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Ataques em Cabo Delgado: Maputo defende “revisão” do modelo de defesa na cooperação com a Tanzânia

 



O secretário permanente do Ministério da Defesa de Moçambique defendeu ontem, num encontro com quadros da Tanzânia, a "revisão" dos modelos adoptados no domínio da defesa face a novas ameaças, com destaque para o terrorismo.

A situação política e militar internacional convida todos os intervenientes em questões de defesa e segurança a reverem conceitos e a reequacionarem os modelos até agora seguidos", declarou Casimiro Mueio, durante a terceira sessão da comissão conjunta permanente de Defesa e Segurança entre Moçambique e Tanzânia em Dar-Es-Salaam, segundo uma transcrição da sua intervenção ontem distribuída pelo Ministério da Defesa moçambicano.


Cabo Delgado, uma das duas províncias moçambicanas que fazem fronteira com a Tanzânia, está sob ataque desde outubro de 2017 e a violência está a provocar uma crise humanitária com mais de 2.800 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED, e 714.000 deslocados, de acordo com o Governo moçambicano.


Em novembro do último ano, Moçambique e Tanzânia assinaram um acordo para troca de informações sobre as incursões de grupos armados naquela região e a parceria entre os dois países é apontada por vários investigadores como fundamental para travar os rebeldes.


Na sessão de ontem, Casimiro Mueio reiterou a necessidade de uma actuação conjunta para responder às ameaças que a região está a sofrer nos últimos anos.


"Torna-se cada vez mais evidente que os chamados conflitos clássicos tendem a ser substituídos por conflitos de baixa intensidade caracterizados por acções de guerra assimétrica, em que se destaca o terrorismo", declarou Casimiro Mueio, frisando que há "necessidade de criar as sinergias para conjuntamente" enfrentar os desafios regionais.


O número de deslocados aumentou com o ataque contra a vila de Palma em 24 de março, uma incursão que provocou dezenas de mortos e feridos, sem balanço oficial anunciado.


As autoridades moçambicanas anunciaram controlar a vila, mas aquele ataque levou a petrolífera Total a abandonar por tempo indeterminado o recinto do empreendimento que tinha início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expectativas de crescimento económico na próxima década

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