Nyusi despede-se Hoje dos moçambicanos
É já, quarta-feira, 7 de Agosto de 2024, que Filipe Jacinto Nyusi irá discursar pela…
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O governo da Etiópia declarou um cessar-fogo na região de Tigray, devastada pela guerra, enquanto os rebeldes reivindicam o controle da capital regional, Mekelle.
Moradores relataram cenas de júbilo com milhares de pessoas nas ruas agitando bandeiras e soltando fogos de artifício.
O governo etíope não confirmou a perda da cidade, quase oito meses depois que suas forças expulsaram os rebeldes Tigrayan.
O conflito empurrou a região para uma profunda crise humanitária
Mais de cinco milhões de pessoas precisam urgentemente de ajuda alimentar, afirma a Organização das Nações Unidas, com 350.000 enfrentando a fome.
O governo da Etiópia lançou uma ofensiva para derrubar o partido no poder da região, a Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF), em novembro passado.
O partido teve uma grande desavença com o primeiro-ministro Abiy Ahmed sobre mudanças políticas no sistema federal de base étnica do país, embora a captura de bases militares pela TPLF em Tigray tenha sido o catalisador para a invasão.
Todos os lados foram acusados de cometer assassinatos em massa e violações dos direitos humanos, enquanto milhares de pessoas foram mortas.
Os eventos de segunda-feira seguiram relatórios de uma escalada nos combates entre a TPLF e as forças do governo fora de Mekelle. Getachew Reda, porta-voz da TPLF, disse mais tarde à agência de notícias Reuters que a cidade agora está sob seu controle.
Duas testemunhas disseram à Reuters que soldados do Tigrayan foram vistos em Mekelle, enquanto uma fonte não identificada disse à agência de notícias AFP que "todos" do governo interino haviam partido, enquanto os rebeldes se aproximavam "de todos os lados". “A região não tem governo”, disse o funcionário.
Moradores disseram à BBC que estavam comemorando a partida das tropas federais. Uma testemunha foi citada pela AFP como tendo dito: "Todo mundo está fora de casa. Todo mundo está animado e eles têm música nas ruas. Todos estão com suas bandeiras e música está tocando."
O governo da Etiópia ainda não comentou os relatos de que suas tropas foram retiradas. Mas em um comunicado na TV estatal, disse que o cessar-fogo iria "durar até o fim da temporada agrícola" para permitir que a ajuda chegue aos necessitados e dar espaço para encontrar uma solução política.
A TPLF não comentou o cessar-fogo.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que havia falado com o primeiro-ministro etíope e estava "esperançoso" de que um cessar-fogo ocorresse. “É essencial que os civis sejam protegidos, que a ajuda humanitária chegue às pessoas necessitadas e que uma solução política seja encontrada”, disse ele em um comunicado.
O Reino Unido, os EUA e a Irlanda convocaram uma reunião pública de emergência do Conselho de Segurança da ONU.
Celebrações e bandeiras
Em um dia de eventos rápidos, representantes do governo teriam fugido de Mekelle - e não necessariamente de forma pacífica.
A agência infantil da ONU,UNICEF emiteu um Comunicado condenando os soldados etíopes que, segundo eles, entraram em seus escritórios e desmontaram à força seus equipamentos de satélite.
Fontes em Mekelle disseram que as pessoas estão comemorando nas ruas, enquanto postagens nas redes sociais parecem mostrar apoiadores dos rebeldes Tigrayan desfilando com bandeiras.
A TPLF pediu aos moradores da cidade que mantenham a calma e colaborem com suas forças.
Abiy, ganhador do Prêmio Nobel da Paz, declarou que o conflito acabou no final de novembro, mas os combates continuaram.
Dezenas de milhares de pessoas buscaram refúgio no vizinho Sudão.
A TPLF, desde então, juntou forças com outros grupos em Tigray para formar as Forças de Defesa Tigray.
No início deste mês, a ONU descreveu uma situação de fome no norte da Etiópia. Disse que a situação alimentar atingiu o nível de uma "catástrofe", que define como fome e morte que afecta pequenos grupos de pessoas espalhados por grandes áreas.
O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PMA), a Organização para a Alimentação e Agricultura e a agência infantil Unicef apelaram a medidas urgentes para enfrentar a crise.
Mas a análise não foi endossada pelo governo da Etiópia, que negou que haja fome no país
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