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Polícia angolana detém 5 pessoas e trava marcha estudantil


O dirigente do Movimento dos Estudantes Angolanos Francisco Teixeira disse este sábado (22.04) que a polícia voltou a impedir uma marcha em protesto contra a greve no Ensino Superior. Cinco manifestantes foram detidos.

Em declarações à Lusa, Francisco Teixeira disse que os primeiros estudantes começaram a chegar ao local onde se iriam concentrar, Largo das Heroínas em Luanda, pelas 9 horas e encontraram "um grande aparato policial".

Segundo o presidente do MEA, a polícia ordenou aos manifestantes que se retirassem do local e perante a insistência de alguns que pretendiam permanecer acabou por prender cinco jovens, incluindo o secretário provincial da organização, Jonas Damião.

"A marcha ia acontecer às 13h00 e já tínhamos cerca de 40 estudantes que dispersaram depois da polícia dizer que não podiam concretizar a manifestação", adiantou.

O MEA tinha convocado para este este sábado (22.04) uma marcha, a segunda de um calendário de cinco manifestações em favor do regresso às aulas nas universidades públicas, onde os professores cumprem uma greve por tempo indeterminado desde 27 de fevereiro passado.

Francisco Teixeira alegou que o MEA cumpriu todos os procedimentos legais, informando antecipadamente o Governo Provincial de Luanda (GPL) da intenção e contesta o impedimento, afirmando que vai levar o assunto às instancias governamentais, queixando-se de ameaças e restrições à liberdade.

"É a segunda tentativa de marcha boicotada pelo GPL em conivência com a polícia, sabemos que é o governador (Manuel Homem) que é também o primeiro secretário do MPLA que que tem dado orientação para que as marchas não saiam", criticou.

"O MPLA impede sempre as nossas manifestações não podemos sequer reclamar, não querem que nós reivindiquemos que queremos condições para regressar as aulas. As nossas liberdades estão a ser totalmente violadas", prosseguiu.

Francisco Teixeira salientou que o MEA vai continuar com o plano dos protestos.

"Alem da arrogância e da força não há razão para que nos impeçam de sair. Vamos tentar de novo, vamos tentar encontros com instituições internacionais e com a Direção Nacional dos Direitos Humanos para apresentar as nossas inquietações", sublinhou.

O Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (Sinpes) angolano retomou em 27 de fevereiro passado a greve, por tempo indeterminado, em protesto contra os "salários miseráveis" e a inversão de prioridades do executivo.

"Quando se pode comprar 45 viaturas num valor total de 9 milhões de euros, isto é um paradoxo. Num país que pretende ser competitivo e sabendo que o conhecimento é uma alavanca para o crescimento, não há vontade política para aumentar salários", afirmou à Lusa o secretário-geral do Sinpes, Eduardo Peres Alberto, na ocasião.

O sindicalista queixou-se, na última semana, de a sua residência ter sido vandalizada por estranhos, após este e a sua filha terem recebido ameaças anónimas, por telefone, para que "terminasse já com a greve", que dura há qase dois meses.

Também Francisco Teixeira disse à Lusa estar a receber ameaças anónimas: "há mensagens que dizem que estamos a ser financiados para realizar confusões".

De acordo com um ofício do MEA, remetido ao GPL em 17 de abril de 2023 e a que a Lusa teve hoje acesso, a marcha de sábado teria início no Largo das Heroínas até terminar no Largo 1.º de Maio.


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