrupção, tanto dentro do partido, quanto nas instituições públicas, uma vez que os membros do partido são também parte do Governo e têm a possibilidade de agir contra as acções ilegais; mas também porque cabe ao Comité de Verificação garantir o estrito cumprimento dos estatutos do partido.

“Com a liberalização política que o país vive e atento a outros fenómenos que o país vive, a actuação de determinadas forças e organizações que, sob a capa de apoiar as comunidades, procura minar a posição da Frelimo e do Governo”.

Uma das principais responsabilidades do Comité de Verificação do Comité Central é a verificação do perfil dos candidatos aos pleitos eleitorais, por isso Nyusi apelou à verificação escrupulosa deste pacote, rumo às eleições autárquicas.


⛲ O País 

quinta-feira, 16 de março de 2023

Nove países vão entregar 150 tanques Leopard à Ucrânia

 


Nove países já se comprometeram a enviar cerca de 150 tanques Leopard para a Ucrânia. A informação foi revelada esta quarta-feira pelo chefe do Estado-Maior norte-americano, o general Mark Milley.

Em declarações aos jornalistas no final da décima reunião do grupo de trabalho para a ajuda militar a Kyiv, Mark Milley não especificou se este número, de 150 tanques, inclui aqueles que a Alemanha, Polónia e outros países já tinham anunciado que iriam entregar à Ucrânia.

No entanto, Milley especificou que a Suécia decidiu fornecer 10 tanques Leopard e que a Noruega fornecerá dois sistemas de defesa antiaérea NASAM.

O Canadá anunciou, por sua vez, que doará aproximadamente 8.000 cartuchos de munição de 155 mm, bem como 12 mísseis de defesa aérea do inventário das Forças Armadas do Canadá e mais de 1.800 cartuchos de munição de treino para tanques.

“Mas para a Ucrânia proteger o seu território soberano e defender os seus cidadãos a longo prazo, devemos continuar”, lembrou, por sua vez, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin.

O governante norte-americano assegurou também que a ajuda ao país invadido pela Rússia não vai parar.


⛲ O país 

Terroristas aparecem em paz na aldeia Pangane e pedem às pessoas que sigam o Alcorão



Famílias na sua maioria de pescadores, que regressaram sem autorização das autoridades à aldeia Pangane, posto administrativo de Mucojo, no distrito de Macomia, foram obrigadas a participar numa reunião, convocada por um grupo de terroristas que escalou aquela região, ao princípio da noite da última segunda-feira (13).

Segundo fontes, sem usar a violência, que é a sua marca, o grupo de terroristas disse à população que não tinha intenção de fazer mal a ninguém, mas falou sobre a necessidade de seguir as ordens de Deus (Allah) emanadas do Alcorão.

De acordo com as nossas fontes, os terroristas disseram às pessoas que devem rezar, jejuar e aumentar a prática de boas acções, sobretudo durante o mês do Ramadão, consagrado para jejum dos muçulmanos.

De seguida, o grupo pediu para comprar alguns produtos alimentares, incluindo pescado, porém, queimou cigarros que estavam à venda e ofereceu dinheiro a algumas pessoas, sobretudo os idosos. Ao queimar os cigarros, os terroristas alegaram que não era permitido na "sharia".

A fraca movimentação dos terroristas na região costeira do distrito de Macomia, devido às frequentes acções da força local, das FDS e da missão militar da SADC, com destaque para a tropa sul-africana, motivou o regresso de algumas famílias acolhidas em Mucojo, na sua maioria pescadores.

Nos últimos dias, a vila de Macomia recebe muita quantidade de peixe proveniente de Mucojo e de Pangane. 


⛲ Carta

terça-feira, 14 de março de 2023

Ciclone Freddy faz dezenas de mortos no Malawi e Moçambique

 



Dados preliminares do Governo moçambicano indicam que pelo menos oito pessoas morreram na província da Zambézia com a passagem do ciclone Freddy, no fim de semana. No Malawi, há a confirmação de mais de 60 óbitos.

Os governos de Moçambique e do Malawi ainda estão a contabilizar a destruição deixada pelo regresso do ciclone Freddy à África Austral, durante o fim de semana. A tempestade abalou o centro de Moçambique no sábado, avançando depois para o Malawi, onde provocou deslizamentos de terra.

Em Moçambique, indicam os dados preliminares avançados pelo Ministério da Saúde, esta segunda-feira (13.03), a passagem do ciclone fez, na província da Zambézia, pelo menos oito mortos.

Do número total de óbitos, sete ocorreram na cidade de Quelimane, a capital provincial, e um no distrito de Mocuba, disse à comunicação social na província da Zambézia o ministro da Saúde.

Segundo Armindo Tiago, "a situação é crítica na província".

"Há uma considerável destruição de infraestruturas" e falhas na energia e telecomunicações em algumas regiões.

Em entrevista à Reuters, Guy Taylor, da UNICEF Moçambique, afirma que as agências humanitárias de Quelimane não têm capacidade para lidar com uma catástrofe desta dimensão.

Na sua conta da rede social Twitter, Taylor escreve que, "vista do ar, a destruição deixada pelo ciclone é ainda mais chocante, com graves danos em casas, escolas e infraestruturas. É necessário um apoio urgente", diz.

O ciclone Freddy já perdeu força e é agora uma tempestade tropical, mas ainda assim deverá provocar chuva intensa até quarta-feira no centro de Moçambique.

O Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD) abriu centros de acolhimento e tem lançado alertas nos últimos dias para a população sair de casas precárias e zonas ribeirinhas ou que habitualmente são sujeitas a inundações.

66 mortos no Malawi

No Malawi, a organização Médicos Sem Fronteiras e a Cruz Vermelha avançaram, esta segunda-feira, que o número de mortos subiu para os 66.

Mais de 60 corpos foram encontrados na cidade de Blantyre. Em entrevista à Reuters, por telefone, a diretora nacional da organização Médicos Sem Fronteiras, Marion Pechayre, deu conta que estão ainda a ser tratados no hospital desta cidade mais de 200 feridos.

Os ferimentos, acrescenta, foram causados pela queda de árvores, deslizamentos de terras e inundações repentinas.

O porta-voz da polícia, Peter Kalaya, diz que as operações de salvamento ainda estão em curso. As equipas de resgate continuam a tentar encontrar pessoas em Chilobwe e Ndirande, duas das cidades mais afetadas, e onde ainda chove esta segunda-feira.

O Governo do Malawi ordenou o encerramento das escolas em dez distritos do sul até à próxima quarta-feira. Também a companhia aérea Malawi Airlines cancelou todos os voos para Blantyre, após um avião ter sido obrigado a regressar à capital Lilongwe devido às condições meteorológicas.

O Freddy é um dos ciclones mais duradouros e que realizou uma trajetória mais longa nas últimas décadas, percorrendo mais de 10.000 quilómetros desde que se formou no norte da Austrália, em 4 de fevereiro, e cruzou o oceano Índico até ao sul do continente africano. 

O ciclone atingiu pela primeira vez a costa leste de Madagáscar em 21 de fevereiro e, depois de atingir Moçambique, regressou à ilha a 5 de março, onde quase 300.000 pessoas foram afetadas e 17 morreram, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas.


⛲ Dw

segunda-feira, 13 de março de 2023

Moçambique e mundo despedem-se amanhã de Azagaia



É já amanhã, terça-feira, que o país e o mundo se irão despedir, pela última vez, do rapper Edson da Luz, mais conhecido por Azagaia, falecido na noite da passada quinta-feira, 09 de Março de 2023. O velório terá lugar no Paços do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, pelas 08:00 horas, sendo que o funeral terá lugar pelas 14:00 horas, no Cemitério Municipal de Michafutene, no distrito de Marracuene, província de Maputo.

Azagaia perdeu a vida na noite de quinta-feira, na sua residência localizada no bairro de Khongolote, no Município da Matola, província de Maputo. Até então são desconhecidas as causas da sua morte, porém, suspeita-se que o rapper tenha sofrido um ataque epiléptico, visto que sofria de epilepsia.

Familiares, colegas, fãs e admiradores do artista, que se tornou um ícone da música lusófona, devido às suas letras de intervenção política e social, são esperados amanhã no Paços do Município para render a sua última homenagem ao “herói do povo”. 

Aliás, as homenagens a Azagaia iniciaram na noite da passada sexta-feira, em quase todo o país e em vários países da lusofonia, com destaque para Angola, onde milhares de fãs organizaram vigílias em memória do rapper. Maputo, Matola, Inhambane, Moatize são algumas das cidades moçambicanas que já prestaram homenagem ao rapper, o mesmo que se verificou nas cidades angolanas de Luanda, Moxico e Huambo.

Azagaia, que irrompeu o mercado lusófono com o seu hit “As mentiras da verdade” foi, depois do falecido Jeremias Ngoenha, o artista que mais abordou abertamente a situação política, social e económica do país, visando directamente o governo da Frelimo, que desde a independência governa o país.

As vigílias não constituíram apenas as únicas formas de homenagem ao rapper. As suas músicas foram resgatadas e tornaram-se as mais escutadas durante o fim-de-semana, em diversos pontos da cidade e província de Maputo, por onde “Carta” pôde testemunhar.

Um sociólogo crítico

Edson da Luz não só foi homenageado por colegas e anónimos, mas também por políticos e académicos. Lutero Simango, Presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), partido político do qual Azagaia fez parte, defendeu que Azagaia não só mobilizou o país, como também libertava as almas dos seus concidadãos e obrigava-os várias vezes a repensar as suas responsabilidades, “com o único objectivo de garantir o bem-estar do nosso povo”.

Já o académico português Boaventura De Sousa Santos defende que Azagaia “soube ser um sociólogo do chão”, tendo sabido “interpretar as ansiedades”. Em entrevista à STV, o sociólogo disse que o rapper era um educador.

“Eu penso que o que ele fez foi lutar para que a sociedade civil e os cidadãos não aceitassem uma série de imposições de instituições internacionais, o Banco Mundial e o FMI, porque fazem uma série de imposições que os governos aceitam facilmente. Isso cria uma grande revolta. E essa revolta está expressa nas letras maravilhosas de Azagaia”, atirou o académico.

Refira-se que até ao momento não se sabe se o Governo fará parte da cerimónia de despedida do cantor, cuja obra sempre visou as políticas do Governo. O Chefe de Estado e o partido Frelimo ainda não reagiram à morte do artista, sendo que a mensagem do Governo foi transmitida pela Ministra da Cultura e Turismo, Edelvina Materula, que caracterizou Azagaia como uma lenda da música moçambicana, pelo que o país perdeu um activista versátil


⛲ CARTAMOZ

sábado, 11 de março de 2023

Morreu o Actor Muzaia

 



Morreu o Actor e Humorista Satar Muzaia

sexta-feira, 10 de março de 2023

Azagaia (1984 – 2023): cantores nacionais e internacionais prestam homenagem a Azagaia

 


Diversos artistas usaram as suas contas nas redes sociais para prestar homenagem ao rapper Azagaia. Ainda nas redes sociais, várias outras pessoas publicam fotos do autor de Babalaze, acompanhadas de palavras que expressam a sua grandeza.

As condolências sobre a morte de Azagaia vêm de toda parte. De Portugal, por exemplo, o rapper Valete partilhou nas suas contas das redes sociais.

“Um dos seres humanos que mais admirei em toda a minha vida. Um verdadeiro patriota” (…) A milhares de quilómetros de distância faremos uma homenagem eterna a um dos homens mais importantes da História do Rap Lusófono”.

Do Brasil, o rapper Gabriel Pensador lamentou nos seguintes termos: “grande perda para nossa música e cultura hip-hop”.

Mesmo sendo praticante de outro género musical, a cantora angola Pérola escreveu: “que notícia triste! Descansa em paz, Azagaia!”

Em Moçambique, a comoção foi ainda maior. Vários artistas dedicaram mensagens ao “mano Azagaia”, como era também chamado.

A cantora Lenna Baúle descreveu Azagaia em apenas duas palavras: Grandioso e eterno!

O professor universitário e presidente do Fundo Bibliográfico de Língua Portuguesa, Nataniel Ngomane, escreveu:

“Morreu um Homem. Homem, com agá maiúsculo. Porque representava todos os Homens e Mulheres desfavorecidos. Os desgraçados, os miseráveis. E não era apenas um rapper. Era um Homem. Homem com agá maiúsculo. “Povo no Poder!”

A também cantora de Hip-Pop, Iveth, que cantou ao lado de Azagaia várias vezes, dedicou o perfil no facebook ao cantor e ainda publicou o seguinte:

“Disseste o que deveria ser dito e fizeste o que deveria ser feito. Choramos a tua morte, mas celebramos a tua vida e obra com orgulho e honra. Lutaste um bom combate e deste voz aos sem voz, tiraste goela afora as mentiras da verdade e gritaste por paz, justiça para todos.”

O Governo também reagiu à morte do Azagaia, através da Ministra da Cultura e Turismo.

“Perdemos o músico de intervenção social, Azagaia, uma lenda da música jovem moçambicana que tatuou a sua carreira pela forma destemida como tratava os assuntos nas suas composições musicais. A sua marca fica registada, e o seu nome agrafado na história da música do nosso país e do continente africano.”

Ano passado, também nas redes sociais, o intelectual português Boaventura de Sousa Santos já se tinha rendido à composição de Azagaia, num vídeo que circulou bastante na internet.

Azagaia morreu, mas a obra é eterna. A família vai reagir à morte oportunamente.


⛲ O país