Grandes de Portugal: Greve dos medicos

Cookie

This is default featured slide 1 title

Go to Blogger edit html and find these sentences.Now replace these sentences with your own descriptions.

This is default featured slide 2 title

Go to Blogger edit html and find these sentences.Now replace these sentences with your own descriptions.

This is default featured slide 3 title

Go to Blogger edit html and find these sentences.Now replace these sentences with your own descriptions.

This is default featured slide 4 title

Go to Blogger edit html and find these sentences.Now replace these sentences with your own descriptions.

This is default featured slide 5 title

Go to Blogger edit html and find these sentences.Now replace these sentences with your own descriptions.

Título do Artigo

Introdução do artigo...

Mais conteúdo... texto entre anúncios, naturalmente dividido.

Rodapé do site com links úteis, contacto, categorias, etc.

Mostrar mensagens com a etiqueta Greve dos medicos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Greve dos medicos. Mostrar todas as mensagens

domingo, 22 de outubro de 2023

Médicos do maior hospital moçambicano ameaçam abandonar horas-extra a partir de novembro

 


Em causa está a falta de pagamento do trabalho suplementar.

Os médicos do Hospital Central de Maputo (HCM), o maior de Moçambique, vão deixar de fazer horários-extra, a partir de 9 de novembro, devido à falta de pagamento deste trabalho suplementar, anunciou a direção do hospital.

"De facto, recebemos uma carta dos médicos, este é um problema que não vem de hoje e que tem sido discutido", afirmou o diretor do HCM, Mouzinho Saíde, em declarações ao canal público Televisão de Moçambique.

A Associação Médica de Moçambique (AMM) e a Associação dos Profissionais Unidos e Solidários de Moçambique (APUSM) já realizaram greves nos últimos meses, exigindo melhores salários.

⛲ Cm

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Nyusi apela a classe médica para retomar actividades

 


Durante a abertura da XI abertura do XI Festival Nacional da Cultura, o Presidente da República revestiu-se do humanismo e apelou aos médicos e outros profissionais de saúde para suspenderem a greve e retomarem as suas actividades nas unidades sanitárias com vista a garantir atendimento aos clientes.

O Governo vincou que não tem condições para cumprir com 12 das 15 inquietações apresentadas pelos médicos e estes decidiram prorrogar a greve por mais 21 dias. Enquanto se aguarda pela entrada em cena da comissão para mediar o diálogo entre o Executivo e a classe médica, o Presidente da República apelou aos médicos para retomarem as actividades.

“Voltem ao hospital, ao banco de socorros, ao laboratório, ao volante da ambulância e tratem a saúde dos vossos concidadãos que muitos precisam”, apelou Filipe Nyusi para posteriormente referir que foi “tocado” pelo espírito de humanismo para instar as duas partes a pautarem pelo diálogo.

“Revestido de humanismo, apelo aos meus irmãos, nossos filhos e todos compatriotas afectos ao sector da Saúde a manter o diálogo e muito rapidamente encontrar soluções conjuntas exequíveis para a realidade do nosso país, sem prejuízos para nenhuma das partes de modo que o povo saia a ganhar”.

⛲ Evidências 

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Crise na saúde: raízes e desdobramentos da greve dos médicos

 


Os motivos que levaram à greve que agora foi prorrogada, afinal, vêm de há mais de 10 anos. Embora a implementação da Tabela Salarial tenha piorado tudo, os médicos já estavam chateados com o Governo por conta da materialização do Estatuto dos Médicos na Administração Pública, aprovado em 2013, na sequência das primeiras duas greves nacionais.

O sector da saúde anda mal e todos sabemos. Mas, qual é a razão de fundo? O que tanto enfurece os médicos? Qual é a relação entre as três greves de médicos em Moçambique? Para responder a estas perguntas, temos de ir até onde o percurso do diálogo entre o Governo e os médicos começou.

Estamos no ano de 2012. É aqui onde começa a marcha dos médicos; marcha que foi feita através de diálogo. Foi neste ano em que os profissionais começaram a mandar cartas ao Executivo a dizer que queriam essencialmente uma coisa: melhores salários. Só que, sem resposta que fosse plausível.

Em 2013, sem resposta plausível, os médicos decidiram fazer o que antes nunca tinha sido feito em Moçambique: duas greves nacionais. Isso chocou a todos e conseguiu chamar a atenção do Governo.

Por terem feito o que ninguém nunca antes tinha feito em Moçambique, os médicos alcançaram o que nunca tinha sido alcançado para a classe: o Estatuto dos Médicos na Administração Pública. O instrumento foi aprovado pela Assembleia da República. Isso em 2013.

Não era o fim do percurso, muito pelo contrário; tinha de começar uma nova, rumo à implementação completa. O primeiro passo foi a criação do Regulamento do Estatuto. Uma forma de se dar directrizes ao Executivo para implementar o instrumento. A aprovação foi feita pelo Governo em 2014. Passou-se ao passo seguinte, a implementação como tal.

Essencialmente, o Estatuto vinha regular, entre outras questões, os direitos, deveres e regalias dos médicos na Administração Pública. Por exemplo, além de todos os direitos de que gozam todos os funcionários e agentes do Estado, têm direito ao) seguro por riscos profissionais; ii) subsídio de risco; iii) subsídio de exclusividade; iv) casa de habitação (para quem trabalhe fora de zona habitual de residência); v) diuturnidade especial e; vi) bónus de rendibilidade e bónus especial.

A caminhada tinha chegado a um novo estágio. Os médicos tinham todos esses direitos bem escritos e explícitos. Mas há sempre, e neste caso, houve também, uma distância entre o que está escrito e a sua materialização. De acordo com os próprios médicos, implementou-se tudo menos o subsídio de diuturnidade especial, seguro contra riscos profissionais e o pagamento das horas extraordinárias. Isto até 2020, ano em que, alegadamente esgotadas todas as tentativas de resolução com o Governo, o tom dos médicos tomou outras proporções.

Por outras proporções, entenda-se outras instâncias. Em Outubro de 2020, os médicos submeteram ao Tribunal Administrativo um processo a solicitar que este órgão de justiça obrigasse o Ministério da Saúde e o da Economia e Finanças, na altura titulado por Adriano Maleiane, a cumprirem a lei, com particular enfoque para os subsídios de diuturnidade e a fórmula de cálculo das horas extraordinárias. O Tribunal ainda não emitiu nenhum acórdão sobre isto.

Em Novembro, ainda em 2020, uma vitória é alcançada pelos médicos, que passam a receber o subsídio de diuturnidade especial, mas já com uma fórmula de que eles discordam até hoje.

A doença de que enfermava a relação entre médicos e o Governo não estava curada, mas dava para coxear com o que se tinha conseguido. Sucedeu que, em Fevereiro de 2022, é aprovada a lei da Tabela Salarial Única (TSU), cujos enquadramentos azedaram ainda mais o que já estava amargo.

Ou seja, já se tinham criados novos motivos para que os médicos se sentissem deixados para trás, isso nos enquadramentos. É que, inicialmente, o que os médicos sabiam era que o nível mínimo dos médicos de clínica geral ou dentista seria o 16C e 19C para os especialistas. Quando saíram os enquadramentos finais, isso já em Outubro de 2022, o médico de clínica geral podia estar, no mínimo, no nível 12C e os especialistas, 16C. Isto significava que os médicos foram dados salários abaixo do que tinha sido acordado.

Aqui, as águas ficaram mais agitadas. É que, em princípio, a Tabela Salarial Única tinha, por filosofia, de reduzir o número de subsídios. No caso dos médicos, não se lhes retirariam os subsídios, mas seriam reduzidos em termos percentuais. Estamos a falar daqueles que já existiam. Os médicos não gostaram e a palavra greve voltou a soar. A data marcada era 07 de Novembro.

No dia 28 de Outubro do ano passado, o Presidente da Associação Médica de Moçambique, Milton Tatia, disse que viam os seus salários cortados e sem os subsídios outrora prometidos, por isso tinham chegado a esta fase, sem retorno, infelizmente.

Por acaso houve retorno. Isto porque, no conjunto de 14 pontos que as partes acordaram debater, 11 tiveram acordo e já havia condições para adiar a greve. Os princípios que não tiveram acordos são os seguintes: i) manutenção do subsídio de exclusividade em 40%, ii) valoração da remuneração por hora extraordinária de acordo com a fórmula constante no Regulamento do Estatuto do Médico na Administração Pública e não 5%; iii) pagamento de diuturnidade de acordo com o vencimento líquido e reajuste de subsídio de localização em 25% para médicos especialistas colocados fora da área do Grande Maputo e para os médicos de clínica geral colocados fora das capitais provinciais.

Se esses acordos trouxeram luz aos utentes do Sistema Nacional de Saúde, então foi sol de pouca dura. É que, supostamente, o Governo não teria cumprido os 10 pontos acordados, por isso os médicos tiveram de avançar para greve, desta vez, marcando-a para 05 de Dezembro. E na véspera, o Governo decidiu fazer algumas mexidas na forma de atribuição dos subsídios.

Na mexida, os médicos e outras classes que estavam a reivindicar tiveram a informação de que, em termos nominais, os seus subsídios não seriam mexidos. Ou seja, se o subsídio de risco de um médico era de 30 mil Meticais, então assim seria mantido, a fórmula não passaria pela percentagem.

Mas isso respondia às preocupações dos médicos? Os médicos disseram que era uma resposta parcial.

Isto significou que a greve iria mesmo acontecer e assim foi. Enquanto isso, o Ministro da Saúde disse que aos grevistas seriam marcadas faltas. “Nós vamos aplicar a lei e ela diz que quem não vem trabalhar se lhe deve marcar falta e essa tem efeitos no salário”, disse Armindo Tiago, no dia 08 de Dezembro de 2022.

O tom não mudou muito quando foi a vez do Presidente da República, a diferença é que Filipe Nyusi fez um pedido aos médicos. “Temos de falar, mas não deixem o povo morrer”.

Ouvindo o apelo do Presidente ou não, o facto é que os médicos suspenderam a greve na véspera das festividades de natal e do fim de ano. A suspensão devia ser de um mês.

Como se viu, a ideia era que se fizesse uma suspensão de um mês. Mas foi mais, aliás, em Fevereiro deste ano, os médicos e o Governo encontraram novos acordos. Os médicos cederam uma parte das suas reivindicações, sobretudo em relação aos subsídios. Que deviam ser reduzidos para 5%, dispensaram também o subsídio de investigação e o de disponibilidade. Assumiram que a melhoria das condições de trabalho seria feita paulatinamente. Isso aceitaram. Em contrapartida, o Governo tinha-se comprometido a fazer o i) enquadramento condigno da classe médica na TSU: a. nível 16 a 18 para os médicos de clínica geral; b. nível 19 a 21 para os médicos especialistas; ii) manutenção do subsídio de habitação ou renda de casa em 30% do salário, de acordo com o artigo 02 do decreto 75/2017.

Foram estes acordos que adormeceram a ideia de greve dos médicos durante quase todo o primeiro semestre deste ano. Porém, na primeira semana de Junho, os médicos vieram a público com a informação de que voltariam à greve.

Era o início de uma nova fase, a fase em que o Governo e os médicos tentaram usar, cada um, as suas forças para que a sua posição vingasse. O diálogo entre eles não fluiu e os problemas passaram a ser expostos através da imprensa.

Primeiro, a Associação decidiu que faria uma greve de 21 dias, começando no dia 10 de Julho. Findo o prazo, houve uma prorrogação. E sempre que possível, os médicos procuravam explicar-se nos programas de debate na STV.

Em resposta, o Governo tem estado a dar a conhecer as suas medidas, sobretudo às terças-feiras, depois das sessões do Conselho de Ministros. Por exemplo, na 27ª sessão, surgiu a informação de que 60 médicos seriam provisoriamente contratados para garantir que, mesmo sem os médicos grevistas, o sistema de saúde continuasse a funcionar. E mais.

Enquanto isso, os médicos, vendo-se ameaçados, decidiram submeter uma providência cautelar ao Tribunal Administrativo. O objecto eram as faltas que o Governo dizia estar ainda a marcar.

Outra coisa feita pelos médicos é a marcha pelas artérias da Cidade de Maputo e com promessas de interpelar organizações internacionais.


Ao mesmo tempo e do outro lado da moeda, o Governo ia tendo outras ideias. Por exemplo, rever o Estatuto dos Médicos para cortar os subsídios. Aqui, retirava-se-lhes a base para reivindicar.

Não bastasse isso, o Governo, em mais uma sessão do Conselho de Ministros, decidiu informar que os médicos sem nomeação definitiva deviam cuidar-se porque a greve poderia ser usada como motivo para que fossem dispensados. E isso é permitido pelo Estatuto Geral de Funcionários e Agentes do Estado. No total, eram 80 os médicos na rota de dispensa.

Este é um dos momentos mais tensos desta marcha. Os médicos ameaçam paralisar tudo se o Governo não reduzir o tom intimidatório. A Ordem dos Médicos até nomeou uma comissão para mediar, mas nada se vê desta mesma em termos de resultados.

A greve dos médicos continua e ao invés de estar a mostrar alguma luz no fundo do túnel, juntaram-se, agora, todos os profissionais de saúde, que começaram a sua greve este domingo. O que há de comum nos dois grupos, além da área de actuação, são as reivindicações que, essencialmente dizem respeito à sua remuneração e às condições de trabalho.