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Cipriano Mutota confirma ter sido “caloteado” pelos “comparsas”

 


Uma das estórias mais intrigantes do caso das dívidas ocultas é a de Cipriano Sisínio Mutota, oficial do SISE (Serviço de Informação e Segurança de Estado), que foi “caloteado” pelos seus “companheiros de trincheira” durante o calote, que levou o país à sarjeta.

Esta quarta-feira, em resposta às perguntas da defesa, no prosseguimento do julgamento do maior escândalo de corrupção já registado em Moçambique, o então Director do Gabinete de Estudos e Projectos do SISE confirmou não se ter beneficiado do “FEE” (termo usado pelos arguidos para se referir aos subornos), incluso no pacote da estrutura de custos da PROINDICUS.

Segundo Mutota, os 980 mil USD que recebera, no âmbito do caso, foram retirados do bolso de Jean Boustani, executivo da Privinvest que apresentou o projecto de protecção costeira à secreta moçambicana. Mutota confirmou ainda que soube do pagamento das “luvas”, através da co-arguida Ângela Leão, esposa de Gregório Leão, então Director do SISE, que lhe terá questionado se já tinha visto as máquinas que circulavam, em referência aos carros luxuosos que estavam na posse de Teófilo Nhangumele, Bruno Tandane Langa e Armando Ndambi Guebuza.

Mutota confirmou também ter ligado para o executivo da Privinvest para exigir a sua parte no calote, depois de Teófilo Nhangumele ter-se recusado a dividir o seu valor com o seu antigo colega da faculdade.

Refira-se que na acusação do Ministério Público consta que Cipriano Mutota teve de ligar para Jean Boustani, depois de o “trio” ter recebido o dinheiro e não ter dito nada a Mutota, que estava expectante pela recepção da sua parte, tal como tinha sido combinado com os outros três arguidos, sobretudo, o seu amigo e antigo colega da faculdade, Teófilo Nhangumele

Sublinhar que, de acordo com a acusação, os 50 milhões de USD referentes aos “FEE” (valor pago aos que contribuíram para a concretização do projecto) foram pagos a Teófilo Nhangumele (8.5 milhões de USD), Bruno Tandane Langa (8.5 milhões de USD) e Armando Ndambi Guebuza (33 milhões de USD).

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