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Nyusi despede-se Hoje dos moçambicanos

Freddy: Edil de Quelimane fala em "discriminação" nos apoios

 


Manuel de Araújo garante que a sua autarquia ainda não recebeu "um centavo" dos fundos anunciados pelo Presidente Filipe Nyusi para apoiar as vítimas do ciclone Freddy. Dinheiro está a ser gerido pelo governo provincial.

Em março, a cidade de Quelimane foi devastada pela tempestade tropical Freddy. Muitas infraestruturas sociais e económicas ficaram destruídas e uma grande parte da população ficou sem tecto.

Seis meses depois, as vítimas ouvidas pela DW garantem não ter recebido apoios das autoridades e dizem estar a viver em "más condições".

Um dos cidadãos de Quelimane afetados diz que "a situação está má" e que à cidade não chegou qualquer ajuda: "Talvez haja noutros distritos, mas na cidade de Quelimane não vemos nada", conta.

"Algumas chapas voaram, mas não recebemos qualquer apoio. Estou a tentar reconstruir [a minha casa]", diz outro habitante à nossa reportagem.

Apoio de quatro milhões

O Presidente da República Filipe Nyusi visitou a Zambézia a 15 de março para ver os estragos causados pela tempestade e ordenou a canalização urgente de 250 milhões de meticais, cerca de quatro milhões de euros, para a reconstrução de edifícios destruídos na província, no centro de Moçambique.

Na altura, o Presidente deu conta que 49.150 pessoas ficaram desalojadas no distrito de Quelimane e que o Governo "continuaria a trabalhar na procura de soluções a curto, médio e longo prazo". Acrescentou ainda que a verba de 250 milhões de meticais disponibilizada pelo Executivo seria "gerida pelo governo provincial para assegurar a rápida retoma das escolas, unidades sanitárias e outros serviços sociais".

"Quelimane está orfã"

No entanto, o edil de Quelimane diz não ter recebido um centavo do montante prometido. Segundo Manuel de Araújo, "a cidade de Quelimane está órfã, porque apesar da promessa do Presidente da República, não recebemos nada até hoje. Não sabemos onde é que este valor está. As pessoas continuam sem casa, sem água potável", lamenta.

Manuel de Araújo diz ter-se reunido com o primeiro-ministro para reivindicar as promessas do chefe de Estado, sem sucesso. Por isso, pediu uma audiência para falar diretamente com o Presidente Filipe Nyusi.

É inaceitável passar quatro ou cinco meses sem qualquer intervenção por parte do governo central ou provincial. É algo que nos preocupa bastante", afirma.

Esclarecimentos

As autoridades provinciais consideram que, face à extensão dos danos deixados pelo ciclone Freddy, o valor alocado pelo Governo foi pouco.

A procuradoria provincial da Zambézia suspeita que o dinheiro esteja a ser mal aplicado. Fonte deste órgão disse à DW que algumas individualidades do governo provincial foram já chamadas a esclarecer algumas questões sobre os 250 milhões de meticais destinados à reconstrução da província.

Até ao momento, algumas obras de reabilitação ocorrem em escolas, residências protocolares e centros de saúde.

⛲ DW

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