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terça-feira, 22 de agosto de 2023

Guima e Jonathan são as novidades na pré-convocatória dos Mambas

 


O seleccionador nacional de futebol, Chiquinho Conde, divulgou, esta terça-feira, a lista de 42 atletas pré -convocados para o jogo decisivo diante do Benim, a 9 de Setembro, no Estádio Nacional do Zimpeto. Inserido na sexta e última jornada do grupo L de qualificação ao CAN 2024 nos Camarões. O destaque vai, sem sombra de dúvidas, para a chamada de Ricardo Martins Guimarães (Guima), jogador do GD Chaves de Portugal, e Jonathan Eusébio Muiomo (Jonathan), que evolui no FC Carl Zeiss Jena, na Alemanha. Os dois viram concluídos, recentemente, os respectivos processos de naturalização. Destaque, outrosssim, para Faisal Bangal que volta a entrar na convocatória, e Zainadine Júnior, jogador do Maritimo que ficou de fora frente ao Ruanda. Zainadine Jr foi remetido ao banco no duelo com o Senegal, no Estádio Nacional do Zimpeto, devido a desavenças com Chiquinho Conde. Gian Chande, guarda-redes que evolui na Suíça, foi igualmente chamado novamente por Chiquinho Conde.

A entrada da última jornada, Senegal lidera (13 pontos),seguido de Moçambique (7 pontos), Benin (5 pontos) e Ruanda (2 pontos). Os Mambas precisam apenas de um empate para se qualificarem ao CAN. Veja a seguir a lista de convocados.

Guarda-Redes:

Ernan Alberto Siluane (Ernan), Fasistêncio João Faza (Fazito), Gion Fadri Chande (Gionfi), Victor Alcino Guambe (Victor), Ivane Oficial Urrubal (Ivane).

Defesas:

Domingos João Macandza (Mexer), Danilo Muze (Danilo), Edmilson Gabriel Dove (Edmilson), Bruno Alberto Langa (Bruno), Bheu António Januário (Bheu), Fidel De Sousa (Fidel), Francisco Muchanga (Chico), Martinho Thauzene (Martinho), Zainadine Júnior (Zainadine), Edson Andre Sitóe (Mexer), David Zeferino Malembana (Malembana), Daniel Agustinho Mutambe (Danito), Fernando Data Chambuco (Chamboco), Feliciano Jone (Nené).

Médios:

Amade Momade (Amadou), João Bonde (João), Ricardo Martins Guimarães (Guima), Manuel Nhanga Kambala (Kambala), Ali Abudo Zacarias (Ali), Ezequiel Idalina Machava (Ezaquiel), Dário Melo (Dário), Shaquille Nangy (Shaquille), Luis José Miquissone (Miquissone), Melque Melito Alexandre (Melque), Nelson Drivrassone (Nelson), Clésio Palmirim Bauque (Clésio), Geny Cipriano Catamo (Geny), Jonathan Eusébio Muiomo (Jonathan) – FC Carl Zeiss Jena, Gianluca Lorenzoni (Gian) – Gudja United, Elias Gaspar Pelembe (Dominguês), Witiness João Quembo (Witi), Gildo Lourenço Vilanculos (Gildo), Stélio Marcelino Ernesto (Telinho).

Avançados:

Isac de Carvalho (Isac), Stanley Ratifo (Ratifo), Faisal Bangal (Faisal), Pachoio Lau Ha King (Lau King).

⛲ O país 

Maleiane lidera a partir de amanhã novo grupo de diálogo com médicos em greve

 


O Governo ainda não encontrou uma solução para acabar com o braço-de-ferro com os médicos que estão em greve há mais de 30 dias. Esta terça-feira, o Conselho de Ministros anunciou a criação de um novo grupo de diálogo para tentar alcançar consenso com os grevistas, liderado pelo Primeiro-ministro, Adriano Maleiane.

Ainda no Conselho de Ministros de hoje, o Governo deu o ponto de situação do pagamento de salários das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique. Os agentes que ainda não tinham os seus ordenados devido à padronização dos pagamentos com base no sistema único de pagamento de salários da Função Pública já receberam através do modelo anterior.

Neste momento, continua o processo de cadastro dos agentes em falta no sistema único de pagamento de salários.

⛲ O país 

Qualificação CAN 2023 REVELADOS OS PRÉ-CONVOCADOS PARA A MISSÃO BENIN

 


Duas surpreendentes adições na pré-convocatória dos Mambas

Com o foco direccionado para o derradeiro embate de qualificação rumo ao Campeonato Africano das Nações (CAN) - Costa do Marfim 2023, o comandante da selecção nacional de futebol, Chiquinho Conde, anunciou a relação dos jogadores pré-convocados. Um total de 43 atletas recebeu a honrosa pré-convocação para a crucial sexta jornada, diante do Benin. A partida está agendada para o dia 9 de setembro, às 15h00, no Estádio Nacional do Zimpeto.

Destacam-se, neste anúncio, as estreias dos médios Ricardo Martins Guimarães (Guima), proveniente do GD Chaves de Portugal, e Jonathan Eusébio Muiomo (Jonathan), que defende as cores do FC Carl Zeiss Jena, na Alemanha.  Os mesmos já possuem nacionalidade moçambicana, podendo fazer parte do leque de escolhas do treinador nacional.

A classificação actual do grupo é a seguinte: Senegal (13 pontos), Moçambique (7 pontos), Benin (5 pontos) e Ruanda (2 pontos).

Segue abaixo a lista dos jogadores pré-convocados:

Guarda-Redes

Ernan Alberto Siluane (Ernan), Fasistêncio João Faza (Fazito), Gion Fadri Chande (Gionfi), Victor Alcino Guambe (Victor), Ivane Oficial Urrubal (Ivane).

Defesas

Domingos João Macandza (Mexer), Danilo Muze (Danilo), Edmilson Gabriel Dove (Edmilson), Bruno Alberto Langa (Bruno), Bheu António Januário (Bheu), Fidel De Sousa (Fidel), Francisco Muchanga (Chico), Martinho Thauzene (Martinho), Zainadine Júnior (Zainadine), Edson Andre Sitóe (Mexer), David Zeferino Malembana (Malembana), Daniel Agustinho Mutambe (Danito), Fernando Data Chambuco (Chamboco), Feliciano Jone (Nené).

Médios

Amade Momade (Amadou), João Bonde (João), Ricardo Martins Guimarães (Guima), Manuel Nhanga Kambala (Kambala), Ali Abudo Zacarias (Ali), Ezequiel Idalina Machava (Ezaquiel), Dário Melo (Dário), Shaquille Nangy (Shaquille), Luis José Miquissone (Miquissone), Melque Melito Alexandre (Melque), Nelson Drivrassone (Nelson), Clésio Palmirim Bauque (Clésio), Geny Cipriano Catamo (Geny), Jonathan Eusébio Muiomo (Jonathan) - FC Carl Zeiss Jena, Gianluca Lorenzoni (Gian) - Gudja United, Elias Gaspar Pelembe (Dominguês), Witiness João Quembo (Witi), Gildo Lourenço Vilanculos (Gildo), Stélio Marcelino Ernesto (Telinho).

Avançados

Isac de Carvalho (Isac), Stanley Ratifo (Ratifo), Faisal Bangal (Faisal), Dayo António (Dayo) Pachoio Lau Ha King (Lau King).

A nação aguarda com ansiedade a publicação da lista final e a actuação dos talentosos jogadores, esperando que a união e a paixão pelo futebol os conduzam à glória da maior competição africana de futebol, 13 anos depois.

Bernardino Rafael apela aos partidos políticos para evitarem confrontos no período eleitoral



 protagonizaram cenas de pancadaria durante as celebrações do 116º aniversário da Cidade da Beira. Quando se caminha a passos largos das eleições autárquicas, o Comandante – Geral da República de Moçambique, Bernardino Rafael, apelou aos partidos políticos para evitarem confrontos físicos durante o período eleitoral.

Na sequência da batalha campal entre as duas forças políticas, seis pessoas ficaram feridas. O Comandante – Geral da PRM mostrou-se preocupado com situação, mas garantiu que está em curso um trabalho para que o processo eleitoral decorra sem sobressaltos.

“Estamos na fase de preparação para proteger todas as etapas do processo eleitoral. Estamos a trabalhar para que os actores do processo eleitoral, os partidos, compreendam que a fase é festiva e não de agressões físicas”, afirmou Bernardino Rafael.

O Comandante – Geral da Polícia da República de Moçambique revelou que a corporação está a desenhar um plano para evitar pancadaria entre as forças politicas durante o período eleitoral, tendo instado todos intervenientes para olhar para as eleições como um momento de festa.

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Crise na saúde: raízes e desdobramentos da greve dos médicos

 


Os motivos que levaram à greve que agora foi prorrogada, afinal, vêm de há mais de 10 anos. Embora a implementação da Tabela Salarial tenha piorado tudo, os médicos já estavam chateados com o Governo por conta da materialização do Estatuto dos Médicos na Administração Pública, aprovado em 2013, na sequência das primeiras duas greves nacionais.

O sector da saúde anda mal e todos sabemos. Mas, qual é a razão de fundo? O que tanto enfurece os médicos? Qual é a relação entre as três greves de médicos em Moçambique? Para responder a estas perguntas, temos de ir até onde o percurso do diálogo entre o Governo e os médicos começou.

Estamos no ano de 2012. É aqui onde começa a marcha dos médicos; marcha que foi feita através de diálogo. Foi neste ano em que os profissionais começaram a mandar cartas ao Executivo a dizer que queriam essencialmente uma coisa: melhores salários. Só que, sem resposta que fosse plausível.

Em 2013, sem resposta plausível, os médicos decidiram fazer o que antes nunca tinha sido feito em Moçambique: duas greves nacionais. Isso chocou a todos e conseguiu chamar a atenção do Governo.

Por terem feito o que ninguém nunca antes tinha feito em Moçambique, os médicos alcançaram o que nunca tinha sido alcançado para a classe: o Estatuto dos Médicos na Administração Pública. O instrumento foi aprovado pela Assembleia da República. Isso em 2013.

Não era o fim do percurso, muito pelo contrário; tinha de começar uma nova, rumo à implementação completa. O primeiro passo foi a criação do Regulamento do Estatuto. Uma forma de se dar directrizes ao Executivo para implementar o instrumento. A aprovação foi feita pelo Governo em 2014. Passou-se ao passo seguinte, a implementação como tal.

Essencialmente, o Estatuto vinha regular, entre outras questões, os direitos, deveres e regalias dos médicos na Administração Pública. Por exemplo, além de todos os direitos de que gozam todos os funcionários e agentes do Estado, têm direito ao) seguro por riscos profissionais; ii) subsídio de risco; iii) subsídio de exclusividade; iv) casa de habitação (para quem trabalhe fora de zona habitual de residência); v) diuturnidade especial e; vi) bónus de rendibilidade e bónus especial.

A caminhada tinha chegado a um novo estágio. Os médicos tinham todos esses direitos bem escritos e explícitos. Mas há sempre, e neste caso, houve também, uma distância entre o que está escrito e a sua materialização. De acordo com os próprios médicos, implementou-se tudo menos o subsídio de diuturnidade especial, seguro contra riscos profissionais e o pagamento das horas extraordinárias. Isto até 2020, ano em que, alegadamente esgotadas todas as tentativas de resolução com o Governo, o tom dos médicos tomou outras proporções.

Por outras proporções, entenda-se outras instâncias. Em Outubro de 2020, os médicos submeteram ao Tribunal Administrativo um processo a solicitar que este órgão de justiça obrigasse o Ministério da Saúde e o da Economia e Finanças, na altura titulado por Adriano Maleiane, a cumprirem a lei, com particular enfoque para os subsídios de diuturnidade e a fórmula de cálculo das horas extraordinárias. O Tribunal ainda não emitiu nenhum acórdão sobre isto.

Em Novembro, ainda em 2020, uma vitória é alcançada pelos médicos, que passam a receber o subsídio de diuturnidade especial, mas já com uma fórmula de que eles discordam até hoje.

A doença de que enfermava a relação entre médicos e o Governo não estava curada, mas dava para coxear com o que se tinha conseguido. Sucedeu que, em Fevereiro de 2022, é aprovada a lei da Tabela Salarial Única (TSU), cujos enquadramentos azedaram ainda mais o que já estava amargo.

Ou seja, já se tinham criados novos motivos para que os médicos se sentissem deixados para trás, isso nos enquadramentos. É que, inicialmente, o que os médicos sabiam era que o nível mínimo dos médicos de clínica geral ou dentista seria o 16C e 19C para os especialistas. Quando saíram os enquadramentos finais, isso já em Outubro de 2022, o médico de clínica geral podia estar, no mínimo, no nível 12C e os especialistas, 16C. Isto significava que os médicos foram dados salários abaixo do que tinha sido acordado.

Aqui, as águas ficaram mais agitadas. É que, em princípio, a Tabela Salarial Única tinha, por filosofia, de reduzir o número de subsídios. No caso dos médicos, não se lhes retirariam os subsídios, mas seriam reduzidos em termos percentuais. Estamos a falar daqueles que já existiam. Os médicos não gostaram e a palavra greve voltou a soar. A data marcada era 07 de Novembro.

No dia 28 de Outubro do ano passado, o Presidente da Associação Médica de Moçambique, Milton Tatia, disse que viam os seus salários cortados e sem os subsídios outrora prometidos, por isso tinham chegado a esta fase, sem retorno, infelizmente.

Por acaso houve retorno. Isto porque, no conjunto de 14 pontos que as partes acordaram debater, 11 tiveram acordo e já havia condições para adiar a greve. Os princípios que não tiveram acordos são os seguintes: i) manutenção do subsídio de exclusividade em 40%, ii) valoração da remuneração por hora extraordinária de acordo com a fórmula constante no Regulamento do Estatuto do Médico na Administração Pública e não 5%; iii) pagamento de diuturnidade de acordo com o vencimento líquido e reajuste de subsídio de localização em 25% para médicos especialistas colocados fora da área do Grande Maputo e para os médicos de clínica geral colocados fora das capitais provinciais.

Se esses acordos trouxeram luz aos utentes do Sistema Nacional de Saúde, então foi sol de pouca dura. É que, supostamente, o Governo não teria cumprido os 10 pontos acordados, por isso os médicos tiveram de avançar para greve, desta vez, marcando-a para 05 de Dezembro. E na véspera, o Governo decidiu fazer algumas mexidas na forma de atribuição dos subsídios.

Na mexida, os médicos e outras classes que estavam a reivindicar tiveram a informação de que, em termos nominais, os seus subsídios não seriam mexidos. Ou seja, se o subsídio de risco de um médico era de 30 mil Meticais, então assim seria mantido, a fórmula não passaria pela percentagem.

Mas isso respondia às preocupações dos médicos? Os médicos disseram que era uma resposta parcial.

Isto significou que a greve iria mesmo acontecer e assim foi. Enquanto isso, o Ministro da Saúde disse que aos grevistas seriam marcadas faltas. “Nós vamos aplicar a lei e ela diz que quem não vem trabalhar se lhe deve marcar falta e essa tem efeitos no salário”, disse Armindo Tiago, no dia 08 de Dezembro de 2022.

O tom não mudou muito quando foi a vez do Presidente da República, a diferença é que Filipe Nyusi fez um pedido aos médicos. “Temos de falar, mas não deixem o povo morrer”.

Ouvindo o apelo do Presidente ou não, o facto é que os médicos suspenderam a greve na véspera das festividades de natal e do fim de ano. A suspensão devia ser de um mês.

Como se viu, a ideia era que se fizesse uma suspensão de um mês. Mas foi mais, aliás, em Fevereiro deste ano, os médicos e o Governo encontraram novos acordos. Os médicos cederam uma parte das suas reivindicações, sobretudo em relação aos subsídios. Que deviam ser reduzidos para 5%, dispensaram também o subsídio de investigação e o de disponibilidade. Assumiram que a melhoria das condições de trabalho seria feita paulatinamente. Isso aceitaram. Em contrapartida, o Governo tinha-se comprometido a fazer o i) enquadramento condigno da classe médica na TSU: a. nível 16 a 18 para os médicos de clínica geral; b. nível 19 a 21 para os médicos especialistas; ii) manutenção do subsídio de habitação ou renda de casa em 30% do salário, de acordo com o artigo 02 do decreto 75/2017.

Foram estes acordos que adormeceram a ideia de greve dos médicos durante quase todo o primeiro semestre deste ano. Porém, na primeira semana de Junho, os médicos vieram a público com a informação de que voltariam à greve.

Era o início de uma nova fase, a fase em que o Governo e os médicos tentaram usar, cada um, as suas forças para que a sua posição vingasse. O diálogo entre eles não fluiu e os problemas passaram a ser expostos através da imprensa.

Primeiro, a Associação decidiu que faria uma greve de 21 dias, começando no dia 10 de Julho. Findo o prazo, houve uma prorrogação. E sempre que possível, os médicos procuravam explicar-se nos programas de debate na STV.

Em resposta, o Governo tem estado a dar a conhecer as suas medidas, sobretudo às terças-feiras, depois das sessões do Conselho de Ministros. Por exemplo, na 27ª sessão, surgiu a informação de que 60 médicos seriam provisoriamente contratados para garantir que, mesmo sem os médicos grevistas, o sistema de saúde continuasse a funcionar. E mais.

Enquanto isso, os médicos, vendo-se ameaçados, decidiram submeter uma providência cautelar ao Tribunal Administrativo. O objecto eram as faltas que o Governo dizia estar ainda a marcar.

Outra coisa feita pelos médicos é a marcha pelas artérias da Cidade de Maputo e com promessas de interpelar organizações internacionais.


Ao mesmo tempo e do outro lado da moeda, o Governo ia tendo outras ideias. Por exemplo, rever o Estatuto dos Médicos para cortar os subsídios. Aqui, retirava-se-lhes a base para reivindicar.

Não bastasse isso, o Governo, em mais uma sessão do Conselho de Ministros, decidiu informar que os médicos sem nomeação definitiva deviam cuidar-se porque a greve poderia ser usada como motivo para que fossem dispensados. E isso é permitido pelo Estatuto Geral de Funcionários e Agentes do Estado. No total, eram 80 os médicos na rota de dispensa.

Este é um dos momentos mais tensos desta marcha. Os médicos ameaçam paralisar tudo se o Governo não reduzir o tom intimidatório. A Ordem dos Médicos até nomeou uma comissão para mediar, mas nada se vê desta mesma em termos de resultados.

A greve dos médicos continua e ao invés de estar a mostrar alguma luz no fundo do túnel, juntaram-se, agora, todos os profissionais de saúde, que começaram a sua greve este domingo. O que há de comum nos dois grupos, além da área de actuação, são as reivindicações que, essencialmente dizem respeito à sua remuneração e às condições de trabalho.

Freddy: Edil de Quelimane fala em "discriminação" nos apoios

 


Manuel de Araújo garante que a sua autarquia ainda não recebeu "um centavo" dos fundos anunciados pelo Presidente Filipe Nyusi para apoiar as vítimas do ciclone Freddy. Dinheiro está a ser gerido pelo governo provincial.

Em março, a cidade de Quelimane foi devastada pela tempestade tropical Freddy. Muitas infraestruturas sociais e económicas ficaram destruídas e uma grande parte da população ficou sem tecto.

Seis meses depois, as vítimas ouvidas pela DW garantem não ter recebido apoios das autoridades e dizem estar a viver em "más condições".

Um dos cidadãos de Quelimane afetados diz que "a situação está má" e que à cidade não chegou qualquer ajuda: "Talvez haja noutros distritos, mas na cidade de Quelimane não vemos nada", conta.

"Algumas chapas voaram, mas não recebemos qualquer apoio. Estou a tentar reconstruir [a minha casa]", diz outro habitante à nossa reportagem.

Apoio de quatro milhões

O Presidente da República Filipe Nyusi visitou a Zambézia a 15 de março para ver os estragos causados pela tempestade e ordenou a canalização urgente de 250 milhões de meticais, cerca de quatro milhões de euros, para a reconstrução de edifícios destruídos na província, no centro de Moçambique.

Na altura, o Presidente deu conta que 49.150 pessoas ficaram desalojadas no distrito de Quelimane e que o Governo "continuaria a trabalhar na procura de soluções a curto, médio e longo prazo". Acrescentou ainda que a verba de 250 milhões de meticais disponibilizada pelo Executivo seria "gerida pelo governo provincial para assegurar a rápida retoma das escolas, unidades sanitárias e outros serviços sociais".

"Quelimane está orfã"

No entanto, o edil de Quelimane diz não ter recebido um centavo do montante prometido. Segundo Manuel de Araújo, "a cidade de Quelimane está órfã, porque apesar da promessa do Presidente da República, não recebemos nada até hoje. Não sabemos onde é que este valor está. As pessoas continuam sem casa, sem água potável", lamenta.

Manuel de Araújo diz ter-se reunido com o primeiro-ministro para reivindicar as promessas do chefe de Estado, sem sucesso. Por isso, pediu uma audiência para falar diretamente com o Presidente Filipe Nyusi.

É inaceitável passar quatro ou cinco meses sem qualquer intervenção por parte do governo central ou provincial. É algo que nos preocupa bastante", afirma.

Esclarecimentos

As autoridades provinciais consideram que, face à extensão dos danos deixados pelo ciclone Freddy, o valor alocado pelo Governo foi pouco.

A procuradoria provincial da Zambézia suspeita que o dinheiro esteja a ser mal aplicado. Fonte deste órgão disse à DW que algumas individualidades do governo provincial foram já chamadas a esclarecer algumas questões sobre os 250 milhões de meticais destinados à reconstrução da província.

Até ao momento, algumas obras de reabilitação ocorrem em escolas, residências protocolares e centros de saúde.

⛲ DW

domingo, 20 de agosto de 2023

Governo lamenta as greves em curso na saúde e diz-se disposto ao diálogo

 


Na noite deste domingo, o Ministério da Saúde enviou, à Redacção do Jornal O País, um comunicado de imprensa reagindo à greve, o qual transcrevemos na íntegra.

“No contexto do diálogo permanente com os funcionários, associações e ordens profissionais do da saúde, o Ministério da Saúde estabeleceu, desde 2020, um fórum de discussão para busca de soluções conjuntas para os desafios do sector. O país regista, desde o dia 10 de Julho de 2023, uma greve promovida pela Associação Médica de Moçambique (AMM). O Governo lamenta que a AMM tenha tomado a decisão de mais uma vez prolongar a greve, apesar dos progressos alcançados na resolução das reivindicações constantes no seu Caderno Reivindicativo. Adicionalmente, a Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) promove uma greve de outros profissionais de saúde desde o dia 20 de Agosto, ainda que as suas reivindicações estejam a ser atendidas no contexto do quadro legal vigente. Não obstante os desafios que estas paralisações laborais impõem no sector da saúde, o Governo vai garantir a continuidade de serviços de saúde à população.

O Ministério da Saúde continuará a disponibilizar regularmente informação relevante sobre o funcionamento dos serviços de saúde. Nestes termos, apelamos à sociedade em geral para o uso de fontes oficiais de informação. O Governo reconhece o papel de todos os profissionais de saúde, que, apesar dos desafios prevalecentes, se fazem diariamente aos seus postos de trabalho honrando o seu juramento. O Ministério da Saúde reitera que continua a privilegiar o diálogo como forma de busca de soluções para os diferendos com os profissionais de saúde”.

Médicos moçambicanos aprovam mais 21 dias de greve

 


Médicos moçambicanos aprovaram um novo período de greve de 21 dias, o terceiro consecutivo desde 10 de julho, apelando ao Presidente, Filipe Nyusi, para terminar com a atual "crise" que paralisa os hospitais.

"Decidimos prorrogar a greve por mais 21 dias, nos moldes em que vínhamos exercendo anteriormente, claro, com a prestação de serviços mínimos para que a nossa população não sofra mais", anunciou no final da assembleia-geral, em Maputo, o presidente da Associação Médica de Moçambique (AMM), Milton Tatia.

"Lançar um apelo àquele que nós acreditamos que é a única pessoa que pode colocar um ponto final nesta crise que se vive para o Serviço Nacional de Saúde, que é sua excelência o Presidente da República. Queremos publicamente lançar um apelo para que ele ponha um fim nesta crise", acrescentou.

A assembleia-geral deste domingo (20.08), com a participação de dezenas de médicos, tinha como único ponto de agenda decidir sobre a prorrogação da greve da classe, que protesta sobretudo contra cortes salariais, no âmbito da aplicação da nova tabela salarial da função pública, e falta de pagamento de horas extraordinárias, bem como na defesa do Serviço Nacional de Saúde e do estatuto dos médicos.

"Queremos também apelar aos nossos pacientes, à nossa população, àqueles que de facto vivem o dia-a-dia dos hospitais, conhecem a realidade dos hospitais, a se juntarem, nós estamos a lutar pelo povo, estamos a lutar pelos nossos pacientes. Sabemos que muitas vezes eles não têm coragem de falar, mas nós já demos o pontapé de saída. Já começámos a falar das condições de trabalho e pedimos que eles se juntem a nós", disse Milton Tatia.

O dirigente associativo acrescentou que desde o início desta greve, em 10 de julho e que na segunda-feira (21.08) entra assim no terceiro período consecutivo de 21 dias de paralisação, a classe assiste a "várias intimidações, desde ameaças de marcações de faltas, descontos salariais, rescisões de contrato", entre outras.

"Nos últimos dias, o tom da ameaça aumentou, nós recebemos uma informação que foi dada uma ordem superior, aquelas ordens superiores que não têm rosto nem nome, para que os três membros da direção da AMM fossem abatidos. Estamos a falar do Presidente. Eu, do vice-presidente, o doutor Paulo Augusto, e do secretário-geral, o doutor Napoleão Viola", denunciou Milton Tatia.

"Sobre esta ameaça, nós queremos dizer aqui, publicamente, que nós não vamos recuar. Nós temos a consciência de que é nosso dever, como médicos e como cidadãos, lutar por um melhor Serviço Nacional de Saúde e lutar por um melhor país, não só para nós como para as futuras gerações", frisou.

⛲ Dw

sábado, 19 de agosto de 2023

Coreia do Norte prepara nova exibição de armamento e testes de mísseis

 


A Coreia do Norte prepara novas exibições provocatórias de armamento, como testes de mísseis e o lançamento de um satélite espião, enquanto aumenta atividades ilícitas para apoiar a sua frágil economia, segundo o serviço de informações de Seul.

As dificuldades económicas crónicas da Coreia do Norte e a escassez de alimentos pioraram como resultado da pandemia de covid-19 e das sanções da ONU, embora o regime de Pyongyang tenha realizado um número recorde de testes de mísseis desde o ano passado, entre suspeitas de que os seus programas de armas são financiados por atividades cibernéticas ilegais e exportações de bens proibidos.

O Serviço Nacional de Informações da Coreia do Sul (NIS) disse a parlamentares sul-coreanos, num 'briefing' à porta fechada, que a economia da Coreia do Norte encolheu entre 2020-2022 e o seu produto interno bruto no ano passado foi 12% menor do que em 2016, de acordo com Yoo Sang-bum, citado pela agência Associated Press, um dos legisladores que participou no 'encontro.

Especialistas internacionais acreditam que a atual escassez de alimentos e os problemas económicos da Coreia do Norte são os piores desde que o líder Kim Jong Un assumiu o poder no final de 2011, mas dizem que não há sinais de fome iminente ou grande agitação da população que possa ameaçar o controlo do líder norte-coreano sobre os seus 26 milhões de habitantes.

O problema alimentar foi agravado pelas tentativas do Governo de restringir as atividades do mercado, diminuindo os rendimentos da população e por bloqueios relacionados com a pandemia que dizimaram o comércio externo, segundo grupos de monitorização da Coreia do Norte.

O NIS disse aos legisladores que, no primeiro semestre deste ano, a Coreia do Norte exportou secretamente cerca de 1,7 milhões de toneladas de carvão, mais de 300% face ao ano anterior, e 580 quilos (1.280 libras) de ouro, um aumento de 50%, ambos em violação das sanções da ONU, de acordo com o relato de Yoo.

Estima-se que a Coreia do Norte tenha desviado mais de 1,5 mil milhões de dólares (1,37 mil milhões de euros) em ativos virtuais desde 2015, disse também o deputado.

O NIS tem um histórico irregular em relatar acontecimentos na Coreia do Norte, uma das nações mais secretas do mundo, mas geralmente é mais confiável do que grupos civis de monitorização.

A 'secreta' sul-coreana também adiantou que Kim deve retomar os testes de armas em resposta aos grandes exercícios militares anuais dos Estados Unidos e Coreia do Sul que começam na próxima semana e uma cimeira trilateral (Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão) em Camp David, na sexta-feira.

O NIS indicou que detetou atividades extraordinariamente elevadas numa instalação norte-coreana que produz mísseis balísticos intercontinentais de combustível sólido e noutro local com combustível líquido, afirmou Yoo.

A par disso, a Coreia do Norte também pode tentar lançar um satélite espião no final de agosto ou início de setembro para marcar o 75.º aniversário do país em 9 de setembro, ainda de acordo com o parlamentar, transmitindo informações do NIS, e instalou uma antena terrestre adicional para receber dados de satélite.

Seria a segunda tentativa da Coreia do Norte de colocar um satélite em órbita. Na primeira, no final de maio, o foguetão caiu no oceano logo após a descolagem.

A comunicação social estatal norte-coreana disse que o foguetão perdeu força na separação, entre a primeira e segunda fases do lançamento.

Kim prometeu desenvolver uma série de sistemas de armas de alta tecnologia, incluindo um satélite de reconhecimento militar em resposta ao que a Coreia do Norte considera ameaças militares dos Estados Unidos.



Fonte: Filha de Maputo

65 mil profissionais de saúde retomam a greve amanhã

 


Retoma, este domingo, a greve dos profissionais de saúde, suspensa há 60 dias, para dar lugar a negociações com o Governo. São ao todo 65 mil técnicos de saúde, enfermeiros, serventes, anestesistas e outros profissionais que vão paralisar as suas actividades em todas as unidades sanitárias do país. A associação diz que o Governo não está preocupado em resolver as suas preocupações.

Entre elas, constam a falta de material médico-cirúrgico nas unidades sanitárias e as condições de trabalho e do trabalhador.

A Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique diz que o Governo não mostrou interesse em resolver as suas inquietações, em 60 dias, que era o prazo acordado entre as partes, por isso alertam que irão paralisar as actividades em todos os sectores das unidades sanitárias nacionais.

A greve dos profissionais de saúde poderá durar 21 dias. A associação diz que os mais de 60 mil profissionais só voltarão a trabalhar depois que todas as suas preocupações forem resolvidas.

⛲ O País