Grandes de Portugal: paz a sua alma

Cookie

This is default featured slide 1 title

Go to Blogger edit html and find these sentences.Now replace these sentences with your own descriptions.

This is default featured slide 2 title

Go to Blogger edit html and find these sentences.Now replace these sentences with your own descriptions.

This is default featured slide 3 title

Go to Blogger edit html and find these sentences.Now replace these sentences with your own descriptions.

This is default featured slide 4 title

Go to Blogger edit html and find these sentences.Now replace these sentences with your own descriptions.

This is default featured slide 5 title

Go to Blogger edit html and find these sentences.Now replace these sentences with your own descriptions.

Título do Artigo

Introdução do artigo...

Mais conteúdo... texto entre anúncios, naturalmente dividido.

Rodapé do site com links úteis, contacto, categorias, etc.

Mostrar mensagens com a etiqueta paz a sua alma. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta paz a sua alma. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Precisado Cassamo, a voz que nos é o alento dos desertos da vida

 


Olho para Quelimane na caligrafia deitada no caderno de impala que me veste a infância repartida entre o bairro de Coalane (Elias) e Primeiro de Maio, vejo-a no pedalar da bicicleta em direcção a Icidua, Maquival, Chuabo Dembe e Mugogoda, sinto-a na poesia da sua gente, no sabor das galinhas cafriais à zambeziana, no mbuacu (manjericão) pilado no almofariz da nossa gente para com o piri piri sacana, dar sabor ao thodué que se nos desce tal e qual se perdem no horizonte, as canoas que fazem a travessia Patrice Lumumba Eracamba. É dócil este “Quelimane do Sal” temperado no nhambaro e hibondo, que nos embalam para os segredos de uma cidade que pulsa no calor da sua gente, vestindo no pé descalço a alma do samba para desmistificar a sabedoria do alambique.

Em 2020, quando pensamos em apresentar “A Outra Dor”, livro do Falso Poeta, na Cidade de Quelimane, apareceu-nos à primeira, o nome de Precisado Cassamo, como aquele que faria a ponte entre a poesia e a música teletransportando o leitor para o corpo da existência Quelimanense, a voz sagrada das raízes da nossa terra. Para tornar esse sonho possível, falou-se com Silvino Bernardo, amigo e irmão existencial, que se mexeu rapidamente e apresentou os requisitos para o ter na apresentação da “Outra Dor”, quis Deus que Precisado Cassamo lá estivesse, e juntos, percorremos o seu vasto repertório musical, vez por outra, atrelado ao assobio que sempre o caracterizou. Em surdina, o público o acompanhava, numa autêntica viagem no tempo e na alma de um povo abraçado à sua biblioteca cultural.

Partiu hoje, parte do que somos culturalmente, e uma das vozes sagradas da nossa identidade cultural, Precisado Cassamo, filho de Sansão Victorino, e os seus, que na verdade são nossos Mapangananos, Mulubwana Murubué (homem é remédio), Ogahona Saia Vururu eloboya kahimo.

Até sempre Precisado Cassamo! A sua voz ser-nos-a o alento que nos ajudará a atravessar os desertos da vida que vez por outra nos abraçam.

Paz a sua alma!

Rudêncio Morais