Nyusi despede-se Hoje dos moçambicanos
É já, quarta-feira, 7 de Agosto de 2024, que Filipe Jacinto Nyusi irá discursar pela…
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O presidente do Brasil admitiu que a maioria das Forças Armadas respondem a Bolsonaro e advertiu os argentinos do risco de votarem na extrema-direita nas eleições de outubro.
"Aconteceu um fenómeno no Brasil. Eu não sei explicar como, mas Bolsonaro conseguiu a maioria em todas as forças militares. Na Polícia Federal, na Polícia Rodoviária, numa parte da Polícia Militar e numa parte das Forças Armadas. Agora teremos um trabalho de muita responsabilidade para que o país volte à normalidade", anunciou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Casa Rosada, sede do Governo argentino.
Lula da Silva está na Argentina, na sua primeira viagem internacional, simbolizando a prioridade do Brasil pelo seu principal sócio estratégico cuja relação é eixo da integração regional.
Lula da Silva fez declarações à imprensa ao lado do presidente argentino, Alberto Fernández, com quem assinou acordos, memorandos e declarações.
"O que aconteceu é que Bolsonaro não respeitou a Constituição e não respeitou o papel das Forças Armadas. Tenho certeza de que vamos colocar as coisas no lugar. O Brasil vai voltar à normalidade", prometeu quando questionado se, com a troca no comando do Exército, acabou o clima de desconfiança entre o Governo e os militares, depois dos ataques de 08 de janeiro às instituições democráticas, em Brasília.
"Primeiro escolhi um comandante do Exército que não deu certo e depois escolhi um novo comandante que pensa exactamente como eu sobre o papel das Forcas Armadas", disse, explicando que as Forças Armadas não podem servir um político, em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
"As Forças Armadas existem para garantir a soberania do país, a segurança do povo. Está tudo regulamentado na Constituição", apontou.
No último sábado, Lula demitiu o comandante do Exército, o general Júlio César de Arruda. O Presidente perdeu a confiança após os ataques aos três poderes da República.
O comando foi passado ao general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, que tem defendido a institucionalidade e o papel apolítico e apartidário da Força. O novo comandante terá o papel de purificação política da Força.
Ao seu lado, o presidente argentino disse que "definitivamente isso (o ataque) não poderia acontecer na Argentina" porque "as Forças armadas da Argentina estão comprometidas com o processo democrático e com a institucionalidade".
"Sou o primeiro presidente da democracia cuja cúpula militar está integrada completamente por oficiais formados durante a democracia", sublinhou Alberto Fernández.
A ditadura militar argentina durou sete anos, entre 1976 e 1983. Apesar da duração substancialmente menor do que as dos demais países da região (a do Brasil durou 21 anos, entre 1964 e 1985), o regime militar argentino foi um dos mais sangrentos com um saldo de 30 mil sequestrados, torturados e mortos.
Lula aproveitou para recomendar aos argentinos que, nas próximas eleições gerais, em outubro, tenham cuidado com as opções de extrema-direita cujo crescimento nas intenções de voto é detectada por todas as sondagens.
"Que a Argentina não permita que a extrema-direita ganhe as eleições porque a extrema-direita não deu certo em nenhum país. Espero que o povo argentino seja inteligente e não permita que aconteça na Argentina um desastre eleitoral", pediu Lula.
Os candidatos na Argentina só serão definidos a partir de maio. O presidente argentino, Alberto Fernández, não descarta concorrer à reeleição, embora as sondagens de consultoras como Synopsis, Poliarquía e Giacobbe indiquem que a popularidade de Fernández não passa de 25 por cento. A oposição de centro-direita lidera as intenções de voto.
Fonte:Folha de Maputo
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