Nyusi despede-se Hoje dos moçambicanos
É já, quarta-feira, 7 de Agosto de 2024, que Filipe Jacinto Nyusi irá discursar pela…
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Os confrontos entre o exército e paramilitares continuam no Sudão. Mais de 60 civis foram mortos nas últimas 24h. Entre as vítimas estão três funcionários da ONU. A comunidade internacional apela ao cessar-fogo.
Os combates no Sudão entraram num segundo dia, este domingo (16.04). Os confrontos provocaram a morte de 61 civis em 24h, segundo um balanço citado pela agência de notícias norte-americana Associated Press (AP).
Uma rede de médicos do Sudão disse que há dezenas de mortes adicionais entre as forças rivais, e cerca de 600 feridos, incluindo civis e combatentes.
Três funcionários do Programa Alimentar Mundial (PAM), da Organização das Nações unidas (ONU), estão entre as vítimas mortais.
O representante da missão no Sudão, Volker Perthes, "condenou veementemente os ataques ao pessoal da ONU" e expressou condolências às famílias das vítimas.
Após os últimos acontecimentos, o PAM decidiu suspender temporariamente as operações no Sudão.
Os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF) envolveram-se em combates com o exército sudanês no sábado (15.04) de manhã, em Cartum, mas a violência alastrou-se a outras zonas do país do nordeste de África.
Combates intensos envolvendo veículos blindados, metralhadoras montadas em camiões e aviões de guerra continuaram este domingo em Cartum, na cidade vizinha de Omdurman e noutros pontos do país, segundo a AP.
Em Cartum e Omdurman, foram noticiados combates em torno do quartel-general militar, do Aeroporto Internacional de Cartum e da sede da televisão estatal.
"As batalhas não pararam", disse o defensor dos direitos humanos Tahani Abass, que vive perto do quartel-general militar, citado pela AP. "Eles estão a disparar uns contra os outros nas ruas. É uma guerra total em zonas residenciais, acrescentou.
Tanto os militares como as RSF afirmaram controlar locais estratégicos em Cartum e noutros locais, mas estas reivindicações não puderam ainda ser verificadas de forma independente.
Apesar dos combates, as forças armadas do Sudão e as RSF anunciaram neste domingo que "concordaram com uma proposta das Nações Unidas de abrir uma passagem segura para casos humanitários", incluindo a evacuação dos feridos.
Luta pelo poder
Os confrontos fazem parte de uma luta pelo poder entre o general Abdel-Fattah Burhan, comandante das forças armadas, e o general Mohammed Hamdan Dagalo, chefe das RSF.
Os dois generais são antigos aliados que orquestraram o golpe militar de outubro de 2021, que interrompeu a transição de curta duração do Sudão para a democracia.
Nos últimos meses, negociações apoiadas internacionalmente reavivaram as esperanças de uma transição ordeira para a democracia.
Contudo, as tensões crescentes entre Burhan e Dagalo acabaram por atrasar um acordo com os partidos políticos.
Comunidade internacional reage
Os Estados Unidos, China, Rússia, Egito, Arábia Saudita, o Conselho de Segurança da ONU, a União Europeia e a União Africana apelaram para um rápido fim das hostilidades que ameaçam agravar a instabilidade numa região bastante abalada pela violência.
O Conselho de Paz e Segurança da União Africana, no entanto, após reunião extraordinária este domingo, rejeitou fortemente qualquer "interferência externa que possa complicar a situação no Sudão".
Numa reunião extraordinária da Liga Árabe, o Sudão pediu que não haja "interferência internacional" e que "o assunto seja deixado para os sudaneses".
"Recomendamos que o assunto seja deixado para os sudaneses concluírem o acordo entre si, longe de interferência internacional", disse o representante permanente do Sudão na Liga Árabe, Al Sadiq Omar Abdallah.
No Vaticano, o papa Francisco afirmou que reza para que "se deponham as armas" no Sudão e que se consiga um "diálogo". "Acompanho com preocupação os acontecimentos no Sudão e estou próximo do povo sudanês, que já sofreu tanto", disse o pontífice a milhares de fiéis na Praça São Pedro.
⛲ Dw
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