Nyusi despede-se Hoje dos moçambicanos
É já, quarta-feira, 7 de Agosto de 2024, que Filipe Jacinto Nyusi irá discursar pela…
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O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal chegou ontem a Maputo em representação da União Europeia (UE) para contactos políticos com as autoridades moçambicanas sobre o apoio da UE face à violência em Cabo Delgado.
"Todos os momentos são oportunos para vir a Moçambique, um país fantástico, mas é evidente que esta missão política devia realizar-se o mais rápido possível", referiu Augusto Santos Silva, após aterrar no aeroporto de Maputo, pouco depois das 22:00.
"Foi possível realizá-la agora e, portanto, há que aproveitar todos os momentos para recolher o máximo de informação e também para recolher todas as impressões, perspetivas, propostas, sugestões que é preciso ponderar para que o apoio seja efetivo e também se realize o mais brevemente possível", detalhou.
A deslocação surge na sequência do pedido de reforço da cooperação que Moçambique dirigiu à UE em setembro de 2020, relativo à situação de segurança em Cabo Delgado.
Esta quarta-feira, a agenda de Augusto Santos Silva arranca com um encontro com a homóloga Verónica Macamo, ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação moçambicana, devendo mais tarde ser recebido pelo Presidente da República, Filipe Nyusi.
Outras reuniões estão agendadas para quarta e quinta-feira.
"Tenho um conjunto de contactos a diferentes níveis para, justamente, poder reportar no meu regresso à Europa a perspetiva das autoridades moçambicanas", acrescentou.
Santos Silva agradeceu o acordo das autoridades moçambicanas para a realização dos encontros, que acontecem no semestre em que Portugal assume a presidência rotativa do Conselho da UE.
O MNE português exprimiu ainda solidariedade para com o país face à gravidade dos problemas de segurança em Cabo Delgado.
A violência armada na província nortenha de Moçambique, onde se desenvolve o maior investimento multinacional privado de África, para a exploração de gás natural, está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.
Algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico desde 2019.
Em resposta a questões da agência Lusa sobre a missão, um porta-voz comunitário afirmou, na segunda-feira, que a UE está pronta "a apoiar o Governo de Moçambique".
"Iremos discutir as opções concretas nos próximos diálogos políticos, bem como em reuniões técnicas", disse.
As reuniões técnicas arrancaram hoje, através de teleconferência via Internet, entre os diferentes serviços da UE e autoridades moçambicanas, nomeadamente as ligadas aos ministérios do Interior e da Defesa.
"Estamos naturalmente prontos a trabalhar de perto com os nossos parceiros africanos, e em particular com a SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral], a fim de assegurar uma abordagem coerente e coordenada”, acrescentou a mesma fonte.
O alto representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, que Santos Silva representa na visita a Moçambique, apontou na semana passada à agência Lusa o treino e equipamento militar, a ajuda humanitária às populações deslocadas e, eventualmente, missões de vigilância costeira como possíveis áreas de cooperação.
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