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quarta-feira, 13 de setembro de 2023

PRESIDENTE DA REPÚBLICA INAUGURA ESTRADA E SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM GAZA

 


O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, começou na manhã de hoje a visita de trabalho à província de Gaza.

Em Gaza, o Presidente Nyusi inaugurou a Estrada Nacional número 101, que liga a vila da Macia à cidade de Chokwé.

Ainda hoje, o Presidente da República de Moçambique, deslocou-se ao distrito de Chibuto, onde inaugurou o Sistema de Abastecimento de Água do Posto Administrativo de Malehice, no âmbito do incremento da taxa de cobertura de abastecimento de água na província de Gaza.


Fonte: TV Miramar

Moçambique quer vacinar 21 milhões de crianças contra a poliomielite em quatro dias


Estão disponíveis 25.665.180 doses da vacina oral.

Moçambique vai realizar nos próximos quatro dias a nona campanha de vacinação contra a poliomielite, prevendo chegar a mais de 21 milhões de crianças e adolescentes, indicou esta terça-feira à Lusa fonte do Ministério da Saúde (Misau).

De acordo com dados avançados pelo diretor do Programa Alargado de Vacinação do Misau, Leonildo Nhampossa, para esta nona ronda estão disponíveis 25.665.180 doses da vacina oral, para um universo de 21.749.477 crianças e adolescentes, até aos 15 anos, a vacinar de 13 a 16 de setembro, em todo o país.

Tata-se da segunda campanha de vacinação contra a poliomielite realizada em 2023 em Moçambique -- a anterior foi em junho - e depois de outras sete realizadas em 2022, ano em que foram registados 33 casos de poliomielite no país, sendo as províncias da Zambézia e Tete, no centro do país, as mais críticas.

Estas operações de imunização decorrem habitualmente porta a porta, em unidades de saúde, escolas, creches, locais de cultos religiosos, mercados e outros pontos de concentração de pessoas.

O Ministério da Saúde anunciou, em fevereiro, a realização de quatro rondas de imunização contra a poliomielite durante este ano, uma doença que não era registada no país desde 1992 e que ressurgiu depois de eclodir no vizinho Malaui.

A poliomielite é uma doença infecciosa sem cura que afeta sobretudo as crianças com menos de 5 anos e que só pode ser prevenida com a vacina.

Nalguns casos, pode provocar paralisia de membros.

⛲ Cm

Governo promete pagar a desmobilizados da RENAMO este mês



Executivo moçambicano espera pagar "até ao dia 23 de setembro as pensões fixadas" aos antigos guerrilheiros da RENAMO no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração.

O Governo moçambicano prometeu pagar, neste mês, as "pensões fixadas" para os antigos guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) resultante dos acordos de paz.

"Esperamos que até o dia 23 de setembro tenhamos pagado as pensões fixadas logo que recebidas com visto do Tribunal Administrativo", disse Filimão Suaze, porta-voz do Conselho de Ministros, esta terça-feira (12.09) após a 32.ª sessão do órgão, em Maputo.

O processo de DDR, que abrangeu 5.221 antigos guerrilheiros da RENAMO, maior partido da oposição moçambicana, terminou em junho último com o encerramento da base de Vunduzi, a última do partido, localizada no distrito de Gorongosa, província central de Sofala.

Segue-se a fase de reintegração, que inclui o início do pagamento de DDR: Recebida base de dados para pensões de ex-guerrilheirospensões aos desmobilizados.

Processo está "muito avançado"

Segundo Filimão Suaze, o pagamento deverá ser feito "diretamente nas contas bancárias dos beneficiários", pedindo, por isso, que os desmobilizados entreguem os "documentos necessários para a fixação das suas pensões" nas sedes dos distritos, serviços provinciais dos combatentes e no Ministério dos Combatentes.

O porta-voz garantiu que o processo de pagamento das pensões está "muito avançado", referindo que o Governo "está a cumprir a sua parte" do acordo.

"Como Governo reafirmamos que tudo aquilo que está previsto no DDR está sendo cumprido", vincou o porta-voz do Conselho de Ministros

A base da RENAMO fechou 30 anos e oito meses depois do fim da guerra civil moçambicana e a cerimónia representou o final do processo de desmobilização dos guerrilheiros que permaneciam nas bases em zonas remotas e que começaram a entregar as armas em 2019.

O encerramento da última base faz parte do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional assinado entre o Governo, da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), e a RENAMO, em agosto de 2019, o terceiro assinado entre as partes, tendo sido os dois primeiros violados e resultado em confrontação armada, na sequência da contestação dos resultados eleitorais pelo principal partido da oposição.

⛲ Dw

terça-feira, 12 de setembro de 2023

PR enaltece aceitação da União

 


O Presidente da República (PR), Filipe Jacinto Nyusi, manifestou regozijo pelo facto de a União Africana (UA) ter sido aceite como membro pleno do G-20, uma vez que o continente está na linha da frente na abordagem de assuntos globais, incluindo os relativos às mudanças climáticas, segurança alimentar e reformas de instituições financeiras internacionais.

Por isso, é essencial que África tenha plena voz na tomada de decisão sobre assuntos globais. Com a segunda população mais jovem, o continente está preste a mostrar maior desempenho em relação ao resto do mundo em termos de crescimento económico nos próximos dois anos, quanto ao PIB”, refere.

Adiante, o Chefe do Estado diz estar confiante que a participação da UA será transformadora pelo impacto do G-20 e no avanço dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. Como membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, Moçambique está determinado a fazer a sua parte na busca de soluções africanas para os desafios africanos, a nível nacional, continental e internacional.


Fonte: Folha de Maputo

Ossufo Momade prevê guerra logo depois das eleições autárquicas



Moçambique poderá voltar à guerra a partir de Outubro próximo, caso a Frelimo continue a provocar a RENAMO e volte a governar os municípios do país por via de fraude nas eleições autárquicas de 11 de Outubro.

O alerta é do líder da RENAMO, Ossufo Momade, que pede ao Presidente da República e ao partido Frelimo a conformar-se com a democracia.

Ossufo Momade diz não estar a gostar do que Frelimo continua a fazer para se manter no poder e já não está a suportar as humilhações por que os membros da Renamo estão a passar, principalmente desde que o partido desmobilizou os seus homens, entregou todas as armas e encerrou todas as bases militares que existiam em Moçambique.

Além de eleições livres, justas e transparentes, Ossufo Momade está preocupada com as provocações da Frelimo, que supostamente estão a pôr em causa a democracia.

Ossufo Momade promete não reagir a algumas provocações, mas exige o fim da perseguição e assassinato dos membros da Renamo, para que Moçambique continue em paz.

O problema é antigo, mas agora a situação se agravou devido à suposta tentativa de assassinato do presidente do Município de Nampula, Paulo Vahanle.

A manutenção da paz em Moçambique, segundo Ossufo Momade, depende da Frelimo, que deve acabar com as perseguições políticas e evitar qualquer tentativa de governar o país por meio de fraudes eleitorais.

Ossufo Momade diz que promete continuar a lutar até que a democracia seja aceite efectivamente em Moçambique. Ossufo Momade falava em entrevista exclusiva ao jornal O País.

O País 

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Governo elabora Política Nacional de Urbanização

 


O Governo quer reduzir os assentamentos informais e organizar melhor as cidades, por isso está a elaborar a Política Nacional de Urbanização. O instrumento poderá ser submetido ao Parlamento no próximo ano.   

As construções desordenadas e o crescimento de assentamentos informais são alguns problemas que colocam em causa o ordenamento territorial, por isso o Governo pretende implementar a Política Nacional de Urbanização, como forma de reduzir os fenômenos. 

Que haja uma Política Nacional de Urbanização mais organizada e esta poderá ajudar-nos a conviver com estes eventos extremos, tal é o caso das mudanças climáticas que vieram para ficar, disse Plácido Pereira, director nacional de Desenvolvimento Autárquico, do Ministério da Administração Estatal e Função Pública. 

A Política Nacional de Urbanização é um instrumento que  ainda se encontra na fase de elaboração, depois da auscultação feita em seis províncias.  

Com a sua implementação,  pretende-se acelerar o desenvolvimento urbano, numa altura em que pelo menos 23 por cento dos moçambicanos vivem nas cidades. 

Esta segunda-feira, a equipa multissectorial do Governo, responsável pela elaboração da Política Nacional de Urbanização, reuniu-se, na Cidade de Maputo, para apreciar a proposta. 

Compreendemos que olharam para todos os aspectos, desde as tendências demográficas, movimentos migratórios, aspectos socioculturais, questões climáticas, mas também o modelo actual das nossas cidades, disse Ana Comoane, ministra da Administração Estatal e Função Pública.  

Elaborada, a Política Nacional de Urbanização será submetida à Assembleia da República para aprovação e divulgação.


Fonte: O país

domingo, 10 de setembro de 2023

Lula garante que Putin não será detido no brasil

 


O Presidente russo, Vladimir Putin, não será detido se participar na próxima cimeira do G20, que se realizará no Rio de Janeiro em 2024. A garantia foi dada hoje Lula da Silva, Presidente do Brasil.

Lula da Silva garantiu, numa entrevista a uma televisão indiana, que Putin vai ser convidado para visitar o Rio de Janeiro, mesmo com um mandado de prisão contra o líder russo, que Moscovo considera nulo e sem efeito.

Os alegados crimes, como deportação de crianças ucranianas, que terão sido cometidos no âmbito da guerra que a Rússia iniciou com a invasão da Ucrânia, em 24 de Fevereiro de 2022.

Apesar de Lula da Silva ter afirmado estas palavras, o Brasil é signatário do Estatuto de Roma de 1998, o tratado internacional que levou à criação do TPI em 2002, pelo que, teoricamente, deveria deter o Presidente russo se este entrar no território brasileiro.

O G20 reúne a Alemanha, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Turquia, Reino Unido, a União Europeia e a União Africana que foi admitida no grupo no sábado.

⛲ O País 

Filipe Nyusi destaca papel do povo no sucesso dos Mambas

 


O Presidente da República, Filipe Nyusi, destacou, sábado, o papel do povo moçambicano na qualificação dos Mambas para o Campeonato Africano das Nações. Filipe Nyusi diz que os moçambicanos mostraram, uma vez mais, que estavam unidos por uma causa.  

“Primeiro, quero felicitar o povo moçambicano porque, afinal, a presença deles é fundamental não só aqui no campo, por aquilo que vimos. Eu vi este campo cheio quando o Papa Francisco chegou. Isto significa que o nosso grito até ao último segundo foi determinante. Hoje foi o dia em que o Estádio Nacional do Zimpeto mais encheu”, começou por se expressar Filipe Nyusi.

O Chefe de Estado reiterou ainda o trabalho desenvolvido pelos jogadores e equipa técnica dos Mambas nesta fase de qualificação ao CAN. “Felicito os próprios Mambas, não só aqueles que estiveram em campo mas também os que representaram a equipa que se qualificou ao longo deste tempo. Não são todos que jogaram. Outros também fizeram a sua parte. Quero dar os parabéns a estes jovens.”

O trabalho do seleccionador nacional de futebol, Chiquinho Conde, não podia passar despercebido aos olhos de Filipe Nyusi.

É o primeiro moçambicano a estar numa posição de treinador que evoluiu no CAN, e depois como treinador a qualificar a selecção nacional,.

“Incontornável é a própria equipa técnica dirigida por Chiquinho Conde. Portanto, uma pessoa persistente que trabalhou debaixo de todas as pedras que nós lançámos quando a equipa não estava bem. Mas também cantamos alto quando tudo resulta bem. A persistência é importante para o desporto não só aqui mas em todo o lado”, observou o Chefe de Estado.

O Campeonato Nacional de Futebol, o Moçambola, mereceu também destaque por parte do Presidente da República, Filipe Nyusi.

“Há uma coisa que não podemos esquecer e agradecer: o próprio Moçambola. O Moçambola é que faz esta equipa. Os treinadores de todas as gerações, aqueles treinadores antigos que treinam e os que não treinam são os que constroem as nossas vitórias.”

Nyusi gostaria de ter sugerido à Federação Moçambicana de Futebol (FMF) um “slogam” para as camisetas dos Mambas no momento da consagração. “ Eu ostento a camisola dos Mambas que vem escrito ‘já está’ mas eu teria sugerido a ‘fase já iniciou’. Portanto, ainda temos muitos quilómetros por percorrer. Mas para percorrer estes quilómetros todos era preciso passar por essa fase. Eu quero, mais uma vez, felicitar a população moçambicana que está a vibrar. Gostaria de apelar à calma e nada de emoções. Não vamos exceder.”

⛲ O país 

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

DETIDO INDICIADO DE VIOLAR UM RAPAZ DE 12 ANOS EM XAI-XAI

 


Um jovem de 21 anos de idade encontra-se detido na segunda esquadra da Polícia da República de Moçambique em Gaza, indiciado de ter violado um menino de 12 anos numa residência.

O indiciado foi surpreendido pelos vizinhos no acto e terá se colocado em fuga. Diante das acusações o jovem confessa o crime, mas nega ter se colocado em fuga após o flagrante. 

A vítima era vizinho do jovem agora detido na cidade de Xai-Xai 

O Serviço Nacional de Investigação Criminal em Gaza avança como causa do crime o consumo de droga pelo jovem indiciado de violação, que tem passagens pela Polícia por consumo de drogas e vandalização de uma igreja.

Nas últimas semanas, a Miramar tem reportado casos de violação sexual, sobretudo de menores.


Fonte: TV Miramar

A entrevista que Rogério Zandamela nunca deu sobre gestão da politica monetária

 


O Governador do Banco de Moçambique deu, esta semana, uma aula inaugural aos doutorandos em estudos de desenvolvimento da Universidade Politécnica. O tema era “os desafios da política monetária num contexto de gestão decrises”, mas Rogério Zandamela acabou por responder às grandes questões que se levantam sobre a sua actuação enquanto gestor da política monetária na economia moçambicana, bem como os seus impactos na vida dos cidadãos. A seguir, colocaremos os tópicos e o que ele disse sobre eles.

Os motivos por detrás da acção antecipada e retristiva do Banco de Moçambique sobre a política monetária no país em caso de iminência de choques internos e externos

Primeiro, importa referir que, independemente do choque que origina a inflação, se é da procura ou da oferta, não importa, o impacto no poder de compra do cidadão é praticamente o mesmo. As camadas mais baixas não querem saber, só sabem que estão a empobrecer. Isso gera barulhos que, em alguns casos, os governos caem por não conseguirem gerirem o barulho.

No nosso caso, a política monetária é gerida de forma proactiva para conter os impactos desses choques sobre a inflação. No caso dos choques da oferta, a nossa actuação visa conter os efeitos de segunda ronda, ou seja, a repassagem dos seus efeitos para preços de outros bens e serviços na economia. O papel da política é justamente de evitar que os impactos da guerra não se expandam.

Quando o choque é da procura, a actuação da política monetária corresponde ao cenário padrão e visa conter o excesso de procura sobre a oferta.

Segundo, importa também referir que, maioria dos casos, a nossa economia está a ser afectada por múltiplos choques.

Perante situações do género, o Banco de Moçambique não deve permanecer indiferente, ou seja, ter uma postura passiva sob o risco de a inflação atingir níveis insustentáveis. Não é fácil. É um debate contínuo mesmo entre nós: “agimos agora ou agimos depois”. Não é uma coisa fácil, quando olhamos para os indicadores.

Entretanto, temos a consciência de uma coisa: a cada atraso da nossa actuação, o custo de correcção fica mais elevado. Por isso, é importante que o banco central seja proactivo, tomando, antecipadamente, as medidas correctivas, ajustando os isntrumentos de política ao seu dispor, de modo a ancorar as expectativas das famílias e dos agentes económicos.

Exemplos de choques que sem a resposta do Banco de Moçambique o país teria sucumbido

O primeiro foi o de 2016, onde se assistiu a uma rápida depreciação do Metical, atingindo 65% em Novembro, em termos acumulados no ano, que, por seu turno, se traduziu numa inflação anual de 26%, em igual período.

A rápida depreciação do Metical deveu-se ao elevado recurso do Estado ao financiamento bancário doméstico, gerando uma espiral de liquidez na economia, para compensar o corte da ajuda externa ao Orçamento, no âmbito das dívidas não declaradas. O choque das dívidas não declaradas foi antecedido de um choque dos preços externos das mercadorias em 2014 e 2015.

A resposta do Banco de Moçambique à aceleração da inflação foi o incremento da taxa de juro directora em 600 pontos-base, tornando a taxa de juro real positiva. O Banco de Moçambique também aumentou o coeficiente de reservas obrigatórias para os passivos em moeda nacional e estrangeira para 15,5% em finais de 2016.

Como resultado, a inflação anual desacelerou para um dígito emmenos de um ano, passando para 5.6% em Dezembro de 2017, contra 17% em igual período.

O segundo exemplo, é mais recente, onde se notou uma aceleração da inflação anual para ummáximo de12.1% em Agosto de 2022, vinda de uma média de 3% entre 2018 e 2020.

Conforme largamente comentado, tal resultou da ocorrência simultância de dois choques externos, com impacto inflacionário a nível mundial.

O défice na oferta de mercadorias, decoreente dos constrangimentos impostos pela COVID-19 e pelo conflito Rússia-Ucrânia, resultou numa escalada dos preços a nível globale também da inflação.

No caso de Moçambique, aos dois choques externos referidos acima, acresceu-se uma exemplo clássico de choque da procura… é mesmo, parece destino. Este foi consubstanciado no súbito aumento dadespesa pública decorrente da implementação daTabela Salarial Única, sem o correspondente aumento na receita pública. Esta despesa adicinal gerou uma pressão suplementar no financiamento interno e um aumento da liquidez bancária.

Perante esta multiplicidade de choques eos riscos que se impunham à dinâmica da inflação, o Banco de Moçambique teve de aumentar,não só a taxa de juro de política monetária, como também o coeficiente dereservas obrigatórias.

Com efeito, a taxa de juro de política monetária foi incrementada em 400 pontos-base cumulativos, entre Janeiro e Setembro de 2022, ou seja, de 13,25% para 17,25%,mantendo a taxa de juro real positiva.

Entretanto, a liquidez excessiva no sistema bancário,não só representava um risco para a eficácia do uso da taxa de juro como instrumento de política monetária, mas também um risco a estabilidade macro-financeira no geral. Era a liquidez que era maioritariamente apçlicada em títulos públicos, gerando liquidez adicional.

Foi assim que, para resolver o problema de excesso de liquidez, o Banco de Moçambique aumentou, igualmente, o coeficiente de reservas obrigatórias, que se situa actualemnte em 39,0% para os passivos emmoeda nacional e 39,5% para os passivos em modea estrangeira.

A inflação, por seu turno, desacelerou para 5.7% em Julho de 2023, de um pico de 12.1% em Agoosto de 2022.

Tabela Salarial Única é um choque?

Esse é um choque de procura, é um choque interno, que se está a associara choque externos de oferta. Tudo isso traz-se à mesa das dicussões sobre a nossa actuação. (Aconteceu num contexto em que) não havia o corresponde aumento dareceita pública em alguns casos,até com uma redução da receita. Essa é que éa realidade dos números, ninguém pode esconder e já se falou mito sobre isso?

A Tabela Salarial Única é implementada no contexto de outras reformasque se estãoa fazer na economia nacional que são a exigência do Fundo Monetário Internacional para que este voltasse ao apoio directo ao Orçamento. Entre estas reformas, inclui-se, por exemplo, a reformulação da dívida pública. O que dizer destas reformas?

A capacidade de implementar reformas de forma sustentável depende de ter recursos abundantes para sustentar esse crescimento. Neste momento, o país não estáa receber esses recursos. Estamos a receber recursos que são extremamente baixos. Não são, de modo nenhum, nem perto do que seria necessário para podermos alavancar o investimento que nos tire dessa armadilha.

Não temos controlesobre isso, mas temos de contar sobre sobre nós, rezando e esperando que aqueles que têm essa poupança, que estao cada vez mais relutantes a dipo-la para os outros, estejam connosco nesta parceria.

Porque isso liga-se facilmente a cansaço de reforma. “Estamos cansados de ser ajustados. Quando é que chegam os benefícios que vocês falam?”. Quando há esse financiamento, começa-se a ver esses benefícios. Então é essa mensagem que tentamos transmitir.

Eu disse, em Washington, nos Estados Unidos da América, aos colegas (do FMI) que o país está a implementar reformas com pouco financiamento, dançamos, investimos muito tempo esem isso é muito difícil implementarmos reformas, há uma responsabilidade colectiva nesse elemento.

Como é que pensa que o país deveria proceder para lidar com futuras crises?

Precisamos de poupar. Isso depende de nós. Uma coisa é que precisemos de ser ajudados,como falei agora, pedindo ajuda fora e é bom. Entretanto, temos de mostrar que, ao pedir ajuda, também estamos a poupar, isso é um sinalizador importante.

Num contexto em que, desde a indpendência, o país tem o défice, que o próprio governador referiu nesta palestra, um défice gémeo, consistente nas situação de o Estado não ter dinheiro para financiar o orçameento, o que causa défice também na conta corrente. Os dois “défices” andam juntos. De onde, então, virá o dinheiro para essa poupança?

As receitas esperadas da exploração do gás natural da Bacia do Rovuma e de outros minérios constituem uma oportunidade soberana que o país tem de acumular poupanças para fazer frente à ocorrência de choques na economia e contribuir para estabilizar o Orçamento do Estado. Isto pode ser feito coma criação de um Fundo Soberano com regras bem definidas e uma estrutura de governação transparente e funcional.

Temos fazer a nossa parte! Não basta andarmos aí nas capitais e pedir apoio. Eles vão querer ver de nós que estamos a fazer um esforço para sair desta armadilha e que precisamos de apoio com a poupança de outros países.

Falou aqui de quatro licções aprendidas ao longo deste tempo todo, nomeadamente, que i) a política monetária é eficaz, que ii) o ónus da política monetária é elevado quando outras políticas não actuam ou não são criadas as condições para se tornarem complementares, falou da iii) complementaridade e da iv) poupaunça. O Banco de Moçambique sente-se acompanhado por outros actores que intervêm na estabilidade macro-económica?

Apesar da tendência de se atribuir maior ónus à política monetária para resolver os problemas do crescimento económico, ela não pode ser vista como uma panaceia para todos os desafios.

Por exemplo, numa economia em que a dinâmica do sector privado está ancorada à actividade do sector público, como é o caso danossa, quando o sector público enfrenta em honrar seus compromissos com as famílias e empresas, todas a família ressente-se. O papel da política monetária em estimular a economia é limitado.

Um outro exemplo relaciona-se com os nossos padrões de consumo e investimento. A criação de capacidade de produtiva ao longo do tempo está associada a um maior investimento. Nosso caso, metade dos empréstimos concedidos pela banca são para o consumo.

Não é o Banco de Moçambique que vai resolver esses desafios. Porque muito tem a ver com equilíbrios políticos, decisões de natureza política e isso está claramento fora do âmbito de actuação do Banco de Moçambique. Outras instituições estão melhor equipadas (em termos legislativos) para lidar com estas situações. Elas têm de ser chamadas para assumir a sua responsabilidade perante esse grande desafio do país.

Especificamente, o que devia ser feito?

Resumindo, um crescimento duradoiro e abrangente depende da implementação de reformas estruturais profundas que possam complementar e fortalecer a actuação da política monetária, com destaque para: i) combate à corrupção, ii) fortalecimento das instituições, incluindo melhoria do regime de prestação de conta, iii) boa governação, iv) melhoria do ambiente de negócios e v) diversificação da base de crescimento da nossa economia.


Fonte:O país