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quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Detenção de Doppaz é "ilegal" e espelha medo da Presidência

 


Jurista diz que prisão de músico foi "excessiva", mas que há limites para a liberdade de manifestação. Já ativista defende que detenção é resultado da "má governação" do país e espelha "o medo" da insatisfação popular.

O músico moçambicano Doppaz foi detido no fim de semana por, alegadamente, e segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), ter incitado, num vídeo publicado nas redes sociais, à morte do Presidente da República e seu filho. A liberdade do cidadão Amândio Munhequeia, conhecido por "Doppaz", foi, entretanto, decretada esta manhã, mas no país continua a debater-se sobre se a sua detenção foi ou não uma medida excessiva e se limita a liberdade de expressão.

Em comunicado, divulgado na segunda-feira (07.08), a PGR explica que Doppaz é acusado de incitamento à desobediência coletiva e instigação pública a um crime e justifica a sua detenção com base na reincidência.

"Tendo em conta a sua reincidência na perpetração dos tipos legais de crime supracitados, o cidadão foi detido, no dia 06 de agosto corrente e ouvido hoje (07.08), no primeiro interrogatório perante o Juiz da Secção de Instrução Criminal", lê-se no documento.

Detenção ilegal

Em declarações à DW, a presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados de Moçambique, Firosa Zacarias, não tem dúvidas de que a prisão do músico é "ilegal", uma vez que "não respeitou os pressupostos para uma detenção: o flagrante delito e a ameaça que a pessoa representa".

"Olhando para as intervenções do Doppaz dá para ver que ele não é uma ameaça", acrescenta.

Também ouvida pela DW, a ativista social Quitéria Guirengane fala de dois pesos e duas medidas na atuação da PGR neste tipo de casos e questiona: "onde estava a PGR quando Cebolinha foi assassinado numa esquadra da polícia? Não foi assim tão rápida a reagir", constatou.

Ainda assim, e admitindo que este tipo de "medida excessiva" limita a liberdade de expressão no país - e que foi tomada com esse objetivo -, a jurista Firosa Zacarias lembra que há limites e que estes foram ultrapassados pelo músico.

"Não podemos ter atitudes que nos possam colocar numa situação de cometer um crime em defesa da nossa liberdade de manifestação. Há certos limites. O Doppaz extrapolou estes limites. Deve sim ser responsabilizado, mas o caminho que vimos a ser seguido pela Procuradoria é um caminho de excesso e com um certo abuso de autoridade", explicou a também jurista, acrescentando que, na sua opinião, a medida acertada a atribuir ao músico era o apoio psicossocial.

Quitéria Guirengane concorda. Mas acrescenta que a "má governação" em Moçambique atingiu um nível tal que "desafia a sanidade mental" de todos.

"A maior razão pela qual a PGR e o Presidente da República sentiram um medo terrível das palavras de Doppaz é porque eles têm consciência que os militares e a polícia não estão com eles. Podemos não falar em voz alta, mas o Presidente da República está isolado, porque não conseguiu criar condições mínimas de governação que não desafiassem a sanidade mental de qualquer cidadão na República de Moçambique. Não se trata de incentivar ou não [à violência]".

Dispersar atenções das eleições

Tanto Firosa Zacarias, como Quitéria Guirengane, afirmam não ter dúvidas que a detenção de Doppaz tem relação com o processo eleitoral.

Segundo a presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados de Moçambique, que lembra que o aparato à volta desta detenção custou recursos materiais e humanos ao Estado, "o que devia preocupar todo o país neste momento [é o processo eleitoral] e todas as atenções foram viradas para o assunto Doppaz".

Já a ativista social entende que "é expectável que uma ação de caça às bruxas vai caracterizar o contexto moçambicano".

Estamos a assistir a um cenário em que pessoas estão a ser perseguidas, não só nas redes sociais, porque não estão a apoiar o partido no poder", lembra.

Para Quitéria Guirengane, "isto tem relação claramente com o processo eleitoral, até porque o nosso processo eleitoral é um processo de legitimação da violência a favor de um candidato que é árbitro, jogador, segurança, apanha-bolas, ou seja, que faz todo o exercício sozinho, porque percebeu que, aos olhos da comunidade internacional, o importante é fazer check na lista de país que cumpriu com os padrões necessários para ser aparentemente democrático".

⛲ DW

Ronaldo classifica Al Nassr para a final da Taça dos Campeões Árabes

 


Capitão da seleção portuguesa marcou aos 75 minutos o único golo do encontro.

O Al Nassr de Cristiano Ronaldo classificou-se, na tarde desta quarta-feira, para a final da Taça dos Campeões Árabes ao vencer o Al Shorta por 0-1 com um golo do astro português aos 75 minutos. 

O capitão da seleção portuguesa, que está há quatro jogos seguidos a marcar, concretizou, através de uma grande penalidade, o golo que coloca a formação de Luís Castro na final da Taça dos Campeões Árabes.

Ronaldo já tinha feito balançar as redes do Prince Sultan bin Abdul Aziz Stadium aos 31 minutos da primeira parte, mas o golo acabou por ser anulado.

A formação saudita marca, assim, encontro com o vencedor da outra meia final, entre o Al Hilal, de Jorge Jesus, e o Al Shabab.

⛲ Correio da manhã 

Governo propõe Lei que vai regular a compra e uso de drones de captação de imagens para fins civis

 


O governo moçambicano estuda a criação de um regime jurídico para regular a compra e o uso de equipamentos tecnológicos aéreos utilizados para fins civis como a captação de imagens. Conforme avançou o porta-voz do Conselho de Ministros no início da tarde desta terça-feira, visto que é um sector que carece ainda de muita regulamentação.

Trata-se de “princípios, regras e directrizes a que devem obedecer as actividades de levantamentos e cinematografa aéreos para fins civis, bem como o fornecimento dos respectivos produtos às entidades reguladoras”, disse Filimão Suaze.

Ainda na mesma senda o governo apreciou e aprovou o Decreto-Lei que altera o artigo 3 do Código do Notariado aprovado pelo Decreto-Lei n.º 4/2006, de 23 Agosto, passando assim a permitir que as esquadras da polícia passem a certificar os actos notariais mais simples, de forma gratuita para o cidadão; e os advogados com carteira profissional passaram a certificar os actos notariais mais complexos.

Entretanto, o Conselho de Ministros analisou também a implementação do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado de 2023 e o contraditório do relatório da auditoria de regularidade ao Tribunal Administrativo sobre os fundos da Covi-19.

⛲ Evidências 

Polícia inviabiliza feira de saúde organizada pelos médicos grevistas por alegada falta de autorização

 


A Polícia da República de Moçambique (PRM) junto da Polícia Municipal inviabilizou nesta terça-feira, 08 de Agosto, a realização de uma feira de saúde organizada pela Associação Médica de Moçambique (AMM), numa altura em que a classe entroui em greve desde 10 de Julho último. A feira que teria lugar no Campo Municipal do Zimpeto, na Cidade de Maputo foi interrompida alegadamente porque os médicos não tiveram a autorização do Conselho Municipal da Cidade de Maputo (CMCM) o que a associação desmente.

“Parece-me que há pessoas contra o facto de os médicos poderem prestar serviços à população moçambicana de forma gratuita e aberta e, infelizmente, é uma situação que penaliza bastante a população. Esta feira tinha este objectivo”, disse Napoleão Viola, porta-voz da AMM.

Segundo a AMM, a feira foi autorizada pela Direcção Municipal de Saúde, que inclusive cedeu algum material, entre mesas e cadeiras, para a realização das actividades.

“Não estaríamos aqui sem a autorização daqueles que têm a autoridade”, acrescentou Viola, referindo que a feira estava a ser realizada também pelo facto de haver uma redução da assistência médica nos hospitais, em resultado da greve da classe, que tem estado só a prestar serviços mínimos no sistema nacional de saúde.

De acordo com a AMM, faziam parte da feira médicos de diversas áreas, entre as quais clínica geral e dentistas, que pretendiam prestar cuidados gratuitos à população, “quer de diagnóstico, como de tratamento de algumas pequenas patologias”.

De referir que os médicos moçambicanos estão em greve desde 10 de Julho, cumprindo apenas com a observância dos serviços mínimos nas unidades de saúde, protestando sobretudo contra cortes salariais, no âmbito da aplicação da nova tabela salarial da função pública, e falta de pagamento de horas extraordinárias.

E no último sábado, quase duas centenas de médicos marcharam pela melhoria das condições para o diagnóstico e tratamento dos pacientes, protestando, contra a possível anulação do seu estatuto, a falta de material cirúrgico, medicamentos, comida e água nos hospitais.

A aplicação da nova tabela salarial na função pública está a ser alvo de forte contestação por parte de várias classes profissionais, com destaque para os médicos, juízes e professores.

E sobre a inviabilização da feira de saúde, a polícia municipal prometeu pronunciar-se em breve sobre o assunto.

⛲ Evidências 

41 imigrantes morrem em naufrágio perto de Lampedusa, na Itália



Um grupo que se acredita ser de migrantes da Tunísia a bordo de um precário barco de madeira

Quarenta e um migrantes morreram em um naufrágio na ilha italiana de Lampedusa, disseram sobreviventes à mídia local em um relatório na quarta-feira citando relatos de sobreviventes.

Alguns sobreviventes disseram aos socorristas que estavam em um barco que partiu de Sfax, na Tunísia, e afundou a caminho da Itália.

Os quatro sobreviventes, originários da Costa do Marfim e da Guiné, teriam chegado a Lampedusa na quarta-feira

Eles disseram à Guarda Costeira que 45 deles deixaram Sfax, incluindo três crianças, às 10h da quinta-feira, informou a ANSA.

Em seus relatórios, eles disseram que o barco virou devido a uma grande onda e todos os migrantes a bordo acabaram no mar

Segundo os quatro, mesmo os únicos 15 que usavam colete salva-vidas, também morreram, informou a ANSA.

Ele segue dois outros naufrágios na ilha italiana no sábado, que deixaram uma mulher e seu bebê mortos, enquanto mais de 100 migrantes tiveram que ser resgatados da água.

As águas no Estreito da Sicília têm estado extremamente agitadas nos últimos dias, tornando difícil para os barcos da Guarda Costeira italiana chegarem aos migrantes retidos.

Mais de 2.000 pessoas chegaram a Lampedusa nos últimos dias, depois de serem resgatadas no mar por barcos de patrulha italianos e grupos de ONGs.

A Itália está passando por um forte aumento na migração marítima, com quase 92.000 chegadas registradas até agora este ano, de acordo com dados do Ministério do Interior atualizados pela última vez na sexta-feira, em comparação com mais de 42.600 no mesmo período de 2022.

Segundo relatos, mais de 1.800 pessoas perderam a vida até agora este ano na travessia do norte da África para a Europa.

Nos últimos dias, barcos de patrulha italianos e grupos de caridade resgataram outras 2.000 pessoas que chegaram a Lampedusa.

⛲ África News 

Ataque a hospital faz três mortos na República Democrática do Congo

 


Três pessoas morreram e outras três ficaram feridas, feridas num ataque do grupo rebelde Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (CODECO) contra um hospital no nordeste da República Democrática do Congo. O anúncio foi feito pela Organização das Nações Unidas.

O ataque, ocorrido na noite de segunda-feira, também obrigou à fuga de um número desconhecido de civis, que se refugiaram na base de MONUSCO, naquela localidade, segundo escreve a imprensa internacional.

Após o ataque, a missão da ONU decidiu ampliar as suas patrulhas na área para garantir a proteção dos civis.

Na segunda-feira, os capacetes azuis e o exército da República Democrática do Congo já tinham repelido outro ataque da mesma milícia na cidade vizinha de Largu.

Partes da província de Ituri têm assistido a uma grave escalada de ataques de grupos armados desde 2022, principalmente da CODECO, que representa a comunidade Lendu (agricultora) e foi formada como uma milícia em 2018 para combater os abusos do exército.

⛲ O País 

Médico é chamboqueado sem piedade em Cabo Delgado, escreve Marcelo Mosse

 


Macomia, 28 de Junho de 2023. A manhã já está ensolarada, com nuvens dispersas no horizonte. JS (sigla de nome fictício), um médico formado na Faculdade de Medicina da UEM (Universidade Eduardo Mondlane), contorce-se de febre no seu beliche encrustado num canto da camarata reservada ao pessoal médico que serve o Comando do Teatro Operacional Norte (TON), que luta contra o terrorismo em Cabo Delgado.

Na tarde anterior, um teste de malária foi-lhe administrado coercivamente por ordens de Francisco Maurício Assane, Brigadeiro do exército (Forças Armadas de Defesa de Moçambique). O teste deu negativo. “Só pode ser um falso negativo”, conjecturou o médico para seus botões, em surdina. 

No meio daquela manhã, já sem o orvalho que borbulhava sobre as folhas da madrugada, no meio das dores e entre um piscar de olhos, ele vislumbrou cinco militares no seu encalço, sisudos, de boca hirta. Arrastaram-no sem conversa para o pátio central do quartel de Macomia.

Cá fora, dezenas de militares enfileirados assistem à cena. JS tenta soltar-se, espreguiça-se em vão. Num lugar central da improvisada formatura, com palanque montado para o generalato do exército governamental, JS é estendido de barriga sobre a areia. 

Quatro soldados grandalhões (contraste com o protótipo físico da tropa moçambicana) seguram-nos pelas extremidades dos membros, impedindo-o movimentos.

No chão frio de Junho em Macomia, JS inicia uma longa viagem por entre os carreiros espinhosos da dor, suas nádegas estremecendo aos solavancos. Pah! Pah! Pah!....Do palanque soltam-se gargalhadas. Uma voz de homem inicia a numeração aritmética das chambocadas, dos cassetetes penetrando abundantemente nas nádegas do médico.

Pah! Pahhhaaaa! JS geme, grita, chora!

Pahhhaaaaaa!

Ele suplica, grita, mas todos fazem ouvidos de mercador. Lá no longe, um tiro é disparado solitariamente. Aqui, à sua volta, ele sente a presença em plateia de todo o quartel chamado para assistir a um médico sendo chamboqueado em pleno Teatro Operacional Norte, não sob as ordens de Bonomade Machude Omar, o líder dos terroristas, mas por um Brigadeiro das Forças Armadas de Defesa de Moçambique.

A saga começou três dias antes. A 26 de Junho, JS, que era o responsável daquela unidade operativa, tinha autorizado, nesse dia, a saída para fora de Macomia de uma equipa de um dos turnos médicos, em dispensa. Entre os dispensados, estava um Técnico de Medicina. Mas, por ordens militares, este Técnico de Medicina devia fazer parte de um regimento que iria para o mato, ao encalço dos terroristas, no dia seguinte.

Mas a requisição para o Técnico se juntar à tropa chegara tarde. As guias de despensa já tinham sido passadas e o Técnico deixou o quartel na madrugada do dia 27 de Junho, mesmo que JS ainda tivesse tentado reverter a despensa. E a turma militar também avançara para o mato sob a liderança de um Coronel. Sem Técnico de Medicina, o Brigadeiro responsável pelo quartel ficou furioso. E, para os seus botões, prometeu vingança, daquelas que se servem friamente. Se o Técnico de Medicina se tivesse “escapulido”, com a autorização do médico, este devia ir para o teatro de guerra

Mas, na manhã de 28, JS acordou com dores febris. Ele assumiu que era malária depois de um teste apropriado e ficou acamado, pedindo a um colega que o representasse na reunião matinal de ocorrências que iria acontecer pelas 7h00.

Sua ausência nessa reunião aumentou a zanga do Brigadeiro, que o mandou chamar. JS arrastou-se, dorido, para o lugar do encontro. E o chefe castrense obrigou-o a novo teste de malária, mas o quadro clínico encontrado foi negativo. JS disse para si mesmo: mais um falso negativo, dos muitos que acontecem no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Para o Brigadeiro, o médico mentira, descaradamente. Desmesuradamente. Pah! Pahaaaaaaaa! As dores eram intensas. A festança no palanque é imensa. Ele tinha contado 54 chambocadas. Suas nádegas haviam inchado. Ele não andava. Quatro homens levaram-no à caserna. Ele não conseguia deitar-se. Sentia dores e formigueiro imparável. 

Seu mundo se apagara. A vida não fazia sentido. Era como se o terrorismo tivesse perfurado as entranhas da sua alma com aquelas baionetas que decapitam impiedosamente em Cabo Delgado.

As horas passaram lentamente. E quando a noite caiu, JS arrastou-se, com um moto-taxi, para a Clínica dos Médicos Sem Fronteira, onde foi prontamente atendido. O auto médico na posse da “Carta” registou seguinte diagnóstico:

Resultado de exame clínico (natureza e localização das lesões e feridas): pancadas com cassetete em nádegas, colateralmente com região endurecida e dolorosa à palpação.

Circunstâncias materiais: Vítima de agressão física por orientação do Comandante, com uso de cassetete, tendo causado contusões repentinas em nádegas e coxas. Actualmente com limitações para deambular e sentar-se.

O diagnóstico médico é datado do dia 28, o mesmo da cruel agressão. Dois dias depois, na madrugada, JS conseguiu ludibriar a guarda, rastejando até uma paragem, onde subiu um “chapa” para Pemba, viajando acocorado, tinha bolhas nas nádegas. Foi no dia 30. Ele não estava a ter qualquer apoio no quartel e saiu sem se despedir. Há vários meses servindo num teatro de guerra, ele aprendera a ludibriar o inimigo. Agora, seu inimigo em Macomia era um inimigo interno, gente que ele tratara com zelo.

“Carta” sabe que JS já viajou para Maputo, onde chegou há dias. Veio para capital para se tratar e exigir Justiça: ele vai exigir uma indemnização pelos danos causados. E conta com o apoio da Associação Médica de Moçambique. Uma queixa já deu entrada na Procuradoria Geral da República, em Cabo Delgado. (M.M.)

⛲ Cartamoz 

Frelimo organiza gala milionária na Matola


Quando faltam pouco mais de dois meses para a realização das VI Eleições Autárquicas, a terem lugar no próximo dia 11 de Outubro, a Frelimo desdobra-se à busca de fundos para financiar a sua campanha eleitoral, nas 65 autarquias do país.

Tal como acontece em todos os anos eleitorais, na próxima sexta-feira, 11 de Agosto de 2023, o partido no poder vai organizar uma “gala milionária”, na sua Escola Central, no Município da Matola, província de Maputo. O evento vai iniciar pelas 19:00 horas e promete muita música, dança e alegria, mas também promete gerar muito dinheiro.

Informações recolhidas pela “Carta” indicam que os lugares são limitados e que o acesso é feito mediante a compra de bilhetes, cujos preços variam entre 10.000,00 e 250.000,00 Meticais. Pelo meio, diga-se, há também bilhetes de 25.000,00 Meticais, 50.000,00 Meticais e 100.000,00 Meticais.

A promoção da gala está a ser feita em círculos restritos, com os sports publicitários a serem enviados a membros e empresários devidamente identificados. O evento irá juntar membros do partido de todo o país, pelo que cada província foi orientada a realizar a sua campanha.

Na província de Sofala, por exemplo, “Carta” apurou que a campanha está a ser coordenada por Tânia Bulha, filha de Lourenço Bulha e Delegada das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) naquele ponto do país.

Refira-se que esta tem sido uma prática recorrente do partido Frelimo em anos eleitorais, tal como em anos de realização do Congresso. Trata-se de eventos em que, para além de angariar fundos através da venda bilhetes, a Frelimo arrecada milhões de Meticais com a venda, em forma de leilão, de artigos com símbolos do partido.

Em 2019, por exemplo, Miguel Matabele, então PCA da empresa pública Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM), comprou uma camisa autografada por Filipe Jacinto Nyusi a 8 milhões de Meticais, uma compra que levantou sérias questões sobre probidade. Em 2014, chegou-se a vender, a 500 mil Meticais, lugares nas mesas em que sentava Filipe Nyusi, então candidato presidencial. Entretanto, os valores arrecadados nunca foram divulgados.

⛲ Cartamoz 

terça-feira, 8 de agosto de 2023

Eleições gerais convocadas para 9 de Outubro de 2024

 


O Presidente da República, Filipe Nyusi, sob proposta da Comissão Nacional de Eleições e ouvido o Conselho de Estado, marcou a realização das eleições Presidenciais, Legislativas, das Assembleias Provinciais e do Governador da Província, simultaneamente, em todo o território nacional, em único dia, 9 de Outubro de 2024.

O Chefe do Estado convocou também a realização das eleições Presidenciais e Legislativas no estrangeiro para o dia 9 de Outubro de 2024.

Manuel de Araújo anuncia requalificação do Mercado Central de Quelimane até próxima semana

  


O Mercado Central de Quelimane foi severamente afectado na passada terça-feira. Os últimos dados disponibilizados pelo Corpo de Salvação Pública indicam que o fogo que deflagrou mais de 500 barracas foi originado por um curto-circuito. Manuel de Araújo fala de mais de quatro mil pessoas directamente afectadas.

O projecto de requalificação do Mercado Central já foi aprovado pelo Conselho Municipal de Quelimane, depois de uma equipa técnica que esteve a trabalhar no assunto. O plano foi antes avaliado por várias equipas interessadas, incluindo a Comissão dos Comerciantes Informais. O edil Manuel de Araújo fez a sua primeira intervenção pública no Mercado Central, onde visitou os comerciantes. De Araújo garantiu no máximo até dentro da próxima semana o início da reconstrução.

“As nossas primeiras palavras são de solidariedade com os comerciantes que operam neste mercado, porque sofreram brutalmente com o incêndio. Nós ficamos chocados com a situação e, por isso, estamos aqui para dar a nossa força e dizer que estamos igualmente preocupados com a situação. Os incêndios estão a ser recorrentes nos nossos mercados e isso mexe, sobremaneira, nas nossas contas, porque de lá tiramos as nossas receitas. Ou seja, não são só os comerciantes que são directamente afectados com esta dura realidade, o conselho municipal também fica”, disse Manuel de Araújo.

O edil fez saber que, ao todo, são 223 barracas fixas e mais de 300 móveis que não escaparam ao incêndio da passada terça-feira. “Nós estamos a trabalhar no processo de requalificação, não só deste mercado como também de outros desde o da FAE no aeroporto e Brandão. Vamos contar com o apoio do Banco Mundial para o mercado do Aeroporto”, disse De Araújo.

Para já, o trabalho que se segue será entre o município e o Serviço Nacional de Salvação Pública (SENSAP) para a sensibilização dos comerciantes para evitar futuros casos. Manuel Cumaio, chefe do Controlo Estatal, fez saber que “só a construção que obedece aos parâmetros de segurança, como vias de acesso, que permitam a movimentação de pessoas com comodidade, espaçamento necessário das barracas, entre vários outros cenários, pode reduzir os casos de incêndio”, disse.

Na mesma ocasião, o edil de Quelimane fez saber que o Conselho Municipal vai criar o seu Corpo de Salvação Pública para permitir melhor intervenção nos casos similares. Explicou que a edilidade já lançou o concurso público para a contratação e posterior formação dos candidatos que irão ser apurados.

⛲ O País