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quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Mundial2022: Mambas vão encarar a fase de qualificação com o futuro no horizonte

 


Depois do Torneio Triangular, disputado em Maputo, e da Taca Cosafa, que serviram para o selecionador observar jogadores e preparar estratégia para atacar os próximos desafios, o Mambas iniciaram a preparação para a estreia na primeira fase da qualificação para o Campeonato do Mundo. Reconhecendo, o poderio das equipas que integram o grupo Horácio Goncalves não embandeira em arco.

O antigo treinador do Costa Sol foi o escolhido para dirigir o destino dos Mambas nos próximos três anos. Tal como nas primeiras duas convocatórias, Horácio Goncalves optou por rejuvenescer o combinado nacional, tendo deixado de fora jogador com muitas internacionalizações, ou seja, Dominguez, Mexer e Edmilson, Clésio Bauque, Jeitoso e Reginaldo Faite.

Para justificar as suas opções, Gonçalves declarou que a iniciar a “construção do futuro” dos Mambas.

“No processo de construção deve haver um encaixe de jogadores mais internacionais assim como os menos internacionais. É o que estamos a fazer. Se os jogadores com mais internacionais não vieram desta vez não quer dizer não virão no futuro, são muito importantes para nós. Não podemos descartar ninguém, mas temos que fazer este trabalho não se pode olhar para trás nem se deve olhar para o lado”, disse o técnico luso.

Sobre os objectivos nesta campanha, depois do fracasso nas qualificações para CAN que custou lugar a Luís Gonçalves, Horácio Gonçalves não quis se embandeirar em arco, tendo garantido que continuar a construir o futuro da selecção nacional.

“Nós temos os nossos objectivos que passam por abordar jogo-a-jogo, dar o nosso melhor, naturalmente temos que sempre que pensar em vencer o jogo, já fizemos isso no torneio triangular, igualmente no Torneio COSAFA, vamos dar continuidade desse tipo de trabalho, começar a construir o futuro”.

Na ronda inaugural, Moçambique vai, no Estádio Nacional de Zimpeto, receber a sua congênere da Costa do Marfim para quatro dias depois, na segunda jornada, medir forças com o Malawi.

Refira-se que Camarões e Malawi são outras as selecções que completam o grupo D da qualificação ao Mundial Qatar2022.

Marcada para 20 deste mês sentença de chinês acusado de crimes ambientais em Inhambane

 


Chama-se Liu Rong Wu e tem 51 anos de idade. É de nacionalidade chinesa, mas foi diante de um tribunal, em Inhambane, em que o arguido esteve a responder por crimes ambientais.

Em Janeiro deste ano, o cidadão foi flagrado com cerca de nove quilos de cavalos-marinhos, uma espécie cuja captura é proibida. A mercadoria seria levada para a China, onde o indiciado revelou que seria usada na medicina.

O Ministério Público disse, em tribunal, que a espécie capturada foi encontrada na casa do acusado, no dia 19 de Janeiro, tendo comprado dos pescadores locais a valores que variam entre 30 e 50 meticais por cada quilo.

Entretanto, o implicado iria vender o produto por cerca de 1800 dólares americanos por cada quilo, ou seja, pelos cerca de nove quilos de cavalo-marinho, o acusado ia amealhar entre 13 a 15 mil dólares americanos, equivalente a quase um milhão de meticais.

Segundo o Ministério Público, o cidadão em referência é acusado em co-autoria moral e material e, na sua forma consumada, do crime de recebimento ou detenção ilícita de produtos de fauna ou das espécies protegidas, cuja moldura penal abstrata aplicável é de pena de prisão de 12 a 16 anos de prisão.

No dia em que foi apresentado à imprensa, o implicado disse que o produto era para uso na medicina tradicional chinesa, mas, diante do tribunal, Liu era um outro homem e negou que fosse ele o dono dos cavalos-marinhos.

Aliás, para a sua defesa, o arguido arrolou como declarantes alguns dos seus funcionários que confirmaram a tese do seu patrão e disseram, em juízo, que nunca viram aqueles cavalos-marinhos na residência do cidadão chinês.

O Ministério Público levou até ao tribunal dois agentes do SERNIC que participaram na operação da detenção e contaram ao juiz que, quando o arguido se apercebeu da presença da polícia, pegou nos cavalos-marinhos e atirou-os ao cemitério que fica ao lado do seu estabelecimento comercial.

Esgrimidos todos os argumentos, no final, o Ministério Público mantinha a sua posição e pedia a condenação do arguido e a fixação de uma multa na ordem de 250 salários mínimos, equivalente a mais de um milhão de meticais e a perda do produto do crime a favor do Estado.

O Ministério Público propõe ainda que, depois do cumprimento da pena, o cidadão em causa seja expulso do país.

A defesa diz que todas as acusações são infundadas e que Liu Rong deveria ser absolvido, uma vez que, para eles, não ficou provado em tribunal que o arguido estivesse na posse de tais cavalos-marinhos.

O juiz da causa marcou para o dia 20 de Setembro o veredito final do caso.

Recorde-se que o arguido responde ao processo em liberdade, depois de ter pago um milhão de meticais de caução.

Com a captura ilegal destes cavalos-marinhos, dos quais mais da metade estavam em gestação, de que poderiam nascer entre 20 e mil crias por cada uma, estima-se uma perda geracional de mais de 37.867 animais da espécie.

Os impactos ecológicos da remoção ilegal do cavalo-marinho são vários, desde a separação de parceiros e consequente redução da reprodução, com impacto directo na estrutura populacional, pois são monogâmicos e não se acasalam com qualquer estranho, depois de perderem o seu macho ou fêmea

Oficiais de Justiça acusados de roubar 31 milhões de Meticais em Inhambane

 


Dez oficiais de Justiça dos distritos de Jangamo, Panda, Homoine, Funhalouro, Vilankulo, Govuro, Morrumbene e Inhassoro, na província de Inhambane, são acusados de roubo de 31.390.833,71 Meticais destinados ao pagamento de juízes eleitos.

Segundo a "Carta de Moçambique", o esquema fraudulento, ocorreu entre 2015 e 2020, sendo que o esquema consistia em transferir valores a mais para as contas bancárias dos Oficiais de Justiça (Escrivães de Direito) que, por sua vez, procediam o levantamento e pagam aos juízes eleitos. Parte do valor remanescente era depositada ou transferida para contas bancárias do responsável da Repartição Provincial de Finanças e outra ficava com os escrivães.

Dos acusados, oito encontram-se detidos e já foi aberto um processo com o número 07/08/P/GPCCI/2021.

Um dos envolvidos no esquema já iniciou o processo de devolução do valor.

Em 2020, o Tribunal Judicial de Inhambane chegou a julgar o antigo Juiz-presidente do Tribunal Judicial de Massinga em Inhambane, Fernando Tombo, e a respectiva escrivã de direito, Cândida Matsinhe, acusados pelo Ministério Publico de terem se apoderado de 400 mil meticais do Estado num esquema parecido.

Efigénio Baptista a Ndambi Guebuza “Uma das coisas que deixa um pai envergonhado é ver o filho a ser mal-educado”

 


No segundo dia consecutivo de audição do arguido Armando Ndambi Guebuza, o juiz Efigénio José Baptista, que julga o Processo de Querela n.º 18/2019-C, relativo às “dívidas ocultas”, voltou a dedicar parte do precioso tempo para educar o filho do antigo Chefe de Estado.

Depois de na segunda-feira ter perguntado à magistrada do Ministério Público se queria vinho e de ter acusado ela e seus colegas de serem “mentirosos”, esta terça-feira, Ndambi Guebuza voltou a mostrar os seus tiques de arrogância e falta de respeito para com os sujeitos processuais. Desta vez, a vítima foi a Ordem dos Advogados de Moçambique (AOM). Ao assistente do processo, Ndambi chegou a dizer, repetidas vezes e de forma arrogante, que as suas perguntas não tinham cabimento.

O comportamento mereceu uma nova repressão por parte do juiz: “Senhor Armando, não é necessário, para fazer valer os seus direitos, ser malcriado. Todo o pai, quando nasce filho, cresce, é educado. Então, o pai quer estar orgulhoso desse filho. E uma das coisas que deixa um pai envergonhado é ver o filho a ser mal-educado”, disse Efigénio Baptista, perante a presença de Armando Emílio Guebuza, pai do arguido.

De resto, Ndambi “Cinderela” Guebuza voltou a optar pela estratégia do “não sei”, “não vou responder” sempre que era questionado pela Ordem dos Advogados, alegando que não ia responder às perguntas do assistente, pois, “respondi ontem”.

Os únicos que mereceram algumas respostas são os advogados de defesa do réu e dos seus co-réus. Em geral, a defesa quis saber da ligação deste com os co-réus António Carlos Do Rosário, Gregório Leão, Cipriano Mutota, Teófilo Nhangumele e Ângela Leão, ao que respondeu que não os conhecia, pelo que não há possibilidade de se ter reunido com estes para delapidar o Estado. Disse também que não conhece as três empresas criadas no âmbito das “dívidas ocultas”.

 

Referir que a defesa de Ndambi Guebuza requereu, no final do interrogatório, a junção aos autos do extracto da conta bancária de “Cindy” em Abu Dhabi, supostamente usada para receber o dinheiro das “dívidas ocultas”. A defesa refere que a referida conta não recebeu qualquer dinheiro, desde a sua abertura. Sublinhar que Ndambi Guebuza é indiciado de ter recebido 33 milhões de USD da Privinvest, como “gratificação” por ter ajudado a empresa a fazer negócio com o Estado moçambicano.

Arranca hoje a semana mundial de alfabetização

 


Sob o lema “Alfabetização para a Recuperação Centrada no Homem, Reduzindo a Exclusão Digital”, iniciam hoje (01 de Setembro) as comemorações do Dia Internacional de Alfabetização, que se assinala no próximo dia 08 de Setembro.

A Primeira-Dama, Isaura Nyusi, disse, na sua mensagem alusiva à data em alusão, que as celebrações do Dia Internacional da Alfabetização visam alertar a população jovem e adulta para a necessidade de adesão massiva aos programas de alfabetização, como uma ferramenta de educação e consciencialização para a  emancipação da sociedade e das mulheres em particular.

“A semana e o Dia Internacional de Alfabetização celebram-se numa altura em que vivemos uma nova realidade imposta pela pandemia da COVID-19. Por isso, devemos redobrar os esforços para alfabetizar mais jovens, mulheres e homens para encararem com consciência o novo modo de viver face à COVID-19”, refere Isaura Nyusi, em comunicado.

Segundo Isaura Nyusi, Moçambique apresenta uma taxa de analfabetismo que se situa em 39%, sendo que 49,4% é das mulheres (CENSO, 2017).

Os dados sugerem, segundo a Primeira-Dama, a necessidade de alfabetizar os cidadãos moçambicanos jovens e adultos, pois um pai e uma mãe alfabetizados têm consciência da importância da educação e estão em melhores condições de enfrentar os desafios da vida e da participação no processo de desenvolvimento sustentável, como cuidar da saúde das suas famílias e educar os filhos, realizar o planeamento familiar, aderir às unidades sanitárias para os partos seguros, amamentação e alimentação saudável.

Na sua mensagem, Isaura Nyusi apelou aos cidadãos para aderirem aos Centros de Alfabetização e Educação de Adultos, pois considera que o papel dos pais e encarregados de educação é preponderante para o desenvolvimento da auto-estima dos seus filhos e protegê-los das uniões prematuras, gravidez precoce, respondendo, activamente, aos programas de alfabetização para jovens e adultos, levados a cabo pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano e parceiros.

O Dia Internacional de Alfabetização celebra-se, anualmente, em todo o mundo, desde 1966, um ano depois da realização da Reunião de Ministros da Educação, em Teerão, Irão, onde se estabeleceu a data  de 08 de Setembro.

terça-feira, 31 de agosto de 2021

Meteram pesticidas no pudim -Ndambi Guebuza

 


O julgamento do caso das “dívidas ocultas” de Moçambique deu uma guinada inesperada na tarde de segunda-feira, quando um dos mais conhecidos dos arguidos, Ndambi Guebuza , filho mais velho do ex-Presidente Armando Guebuza, perdeu as estribeiras e afirmou que o julgamento fazia parte de uma gigantesca conspiração contra a família Guebuza. “Vocês são mentirosos!”, disse ele à Procuradora, Sheila Marrengula.

A Procuradoria-Geral da República, acusou, "está perseguindo minha família e os veteranos da guerra de independência". Ele até afirmou que parte da conspiração foi uma tentativa de envenenar sua família colocando “pesticidas no pudim”. Como mais “provas” de suas alegações, ele citou o assassinato de sua irmã Valentina em 2016, embora não seja segredo que ela foi vítima de um marido abusivo.

Por via das dúvidas, adiantou que o actual presidente, Filipe Nyusi, pretende assegurar um terceiro mandato. A mesma alegação já foi feita sobre seu pai e sobre o seu processador, Joaquim Chissano. Mas a Constituição afirma que nenhum presidente pode servir mais de dois mandatos consecutivos de cinco anos e, até agora, ninguém fez qualquer tentativa séria de mudar esse princípio constitucional. O juiz Efigenio Batista repreendeu repetidamente Guebuza por mostrar falta de respeito para com o tribunal e, em particular, para com Marrengula.

Ndambi Guebuza, o homem perseguido pela PGR e que não tem “memória de elefante”

 


Armando Ndambi Guebuza, filho mais velho do ex-Presidente da República, Armando Emílio Guebuza, sentou-se, esta segunda-feira, no banco dos réus para esclarecer ao Tribunal e ao país os contornos do seu envolvimento no maior escândalo de corrupção de sempre a ser registado na República de Moçambique.

No entanto, contrariamente aos anteriores dois réus do processo (Cipriano Mutota e Teófilo Nhangumele) já ouvidos pelo Tribunal, que confirmaram parte da acusação do Ministério Público e negaram outros factos a si imputados, Ndambi Guebuza optou por refutar quase tudo o que consta da acusação do Ministério Público, mesmo em situações em que era confrontado com os documentos retirados dos seus aparelhos (computador e telefones).

“Esqueci-me”, “Não me recordo”, “não confirmo” e “não quero falar” são as respostas mais repetidas por “Cindy” às perguntas feitas pelo juiz da causa, Efigénio José Baptista. Aliás, o primogénito de Armando Emílio Guebuza chegou a dizer que não tinha “memória de elefante”, pois, “passou muito tempo”.

Para Ndambi Guebuza, tudo não passa de “show” protagonizado pela Procuradoria-Geral da República, que confiscou seus bens e espalhou que ele era ladrão. Aliás, afirma que a publicitação, pelos jornais, dos seus gastos colocou-o em perigo, pois, ele podia ter sido esfaqueado na cadeia ou algum familiar seu podia ter sido raptado. Alega ainda que a PGR está sendo usada para perseguir sua família e todos os antigos combatentes da luta de libertação nacional.

Diz que fazia negócios com Jean Boustani, mas não revela quais

Ao Tribunal, Ndambi Guebuza negou ter participado na concepção do projecto de protecção da Zona Económica Exclusiva, que resultou na criação da PROINDICUS, uma das empresas responsáveis pelo calote. Aliás, nega ter recebido qualquer brochura do seu amigo Bruno Langa para entregar ao seu pai, pois, este, na qualidade de Chefe de Estado, tinha sua equipa de trabalho, assim como canais oficiais que lhe fariam chegar o documento.

A declaração contraria a versão contada por Teófilo Nhangumele, que confirmou ter abordado Ndambi Guebuza, através de Bruno Langa, para convencer o pai (então Presidente da República) a aprovar a proposta da Abu Dhabi Mar, do Grupo Privinvest.

Confrontado pelo Juiz com os emails enviados a si durante o processo de concepção do projecto, este assumiu ser o dono do endereço, mas negou ter recebido qualquer email sobre o assunto, incluindo o email da viagem feita à Alemanha em Dezembro de 2011.

O arguido confirmou também ter viajado para Alemanha naquele ano para tratar de negócios, mas nega ter feito a referida viagem no âmbito do projecto proposto pela Privinvest. Acrescentou ainda ter feito a referida viagem na companhia de Bruno Tandane Langa e não de Teófilo Nhangumele e António Carlos do Rosário. Aliás, disse que conheceu Teófilo Nhangumele na prisão.

Confrontado com o relatório da viagem elaborado por Teófilo Nhangumele disse não ter conhecimento do documento e que “qualquer um é livre de pôr o nome de quem quiser”, referindo ao facto de seu nome constar da lista de pessoas que fizeram parte da delegação moçambicana que se deslocou àquele país europeu.

Ndambi “Cinderela” Guebuza disse ao Tribunal ser parceiro de negócios de Jean Boustani, executivo da Privinvest, mas não avançou o tipo de negócios que desenvolvia com o libanês. Aliás, revelou que foi o libanês quem abriu a sua conta bancária em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), por isso, já não se recordava do nome do banco. Disse também que o valor enviado, em seu nome, às empresas sul-africanas usadas para a lavagem de dinheiro estava relacionado com as parcerias que tinha com executivo da Privinvest.

O Ministério Público pediu algum documento que prova as suas ligações empresariais com o libanês, porém, disse que os seus advogados iam fazê-lo. Não se sabe, quando é que Isálcio Mahanjane e Alexandre Chivale

Ndambi diz que não fez chegar documentos ao pai e que a PGR persegue a sua família

 

Armando Ndambi Guebuza disse ao Tribunal, esta segunda-feira, que não recebeu brochuras do amigo Bruno Langa e que não fez chegar qualquer documento por ele entregue ao seu pai, quando era Presidente da República. Segundo o réu, o Ministério Público é mentiroso e a Procuradoria-Geral da República é a máquina utilizada para perseguir a sua família.

A segunda semana do julgamento do caso das dívidas ocultas arrancou com audiência a Armando Ndambi Guebuza. Na tarde desta segunda-feira, o réu respondeu, como é óbvio, a várias perguntas colocadas pelo juiz Efigénio Baptista e pela Procuradora Ana Sheila Marrengula. Durante o seu depoimento, Armando Ndambi Guebuza afirmou que não fez solicitação de cobrança, nem fez chegar documentos entregues por Bruno Langa ao seu pai, na altura Presidente da República. Segundo sustentou, o Presidente da República tem canais próprios, quando se trata de receber documentos, e não é o filho que cumpre essa função.

Confrontado pela Procuradora Ana Sheila Marrengula, esta tarde, Armando Ndambi Guebuza disse que o Ministério Público é mentiroso e que a Procuradoria-Geral da República persegue a sua família. “A PGR foi a máquina usada para me perseguir”. Continuou: “A PGR sempre inventou desculpas para me manter preso”. Dito isto, o réu reforçou que a sua prisão foi utilizada como perseguição política, para chantagear o pai: Armando Emílio Guebuza.

Entre advertências do Ministério Público em relação a uma eventual falta de respeito por parte do réu e protestos da Defesa, Ndambi Guebuza respondeu que, em 2012, viajou a Abu Dhabi à procura de oportunidades de negócio. No entanto, não sabe dizer com que propósito o amigo Bruno Langa e Teófilo Nhangumele viajaram. O réu confirmou a sua parceria com Jean Boustani, a título individual e não em representação do grupo Previnvest. Ndambi Guebuza recusou que tenha viajado para receber qualquer adiantamento conforme a acusação do Ministério Público. E mais, confirmou que é amigo de Bruno Langa, mas recusou que tenha relação com António Carlos do Rosário.

Em audiência, Armando Ndambi Guebuza confirmou ainda que, em 2011, viajou à Alemanha apenas com Bruno Langa, e não com António Carlos do Rosário e Teófilo Nhangumele, segundo a acusação.

Sobre as informações pormenorizadas em relação às viagens realizadas à Alemanha ou Abu Dhabi, o réu respondeu que toda e qualquer viagem dos filhos do Presidente da República de Moçambique segue um protocolo, daí ignorar muitas questões pontuais a si colocadas.

Ndambi Guebuza confirmou que possui uma conta bancária em Abu Dhabi. Quando confrontado pela Procuradora Ana Sheila Marrengula, por ter dado uma resposta diferente à PGR, o réu sublinhou que a pergunta não foi feita da mesma maneira como o juiz Efigénio Baptista fez. Ou seja, na PGR, Ndambi disse que, há dois anos, a PGR quis saber se teria aberto uma conta bancária, em Abu Dhabi, para receber dinheiro de subornos, pelo que disse não

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Ndambi Guebuza desrespeita Tribunal e Ministério Público

 


No sexto dia do julgamento, houve momentos de tensão entre Ndambi Guebuza e a magistrada do Ministério Público, Ana Sheila Marrengula. O filho do ex-Presidente Armando Guebuza desrepeitou a magistrada do MP e o tribunal.

Ndambi Guebuza, filho do ex-Presidente de Moçambique Armando Guebuza

Ndambi Guebuza, o filho do antigo Presidente da República de Moçambique, Armando Guebuza, negou em tribunal ter recebido dinheiro da Prinvinvest, na esteira do julgamento das dívidas ocultas.

O Tribunal exibiu vários e-mails em que o outro co-réu, Teófilo Nhangumele, e Jean Boustani, negociador da Privinvest, falavam em divergências na divisão dos 50 milhões de dólares entre Teófilo, Ndambi Guebuza e Bruno Langa.

Numa das conversas, Nhangumele queixava-se a Jean Boustani do fato de Ndambi Guebuza ter recebido 33 milhões de dólares e os outros companheiros, Bruno Langa e Teógilo Nhangumele, terem recebido 8,5 milhões cada.

"Acordou com os seus amigos Bruno e Teófilo em dividir uma quantia de 50 milhões de dólares. Tiveram uma conversa, um acordo nesse sentido?", questionou o juiz.

"Nunca tive esse tipo de conversa com eles de 50 milhões de dólares para dividir, nunca tive essa conversa”, respondeu o réu. 

Ndambi Guebuza nega quase tudo

O juiz da causa, Efigénio Baptista, perguntou ao filho do ex-chefe de Estado se teria recebido, confirmado e assinado a recepção de uma parcela de 14 milhões de dólares, mas o réu Ndambi não confirmou.

Teófilo Nhangumele, co-réu

"Meritíssimo não fiz nenhuma transferência de 14 milhões de dólares, nem recebi 14 milhões de dólares nessa conta", disse.

E o juiz insitiu: "O e-mail diz que o senhor recebeu do grupo Privinvest [faz menção aos] 14 milhões de dólares. E confirmou aqui a recepção". 

"Não meritíssimo. Não recebi 14 milhões de dólares da Privinvest, é falso. Mas esta é sua assinatura? Mas é falso, não recebi. Pode-se forjar a assinatura hoje em dia, é falso porque não recebi 14 milhões de dólares da Privinvest meritíssimo”, reagiu Ndambi Guebuza.

Ndambi Guebuza preferiu responder com questões a maior parte das perguntas colocadas, tanto pelo juiz como pela magistrada do Ministério Público (MP), e usou indevidamente o tempo para responder as questões para denunciar o que considera de perseguição a si e a sua família por parte do Ministério Público, quando este quis saber da abertura de uma conta bancária nos Emirados Árabes Unidos.

"Tem acontecido na nossa família... Perseguições contra a nossa família em que a PGR é um veículo utilizado para perseguir não só a minha família, mas também aos combatentes da luta de libertação deste país. A missão da PGR é perseguir, denegrir a imagem, maltratar e prender", acusou Ndambi Guebuza.

Falta de respeito

Mas este momento acabou em alguma tensão entre a procuradora Ana Sheila e o réu, por causa de uma pergunta de insistência em que a magistrada queria que ele confirmasse. A questão era: Se ele criou corredores de influência para que o seu pai aprovasse o projeto da proteção da Zona Económica Exclusiva.

"Eu estou a lhe fazer pergunta que resulta de contradição. Eu também estou a responder uma pergunta que resulta de contradição", respondeu o réu. 

Desagradada a magistrada alertou sobre as posições de cada um no tribunal: "Sr. Ndambi, não estou a perguntar. Não faz perguntas".

E grosseiramente Ndambi Guebuza ripostou: "Não, a senhora acha que eu é que governava o país? Não me coloca pergunta. Então é isso. Eu disse o presidente da república tem canais próprios."

Efigénio Baptista, juiz

A representante do MP chegou mesmo a pedir uma posição ao juiz Efigénio Baptista: "Meritíssimo, acho que aqui há um ponto de ordem. Eu não admito que o réu se refira a mim na qualidade de senhora. O réu pode não saber mas estou aqui a representar a exercer uma função de estado. Há formas de tratamento. Pode-se dirigir a mim como digna magistrada.”

MP cobra posição do juiz

Ndambi Guebuza chegou mesmo a desrespeitar a magistrada do MP e o próprio tribunal, o que lhe valeu várias chamadas de atenção por parte de Efigénio Baptitsta. O réu interrompia repetidamente os pronunciamentos do juiz e da magistrada do MP. Foram momentos que mereceram protestos por parte do advogado do réu, Isalcio Mahanjane.

"Meritíssimo acaba de colocar a coisa que é a questão dos pontos. Se já tiver respondido é que já respondeu. Mas há persistências quando ele diz isso.  Naturalmente que o estado anímico dele pode saltar por conta disso”, justificou.

São no total 19 réus que o Tribunal Judicial da Cidade de Maputo devera arrolar neste processo das dívidas ocultas e perto de 60 declarantes.

Armando Guebuza está no tribunal para assistir ao julgamento do filho

 


O antigo Presidente da República, Armando Emílio Guebuza, está hoje presente no tribunal, onde decorre a audição do filho, Armando Ndambi Guebuza, acusado de quatro crimes, no polémico caso das dívidas ocultas, nomeadamente, associação para delinquir, abuso de confiança, falsificação de documentos e corrupção passiva.

O arranque da sessão está atrasado a cerca de uma hora, pois devia ter arrancado às 10 horas, faltando apenas a presença do Juiz e do Ministério Público na tenda que acolhe o julgamento.

O advogado de defesa de Ndambi Guebuza, Alexandre Chivale, informou, mesmo antes do arranque da sessão, que o réu a ser ouvido hoje não está bem de saúde, não especificando, porém, de que doença padece Ndambi Guebuza.

“Ele sentiu-se mal, e a médica foi chamada. Ele já medicou, e penso que está em condições de avançar. Vamos lá ver no que vai dar”, disse Chivale, tendo destacado que se sente tranquilo para a audição do seu constituinte.