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População continua a abandonar Palma devido à insegurança


 Centenas de pessoas estão concentradas na aldeia de Quitunda, próximo do acampamento da multinacional francesa Total, aguardando por um transporte marítimo para abandonar o distrito de Palma devido à insegurança. O facto foi confirmado por alguns deslocados que chegaram, na noite da última quarta-feira, à capital da província de Cabo Delgado, a bordo de uma embarcação que atracou no porto de Pemba. “Há muitas pessoas que querem sair de Palma e quase todas estão concentradas em Quitunda à espera que chegue uma embarcação para resgate. 

Quando aparece uma embarcação, as pessoas lutam para conseguir um lugar, mas há outras que não conseguem, porque não têm dinheiro para pagar o transporte”, contou Faiza Kibuana, uma jovem de 15 anos de idade que deixou para trás os seus pais e, agora, vive no centro de acolhimento transitório de Pemba. Entretanto, de acordo com a fonte, além da falta de transporte para resgate, as pessoas, que estão em Quitunda, vivem uma situação dramática e precisam urgentemente de ajuda.

 “Lá, não há ajuda e as pessoas sofrem devido à fome, e o pior é que o hospital não abre e alguns morrem devido a doenças”, revelou Faiza Kibuana. A maior parte das pessoas, que chegam a Pemba, são mulheres e crianças, que são retiradas pelos seus maridos e pais de Palma, devido à crise humanitária e à insegurança e conseguem um lugar nas poucas embarcações disponíveis graças ao uso da força. “O meu marido lutou muito, mas só conseguiu lugar para mim e meus três filhos”, disse Ancha Selemane que, também, deixou para trás os seus irmãos e um tio, que deverão sair de Palma na primeira oportunidade.

 O “O País” contactou a delegada do Instituto Nacional de Gestão de Riscos e Desastres Naturais de Cabo Delgado e Administradora do Distrito de Pemba, para obter informações sobre o número de deslocados que chegaram, na última embarcação, bem como das famílias que aguardam pelo resgate na aldeia Quitupo, mas se mostram indisponíveis para dar declarações. 

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