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Garantido financiamento para a construção de 200 mil casas resilientes na Beira



Empresários asiáticos prometeram, na sexta-feira, financiar a construção de 200 mil casas resilientes às mudanças climáticas na cidade da Beira, na base de aço reforçado. O arranque da iniciativa está dependente de um encontro, no próximo mês, entre financiadores, o município e o empresariado nacional.

Tudo começou em Março deste ano, quando uma delegação do Conselho Municipal da Beira, encabeçada pelo edil, Albano Carige, se deslocou à Arábia Saudita, em busca de parcerias para a construção de diversas infra-estruturas no Chiveve, com destaque para 25 mil casas resilientes e uma estrada que dê acesso directo ao Porto da Beira, a partir do bairro da Cerâmica, com vista a fazer face ao congestionamento na zona da Munhava, de camiões com destino ao porto.

O contacto efectuado com os investidores daquele país asiático culminou com a vinda, na passada sexta-feira, à cidade da Beira, de um grupo de empresários sauditas, que pretendiam inteirar-se “in loco” da iniciativa da Beira, que consta do master plan 2018-2035.

Foram realizados encontros entre a edilidade, os empresários daquele país e locais e a Cornelder de Moçambique, actual gestora do Porto da Beira, e, no final dos mesmos, o edil da Beira era um homem feliz.

“Estou feliz, porque os resultados esperados superaram em mais de 200 por cento as nossas expectativas. Ou seja, o município pediu financiamento para a construção de 25 mil casas resilientes e, em resposta, os investidores sauditas garantiram-nos que irão financiar a construção de mais de 100 mil casas. O posicionamento dos investidores alegra-nos ainda mais porque garantiram financiamento à estrada que dá acesso directo ao porto da Beira, que continua a ser a nossa prioridade, pois, dentro de três a quatro anos, vai ser muito moroso circular pela EN6, na zona da Munhava, devido ao engarrafamento causado por camiões de carga com destino ao Porto, atrasando a economia”, afirmou Albano Carige.

O representante dos empresários sauditas afirmou que irá mobilizar recursos técnicos, financeiros e materiais de várias partes do mundo, para que o projecto de construção das casas, não 100 mil, mas sim 200 mil, seja uma realidade e que as mesmas sejam modernas e construídas na base de aço reforçado, para fazer face às mudanças climáticas.

“Abraçamos o projecto e o plano para edificar as casas, como também temos soluções de parcerias nas quais tomaremos manufacturas locais capazes de construir uma casa em duas semanas. Com isso, significa que as duzentas mil casas poderão ser edificadas em pouco tempo, pode ser em um ano ou dois, dependendo das condições locais”, afirmou Farzam Kamalabadi, chefe da missão dos investidores.

Os sauditas garantiram, igualmente, que irão financiar a construção da badalada estrada que dá acesso directo ao Porto da Beira.

Os empresários de Sofala estavam radiantes no final do encontro, porque “percebemos que a ideia deles não é “matar” o sector privado nacional, à semelhança dos projectos que nós temos visto a vir ultimamente para Moçambique, onde as multinacionais se instalam e eliminam as pequenas e médias empresas locais e eles continuam a crescer, deixando-nos sempre pobres. Eles trazem um cometimento de parcerias”, afirmou Félix Machado, presidente da Associação Comercial da Beira.

Em finais do próximo mês, uma delegação composta por mais de 50 empresários sauditas vai regressar à Beira para encontros locais com vista a viabilizar os memorandos assassinados e aprimorar os projectos para a construção das referidas 100 mil casas e a estrada que dá acesso directo ao Porto da Beira.

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