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quinta-feira, 30 de março de 2023

Força de Defesa do Botswana realiza programas sociais no distrito de Mueda


O contingente militar daquele país realizou há dias várias iniciativas de carácter social que consistiram na construção e melhoramento de um bloco de casas de banho e doação de máquinas de lavar ao Hospital Distrital de Mueda.

Segundo uma nota das Forças de Defesa do Botswana, o III contingente tswana ofereceu igualmente equipamento desportivo e pensos higiénicos para alunos da Escola Secundária de Mueda, bem como ajuda alimentar às pessoas carenciadas naquela vila.

O Major Lucky Samakwati explicou que a doação daquele material, bem como a construção de casas de banho, resultou de uma consulta às autoridades locais, com vista ao fortalecimento das relações entre a missão e a população anfitriã.

Samakwati reiterou o compromisso dos soldados do Botswana, enquanto membros da missão militar da SADC, de tudo fazerem para a paz efectiva em Cabo Delgado. O gesto dos soldados do Botswana foi saudado pela administradora de Mueda, Aina Combo Anza, e encorajou o contingente tswana a continuar no futuro com outras iniciativas de carácter social.


⛲ Cartamoz

quarta-feira, 29 de março de 2023

Frelimo aprova revisão da Lei Eleitoral numa sessão boicotada pela oposição

 


As bancadas da oposição boicotaram, hoje, a sessão plenária da Assembleia da República. O MDM abandonou a chamada Casa do Povo e a Renamo levantou dísticos, como forma de protestar contra a discussão da proposta de revisão da Lei Eleitoral. No entanto, a Frelimo diz que a oposição não está preparada para o debate democrático, por isso aprovou os instrumentos mesmo na ausência das outras duas bancadas.

Com cânticos e dísticos, os deputados da Renamo na Assembleia da República gritavam, na manhã desta quarta-feira, na Assembleia da República, segundo disseram, pela democracia e justiça.

Um cenário atípico, no qual os deputados da Renamo transformaram o Parlamento num lugar de manifestações, gritando frases como “Abaixo à ditadura”; “Não aceitamos a violação da Constituição” e “Tiranos, fora”.

Entre outras matérias, o objectivo da sessão desta quarta-feira era discutir a revisão pontual de leis sobre a eleição do Presidente da República, dos deputados do Parlamento, dos membros das Assembleias Provinciais e dos governadores provinciais.

Mas a Renamo, que se diz excluída do processo, decidiu boicotar a sessão, uma manifestação que durou cerca de 30 minutos.

“Estamos a manifestar-nos para permitir que os direitos fundamentais, os direitos civis e políticos sejam exercidos em Moçambique sem nenhum embargo. A violação da Constituição (da República), na calada do dia e não da noite, é uma vergonha”, disse Arnaldo Chalaua, porta-voz da bancada da Renamo.

Sem alternativa, a presidente da Assembleia da República interrompeu, por uma hora e meia, as actividades do dia.

A bancada da Renamo acredita que a revisão da lei eleitoral é uma manobra para se chegar à revisão da Constituição da República, para acomodar os interesses da Frelimo.

“A Lei Eleitoral tem de ser aprovada por consenso, porque é um instrumento para eleger quer os deputados, quer o Presidente da República, ou seja, todos os órgãos electivos. Por isso, essa lei deve ser consensual. A Frelimo, ao livre arbítrio, não deve alterar e, por consequência, chamar a assunção de poderes extraordinários para a revisão da Constituição da República”, desabafou, num ambiente de muitos gritos.

A planária ficou irreconhecível. Os deputados da Frelimo ficaram estáticos como se questionassem “como entraram todos aqueles materiais de manifestação (dísticos, apitos, cornetas).

A bancada do MDM, que abandonou a plenária, diz que solicitou um encontro com as chefias das bancadas, por forma a discutirem os aspectos desta revisão, mas sem efeito, sendo surpreendidos pelo tema agendado para a sessão. Isso revela, para MDM, prepotência por parte da bancada maioritária.

“Este é um protesto e alerta para os perigos que a democracia corre. Esta ditadura do voto, esta arrogância da bancada parlamentar da Frelimo e nós não concordamos com isso. Esta é uma sinalização à comunidade nacional e internacional de que a nossa democracia está em perigo com esta bancada maioritária”, disse Fernando Bismarque, porta-voz da bancada do MDM.

Fernando Bismarque diz que há ditadura na chamada Casa do Povo: “A bancada da Frelimo quer dirigir o país a todo o custo; à força adiar as eleições distritais e viabilizar o terceiro mandato do Presidente da República; nós não concordamos”, referiu Bismarque.

A Frelimo diz que a Renamo e o MDM não estão preparados para o debate democrático.

“Nós, como Frelimo, temos que disponibilizar a legislação competente para que o Governo continue a funcionar democraticamente e nós vamos avançar. Estas são manobras dilatórias da Renamo. Eles pediram adiamento, nós aceitamos e hoje tínhamos mesmo que aprovar, porque nós não podemos continuar com um Estado a funcionar sem as leis devidamente aprovadas, porque uma bancada, como sempre o fez, tenta inviabilizar a governação do país”, explicou Feliz Sílvia, porta-voz da bancada da Frelimo.

Sílvia desmentiu ainda a informação de que a Frelimo faltou a um encontro marcado para discutir assuntos ligados à revisão da Lei Eleitoral.

Depois de uma interrupção de uma hora e meia, a bancada da Renamo voltou a manifestar-se, porém, desta vez, Esperança Bias deu ordem para, mesmo no meio a cânticos, avançar-se com a sessão.

Telmina Pereira, deputada da Frelimo e membro da Comissão Permanente, foi quem apresentou os fundamentos da proposta: “A experiência de realização de eleições que Moçambique vem acumulando desde 1994 mostra ser possível que todos os actos eleitorais, desde a convocação das eleições, o recenseamento eleitoral, votação, apuramento dos resultados da votação, até à sua proclamação, podem acontecer no prazo de 14 meses”.

Segundo a Frelimo, com a redução do prazo estarão criadas as condições para alargar o debate sobre a realização ou não das eleições distritais, marcadas para 2024.

Com esta aprovação, reduziu de 18 para 14 meses o prazo para o Presidente da República convocar a realização das eleições e, assim, Filipe Nyusi tem cerca de 100 dias para marcar a data das eleições, incluindo as distritais.


Os dois instrumentos foram apresentados, apreciados, debatidos e aprovados em definitivo por 164 deputados da bancada da Frelimo, depois que as bancadas da Renamo e MDM abandonaram a Assembleia da República.

Refira-se que os desentendimentos entre a Frelimo e a oposição vêm desde as sessões nas comissões de trabalho. A primeira comissão da Assembleia da República, por exemplo, analisou as propostas legais só com a presença de membros da Frelimo, tendo os da Renamo e MDM boicotado. E estes justificaram que a Frelimo também tinha faltado a um encontro marcado para o fim-de-semana passado.


⛲ O País 

RENAMO: Mudança na lei eleitoral é "atentado à democracia"



O porta-voz da bancada da RENAMO acusa a FRELIMO de "abuso de poder" após a alteração do prazo de marcação de eleições gerais. "É uma tentativa de voltar ao tempo do partido único", diz Arnaldo Chalaua.

O Parlamento moçambicano aprovou esta quarta-feira (29.03), numa sessão boicotada pela oposição, a alteração do prazo de marcação de eleições gerais.

Com esta mudança, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) conseguiu adiar o anúncio da data das eleições de abril para julho. O partido no poder insiste que é preciso mais tempo para refletir sobre a viabilidade das eleições distritais.

Mas a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) considera que o objetivo da FRELIMO é retirar as eleições distritais da Constituição moçambicana, sem os votos da oposição, e rever a legislação "de forma ordinária".

Em entrevista à DW, Arnaldo Chalaua, porta-voz da bancada do maior partido da oposição, diz estar em curso um "atentado à democracia" e fala num eventual regresso aos tempos do partido único em Moçambique.

DW África: A RENAMO considera que o objetivo da FRELIMO, com estas alterações à lei eleitoral, é retirar as eleições distritais da Constituição moçambicana, sem os votos da oposição?

Arnaldo Chalaua (AC): É exatamente isso. E é triste e lamentável, porque a legislação eleitoral foi aprovada inicialmente através de um diálogo entre o então presidente da RENAMO, Afonso Dhlakama, e Filipe Nyusi, Presidente da República. Não faz sentido. E não deve ser por mortis causa que se deve violar o acordo. O acordo foi transformado em lei. Portanto, porque aprovada ou ratificada a data de realização de eleições com antecedência mínima de 18 meses para 15 meses, eles terão alguma oportunidade de rever a Constituição.

Estavam a contar com a oposição, com a RENAMO, mas perceberam que não é possível a RENAMO aprovar uma alteração da Constituição.

RENAMO diz que o sistema de som do Parlamento foi desligado, impedindo os deputados da oposição de se manifestaremFoto: Roberto Paquete/DW

DW África: Estamos perante uma estratégia da FRELIMO para rever a Constituição, como disse, sem o aval da oposição?

AC: Sim. Vão rever a lei eleitoral, assim como aconteceu, e depois vão alterar as datas de 18 meses para 15 meses, e terão um espaço de três meses, o remanescente. Depois vão assumir poderes ordinários para rever a Constituição apenas com 2/3 [dos deputados]. E eles têm 2/3. Isto vai permitir-lhes fazerem vários ensaios na mexida da Constituição da República e usarem um modelo ao gosto deles, longe de a oposição participar e dar uma contribuição.

A revisão da Constituição, como um instrumento que deve conformar as partes, deve reunir algum consenso. E agora o que estão a fazer é procurar formas de como rever a Constituição a ferro quente, usando a ditadura e abuso de poder. Neste caso, também podemos aqui dizer que há uma tentativa flagrante de voltar ao tempo do partido único, onde a FRELIMO fazia e desfazia. Mas já estamos em multipartidarismo. Estamos numa democracia e essa democracia está a ser posta em causa.

A RENAMO fez uma manifestação em frente ao plenário, repudiando, rejeitando esta manifestação do partido FRELIMO. E de forma vergonhosa, continuaram a ir em frente. Aprovaram a proposta e desligaram o sistema de som da Assembleia da República. Ou seja, os deputados da RENAMO não tiveram acesso à palavra. Era para manifestarmos a nossa indignação.

RENAMO: Mudança na lei eleitoral é "atentado à democracia"

DW África: Perante este atentado à democracia, como disse, qual será agora o próximo passo da RENAMO?

AC: Há uma vontade manifestada pela bancada maioritária. Ela não tem que violar a Constituição e também não deve, de forma orgânica, violar aquele que tem a competência para fixar as datas de realização de eleições. Isto foi feito pelo Conselho Constitucional. Devia ser este órgão a fazê-lo, e não a Assembleia da República tomar um poder alheio a si. Não é um Presidente da República, uma bancada maioritária, que deve atentar contra este órgão, violando e colocando uma proposta de revisão de datas eleitorais.

DW África: Diz-se nos meios políticos que estas mudanças na Constituição moçambicana podem também indicar que há aqui uma tentativa de viabilizar um terceiro mandato presidencial. A RENAMO teme este cenário?

AC: Temos a mesma perspetiva. Entendemos que há uma vontade do Presidente em ensaiar o seu terceiro mandato. Ele percebe que, ensaiando o terceiro mandato, poderá fugir de muitas ilegalidades. Como sabe, Moçambique está a ser classificado como um país que caminha progressivamente para o fundo do poço, do ponto de vista da corrupção, criminalidade, abuso de poder e também da intolerância política.

Ou seja, para Nyusi, com esse boom de recursos naturais, é mais uma vantagem permanecer e perpetuar-se no poder. Poderão inventar uma nova forma de eleger o Presidente. O que está aqui a acontecer é que se pretende extrapolar a baliza constitucional para perpetuar algumas intenções, digamos assim. Intenções marginais, intenções inconfessáveis.

Moçambique está a braços com a guerra em Cabo Delgado, tem muitos problemas por resolver, mas não está a olhar para estas questões. Querem é mais um mandato. Nós não percebemos porquê, qual é o fundamento.   

Uma aliança da oposição contra a FRELIMO em Moçambique?


⛲ Dw

UEM suspende dois docentes acusados de assédio sexual em Inhambane



Enquanto em Maputo os docentes acusados de assédio sexual gozam de impunidade, em Inhambane a Universidade Eduardo Mondlane suspendeu, recentemente, dois professores que usavam formas de avalição tendenciosas com vista a saciar os seus apetites sexuais.

Os dois docentes afectos à Escola Superior de Hotelaria e Turismo foram suspensos depois de uma denúncia feita por um grupo de estudantes do sexo feminino que já estava fatigado com o modus operandi dos mesmos.

Fontes que falaram ao Evidências na condição de anonimato revelaram que a universitária que não aceitava saciar o apetite sexual dos docentes ora suspensos chumbava de forma continua.

“Eles usavam modelos de avaliação desconhecidos com objectivo de baixar as notas das estudantes e no final do semestre ou do ano lhes levar a cama para aumentar a nota. Algumas que vieram das outras províncias acabaram cedendo, mas no corrente ano decidimos denunciar”, disse a fonte.

Citado pela RM, o director da Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Inhambane, Ernesto Macaringue, mostrou-se envergonhado com a postura dos dois docentes e adiantou que o caso já foi reencaminhado para o Gabinete Jurídico da Universidade Eduardo Mondlane.

Por sua vez, a porta – voz da Procuradoria Provincial de Inhambane, Juliana Boa, instou as mulheres para denunciarem casos de assédios em todas esferas sociais.


⛲ Jornal Evidências 

Botswana envia quarto batalhão para missão de manutenção de paz em Cabo Delgado


O Botswana acaba de anunciar o envio de um novo batalhão composto por 362 soldados de diversas especialidades para a missão de manutenção de paz em Cabo Delgado, Norte do País, no âmbito da Missão Militar dos países da SADC em Moçambique (SAMIM). 

A informação foi avançada pelo ministro da Defesa e Segurança daquele País, Kagiso Mmusi, adiantando que um total de 1.338 militares das Forças de Defesa do Botswana serviram em Moçambique desde o início da sua participação no SAMIM em 2021.

Prestando contas ao parlamento do seu País, uma prática, de resto adoptada também pela África do Sul e que não se verifica do lado moçambicano, anunciou que o quarto contingente de 362 soldados foi recentemente enviado para a província de Cabo Delgado para a missão de manutenção da paz.

Na ocasião lamentou a morte de seis soldados do seu país, que perderam a vida em diferentes circunstâncias em Cabo Delgado.

“Até o momento, grandes passos foram dados para trazer a área de volta à normalidade após um período prolongado de insurgência islâmica contra o governo e o povo de Moçambique”, assegura.

Refira-se que o Evidências, que mantém uma rede de informantes no terreno, tem estado a reportar alguma calma nas últimas semanas, com os insurgentes a atacarem somente de forma esporádica sem grande intensidade. Os ganhos no terreno são atribuídos, sobretudo, à operação Vulcão IV.


⛲ Jornal Evidências 

Vacina contra cólera chega ao país


Moçambique acaba de receber 1.7 milhão de doses de vacina contra a cólera, com vista a travar a propagação da doença em algumas províncias do país.

As autoridades de Saúde afirmam que a campanha de vacinação está em preparação, devendo iniciar em breve.

As doses recém-chegadas, segundo indicou o chefe do Departamento de Saúde e Vigilância no Ministério da Saúde (MISAU), Domingos Guihole, destinam-se às cidades de Quelimane, província da Zambézia, Chimoio, em Manica, Beira e Marromeu, em Sofala.

Quelimane, particularmente, registou um aumento significativo de casos, situação propiciada pelas inundações e destruição da rede de abastecimento de água, na sequência do sistema tropical ciclónico Freddy.


⛲Folha de Mapu

UNITA encoraja protesto: "No dia 31 de março, fica em casa"



O maior partido da oposição em Angola encoraja os seus militantes a participarem em protesto contra más condições de vida em Angola.

A direção da UNITA, maior partido da oposição angolana, encorajou hoje (29.03) os seus militantes, enquanto cidadãos, a participarem num protesto organizado por ativistas que apela aos angolanos para ficarem em casa no dia 31 deste mês.

Num comunicado de imprensa, o secretariado-executivo do Comité Permanente da Comissão Política da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) manifestou-se solidário com a causa dos ativistas, que visa protestar contra as dificuldades sociais que os angolanos enfrentam nos últimos anos.

O maior partido da oposição em Angola disse que "tomou conhecimento, por via das redes sociais, de informações segundo as quais um grupo de ativistas está a mobilizar a juventude e sociedade em geral para um protesto pacífico denominado - "No dia 31 de março, fica em casa", como forma de chamar a atenção do Governo para a degradante situação socioeconómica em que o país mergulhou e pressioná-lo a melhorar as suas políticas públicas".

Pela democracia e direitos humanos

Segundo a UNITA, níveis elevados de desemprego, pobreza, alto custo de vida, corrupção institucionalizada e constantes violações dos direitos humanos agravam a insatisfação e o desespero da juventude com a atual governação.

"O secretariado-executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA constata, com enorme preocupação, que o Governo tem-se desviado da missão principal do Estado, que é garantir os direitos humanos fundamentais e realizar a prosperidade e a dignidade dos cidadãos", refere-se no documento.

"Por isso, considera legítimas e constitucionalmente atendíveis as motivações dessa manifestação. Assim, os militantes da UNITA, enquanto cidadãos, são livres de aderir à referida manifestação", acrescenta-se.

Na nota, a UNITA "condena, veementemente, a campanha de intoxicação da opinião pública nacional e internacional, levada a cabo por órgãos do Estado, que visa desvirtuar iniciativas de livre exercício de cidadania, plasmadas na Constituição da República de Angola".

"A UNITA continuará a pugnar por uma Angola melhor para todos, na pátria do seu nascimento e reafirma o seu compromisso na defesa da democracia, da paz e da reconciliação nacional", sublinha o partido, destacando ainda que são "por uma Angola independente, democrática e desenvolvida e apela aos órgãos competentes do Estado para o respeito e salvaguarda dos direitos e liberdades dos cidadãos".

Ao Governo, o partido da oposição apelou "para prestar maior atenção às causas da insatisfação e da contestação, generalizadas".

"No dia 31 de março, fica em casa"

Um movimento iniciado por ativistas está a apelar aos angolanos, através das redes sociais, para ficarem em casa no dia 31 de março, como forma de protesto contra o desemprego e as más condições de vida.

O apelo foi lançado pelo ativista Gangsta e tem estado a mobilizar várias personalidades que garantem, através das suas páginas nas redes sociais, que vão aderir ao protesto.

Entre estes estão músicos como Paulo Flores, a empresária, ex-deputada do MPLA e filha do ex-presidente angolano Tchizé dos Santos, ativistas como Laurinda Gouveia e Dito Dali, que fez parte dos "15+2", condenados por atos preparatórios de rebelião, ou militantes da UNITA como Ginga Savimbi, filha do fundador do maior partido da oposição angolana, Jonas Savimbi, ou o deputado Adriano Sapinala, do mesmo partido.

"Junta-te ao movimento, dia 31 fica em casa", diz o conhecido artista Paulo Flores, pedindo: "ninguém sai de casa, ninguém sai do kubico".

"Ouvi o conselho do Paulo e aderi à greve do dia 31/03 pois a greve é um direito constitucional de todos os angolanos. Dia 31 vou ficar em casa e tudo o que faço relacionado com Angola vai parar", garante a empresária Tchizé dos Santos, salientando que vai fechar o seu restaurante.

Laura Macedo, membro da sociedade civil angolana, sublinha na sua página do Facebook que a manifestação que está a ser convocada sob o lema #31_03_2023_fica_em_casa é uma das formas em que os angolanos não vão ser "agredidos pelas forças comandadas pelos Guardiões da Ditadura". "A Polícia e seus Cães não vão poder nos abocanhar", escreveu.

"Bom dia Angola, dia 31 a senha é ficar em casa", escreveu o deputado Adriano Sapiñala na sua página do Facebook.

O ativista Gangsta, que se encontra em parte incerta, tem estado a lançar apelos a várias classes sociais, incluindo artistas, médicos, professores e taxistas para se mobilizarem e juntarem ao protesto silencioso do "Fica em casa".

Espalhados através de grupos do Whatsapp, e nas redes sociais há também apelos de sinal contrário como o "Dia 31 vou bumbar (trabalhar)" ou "Diga sim ao trabalho".


⛲ Dw

Protestos interrompem sessão do parlamento moçambicano

 


Alterações à lei eleitoral propostas pela Frelimo, levou a Renamo a contestação no parlamento na manha de hoje.

Os trabalhos no parlamento moçambicano foram hoje interrompidos depois de protestos da bancada da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição.

 "Abaixo a ditadura" e "Não matem a democracia", foram alguns dos cartazes erguidos pelos deputados da Renamo, recusando-se a debater alterações à lei eleitoral propostas pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder.

Em causa, está a realização das eleições distritais, no âmbito das eleições gerais de 2024, que a Frelimo considera inviáveis, enquanto a Renamo sublinha estarem previstas na Constituição, depois de terem sido acordadas entre o seu antigo líder, Afonso Dhlakama, e o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.

Este protesto acontece numa altura em que o país vive uma onda de contestação social e o PR encontra-se nos EUA no âmbito da ONU


⛲ Dw

FDS “assaltam” Zimpeto para repelir “golpe de Estado”



“Golpe de Estado” é a terminologia atribuída pela Polícia da República de Moçambique (PRM) a qualquer movimento de homenagem ao rapper Azagaia, falecido no passado dia 09 de Março de 2023. A terminologia foi evocada pelo vice-Comandante-Geral da PRM, Fernando Tsucana, no passado dia 21 de Março, quando reagia às críticas das organizações nacionais e internacionais à violência policial infringida aos cidadãos indefesos no passado dia 18 de Março, nas cidades de Maputo, Xai-Xai, Beira e Nampula, quando pretendiam homenagear o artista.

Ontem, as Forças de Defesa e Segurança (FDS) voltaram a mobilizar-se para evitar mais uma tentativa de “Golpe de Estado”. Desta vez, o “Golpe de Estado” foi repelido no Estádio Nacional do Zimpeto (ENZ), onde a selecção nacional de futebol jogou e perdeu (0-1) diante da selecção senegalesa.

Membros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, disfarçados de adeptos; agentes da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), munidos de armas de guerra e gás lacrimogénio; agentes da Unidade Canina, acompanhados de seus “cães de raça”; e agentes do Serviço de Informação e Segurança do Estado inundaram o Estádio, com objectivo de evitar a homenagem ao rapper Azagaia, anunciada nas redes sociais por organizações da sociedade civil.

A mobilização dos agentes da Polícia, refira-se, já tinha sido comunicada na segunda-feira por Leonel Muchina, porta-voz da PRM na cidade de Maputo, em conferência de imprensa concedida a partir da sede da Federação Moçambicana de Futebol (FMF).

Leonel Muchina disse aos moçambicanos que a PRM estava preparada em recursos humanos e materiais para reprimir qualquer tipo de manifestação política, partidária e religiosa no Estádio Nacional do Zimpeto. Na verdade, Muchina referia-se à homenagem ao rapper Azagaia, que estava a ser preparada por fãs do artista, depois da inviabilização da marcha do dia 18 de Março.

“Nós, como Polícia da República de Moçambique, na cidade de Maputo, por considerar este jogo de grande importância e que pode acarretar, consigo, grande número de espectadores, estamos incrementados em meios materiais e humanos para fazer face a todos os componentes de segurança naquele recinto desportivo e garantirmos que não haja perturbação da ordem e segurança pública. (…) Qualquer manifestação política, partidária e religiosa é proibida, porque o espirito futebolístico não admite que haja tais manifestações”, disse, numa comunicação sui generis da Polícia moçambicana desde que se joga futebol no país.

Tal como previsto, a avalanche dos agentes da Polícia da República de Moçambique, conhecidos por serem principais participantes das marchas de saudação ao presidente da Frelimo e principais actores dos processos eleitorais, sobretudo na contagem dos votos, começou logo pela manhã, com a mobilização de mais de duas dezenas de autocarros transportando mancebos da Escola Prática da PRM de Matalane, distrito de Marracuene, na província de Maputo.

O grupo de mancebos foi o primeiro a entrar no Estádio e o último a sair, tendo sido “alojado” em quatro pontos estratégicos junto aos quatro “cantos” daquele recinto desportivo, vestidos de vermelho, de modo a serem confundidos com claques organizadas dos “mambas”.

Para além das claques organizadas das FDS, assistiu-se também ao desfile de agentes da UIR no interior do Estádio, que marchavam à volta das bancadas durante os 98 minutos que durou a partida.

Como forma de evitar o “Golpe de Estado”, bebidas alcoólicas, cuja venda não é proibida em recintos desportivos a nível mundial, foram banidas do maior e mais moderno Estádio de futebol moçambicano, que conta com lojas e diversos espaços de lazer para a diversão dos adeptos.

Durante os 98 minutos de jogo (48 minutos na primeira parte e 50 minutos na segunda parte), o nome Azagaia era proibido no Estádio Nacional do Zimpeto. Pronunciar o nome do “herói do povo” era sinonimo de “Golpe de Estado”, um fantasma que paira nas lideranças da Frelimo desde que Edson da Luz perdeu a vida, vítima de doença. 


⛲ CARTAMOZ 

Mambas perdem de cabeça erguida mas ganham conjunto e coesão



A selecção nacional de futebol perdeu em casa, diante do Senegal, por uma bola sem resposta, em partida da quarta jornada de qualificação para o CAN 2023. O golo foi apontado na primeira parte, mas os Mambas perderam de cabeça erguida e com um conjunto mais formado para os próximos jogos. Ivan, Domingues e os dois Mexer foram as melhores unidades dos Mambas

Jogo electrizante no Estádio Nacional do Zimpeto, com dois momentos distintos: o golo de Dia, aos 18 minutos, que encontrou os Mambas descompensados, e uma segunda parte em que os Mambas foram superiores em todos os aspectos e só não marcaram por mera infelicidade.

Ivan terá sido uma das melhores unidades, com defesas espectaculares que evitaram que a derrota fosse por mais golos. Mas Domingues, que entrou na segunda parte, foi uma peça fundamental para a mudança de jogo dos Mambas, assim como Mexer Macandza e Mexer Sitoe, que conseguiram apagar, por completo, a estrela-mor do Senegal, o melhor jogador africano.

CONDE PROMETEU, CONDE CUMPRIU

Chiquinho Conde tinha prometido, na antevisão, que faria mexidas na equipa inicial e, quão surpresa, deixou Zainadine Jr. e Domingues no banco de suplentes.

Depois do suposto bate-boca, a mensagem de Chiquinho Conde parecia clara em relação a quem manda no balneário dos Mambas, ou seja, que não existem intocáveis e as escolhas pertencem somente a si, como timoneiro. Mas também deixou claro que terá, mesmo, havido alguma situação desagradável no balneário, em Dakar.

Além de Zainadine e Domingues, comparado com o onze inicial de Dakar, Conde deixou de fora Gion, Bruno Langa e Clésio, lançando de início Ivan na Baliza, um quarteto defensivo com Edmilson Dove, Mexer Sitoe e Martinho como centrais, e Mexer Macandza, os mesmos médios defensivos Kambala e Amados, Shaquile mais a frente, com Witi e Gildo nas laterais e Ratifo na frente.

Do lado do Senegal nenhuma surpresa, com Aliou Cissé a usar quase toda a equipa inicial do jogo de Dakar.

E foi precisamente o Senegal a entrar com pretensões claras no jogo, com Ndiaye, aos quatro minutos, a rematar ao lado, depois de uma confusão na área de Ivan.

Os Mambas não se intimidaram e Mexer Macandza foi o primeiro a testar Gomes, num remate à entrada da área, sem muito perigo.

Aos 11 minutos, numa outra investida dos Leões de Teranga, apareceu do meio da rua Dia a rematar em jeito para o lado mais distante de Ivan, mas o guarda-redes dos “touros” esticou-se para evitar o primeiro da partida.

De tanto ataque do Senegal e perigo que rondava a baliza de Ivan, não espantou que o primeiro chegasse. Perda de bola de Edmilson, com a bola a chegar aos pés de Sadio Mané, que serviu Dia, na direita, solto de marcação, a atirar para o fundo das malhas. Jogava-se o minuto 18.

A meia hora do jogo, Chiquinho Conde foi obrigado a fazer uma substituição com a saída do lesionado Witi e, para seu lugar, entrou Melque.

Os Leões de Teranga baixaram as linhas e os Mambas subiram no terreno e chegaram mais vezes à baliza de Gomes. Num canto da esquerda, Edmilson esteve perto do golo, ao cabecear ligeiramente ao lado.

Senegal, mesmo sem acelerar muito, mantinha-se sempre perigoso quando saísse ao ataque. Aos 40 minutos, ganhou um livre perigoso na quina da esquerda da área, cobrado por Sarr para uma defesa de Ivan, e Edmilson a aliviar.

O intervalo chegou com vantagem dos forasteiros, mas com os Mambas a reagirem bem e a contrariarem o poderio do Senegal.

DOMINGUES E BRUNO LANGA PARA REVOLUCIONAR

No intervalo, Chiquinho Conde fez sair Kambala e Martinho e, para os seus lugares, entraram Domingues e Bruno Langa bastante aplaudidos pelos cerca de 30 mil espectadores.

Edmilson passou a central, em dupla com Mexer e Bruno Langa para a esquerda.

E parecem ter tido efeito as substituições porque as alas começaram a funcionar a contento. Aliás, foi dos pés de Domingues que surgiu o cruzamento perigoso para a tentativa de remate de Ratifo, atabalhoado para a defesa contrária.

Depois, foi o próprio Domingues a ter uma ocasião de visar, após tirar um adversário do caminho, mas o remate com pé esquerdo a sair frouxo. Era o melhor momento dos Mambas que procuravam o empate na partida.

Sadio Mané estava desaparecido no campo e nem a oportunidade que teve aos 75 minutos, quando tentou rodopiar sobre Mexer e procurar uma boa posição, resultou em algo, aliás, este seu remate saiu ao lado e sem perigo.

Mas a segunda parte era mesmo pertença dos Mambas, que ganhavam todas as bolas e criavam mais perigo junto à baliza de Gomes.

Com o tempo a correr e os Mambas espevitados pelos adeptos, subiram no terreno à procura do empate.

Domingues cobrou um canto na esquerda para Bruno, na entrada da área, que tirou um adversário do caminho e rematou com precisão para a defesa apertada de Gomes, com o árbitro a fechar os olhos a um canto.

Com o andar do tempo, os Mambas foram perdendo as pernas e o Senegal aproveitou para crescer no jogo, já na compensação e Ivan voltou a ser gigante nos postes para evitar o segundo golo

Os Mambas perderam no Estádio Nacional do Zimpeto, mas saíram de cabeça erguida e com um conjunto mais forte e coeso para os próximos dois jogos.

Chiquinho Conde

“Dar os parabéns aos meus jogadores. Foram dois jogos diferentes e de elevado grau de dificuldades. Recebemos os campeões africanos e é sempre difícil, mas motivo de orgulho e motivação para os jogadores, principalmente com público fantástico e agradeço por isso, porque ajudou no crescimento da equipa. Entramos receosos e não respeitamos as nossas ideias iniciais, enquanto a equipa adversária pressionava com três jogadores e nós tínhamos receio de falhar. O nosso jogo e a nossa ideia são sair com bola em precisão e foi o que fizemos na segunda parte. O Ivan esteve bem e deu muita confiança à equipa. Na segunda parte, mudámos e invertemos o triângulo com algumas substituições e tivemos mais bola e com Domingues, galvanizado pelo público, fez um bom jogo e espevitou a equipa. Pena que não marcamos nem empatamos. Mudámos cinco peças e a equipa demorou reagir, mas, com a união da equipa e diante do público, queríamos brindar com um resultado positivo. Mas, com o desgaste dos jogadores, tínhamos que mudar alguma coisa. Depois deste jogo, grande parte do público já terá esquecido a goleada e agora vai falar da boa exibição dos Mambas. Felizmente com o Moçambola a começar, teremos mais opções, até porque os jogadores que jogam na Europa e os lesionados estarão aptos e, como tal, teremos que melhorar aquilo que é o nosso conhecimento dos jogadores que devem ser convocados. A estrutura deve estar completa com alguém que vai analisar os jogadores, acompanhar os jogadores nas suas equipas. Sei que a FMF esteve a fazer isso, espero que continue e que Moçambique possa estar no CAN, porque merece, temos potencial e precisamos de potencializar os jogadores, temos muito talento.”


⛲ O País