Bruno Lage voltou a pronunciar-se sobre o momento atual do Benfica e não deixou nada por dizer. Entre elogios a José Mourinho, apelos à paciência e algumas revelações sobre o seu tempo na Luz, o antigo treinador deixou claro que o principal inimigo das águias continua a ser… o tempo.
Em conversa com os jornalistas, Lage recordou que foi exatamente essa falta de tempo que prejudicou o trabalho na sua própria passagem pelo clube — e sublinhou que o mesmo se aplica agora ao novo técnico:
“Se eu pedia tempo, acho legítimo pedir tempo para Mourinho treinar. O número de treinos é muito curto. É preciso ter um período com todos os jogadores disponíveis para o treinador fazer crescer a sua ideia.”
“O Benfica tem tudo para fazer uma grande época”
Lage reforçou que Mourinho tem condições para recolocar o Benfica na rota dos títulos:
“O Benfica tem plantel, tem treinador. Precisa de tempo. O plantel é de enorme qualidade e Mourinho dispensa apresentações.”
Recordou também que, mesmo na época passada, as águias mostraram que é possível lutar até ao fim:
“Enquanto houver a possibilidade de conquistar pontos, tem de acreditar.”
Sobre a reeleição de Rui Costa, respondeu de forma curta e direta:
“Perfeitamente normal.”
Críticas de Mourinho? Lage responde: “Tenho as costas largas”
Quando confrontado com as palavras recentes de José Mourinho — que afirmou que os jogadores não “mordem o adversário” —, Bruno Lage recusou ver qualquer crítica no comentário:
“Não encaro isso como reparo. Tenho as costas largas. Não senti isso como crítica.”
Lage explicou ainda que cada treinador tem uma abordagem diferente:
“As ideias são diferentes. A de Schmidt não era igual à minha, a de Mourinho também não.”
Episódios do passado e o fantasma das eleições
O ex-treinador fez questão de esclarecer que nunca se sentiu um técnico a prazo, mas reconheceu que o contexto não era simples:
“Não sou ingénuo. Sabia muito bem que entrar num período de eleições cria riscos. Com um treinador de enorme prestígio como Mourinho no mercado, as coisas podiam acontecer.”
Assumiu também que o plantel tinha lacunas importantes, sobretudo no lado esquerdo, após a saída de Akturkoglu e a lesão de Bruma.
Sublinhou ainda a importância de regressos internos:
“O Manu vai regressar e foi um jogador que eu pedi. E o Bah pode ser alternativa e até jogar como defesa-esquerdo.”
E deixou claro que Mourinho terá margem e necessidade para agir no mercado:
“Mourinho pode aproveitar janeiro para contratar jogadores que vão ao encontro da sua ideia de jogo.”
“Estou em paz. Não guardo mágoas”
Sobre a relação com Mário Branco, Lage garantiu tranquilidade:
“Estou em paz com Mário Branco. Não concordei com a não alteração do jogo, sentia que precisávamos de mais dias.”
Reforçou ainda o que considera essencial neste momento:
“A direção tem de ser forte na proteção do treinador.”
Apesar da época difícil, Lage garante que não saiu magoado:
“Desejo o melhor para o Benfica. Quero muito que este grupo seja campeão.”
Mensagem aos adeptos e olhar para o dérbi
O técnico lamentou a saída de Akturkoglu — jogador que, diz, estava feliz no Benfica — e reforçou que isso, somado à lesão de Bruma, exige movimentos no mercado de inverno.
Sobre o dérbi de 5 de dezembro, deixou um apelo forte à união:
“É um momento de paz e união. O Inferno da Luz tem de voltar a ser o Inferno da Luz.”
E concluiu com uma frase que promete fazer eco entre os adeptos:
“É um jogo importante, mas não decisivo. Os campeonatos começam agora.”






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