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domingo, 6 de agosto de 2023

Aluna da 10ª classe cria despertador automático para combater assaltos

 


Uma rapariga de 16 anos, aluna da 10 classe, criou um despertador automático, na cidade da Beira, que serve para detectar movimentos estranhos com vista a fazer face a onda de assaltos nas residências no bairro onde reside.

Chama-se Gizela Chimoio e é aluna da 10ª classe na Escola secundária Mateus Sansão Mutemba. Ela residente no bairro de expansão Ndunda II, onde tem sido palco de assaltos e roubos nas residências sem que os proprietários se apercebam.

Preocupada com a onda de assaltos no seu bairro, apesar de nunca ter passado por uma situação semelhante, Gizela criou o despertador.

De acordo com a criadora do aparelho, o sensor deve ficar montado num local estratégico da residência. Qualquer movimento estranho o despertador montado o mais próximo possível toca, chamando atenção para a existência de movimentos estranhos.

O desejo da criadora do dispositivo, cujo fabrico custou cerca de 1.300 meticais, usados para a aquisição de material, é a produção em massa e a venda na comunidade a preços bonificados.

A ideia de criar um despertador automático surgiu num clube de ciências da escola Mateus sansão Mutemba.

Para a escola Mateus Sansão Mutemba, a criação deste despertador por uma rapariga de apenas 16 anos de idade e da 10ª classe prova que as crianças têm conhecimento.

Na Sansão Mutemba existem outros clubes de actividades, nomeadamente de ambiente, cidadania, sociedade e de letras. E foi graças a estes clubes que na recente feira da cidade da Beira, ligada a ciências e tecnologia que quatro alunos desta escola foram apurados a fase nacional, incluindo Gizela Chimoio.

Humberto Esteves, um dos facilitadores do clube de ciência na Escola Secundaria Mateus sansão Mutemba, afirmou que os referidos clubes surgem para fazer face à problemática da qualidade de ensino.

Esteves terminou afirmando que a dedicação dos alunos desta escola demostra que os objectivos do processo de ensino e aprendizagem estão a ser alcançados.

⛲ O país 

Rússia diz ter intercetado drone dos EUA



A Rússia disse ter feito descolar um dos seus aviões de combate para intercetar um drone Reaper que se aproximava da sua fronteira sobre o Mar Negro. Kiev considera como "zonas de guerra" portos russos do Mar Negro.

A Rússia disse hoje ter feito descolar um dos seus aviões de combate para intercetar um drone norte-americano Reaper que se aproximava da sua fronteira sobre o Mar Negro e que em seguida voltou para trás.

"A tripulação do caça russo identificou o alvo aéreo como um drone de reconhecimento MQ-9A 'Reaper' da Força Aérea dos Estados Unidos", disse o Ministério da Defesa da Rússia através da rede social Telegram.

"Zonas de guerra" 

A Ucrânia declarou seis portos na costa russa do Mar Negro como "zona de risco de guerra", onde considera a navegação perigosa, incluindo Novorossiysk, onde sexta-feira ocorreu um ataque.

Segundo um comunicado do Gabinete Hidrográfico Estatal, citado pelo portal noticioso Ukrinfrom, a área sob ameaça militar inclui Anapa, Gelnszhik, Tuapse, Sochi e Taman, bem como Novorossiysk.

Novorossiysk foi atacada na sexta-feira por um ‘drone' marítimo não tripulado ucraniano, de acordo com fontes em Kiev e Moscovo, embora o lado russo tenha dito que o ataque não provocou danos.

Os serviços secretos ucranianos (SBU) justificaram hoje os recentes ataques de ‘drones' contra navios russos no Mar Negro como "legítimos", alegando que estes se encontravam em "águas ucranianas".

"Estas são ações absolutamente lógicas e eficazes. Ocorrem em águas territoriais ucranianas e são, por conseguinte, absolutamente legítimas", disse o chefe do SBU, Vasyl Malyuk, na rede social Telegram, referindo-se aos ataques de ‘drones' na península da Crimeia

⛲ Dw

sábado, 5 de agosto de 2023

Mais 42 casos de cólera em Moçambique nos primeiros dois dias de agosto

 


Cinco distritos do país com surtos ativos.

As autoridades sanitárias moçambicanas confirmaram mais 42 casos de cólera apenas nos primeiros dois dias de agosto, com cinco distritos do país com surtos ativos, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

Segundo dados dos boletins diários sobre a progressão da doença, elaborados pela Direção Nacional de Saúde Pública, o atual surto de cólera em Moçambique regista um acumulado de 33.601 casos desde 14 de setembro a 02 de agosto último.

No primeiro dia de agosto registaram-se 17 novos casos e no dia seguinte mais 25, enquanto o número de doentes internados passou de 27 para 42 em 24 horas, mantendo-se o número de óbitos provocado pela doença inalterado, em 141.

As autoridades de saúde moçambicanas declararam no final de julho surtos de cólera em mais dois distritos, Mocímboa da Praia e Mueda, província de Cabo Delgado, que se juntaram a outros três, admitindo preocupação com o aumento de casos no norte daquela província.

Só em Cabo Delgado, norte do país, segundo dados recolhidos esta sexta-feira pela Lusa, já se registaram desde setembro do ano passado 1.205 casos, com três mortos. Os novos casos detetados no país nos últimos dias estão essencialmente concentrados naquela província, afetada por ataques de insurgentes nos últimos cinco anos.

Até 02 de agosto, a maioria dos casos de cólera em Moçambique foi registada na província da Zambézia, no centro do país, (13.400 diagnosticados e 38 mortos) especialmente afetada depois da destruição provocada pelo ciclone Freddy, em fevereiro e março, seguindo-se Sofala (7.527 casos e 30 mortos) e Niassa (3.501 casos e 25 mortos).

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou em 13 de julho, em Maputo, os esforços de Moçambique, e do Presidente da República, Filipe Niyusi, para travar esta epidemia de cólera.

"Estou muito feliz em ver um chefe de Estado que está muito comprometido com a saúde. Ele é um dos poucos líderes, no mundo, que assume este compromisso e está diretamente envolvido em questões ligadas à saúde", declarou Tedros Tedros Ghebreyes.

Moçambique regista mais de 130 mortes por cólera desde setembro

Para o diretor-geral da OMS, o executivo moçambicano teve uma gestão assinalável da epidemia, que foi agravada pelo impacto do ciclone Freddy.

"Saudei o Presidente moçambicano e o ministro da Saúde [Armindo Tiago] pela sua liderança na gestão da epidemia da cólera. No mesmo período foram registados casos de pólio e que também foram controlados, após serem detetados antecipadamente. Não há qualquer caso agora desde agosto", observou.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, situação que agrava a resistência de infraestruturas e serviços que permitam evitar a doença.

A cólera é uma doença que provoca fortes diarreias, que é tratável, mas que pode provocar a morte por desidratação se não for prontamente combatida.

A doença é causada, em grande parte, pela ingestão de alimentos e água contaminados por falta de redes de saneamento.

Em maio, a Organização Mundial da Saúde alertou que o mundo terá um défice de vacinas contra a cólera até 2025 e que um bilião de pessoas de 43 países podem ser infetadas com a doença.

⛲CM

Moçambique: Médicos em greve submetem providência cautelar



A Associação Médica de Moçambique (AMM) submeteu uma providência cautelar ao Tribunal Administrativo face às "intimidações do Governo". Os médicos saem às ruas hoje(sábado)para marchar por condições melhores.

"A intenção é fazer com que o Tribunal Administrativo interpele o Ministério da Saúde para que o mesmo se conforme com a lei e pare de intimidar os colegas", declarou Milton Tatia, presidente da Associação Médica de Moçambique.

Em causa está o posicionamento do Governo moçambicano sobre a greve dos médicos que começou em julho. Na terça-feira, o executivo avisou que os profissionais que continuarem a faltar serão responsabilizados, avançando que há planos de contratação de pelo menos 60 novos profissionais.

Para a AMM, o executivo moçambicano está a tentar intimidar a classe para travar uma "greve legítima".

"É lamentável que ao invés de dialogar o Governo opte pela via de intimidação", disse o presidente da AMM, assinalando que no ano passado o executivo moçambicano "adotou a mesma estratégia" e a AMM submeteu, em dezembro, outra providência cautelar após alegada intimidação numa primeira greve convocada na altura.

Os médicos moçambicanos que convocaram a greve, com a observância dos serviços mínimos nas unidades de saúde, protestam sobretudo contra cortes salariais, no âmbito da aplicação da nova tabela salarial da função pública, e falta de pagamento de horas extraordinárias.

Protesto em Maputo

No sábado (05.08), a AMM vai sair à rua em Maputo para marchar, a partir das 08:00 locais, e protestar contra a situação da classe.

"Esperamos contar com médicos, outros profissionais de saúde e cidadãos sensibilizados pela causa”, referiu o presidente da associação.

A greve dos médicos, que começou em 10 de julho, foi prorrogada por mais 21 dias há uma semana.

A AMM refere que, durante o processo negocial com o Governo, os profissionais cederam em alguns pontos do caderno reivindicativo, como no caso da redução do subsídio de exclusividade, que passou de 40 para 5%, do subsídio de risco de 30 para 5%, e do subsídio de turno, que caiu de 30% para 5%.

O Ministério da Saúde (Misau) afirmou ter resolvido os problemas de redução e falta de pagamento de salários, enquadramento sem observar o tempo de serviço e enquadramento inferior ao acordado, estes dois últimos pontos que constam ainda das queixas apresentadas pelos médicos.

A aplicação da nova tabela salarial na função pública está a ser alvo de forte contestação por parte de várias classes profissionais, com destaque para os médicos, juízes e professores.

⛲ DW

Níger: "A CEDEAO não vai dizer quando e onde vai atacar"

 




Os contornos de uma "possível intervenção militar" contra os militares golpistas no Níger foram "definidos", diz a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO)

O anúncio foi feito esta sexta-feira (04.08) pelo comissão para os Assuntos Políticos e de Segurança da CEDEAO, Abdel-Fatau Musah, no final da reunião de três dias, em Abuja, dos chefes de Estado-Maior da organização.

"Todos os elementos de uma possível intervenção foram trabalhados nesta reunião, incluindo os recursos necessários, mas também como e quando vamos projetar a força", disse Musah.

"Os chefes de Estado-Maior e as suas equipas têm trabalhado 24 horas por dia (desde quarta-feira) para desenvolver um conceito de operações para uma possível intervenção militar na República do Níger, a fim de restaurar a ordem constitucional e garantir a libertação do Presidente detido", acrescentou.

No entanto, "a CEDEAO não vai dizer aos golpistas quando e onde vai atacar", disse, adiantando que se trata de uma "decisão operacional que será tomada pelos chefes de Estado" da organização.

Em 30 de julho, a CEDEAO, que impôs pesadas sanções a Niamey, deu aos golpistas sete dias para restabelecerem a Presidência de Mohamed Bazoum, derrubado em 26 de julho, sob pena do recurso à "força".

"QUEREMOS QUE A DIPLOMACIA FUNCIONE"

Os golpistas autointitulam-se Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria (CNSP), que é liderado pelo general Abdourahamane Tiani.

A dois dias do fim do ultimato, a CEDEAO continua a afirmar que privilegia a via diplomática para resolver a crise no Níger, nomeadamente através do envio de uma delegação a Niamey.

A opção militar é, na sua opinião, a última a ser posta em cima da mesa.

"Queremos que a diplomacia funcione e queremos que esta mensagem seja claramente transmitida (aos golpistas), nomeadamente que lhes damos todas as oportunidades para inverterem o que fizeram", acrescentou o responsável da CEDEAO.

Os golpistas garantiram já uma "resposta imediata" a "qualquer agressão" por parte de um país da CEDEAO.

O Mali e o Burkina Faso, vizinhos do Níger governados também por militares após os golpes de Estado de 2020 e 2022, respetivamente, apoiam a junta. Os dois países, que foram suspensos dos órgãos de governo do bloco da África Ocidental, declararam que qualquer intervenção armada seria considerada "uma declaração de guerra" e teria como consequência a sua retirada da CEDEAO.

⛲ DW

Governo declara estado de emergência em Amhara na Etiópia


O Conselho de Ministros da Etiópia declarou o estado de emergência na região de Amhara, depois de as autoridades locais terem pedido ajuda devido à intensificação dos confrontos entre as forças regionais e os militares.

O gabinete do primeiro-ministro etíope anunciou esta sexta-feira (04.08) a declaração do estado de emergência em Amhara, depois de o líder da região ter afirmado que as forças policiais regulares já não eram capazes de conter a violência. A declaração deve ser aprovada a seguir pelo Parlamento.

A segunda região mais populosa da Etiópia tem sido dominada pela instabilidade desde abril, quando as autoridades federais tomaram medidas para desarmar as forças de segurança de Amhara após o fim da devastadora guerra de dois anos na região vizinha de Tigray.

No ano passado, as autoridades também já tinham tentado desmantelar a milícia informal Amhara conhecida como Fano.

Esta semana, os residentes relataram combates em toda a região de Amhara, com membros das milícias a atacarem unidades do exército e manifestantes a bloquearem estradas.

Os voos para duas cidades turísticas muito populares, Lalibela e Gondar, foram suspensos. O acesso à Internet foi afetado.

O estado de emergência significa provavelmente restrições à circulação e um aumento dos poderes de detenção.

A Etiópia foi em 2022 o palco do conflito armado mais mortífero em todo o mundo desde o genocídio do Ruanda em 1994, com mais de 104 mil mortes registadas na guerra do Tigray, no norte do país.

⛲ Dw

sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Taça de Moçambique: Touros e Guerreiros de Gaza defrontam-se hoje

 


O jogo está inserido nos oitavos de final da Taça de Moçambique, referente à fase regional sul da prova.

A partida decorrerá no Complexo Desportivo de Tchume, casa da ABB, pelas 14 horas, onde os donos da casa são favoritos, mas, tratando-se da segunda competição nacional, a nível de clubes, tudo é possível, porque até o objectivo das equipas é vencer e seguir para fase seguinte. Os visitantes já conquistam esta competição em 1992.

O outro jogo interessante desta jornada, é o duelo entre AD Vilankulo vs Ferroviário de Maputo, actual campeão da prpva, que vai ser disputado no domingo. É um jogo a ser seguido com muita atenção, visto que coloca frente a frente dois conjuntos do primeiro escalão do futebol moçambicano. O jogo terá inicio às 14h00.

No sábado, Costa do Sol o clube mais titulado da competição recebe o Desportivo da Matola, equipa do segundo escalão do futebol moçambicano.

Na zona centro, haverá o duelo entre Ferroviários de Moatize e da Beira. Depois de, na última segunda-feira, ter derrotado o seu homónimo de Lichinga, o Ferroviário da Beira parte para este encontro motivado e o objetivo é mesmo seguir para fase seguinte.


Fonte: 

Filipe Nyusi deve convocar Eleições Gerais até 15 de Agosto


Com a aprovação, ontem, do Projecto de Revisão Pontual da Constituição da República, estão criadas as condições para a convocação das VII Eleições Gerais e IV das Assembleias Provinciais. Assim, o Chefe de Estado, que viu a bancada parlamentar do seu partido (Frelimo) reduzir o período de convocação do escrutínio de 18 para 14 meses, tem até ao próximo dia 15 de Agosto a data-limite para convocar o escrutínio a ser realizado em Outubro de 2024.

De acordo com a legislação eleitoral, as eleições presidenciais e legislativas e das Assembleias Provinciais realizam-se até à primeira quinzena de Outubro de cada ano eleitoral, em data a definir por Decreto do Presidente da República, sob proposta da CNE (Comissão Nacional de Eleições).

Assim, com as eleições já previstas para a primeira quinzena de Outubro de 2024, o Chefe de Estado, Filipe Jacinto Nyusi, é obrigado a convocar as Eleições Presidenciais, Legislativas e das Assembleias Provinciais até ao próximo dia 15 de Agosto, um acto que está refém da revisão da Constituição da República, que deverá adiar as eleições distritais, agendadas para 2024.

Refira-se que, até ao momento, ainda são desconhecidos, formalmente, os candidatos à Presidência da República, no entanto, já há movimentações, a nível da Frelimo, para suceder Filipe Nyusi que, definitivamente, terá de abandonar o Palácio da Ponta Vermelha, em 2024.

A nível dos partidos da oposição, são quase certas as candidaturas de Lutero Simango (MDM) e Ossufo Momade (Renamo), porém, a candidatura do Presidente da Renamo está ensombrada pela provável candidatura de Henriques Dhlakama, filho do falecido líder da Renamo, Afonso Dhlakama. 

⛲ CARTAMOZ 

UP-Maputo suspende aulas por falta de água



A Universidade Pedagógica de Maputo, Campus de Lhanguene, suspendeu aulas ontem, por dois dias, por falta de água. A situação divide opiniões entre os estudantes.

Foi através de um comunicado emitido pela Direcção Pedagógica e Direcção do Património que veio a indicação da interrupção de aulas. E o que foi explicado é que o corte no fornecimento de água tem a ver com a avaria do sistema interno de distribuição de água.

A Direcção Pedagógica da instituição frequentada diariamente por nove mil estudantes diz que as aulas perdidas serão compensadas, segundo avançou Elias Narciso Matos, director pedagógico.

Até ao meio da manhã desta sexta-feira, o problema já estava a ser solucionado, e em algumas casas de banho já jorrava água.

⛲ O país 

Níger: Três países dispostos a intervir militarmente



Três países da CEDEAO confirmaram a disponibilidade para medidas militares contra o Níger se os militares golpistas não restabelecerem a legalidade constitucional. Junta Militar avisa que ripostará a qualquer agressao

Os três países - Senegal, Costa do Marfim e Nigéria - dizem aguardar a decisão dos chefes de Estado-Maior da CEDEAO, que iniciaram na quarta-feira (02.07) uma reunião extraordinária em Abuja (Nigéria) para discutir a situação no Níger, três dias antes do fim do ultimato dado pelo bloco regional aos golpistas para restabelecerem a legalidade constitucional.

Os vizinhos da África Ocidental ameaçaram usar a "força" se o Presidente Bazoum não for reintegrado até ao próximo domingo.

Embora os líderes da CEDEAO não tenham excluído a possibilidade de uma intervenção militar no Níger, afirmaram que essa seria "a última opção".

Paralelamente a esta reunião, uma delegação da CEDEAO - chefiada pelo antigo presidente nigerino Abdusalami Abubakar - deslocou-se ontem a Niamey para dialogar com os líderes golpistas.

No mesmo dia, uma delegação da junta militar deslocou-se ao Mali e, mais tarde, ao Burkina Faso - países governados por juntas militares que manifestaram o seu apoio militar aos golpistas do Níger - a fim de pôr em prática uma estratégia de luta e de apoio comum.

A Junta Militar que tomou o poder no Níger a 26 de julho avisou quinta-feira (03.07) que ripostará imediatamente a qualquer agressão da CEDEAO, denunciou os acordos militares assinados com França e afastou quatro embaixadores noutros tantos países.

Num comunicado transmitido pela televisão nacional na noite de quinta-feira, lido pelo coronel Amadou Abduramane, os golpistas, organizados no Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), apelam à população para que esteja "vigilante" contra "espiões e forças armadas estrangeiras" e para que alerte as autoridades para quaisquer movimentos suspeitos.

Por outro lado, os golpistas denunciaram os vários acordos militares assinados com a França, nomeadamente no que diz respeito ao "estacionamento" do destacamento francês e ao "estatuto" dos soldados presentes no âmbito da luta contra o ‘jihadismo'.

"Perante a atitude e a reação leviana da França face à situação" no Níger, "o CNSP decidiu denunciar os acordos de cooperação no domínio da segurança e da defesa com aquele país", declararam os golpistas.

A Junta Militar anunciou também a "cessação" das "funções" dos embaixadores do Níger em França, nos Estados Unidos, na Nigéria e no Togo.

A delegação da CEDEAO, chefiada pelo antigo chefe de Estado nigeriano Abdulsalami Abubakar, deverá "encontrar-se com os líderes do golpe de Estado no Níger para apresentar as exigências dos líderes da CEDEAO", de acordo com um comunicado da presidência nigeriana.

O Presidente da Nigéria, Bola Tinubu, atual Presidente da CEDEAO, pediu-lhe que "fizesse tudo o que fosse possível" para uma "resolução amigável" da crise no Níger, na sequência das sanções impostas ao país e de um ultimato dado aos golpistas para restabelecerem a ordem constitucional, sob pena de recorrerem à "força".

Relações tensas entre junta militar e a CEDEAO

Numa entrevista à agência noticiosa France-Presse (AFP), o embaixador do Níger em Washington, Kiari Liman-Tinguiri, um dos afastados do cargo, pediu à Junta Militar para "ganhar juízo".

"Se o Níger entrar em colapso, todo o Sahel entrará em colapso e será desestabilizado [...] e teremos [o grupo de mercenários] Wagner e os ‘jihadistas' a controlar a África desde a costa até ao Mediterrâneo", advertiu Liman-Tinguri.

Por outro lado, o Mali e o Burkina Faso declararam que qualquer intervenção armada no Níger será considerada "como uma declaração de guerra" contra os dois países.

Se as relações entre Niamey e o bloco da África Ocidental são tensas, também o são com a França, a antiga potência colonial.

Na quinta-feira (03.07), os programas da RFI (Radio France Internationale) e do canal de notícias televisivo France 24 foram interrompidos no Níger, "uma decisão tomada fora de qualquer quadro convencional e legal", segundo a empresa-mãe dos dois meios de comunicação, France Médias Monde.

A suspensão das emissões ocorreu no dia do 63.º aniversário da independência do Níger.

Desde o golpe de Estado, as relações com Paris deterioraram-se. Os incidentes ocorridos no domingo, durante uma manifestação diante da embaixada francesa, levaram à evacuação de mais de 500 cidadãos franceses.

Milhares de manifestantes que apoiam a junta no poder saíram às ruas de várias cidades nigerianas na quinta-feira, numa manifestação pacífica convocada pelo M62, uma coligação de organizações "soberanistas" da sociedade civil.

Muitos deles entoaram slogans críticos em relação à França e agitaram bandeiras da Rússia - país do qual o Mali e o Burkina Faso já se aproximaram.

O acesso à embaixada francesa e a outras chancelarias próximas foi bloqueado na quinta-feira pelas forças de segurança nigerianas, observaram os jornalistas da AFP. 

Antes da manifestação, Paris tinha reiterado "que a segurança das instalações diplomáticas e do pessoal (eram) obrigações ao abrigo do direito internacional".

O Níger é um dos países mais pobres do mundo, apesar dos seus recursos de urânio. 

Bazoum avisa que todo o Sahel pode cair sob influência russa

O Presidente deposto do Níger, Mohamed Bazoum, detido desde a semana passada, alertou na quinta-feira que, caso a junta militar permaneça no poder, "toda a região pode cair sob a influência russa".

"Com um convite aberto dos conspiradores e dos seus aliados regionais, toda a região central do Sahel pode cair sob influência russa por meio do grupo Wagner, cujo terrorismo brutal foi claramente visto na Ucrânia", escreveu Bazoum.

Num artigo de opinião publicado no jornal norte-americano The Washington Post, o Presidente do Níger pediu a ajuda dos Estados Unidos e da comunidade internacional para "restaurar a ordem constitucional".

Bazoum, que sublinhou que escreve "como refém", denunciou que o Níger "está sob ataque de uma junta militar que tenta derrubar" a democracia do país. "Sou apenas um de centenas de cidadãos que foram presos arbitrariamente e ilegalmente", lamentou.

O líder deposto criticou o Mali e Burkina Faso, países vizinhos do Níger, por "apoiarem o golpe ilegal" e acusou-os de utilizar mercenários do grupo paramilitar russo Wagner "às custas da dignidade e dos direitos dos seus cidadãos".

O chefe de Estado defendeu o historial do seu Governo, deposto a 26 de julho, e garantiu que o país, assolado por ataques de grupos ligados ao Estado Islâmico e à Al-Qaida, estava mais seguro do que em qualquer outro momento nos últimos 15 anos.

Bazoum lembrou as sanções económicas impostas ao Níger pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e disse que "essas medidas já mostram como seria um futuro sob uma junta autocrática sem viSão e sem aliados confiáveis".

Biden "libertação imediata"

"O preço do arroz subiu 40% entre domingo e terça-feira, e alguns bairros começaram a relatar escassez de produtos e eletricidade", lamentou o chefe de Estado do Níger, um dos países mais pobres do mundo.

Horas antes, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tinha apelado à "libertação imediata" de Bazoum e "à preservação da democracia duramente conquistada pelo Níger", numa declaração emitida no 63.º aniversário da independência do país da África Ocidental.

Os Estados Unidos ordenaram na quarta-feira a retirada do pessoal não essencial e reduziu ao mínimo as atividades da embaixada norte-americana em Niamey, na sequência do golpe de Estado, sublinhando que só pode intervir em situações de emergência.

Atualmente, os EUA têm cerca de 1.100 soldados no Níger dedicados a tarefas de antiterrorismo, vigilância e inteligência, em cooperação com as forças locais.

⛲ DW