Nyusi despede-se Hoje dos moçambicanos
É já, quarta-feira, 7 de Agosto de 2024, que Filipe Jacinto Nyusi irá discursar pela…
É já, quarta-feira, 7 de Agosto de 2024, que Filipe Jacinto Nyusi irá discursar pela…
A escritora acusou, esta sexta-feira, na Cidade de Maputo, a editora Ndjira de se apoderar dos seus livros e de os imprimir sem o seu consentimento. Paulina Chiziane rescindiu o contrato com a Ndjira em 2011.
Semana passada, Paulina Chizina ‘passeou’ pela Cidade de Maputo e, inevitavelmente, passou por uma livraria. Ao entrar, viu que lá estavam à venda alguns livros seus, editados pela Ndjira. Até aí, parece tudo normal. Mas não é, afinal, em 2011, a autora de O sétimo juramento rescindiu o contrato com aquela editora por causa de algumas questões com as quais não se identificava. Por exemplo? “Balada de amor ao evento é um livro com 30 anos. Nunca a editora se lembrou de sentar com a autora para perguntar se precisa de rever alguma coisa. Os outros livros, de vez em quando abro e leio e descubro que há algumas alterações daquilo que foi por mim escrito. Então, o livro que está a sair de quem é?”
A pergunta da escritora é retórica, mas a ignição é bem real, tão real que Paulina Chiziane resolveu denunciar o que define como um desrespeito ao seu trabalho, pois, 10 anos depois do contrato rescindido com a Ndjira, as obras pela autora escritas continuam a serem impressas pela Ndjira sem o seu consentimento. Assim, ano passado, Paulina Chiziane voltou a “gritar e a dizer basta!’. Segundo disse, esta sexta-feira à noite, sentada em sua casa, na Cidade de Maputo, não a querem ouvir e, por isso, os gritos a plenos pulmões. “Não me informam de nada. Como é que uma editora chamada Ndjira apodera-se de um trabalho que é meu?”
A segunda pergunta retórica de Paulina Chiziane serviu, nessa ocasião, para a contadora de histórias fazer uma pausa, como que a puxar o ar para serenar as emoções. Como escritora que é, Paulina segurou numa esferográfica de tinta azul e, num caderno preto de capa dura, pequeno, daqueles que os meninos utilizam na escola secundária, pareceu escrever algumas linhas. Não passaram de duas. A seguir, voltou à carga, dessa vez, para convocar mais uma entidade à conversa: o Governo. “Não tem o controlo sobre nada. Que eu saiba, os nossos textos fazem parte dos livros escolares. Não me recordo de um dia ter ouvido um escritor moçambicano dizer que recebi alguma coisa pelo facto de o seu livro ser sido publicado num livro escolar. Mas, numa conversa que tive com um ministro da Educação, fiquei a saber que existe esses acordos em pagamentos. Então, para onde vai o dinheiro que o Estado dá às editoras para se produzir o livro escolar com os textos do autor?”.
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