Nyusi despede-se Hoje dos moçambicanos
É já, quarta-feira, 7 de Agosto de 2024, que Filipe Jacinto Nyusi irá discursar pela…
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Inadelso Cossa acredita que Moçambique, neste contexto, é um país decisivo para o futuro do cinema produzido no continente. A partir de Lisboa, onde vive, o cineasta defendeu, esta sexta-feira, que o Estado deve envolver-se mais para que a sétima arte desenvolva a nível nacional.
Ano passado, Inadelso Cossa foi nomeado membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, instituição norte-americana responsável pela atribuição dos Óscares. A viver em Lisboa, onde trabalha, o realizador olha para as potencialidades artísticas do seu país com mais experiência internacional. Por isso defende que Moçambique é um centro de decisão importante para o futuro do cinema regional e africano em geral.
Em parte, Inadelso Cossa acredita nas potencialidades cinematográficas do país devido à sua nomeação a membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Para o artista, esse reconhecimento significa e deve significar muito para Moçambique. Por exemplo? “Significa que Moçambique passa a decidir na nomeação e entrega dos Óscares. Estar na Academia de Hollywood significa que fazemos parte de um grupo de influência que, a nível mundial, regula e aconselha sobre diversas tendências cinematográficas”.
Na percepção do cineasta, enquanto Moçambique contribuir para a descoberta de novas vozes da região, será decisivo. Igualmente, a confiança a si depositada representa, assume, a responsabilidade de seleccionar, aconselhar, criar grupos de discussão e servir como mentor para futuros realizadores que querem afirmar-se no mercado cinematográfico. “Tudo isto prova que o cinema está a tomar outras direcções, independentes de questões económicas e culturais”.
Ao mesmo que admite a importância de integrar a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood para a sua carreira, Cossa sugere que o Estado moçambicano se envolva mais nas produções de filmes de modo que tenha obras elegíveis aos Óscares de melhor filme estrangeiro, por exemplo. “O poder tem de começar a acreditar que o cinema não é apenas diversão, mas olhar para a sétima arte como ferramenta para divulgar o país além-fronteiras, para promover cultura de intercâmbio e gerar rendimento. Só a partir desse passo vamos continuar a ter cinema com responsabilidade”.
Segundo entende Inadelso Cossa, estar na academia é um bom começo e, como jovem, é uma grande responsabilidade porque faz com que seja embaixador do meu país. “Espero que esta minha experiência dê frutos no futuro e espero um dia ver um filme moçambicano e propor para ser nomeado à academia”, sublinhou.
INADELSO COSSA EM PERFIL
Inadelso Cossa é realizador de cinema, produtor e director de fotografia, fundador da produtora 16mmFILMES, Membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, nos EUA, desde 2020. Faz cinema desde 2006. Os seus filmes abordam temas como a memória pós- colonial, trauma, oralidade perdida e amnésia colectiva em Moçambique. A história “não oficial” do píis é quase sempre o veículo do seu cinema, onde o realizador se posiciona de forma pessoal, pois acredita ser seu dever participar no enredo de um país em busca da própria memória. É vencedor do prémio Estação Imagem – Mora de melhor documentário no festival internacional de curtas-metragens FIKE – Évora em 201.
O seu primeiro documentário de longa-metragem: Uma memória em três actos fez estreia mundial no festival IDFA – Festival Internacional de Documentários de Amsterdão, Países Baixos, 2016, e, desde então, tem participado em festivais de cinema como o Indie Lisboa – Festival Internacional do Cinema Independente de Lisboa, Portugal 2017, o festival internacional de cinema de Durban, África do Sul, 2017, e Festival Internacional de Cinema de Zanzibar, 2018.
O filme ganhou o Prémio Especial do Júri no Festival Internacional de Cinema de Zanzibar em 2018 e o Prémio da comissão flamenga UNESCO para melhor documentário africano no Afrika Film Festival Leuven, Bélgica 2020. Inadelso Cossa foi convidado a integrar o júri nos festivais IDFA em Amsterdão 2018, Doc Fest Sheffield 2018, na Inglaterra, e World Press Photo 2020, nos Países Baixos. Cossa também é autor dos seguintes filmes: Xilunguine, a terra prometida, Uma memória quieta, Karingana: os mortos não contam histórias (em produção) e As noites ainda cheiram a pólvora (produção).
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