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Professores acusados de desviar 15 milhões de meticais na Beira


 


Sete funcionários do sector da Educação, entre eles professores, foram detidos na cidade da Beira, em Sofala, indiciado de desvio de cerca de 15 milhões de meticais.
O esquema envolveu 20 trabalhadores das escolas secundárias de Matadouro e Josina Machel. Os indiciados ordenaram pagamentos de salários e bónus, entre Setembro e Dezembro do ano passado, através do Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE).
Entre os detidos existem funcionários que exercem duas actividades, a de professor e a de administrativo. Os que exerciam esta última função teriam, supostamente, contactado os colegas com possibilidade de acesso ao SISTAFE. Mensalmente eram canalizados valores para as contas salário de cada um deles. Quatro meses depois, os montantes recebidos variavam de 350 a um milhão de meticais, por cada beneficiário.
Um dos professores detidos, da Escola Secundária de Matadouro, confessou o crime. “Eu, para além de docente, era administrativo. Falei com os meus colegas no sentido de poderem beneficiar dos valores e eles aceitaram. Entre Setembro e Dezembro beneficiei de um milhão e oitenta mil meticais”.
A Polícia referiu que os beneficiários subtraíram uma parte dos valores que recebiam e entregavam aos administrativos como agradecimento. Nenhuma das partes se pronunciou sobre o assunto.
“Posso garantir apenas que com os 350 mil meticais que recebi em quatro meses, reabilitei a minha casa e construí um muro de vedação. Não tenho mais nada a dizer”, afirmou uma das professoras detidas, da Escola Secundária Josina Machel.
Os pagamentos indevidos tiveram início no primeiro mês em que foi descentralizado o sistema de pagamento de salários, do nível provincial para os distritos. A mega operação fraudulenta foi descoberta por Zinho Augusto, um técnico do sector quando fazia o balancete dos gastos mensais de cada escola na Beira.
“Quando abri o sistema no início deste mês, para fazer o balancete, fiquei surpreendido com o valor gasto pela Escola Secundária Josina Machel. Tinham gasto, num único mês, mais de dois milhões de meticais. Era muito dinheiro para pagamento de bónus numa escola com cerca de 30 professores”, contou o técnico.
Zinho Augusto prosseguiu explicando que o gasto colossal “despertou atenção, fizemos cruzamento com outras escolas e descobrimos que pelo menos mais uma, a Matadouro, que também estava envolvida no mesmo esquema”, tinha indícios de refastelamento com dinheiro do erário público. “Alertamos as autoridades”.
Neste momento, decorrem diligências para a localização das outras 13 pessoas envolvidas no desvio dos 15 milhões de meticais.

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