Nyusi despede-se Hoje dos moçambicanos
É já, quarta-feira, 7 de Agosto de 2024, que Filipe Jacinto Nyusi irá discursar pela…
É já, quarta-feira, 7 de Agosto de 2024, que Filipe Jacinto Nyusi irá discursar pela…
Um protesto de jovens apoiantes do maior partido da oposição contra a escolha de Ossufo Momade para candidato às presidenciais foi hoje impedido pelas seguranças do partido. Consideram Momade um “candidato monótono”.
Um grupo de pelo menos dez jovens começou a concentrar-se junto à sede da RENAMO, em Maputo, cerca das 9 horas locais, mas três seguranças da sede do partido expulsaram-nos, alegando que não eram militantes.
“O partido tem órgãos específicos para discutir esses assuntos e você quer conspirar contra a RENAMO”, disse uma das seguranças, que também impediram a comunicação social que não estava local para captar imagens.
O porta-voz da RENAMO, José Manteigas, disse na quarta-feira (03.01) que o partido vai apostar no atual presidente do partido para os presidenciais deste ano, apesar das críticas de segmentos que excluíram a sua renúncia, acusando-o de inércia .
“Ossufo Momade é o nosso candidato e o presidente que está a trazer sucessos ao partido”, declarou José Manteigas, porta-voz da RENAMO, durante uma conferência de imprensa em Maputo.
O “candidato monótono”
O grupo que se manifestou hoje integra sobretudo jovens que participaram nas marchas de contestação após os anúncios dos resultados eleitorais das autárquicas de outubro em Maputo, em que Venâncio Mondlane, candidato da RENAMO, continua a reclamação de vitória, com base nas atas e editais originais das mesas de voto, apesar de ter sido proclamado vencedor o candidato da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, partido no poder).
É o caso de Vasco Vítor, que numa dessas marchas de apoio à RENAMO e a Venâncio Mondlane chegou a ser detido pela polícia. Hoje tentamos juntar-se com os colegas à porta do partido, contra a indicação de Momade para candidato presidencial, exigindo que a decisão seja tomada em congresso: “Nós percebemos que nos estão a preparar psicologicamente para podermos aceitar o general Ossufo Momade como candidato. (…) Este país precisa de um candidato forte para que haja mudança. E com um candidato monótono não será possível, continuaremos a ser escravizados. Então, vamos esperar pelo congresso”.
Também Esmeralda recorda que durante 45 dias participou nas marchas da RENAMO em Maputo contra os resultados das eleições autárquicas: “Em nenhum momento, nas nossas marchas, nós vimos o presidente, Ossufo. Para depois aparecerem e dizerem que ele vai candidatar-se'” .
A liderança da RENAMO tem sido criticada externa e internamente, como o antigo líder do braço armado do partido, Timosse Maquinze, o acusador Ossufo Momade de inércia enfrenta alegadas irregularidades nas eleições autárquicas moçambicanas de outubro, alegadamente a favor do partido no poder, e de negligência face à situação dos guerrilheiros do partido recentemente desmobilizados.
“Há municípios que nos foram roubados e ele parece que está amarrado. Sobre os problemas com a desmobilização dos militares, também não fala nada”, disse, em dezembro, Timosse Maquinze, classificado dentro da RENAMO como chefe do Estado-maior-geral do braço armado até à desmilitarização do partido, no âmbito da implementação dos acordos de paz assinados com o Governo em 2019.
“Precisamos de um líder que trabalha com o povo”
Amina Arau diz-se apoiante da RENAMO e também tentou hoje contestar a indicação anunciada pelo partido.
Garantiu que participou e mobilizou outros jovens para as recentes marchas do partido em Maputo, pelo que não aceita ser marginalizado pela falta de respostas e classificação de concentração à porta da sede do partido.
“Precisamos de um líder que trabalha com o povo, que nos abrace, não pessoas que só vão sentar na cadeira, que vão ser paus-mandados”, disse Amina.
O candidato da RENAMO em Maputo, Venâncio Mondlane, actual deputado do partido, assumiu-se a 4 de novembro para ajudar a reformar o Estado disponível, face às acusações de fraude eleitoral.
E nessa eventual batalha, com Moçambique a realizar eleições gerais em outubro de 2024, incluindo presidenciais e às quais o actual Presidente, Filipe Nyusi, já não pode, constitucionalmente, concorrer, Venâncio Mondlane diz-se disponível para o que o partido entender, incluindo a Presidência da República.
“Esse salto, como deve saber, já não depende da minha vontade. Eu faço parte de um partido, de uma situação que me acolhe, que me orienta, que me disciplina e que me dá as diretrizes. (…) Tudo isso depende da RENAMO. É uma decisão exclusivamente da comissão política da RENAMO”.
“Da minha parte, estou disponível para todos os grandes desafios em defesa deste povo”, acrescentou.
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