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Mulheres devem ser as vanguardas da energia em África – defende Graça Machel


Visando discutir os principais desenvolvimentos e mecanismos projectados para consolidar a participação da mulher, jovens e pessoas com necessidades especiais, nas cadeias de valor dos projectos do sector de energia em África, a capital moçambicana, Maputo, foi, na terça – feira, 09 de Maio, palco da primeira Conferência Anual de Mulheres na Energia (Women in Energy Day Conference Series). À margem da abertura daquele evento, a activista social e defensora dos direitos humanos, Graça Machel, que falou na qualidade de fundadora da Graça Machel Trust (GMT), defendeu que o sector da energético deve gerar mais oportunidades para as mulheres, ou seja, as mulheres devem ser as vanguardas da energia em África.

De acordo com Graça Machel, que observou que a falta de investimentos atrasa a transição energética e o acesso universal à energia, os países africanos, actualmente, não tem menor hipótese de tirar as suas populações da pobreza e de superar o nível deficiente de vida sem electricidade acessível e sustentável.

“Neste momento 600 milhões de pessoas não tem acesso à energia no nosso continente, ou seja, energia limpa e a preços acessíveis. 900 milhões de pessoas não têm acesso a energia limpa para cozinhar. O crescimento está a aumentar e esses números vão ser ainda maiores. Reconhece-se cada vez mais a importância de se investir em infraestrutura, nomeadamente, transporte e distribuição para apoiar o aumento da produção e permitir o acesso à energia até a última milha”, declarou Machel.

O sector energético está em franco crescimento no continente africano, todavia, as mulheres, jovens e deficientes não tem tido oportunidades o que, de certa forma, preocupada a fundadora da Graça Machel Trust que defende que mulheres devem ser às vanguardas da energia em África.

“As mulheres são chamadas a ser as vanguardas da energia em África. Nós falamos muito da produção de alimentos, do comércio onde as mulheres de alguma maneira já estão presentes, mas não é o que acontece na área da energia. Muitas poucas meninas nossas poderão pensar na área de gás no sentido de investir. Queremos que esses sonhos possam povoar a mente das nossas crianças, em particular das nossas meninas para saberem que eu tenho uma oportunidade lá e quero me preparar através da minha formação ter acesso às essas oportunidades no sector energético porque esses recursos são meus e tenho direito”.

Por sua vez, Prisciliah Matabele, vice – presidente da Sasol, defendeu que se deve aumentar o número de mulheres nos negócios no que ao sector da energia diz respeito.

Ainda na sua intervenção, Matabele reconheceu que o caminho para colocar as mulheres em cargos destacáveis no sector energético ainda é longo, tendo igualmente referido que a inciativa lançada na capital moçambicana não visa apenas aumentar a quantidade das mulheres no mercado energético, mas sim para criar uma agenda inclusiva para potencia-las para que sejam protagonistas no sector.

Na qualidade de representante do Governo, a Directora Nacional de Energia, Marcelina Mataveia, destacou que se deve remover as restrições removidas de forma rápida e sustentável principalmente nas zonas rurais, onde há mulheres, jovens e deficientes, com vista a se alcançar o crescimento sustentável, criação de emprego e redução da pobreza.


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