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sábado, 22 de maio de 2021

Crianças deslocadas devido ao terrorismo recebem material escolar e alimentos

 



Várias crianças deslocadas e que vivem no centro de reassentamento Mputo, no distrito de Montepuez, em Cabo Delgado, receberam material escolar e pediram a construção de uma escola na sua na sua nova aldeia, para evitar percorrer longas distâncias.


A maior parte das crianças deslocadas que recebeu o material escolar saiu de Mocímboa da Praia e Muidumbe e chegou ao centro de reassentamento de Mputo, há mais de um ano, e já foram integradas em algumas escolas do Posto Administrativo de Mapupulo, que fica há cerca de oito quilómetros de distância.


O material escolar foi doado pela Oikos, uma organização Não Governamental Portuguesa, que também apoiou algumas famílias deslocadas reassentadas em Mputo, com kits de alimentos.


O centro de reassentamento de deslocados de Mputo foi aberto em 2020 e actualmente conta com mais de s6 mil pessoas, na sua maioria mulheres e crianças.

Frelimo reúne-se em Comité Central hoje e amanhã Emildo Sambo

 


O partido no poder, a Frelimo, reúne-se em Comité Central, este sábado e amanhã, para analisar, entre outras matérias, a sua saúde.


O Comité Central é o órgão máximo de decisão do partido, entre congressos.


No encontro, a ter lugar na Escola Central da Frelimo, na cidade da Matola, a formação política em referência vai apreciar os relatórios da Comissão Política, do Gabinete de Preparação das Eleições de 2019 e do Comité de Verificação.


Será, também, apreciada a proposta do plano de actividades do partido e o respectivo orçamento para o ano 2021. Haverá, ainda, a apresentação do informe sobre o cumprimento do Programa Quinquenal do Governo 2020/2025.


O evento de dois foi adiado algumas vezes devido às restrições para a prevenção da COVID-19.

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Dívida pública aumentou em USD 601 milhões de 2019 a 2020

 



A dívida pública do país aumentou de 12,37 mil milhões de dólares em 2019 para 12,97 mil milhões em 2020. Com cerca de 1,95 mil milhões de dólares, a China é o país que, actualmente, mais dinheiro tem a receber de Moçambique.


O aumento da dívida pública de Moçambique, de 2019 a 2020, é explicado, principalmente, pelo desembolso do FMI de 308,9 milhões de dólares, para o país fazer face à COVID-19 e o agravamento da dívida interna em 305,9 milhões.


Segundo o Relatório Anual da Dívida Pública, divulgado na página electrónica do Ministério da Economia e Finanças, a dívida pública de Moçambique mantem-se insustentável e o país continua a estar na condição de sobre-endividamento.


“Estimativas preliminares apontam para uma ligeira deterioração dos rácios de sustentabilidade em 2020”, refere o documento. Esta situação complica cada vez mais o acesso a financiamentos de baixo custo ao país no mercado internacional.


Embora o limite recomendado, a nível internacional, da dívida pública em relação ao PIB seja de 30%, estimativas apontam que Moçambique tinha mais do dobro, ou seja, 62,7%, o quer dizer que o país tem fraca capacidade de suporte da dívida.


Do total da dívida pública do ano 2020, 10,1 mil milhões de dólares foram contraídos fora do país e 2,8 mil milhões dentro do país, um amento de 11% face a 2019. No ano passado, 92% da dívida tinha taxa de juro variável e apenas 8% fixa.


Entre as entidades que emprestaram dinheiro ao país, seis detêm 75% do valor, são elas: Banco Mundial (29%), Banco Africano de Desenvolvimento (9%), China (19%), credores da Ematum (9%), hoje dívida pública, Portugal (5%) e Japão (4%).

Cessar-fogo entre Israel e Palestina é celebrado

 


A trégua, que coloca fim a 11 dias de violência, está em vigor desde a madrugada de hoje. O Governo de Israel e o Hamas concordaram, esta quinta-feira (20.05), com um cessar-fogo na Faixa de Gaza, mediada pelo Egito.

anúncio do cessar-fogo foi feito pelo gabinete do primeiro ministro israelita Benjamin Netanyahu, após rumores na imprensa israelita, e confirmado poucas horas depois por um funcionário do Hamas.


As reações da comunidade internacional não tardaram a chegar. O Presidente norte-americano, Joe Biden, foi um dos primeiros a reagir, agradecendo ao Egito e a todas as partes que se esforçaram para que se chegasse ao fim das hostilidades na região. Joe Biden lembrou ainda que o cessar-fogo é uma "oportunidade genuína" para construir uma paz duradoura no Médio Oriente.


"Acredito que os palestinianos e os israelitas merecem igualmente viver em segurança e usufruir de medidas iguais de liberdade, prosperidade e democracia. A minha administração vai continuar com a silenciosa, incansável diplomacia nesse sentido", prometeu.


Também António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, saudou a decisão e exortou as duas partes a iniciarem um "diálogo sério para abordar a raiz do conflito".



Pressão internacional

Por sua vez, o Presidente da Assembleia Geral da ONU, Volkan Bozkir, disse que "apesar de tardia, a notícia sobre o cessar-fogo em Gaza é tranquilizadora. Esta foi uma das principais exigências dos estados membros na reunião desta quinta-feira (20.05)".


E para Bozkir "mostra que quando a Assembleia Geral (da ONU) assume a liderança e os estados membros falam em conjunto, obtemos resultados".


Os rumores sobre uma possível trégua na Faixa de Gaza ganharam força, esta quinta-feira (20.05), depois do primeiro-ministro israelita ter convocado o Gabinete de Segurança para uma reunião.


Até aqui, Netanyahu rejeitou sempre um cessar-fogo entre as partes, insistindo que os ataques contra o Hamas continuariam até que se conseguisse recuperar a segurança no país. 


No entanto, a pressão internacional parece ter falado mais alto, numa altura em que a nova espiral de violência na região já havia provocado a morte de pelo menos 239 pessoas, a maioria palestinianos. 



Entre alegria e descontentamento

De acordo com os jornalistas no terreno, desde que entrou oficialmente em vigor a trégua, esta madrugada, apenas foram ouvidos tiros de celebração nas ruas de Gaza e também não foram disparados mais rockets por parte do Hamas.


Dos dois lados do conflito, as opiniões divergem.


Em Israel um cidadão diz: "Fico muito feliz que haja paz e espero que se mantenha por muito tempo. Veremos como corre, espero realmente que a paz se mantenha".


Já na Palestina há pessoas inconformadas: "Não queremos um cessar-fogo. Queremos que a Palestina seja livre. Eles roubaram as nossas terras. Isto não vai resolver nada".


Fontes diplomáticas egípcias disseram à France-Presse que o Cairo vai enviar duas delegações a Telavive e ao território palestiniano no sentido de garantir que o cessar-fogo anunciado é respeitado. Também o secretário de Estado norte-americano Anthony Blinken já fez saber que viajará em breve para o Médio Oriente

O Clima não pode destruir as esperanças, escreve Graça Machel

 


Coincidindo com o dia Mundial da Terra, declarado pelas Nações Unidas, e servindo de antecâmara para a próxima cimeira da ONU sobre as mudanças climáticas, agendada para o final deste ano, 2021, em Glasgow, na Escócia, mais de 40 líderes mundiais revisitaram, neste considerado novo normal, a complexa e pertinente agenda sobre aquecimento global e os efeitos imediatos das mudanças climáticas. A grande novidade, se assim a podermos classificar, está associada ao retorno dos Estados Unidos da América, por via do recentemente eleito Presidente Joe Biden, à agenda global sobre o clima, sobretudo, em relação à emissão de gases de efeito estufa, rompendo com um afastamento imposto pelo anterior Presidente norte-americano.


No sentido inverso, a não participação directa de Moçambique, por não ter sido convidado para o efeito, me pareceu inesperada, inexplicável e sintomática de como as agendas internacionais negligenciam e se afastam das preocupações de quem mais sofre com os efeitos conjugados das mudanças climáticas.


Moçambique, de acordo com os diferentes índices de risco climático global, que muitas vezes tem indicadores diferentes, mas muitas vezes coincidentes, ocupa, tristemente, o primeiro lugar na lista dos países mais vulneráveis às alterações climáticas. Por outras palavras, Moçambique é vítima de actividades industriais que alteraram o curso normal do clima e tem que arcar com o ónus de fazer face aos efeitos desastrosos de ciclones mais constantes, chuvas mais devastadoras e, até, longos períodos de seca.


Em bom rigor, esta cimeira até coincidiu com o segundo ano da passagem dos ciclones Idai e Kenneth, que assolaram as províncias de Sofala, Zambézia, Manica e Cabo Delgado. A ferocidade destes ciclones ceifou a vida de mais de 700 cidadãos moçambicanos, para além de ter gerado acima de 370 mil deslocados. Estas famílias continuam dependentes de ajuda para recompor as suas vidas. As mudanças climáticas, cujo aporte científico ainda precisa de ser melhor disseminado pelo país, não dilaceram, apenas, o tecido social, não destroem os campos agrícolas e as florestas, arrasam, principalmente, a esperança de um povo.


Se, por um lado, o mundo necessita, com urgência, de implementar o quadro de medidas mitigatórias e rever as suas ambições industriais, para manter o aquecimento global abaixo dos 2 graus centígrados, preferencialmente, abaixo dos 1.5 graus centígrados, por outro lado, carece da redefinição de uma agenda sobre a participação, no processo decisório, dos actores que mais sofrem com estas mudanças climáticas, dando voz aos jovens e às mulheres.


Faço parte de um grupo designado The Elders, dirigido por Mary Robinson, que inclui Ban Ki-moon, Harlem Brundtland, Ellen Johnsonn Sirleaf, Ernesto Zedillo e Fernando Herinque Cardoso. Cientes da realização desta Cimeira, decidimos fazer um apelo, para que a Cimeira não se concentre numa discussão apenas das principais potências, mas que seja um momento e uma oportunidade para que os países mais afectados possam veicular as suas preocupações e se afirmarem como os que, mais directamente, sofrem com os efeitos das mudanças climáticas.


Nestes momentos, eu me recordo, e com um misto de tristeza e desespero, que Moçambique registou, com o ciclone Idai, o mais devastador fenómeno das mudanças climáticas no hemisfério Sul. Por conseguinte, é um direito que assiste ao país de erguer a voz e, de forma legítima, clamar pela sua integração na agenda internacional e de todos quanto sofrem e que se sentem excluídos.


Este debate sobre as mudanças climáticas, que continua de forma errónea, ainda tímido e esporádico em Moçambique, terá de passar por uma posição nacional que incorpore os pontos de vista da academia, do sector privado, das organizações não-governamentais e, sobretudo, dos nossos especialistas que, a par e passo, acompanham e pesquisam sobre a temática sobre o aquecimento global. O nosso país, e outros países que fazem parte da lista dos mais vulneráveis às alterações climáticas, têm legitimidade natural para expressar e revelar as questões essenciais que os afectam, neste presente sombrio, e que afectarão o futuro ainda mais intricado e complexo.


Os sinais da inacção podem ser muito mais devastadores do que os efeitos pelos quais passamos. Nestes momentos, nos recordamos do sábio ditado africano que diz que a luz com que nós vemos os outros é a mesma luz com que os outros nos vêem a nós próprios. Em bom rigor, o clima não pode destruir as nossas esperanças e os sonhos de sermos uma sociedade e um país que vive com dignidade e harmonia

Extradição de Chang: Decisão de Pretória vai ser submetida ao tribunal

 


A Ministra das Relações Exteriores da RAS, Naledi Pandor, abordou ontem numa conferência de imprensa o caso Manuel Chang. Ela não revelou se o governo iria extraditar o ex-ministro das Finanças moçambicano para Moçambique ou para os EUA, para enfrentar acusações de fraude e corrupção num esquema de $ 2 milhões envolvendo a compra de embarcações de pesca e patrulha.


Ambos os países acusaram Chang. Na semana passada, o governo moçambicano submeteu um requerimento junto do Supremo Tribunal de Joanesburgo para ordenar o Ministro da Justiça Ronald Lamola a extraditar Chang, que está detido na África do Sul há quase 29 meses. Pandor disse na terça-feira que seu governo vai submeter sua posição junto ao tribunal

Israel e Hamas concordam com cessar-fogo em Gaza

 



Tanto o Gabinete de Segurança de Benjamin Netanyahu, como o porta-voz do movimento Hamas, confirmaram que uma trégua mútua entrará em vigor esta sexta-feira (21.05), após 11 dias de violência na Faixa de Gaza.

O governo do Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu confirmou oficialmente, na noite desta quinta-feira (20.05), a trégua mediada pelo Egito.


"O Gabinete [de Segurança do primeiro-ministro israelita] aceitou unanimemente a recomendação de todos os oficiais de segurança (...) de aceitar a iniciativa egípcia de um cessar-fogo bilateral incondicional", dá conta um comunicado divulgado pelo Estado hebreu. 


Membros do Gabinete de Segurança israelense, incluindo o chefe do Estado-Maior e comandantes militares, concordaram em aceitar a proposta do Egito de fim das hostilidades após elogiarem o que consideravam "grandes realizações" de Israel na campanha militar em Gaza.


Poucas horas depois do anúncio israelita, também o grupo islâmico Hamas confirmou a trégua "mútua e simultânea" com Israel, que deverá ter início às 2 horas da madrugada desta sexta-feira (21.05).



"Obtivemos garantias dos mediadores de que a agressão contra Gaza vai parar", disse o porta-voz do movimento islâmico Hamas em Gaza, Hazem Qassem sobre o papel do Egito e da ONU na resolução do conflito.


Entretanto, e em declarações à Associated Press, Ali Barakeh, um oficial do Hamas disse que o cessar-fogo constitui uma derrota para Netanyahu e "uma vitória para a população palestiniana". 


Contudo, o sentimento de alerta vai permanecer até que haja informações mais credíveis por parte dos mediadores deste conflito no Médio Oriente, que se arrasta há décadas. 


Os rumores sobre esta possível trégua ganharam força nas últimas horas, especialmente depois do primeiro-ministro israelita ter convocado na tarde desta quinta-feira (20.05) o Gabinete de Segurança para uma reunião. 


A pressão dos Estados Unidos da América (EUA) terá feito a diferença, que já tinham confirmado sinais "claramente encorajadores" no sentido de chegar ao cessar-fogo, explicitou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki durante uma conferência de imprensa. 


O Presidente dos EUA, o democrata Joe Biden, pressionou publicamente o primeiro-ministro de Israel, na quarta-feira (19.05). Biden disse que esperava de Israel uma intenção real de interrupção do escalamento do conflito, mas Benjamin Netanyahu continuava a dizer que estava "determinado em continuar esta operação até atingir o objetivo". 


Já esta sexta-feira, o Presidente norte-americano agradeceu aos líderes egípcios por mediarem o acordo de paz.


Osama Hamdan, uma das principais figuras do Hamas, que está sediado no Líbano, também tinha dito que o cessar-fogo entre as duas fações era expectável em menos de dois dias. 

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Dívidas Ocultas: Demora na extradição de Chang deve-se à "insistência" de Maputo

 



Jurista André Thomashausen defende que a demora no processo de extradição do ex-ministro das Finanças Manuel Chang deve-se à "insistência" de Moçambique em concorrer com o pedido de extradição norte-americano.

Para o jurista André Thomashausen, a residir na África do Sul, "não é da responsabilidade da África do Sul resolver os pedidos concorrentes de extradição".


"O prolongamento da detenção é devido à insistência de dois países em ver essa pessoa extraditada, enquanto esses dois países não conseguirem estar de acordo sobre o processo da extradição, a detenção tem que forçosamente continuar porque a África do Sul tem que obedecer aos pedidos de extradição e tem que garantir que a pessoa não vá desaparecer ou fugir", explicou Thomashausen.


"De forma que está nas mãos de Moçambique, porque se retirar o seu pedido de extradição, a detenção do Sr. Chang na África do Sul pode ser terminada imediatamente, porque poderá seguir para os Estados Unidos", adiantou o jurista e académico.


Na passada sexta-feira, (14.05), o Governo moçambicano pediu à Justiça sul-africana para "obrigar" Pretória a extraditar "sem mais demora" o ex-ministro das Finanças Manuel Chang, que se encontra detido na prisão de Modderbee, em Benoni, leste de Joanesburgo.


Tribunal Superior de Gauteng, em Joanesburgo


De acordo com o pedido submetido no Tribunal Superior de Gauteng, em Joanesburgo, a que a Lusa teve acesso, o Governo moçambicano queixa-se que "um período excessivamente longo prescreveu", salientando que o ministro da Justiça sul-africano, Ronald Lamola, "falhou e/ou está a negligenciar o exercício da sua decisão conforme ordem do tribunal".


"Não existe regra firme"

Na opinião de André Thomashausen, "não existe regra firme" que defina, ao abrigo da legislação em vigor na África do Sul, o tempo de encarceramento sem julgamento a aguardar por uma extradição do país.


"Existem evidentemente os direitos fundamentais do devido processo penal, no Tribunal dos Direitos Humanos da União Europeia, por exemplo, tem havido decisões que consideraram um período de detenção preventiva, detenção antes do julgamento, de 11 anos como sendo excessivo, mas claro que dois anos sem julgamento não é o que se gostaria de ver num Estado de direito com o sistema judicial a funcionar", referiu.  


Se o Governo de Moçambique "se queixa" agora de Manuel Chang ter passado 29 meses preso na África do Sul, referiu André Thomashausen, "o primeiro responsável por essa demora é a Procuradoria-Geral de Moçambique que nunca fez o seu devido trabalho".


Pedido de extradição sem base legal

O jurista e analista político sublinhou que o pedido de extradição concorrente da Procuradoria-Geral da República de Moçambique foi submetido "sem a devida base legal porque em 2019 o Sr. Chang nem sequer era arguido", sublinhado que "depois arranjaram uma maneira de o tornar arguido, mas sem fundamento", continuando a "complicar e a fundamentar mal" o pedido de extradição. 


"É por isso que esta situação se tem arrastado, porque Moçambique está a impedir, está a atrasar a extradição do Sr. Chang para os Estados Unidos", frisou Thomashausen.


"Em princípio, o tribunal não se pode sobrepor à decisão que por lei compete ao ministro, temos a doutrina da separação dos poderes [na África do Sul], e a lei dita que é o poder executivo, o ministro, que deve tomar a decisão sobre a extradição", afirma.


Desacreditar sistema de justiça

O jurista André Thomashausen considera que a atuação do Governo de Moçambique ameaça desacreditar o Estado de direito constitucional na vizinha África do Sul.


Alerta que o caso coloca "em risco" a credibilidade do próprio sistema de justiça no país, assim como a luta contra a corrupção pública "endémica" e o equilíbrio de poderes no regime democrático da África do Sul.


Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa


"Vai ferir o princípio do Estado de direito, que aliás o ministro da Justiça sul-africano Ronald Lamola evocou, com muita autoridade, no seu último discurso na Assembleia da República, porque irá também ferir a lei da extradição, que prevê que a competência para tomar esta decisão é a competência do ministro e não é a do Presidente da República Ramaphosa", frisou André Thomashausen.


Decisão "politicamente delicada"

André Thomashausen avançou que como a decisão sobre a extradição do antigo governante moçambicano é "politicamente delicada", o chefe de Estado sul-africano "chamou a decisão a si".


Segundo o jurista, o parecer do ministro Lamola "ficou na mesa do Presidente Ramaphosa, que por uma razão ou outra decidiu aguardar, talvez por uma oportunidade consensual, que o Presidente Nyusi venha a concordar que não há outra saída", a não ser "a de que o Sr. Chang tem mesmo que ir para os Estados Unidos".


"Tudo isso foge à legalidade constitucional e iria prejudicar ainda mais a reputação da África do Sul, que já está muito afetada negativamente com os enormes escândalos de corrupção que não pararam nesta Presidência com Ramaphosa", explicou, todavia, Thomashausen.


Manuel Chang é considerado "peça-chave" nas chamadas 'dívidas ocultas' do Estado moçambicano, contraídas entre 2013 e 2014, à revelia do parlamento, no valor de 2,2 mil milhões de dólares (1,8 milhões de euros), ao assinar as garantias de Estado em nome do Governo do ex-presidente Armando Guebuza. 

Total garante que irá pagar os “valores pendentes” às PME

 



A Total assegurou ao Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, o pagamento de “valores pendentes” às Pequenas e Médias Empresas (PME) contratadas no projecto de gás natural, em Cabo Delgado.


A informação foi avançada esta quarta-feira pela Agência Lusa, citando uma fonte do Governo, que acompanhou a reunião entre o Chefe de Estado moçambicano e o Presidente da Total, Patrick Pouyanné, no âmbito da visita de trabalho efectuada por Filipe Nyusi à França.


“A Total assegura o pagamento de valores pendentes com Pequenas e Médias Empresas moçambicanas contratadas no âmbito da implementação do projecto Golfinho/Atum”, disse fonte do Governo, citada pela Lusa.


Lembre-se que a Total suspendeu as actividades no projecto de exploração de gás natural em Afungi, após ataques terroristas à vila-sede do distrito de Palma, verificados no passado dia 24 de Março, tendo declarado “Força Maior” para cessar as relações contratuais com os seus parceiros no empreendimento.


De acordo com os dados partilhados pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), em princípios deste mês, os ataques terroristas do passado dia 24 de Março afectaram 410 empresas e cerca de 56 mil postos de trabalho. Causaram também um impacto financeiro de 148.11 milhões de USD, que inclui destruições, atrasos de pagamentos e mercadorias em trânsito sem certeza da entrega.


Nas contas da CTA, até ao período anterior à suspensão das actividades, cerca de 29.77 milhões de USD (correspondente a 34.8% do valor dos contratos de fornecimento de bens e serviços firmados) já possuíam ordens de compra emitidas, sendo que, deste valor, cerca de 16.16 milhões de USD (correspondente a 54.2%) já haviam sido pagos e 13.61 milhões de USD (correspondente a 45.8%) permanecem em dívida.


A organização disse ainda que o valor das mercadorias já adquiridas para o fornecimento à Total ascendia a cerca de 28.50 milhões de USD, sendo que a mercadoria avaliada em 12.79 milhões de USD (correspondente a 45%) está em stock e a de 15.72 milhões de USD está em trânsito.


Sublinhe-se que, na reunião que teve com o Presidente da República, a Total reiterou que continua empenhada em desenvolver o maior projecto de exploração de gás natural, em África, pelo que vai regressar ao país, porém, tal facto acontecerá “assim que as condições de segurança tiverem sido repostas em Cabo Delgado”.


Os ataques terroristas já causaram a morte de mais de duas mil pessoas (entre civis, militares e membros do grupo terrorista) e a deslocação de mais de 800 mil pessoas. O ataque à vila-sede de Palma, por exemplo, causou a deslocação de perto de 50 mil pessoas.

Governo vai construir 250 casas para os veteranos da luta de libertação nacional Até 2023

 


Governo vai construir 250 casas para os veteranos da luta de libertação nacional , até 2023. A informação foi revelada, hoje, pelo presidente da Frelimo, Filipe Nyusi, na abertura da terceira Sessão Ordinária da ACLLIN.


Na abertura da terceira Sessão Ordinária da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional, ACLLIN, ligada à Frelimo, o presidente do partido, Filipe Nyusi, começou por descrever o quadro de insegurança que se vive na zona centro do país, devido aos ataques armados e o terrorismo, na província de Cabo Delgado, para além das calamidades naturais.


Nos dois conflitos, Filipe Nyusi disse haver combatentes deslocados que revivem cenários de guerra, o que é inaceitável e, a ACLLIN é chamada a agir.


Aos libertadores da Pátria Amada, o presidente da Frelimo revelou que foram registadas e fixadas um total de 89.028 pensões, tendo, ainda, o Governo encerrado a fixação de pensões dos veteranos por via testemunhal através do decreto 53/2020 de 03 de Junho.


Ainda sobre os benefícios aos homens e mulheres que libertaram o país, Filipe Nyusi falou das casas já construídas e por serem construídas para combatentes com deficiência profunda, para além da distribuição dos meios de compensação em todas as províncias.


A estas acções junta-se o movimento de condecoração aos combatentes, com a medalha veterano de luta de libertação nacional, com o objectivo de reconhecer e exaltar aos que libertaram a pátria, sendo que até Fevereiro, deste ano, já haviam sido condecorados 5.511 veteranos.