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quinta-feira, 8 de junho de 2023

Médicos voltam à greve nos próximos dias


Os médicos anunciaram ontem que vão retomar a greve, alegadamente porque o Governo não está a cumprir o acordado. O que se sabia é que as reivindicações dos médicos tinham sido já negociadas e até cumpridas, mas nada disso aconteceu. A Associação Médica de Moçambique convocou ontem a imprensa para anunciar uma terceira greve.

“O Governo não foi sério, não implementou o que acordou connosco. Do que foi acordado, apenas 10% é que foi implementado. Para além disso, neste mês de Maio, os médicos receberam os salários com reduções consideráveis, foram inferiores que os de Abril. Ninguém sabe explicar as razões disso, aproximamo-nos ao MISAU e não tivemos explicação do problema.”

E as preocupações dos médicos são as mesmas que as dos outros profissionais de saúde que suspenderam a greve, no domingo: más condições de trabalho.

“Nós temos falta de recursos para diagnóstico, desde reagentes de laboratório, equipamentos para exames de imagem (Raio X e TAC) até falta de medicamentos.”

Devido a esses problemas, há hospitais sem serviços de urgência em horários específicos e outros que vão implementar as restrições.

Não há data ainda para a greve, mas a Associação Médica de Moçambique diz que os prazos serão conhecidos já esta sexta-feira.

⛲ O país 

Hospitais e outras entidades públicas não pagam água por “desvio de aplicação”: dívidas ascendem aos 7 mil milhões de Meticais


A campanha massiva de cortes no fornecimento de água da rede pública a domicílios residenciais e institucionais devedoras, dentre as quais hospitais e estabelecimentos de ensino, que decorre em todos o país, visa a cobrança de dívidas de longa data, disse uma fonte autorizada.

As Sociedades Comerciais Regionais de Abastecimento de Água da rede pública, nomeadamente da Região Metropolitana de Maputo, do Sul, Centro e Norte, deram início, desde o mês de Maio último, a cortes no seu fornecimento, como forma de pressionar o pagamento.

“Hospitais, penitenciárias, quartéis e comandos da Polícia, entre outros estabelecimentos, cujo fornecimento está a a ser igualmente cortado, estas recebem dotações orçamentais, por parte do Estado, para cobrir as despesas no pagamento de água, tal como para outras despesas. Verifica-se, contudo, que as mesmas instituições públicas pagam as facturas de electricidade, viagens e outras despesas, mas não as de água”, asseverou a fonte. 

Por outras palavras, seus responsáveis aplicam os fundos noutras rubricas orçamentais, fazendo aquilo a que na gíria da administração pública dá pelo nome de “desvio de aplicação”.

De acordo com a nossa fonte, foi estabelecido que só seriam suspensos os serviços de abastecimento de água aos hospitais, escolas, estabelecimentos penitenciários, quartéis e comandos da PRM, depois de um aviso de pagamento/factura, com uma moratória de 10 dias, envio de um aviso de corte seguido de uma equipa composta por responsáveis comerciais, para renegociar o pagamento, se a factura em causa não tiver sido saldada dentro do prazo acordado.

“A interrupção no fornecimento de água às instituições acima indicadas só se materializa, quando todos os passos acima e outras formas de negociação tiverem sido esgotadas”, acrescentou.

A mesma fonte avançou ainda que, neste momento, o total das dívidas ascende a 6.5 mil milhões de Meticais ( 6.510.959.914,56 Meticais), “o que pode colocar as três Sociedades Comerciais em risco de insolvência”. 

As três sociedades comerciais foram criadas em 2022 pelo FIPAP para gerirem a produção e abastecimento de água aos centros urbanos do país.


⛲ Cartamoz 

Greve dos médicos: conheça os detalhes que levaram a classe a sentir-se enganada pelo Governo

 


O Presidente da Associação Médica de Moçambique (AMM), Milton Tatia, precisou esta quarta-feira (07) que a greve dos médicos cuja data de início será conhecida na próxima sexta-feira (09) deve-se à falta de cumprimento da implementação do estatuto do médico e dos direitos nele consagrados, entre vários pontos.

Para além destas reivindicações, a classe protesta o facto de o Governo assistir à deterioração progressiva das condições de trabalho, sem a devida intervenção. Tatia diz que nos hospitais do país há falta de recursos para o exercício da profissão e para prestar melhores cuidados de saúde ao povo, o que levou o pessoal da saúde à greve na semana passada.

Embora o Governo tenha sido dado um tempo razoável para buscar soluções, não se mostrou sério e não implementou o que acordou com a classe, tendo resolvido apenas 10 por cento do prometido.

Para além do não cumprimento das promessas feitas no acto da negociação, o grupo diz que se vê na contingência de entrar em greve porque o Governo reduziu os salários de Maio de forma considerável comparativamente ao mês anterior. Mais grave ainda, nenhuma entidade, incluindo o Ministério da Saúde, consegue justificar a razão da redução dos salários.

Tatia diz ainda que existe um grupo de médicos que foi entrando no Aparelho do Estado desde a entrada em vigor da Tabela Salarial Única (TSU), que recebe apenas o salário base com todos os descontos e sem nenhum subsídio, o que faz com que no fim do mês leve para casa cerca de metade do que deveria ganhar.

A fonte precisou que estes factores, aliados ao facto de os hospitais não pagarem desde o ano passado as horas extras pelos serviços de urgência, fizeram com que algumas unidades sanitárias, como é o caso do Hospital Provincial da Matola, deixassem de prestar este serviço, recomendando os pacientes a se dirigirem aos hospitais de Mavalane, Central ou José Macamo para receberem os devidos cuidados.

Acrescentou que, nos próximos dias, outros hospitais vão paralisar o serviço de urgência. De um modo geral, os médicos debatem-se com a falta de recursos para diagnóstico, desde reagentes de laboratório, equipamentos para Raio X, Tomografia Computorizada (TAC), ecografia e medicamentos para o tratamento de insuficiência cardíaca, renal e doentes que entram com quadro de falta de ar.

A Associação Médica de Moçambique (AMM) reuniu-se esta quarta-feira, tendo analisado vários aspectos, que vão desde o cumprimento das reivindicações que resultaram na paralisação que ocorreu no ano passado e interrompida no âmbito da quadra festiva e, em simultâneo, para dar tempo ao Governo para satisfazer as reivindicações da classe.

Com a eclosão da cólera, depois da quadra festiva, os médicos entenderam que não seria de bom grado voltar à paralisação, visto que a população precisava de assistência.

⛲ 

Cartamoz 


quarta-feira, 7 de junho de 2023

Províncias dominadas pela Frelimo voltam a ter maior número de eleitores recenseados

 


Os anos passam, mas as estatísticas eleitorais não se alteram. Dados preliminares do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) sobre o recém-terminado recenseamento eleitoral, com vista às VI Eleições Autárquicas de 11 de Outubro próximo, revelam que as províncias de maior influência do partido Frelimo voltaram a registar maior fluxo de eleitores, tendo superado, mais uma vez, as projecções feitas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Trata-se das províncias de Cabo Delgado e Gaza, que voltaram a superar as projecções do INE, sendo que, desta vez, o “troféu” foi ganho pela martirizada província de Cabo Delgado, em troca com a “adiantada” província de Gaza.

Afectada pelos ataques terroristas desde Outubro de 2017, a província de Cabo Delgado conseguiu inscrever nos cadernos eleitorais mais de 734 mil eleitores, dos 696 mil previstos, o que corresponde a uma realização de 105 por cento.

Já a província de Gaza, famosa por manipular estatísticas eleitorais, recenseou 534 mil eleitores, dos 517 mil projectados pelo INE, o que representa uma execução de 103,3 por cento. A província de Manica recenseou 689 mil eleitores, de um total de 732 mil projectados. Por sua vez, a província do Niassa, com 65 por cento dos potenciais eleitores registados, voltou a registar o pior desempenho.

No total, o STAE diz ter recenseado, de 20 de Abril passado a 03 de Junho corrente, 8.3 milhões de eleitores, dos 9.8 milhões que estavam previstos, o que representa uma realização de 84,91 por cento. Mais de 1.4 milhão de potenciais eleitores não foram abrangidos pelo processo.

Em 2018, as províncias de Gaza e Cabo Delgado é que registaram maior número de eleitores, tendo superado, igualmente, as metas previstas. Gaza conseguiu registar 561.924 eleitores, dos 482.262 previstos, o correspondente a 116,52 por cento dos eleitores, enquanto Cabo Delgado recenseou 510.598, de um total de 502.481 projectados, representando uma realização de 101,69 por cento.

Em sentido contrário, a província do Niassa recenseou, em 2018, 368.372 eleitores, dos 582.192 que estavam previstos, o que correspondeu a uma realização de 63,27 por cento. Naquele ano, os órgãos eleitorais recensearam 88,03 por cento dos potenciais eleitores.

Em debate realizado em Maputo, no passado dia 22 de Maio, Miguel De Brito, Especialista em Questões Eleitorais, justificou os sucessivos números históricos de recenseamento eleitoral em província de domínio da Frelimo com a capacidade de mobilização do partido no poder. De Brito defende que a Frelimo tem conseguido mobilizar os seus membros para se recensearem, sobretudo na província de Gaza.

⛲ Cartamoz

Filho de Kagame vai comandar a Força-Tarefa Conjunta em Cabo Delgado

 


O presidente do Ruanda, Paul Kagame, na qualidade do Comandante em Chefe das Forças Armadas do Ruanda, efetuou, no passado dia 05 de Junho corrente, mexidas no sector de defesa e segurança. Para além de nomear Juvenal Marizamunda para o cargo Ministro da Defesa, em substituição do Maj Gen Albert Murasira, Kagame escolheu o seu filho, Alex Kagame, para comandar as tropas ruandesas na província de Cabo Delgado.

Volvidos 11 dias depois da TotalEnergies tornar público o relatório de Jean-Christophe Rufin que recomendou o corte de ligações com o exército moçambicano, abrindo espaço para as tropas ruandesas garantirem segurança do perímetro onde está localizado o maior investimento privado da história do continente africano, o presidente do Ruanda Paul Kagame decidiu fazer mudanças nos comandos ruandeses em Cabo Delgado.

Maj General Eugene Nkubito, que comanda o contingente ruandês em Cabo Delgado desde Agosto, será substituído por Maj Gen Alex Kagame, por sinal filho do estadista ruandês. Aliás, os dois vão trocar de posições, visto que Nkubito volta ao seu país de origem para assumir o comando da 3ª Divisão do exército ruandês

Quem também foi destacado para combater o terrorismo na província de Cabo Delgado é o coronel Theodoro Bahizi que, por sua vez, vai comandar o Grupo de Batalha.

A comunidade internacional olha com a alguma desconfiança a nomeação do filho de Kagame para dirigir os destinos das forças ruandesas em Cabo Delgado, pois há rumores de que a TotalEnergies vai disponibilizar parte significativa das receitas da exploração de gás natural na Bacia do Rovuma para o Ruanda em troca de garantia de segurança.


⛲ Evidências 

Investigador americano acusa Governo e Total de terem ocultado número de mortos no ataque a Palma em 2021



Relatório de Perry aponta que 1357 pessoas foram mortas no “massacre” de Palma

“A TotalEnergies tem responsabilidade porque quando os insurgentes atacaram saiu e fechou os seus portões”

“É ridículo a Total contratar este exército (moçambicano) para proteger pessoas”

O Governo falsificou os dados do “massacre” de Palma. Este facto foi tornado público pelo jornalista e investigador norte-americano, Alex Perry. Enquanto o Executivo fala em dezenas de mortos, Perry, na base de uma investigação independente, aponta que os insurgentes mataram 1357 pessoas entre civis e trabalhadores das empresas subcontratadas pela TotalEnergies. O investigador norte – americano, que referiu que Moçambique é um Estado falhado, declarou que as Forças de Defesa e Segurança não tem capacidade para ombrear com os insurgentes. Alex Perry acusa ainda a TotalEnergies de não ter honrado o compromisso de garantir a segurança das pessoas que estão no perímetro do maior investimento estrangeiro de sempre no continente africano.

Texto: Duarte Sitoe

Os insurgentes atacaram a vila de Palma no dia 24 de Março de 2021, sendo que no dia 28 do mês em alusão o Ministério da Defesa Nacional convocou uma conferência de imprensa sem direito a perguntas para revelar que dezenas de pessoas morreram na sequência dos ataques.

“Um grupo de terroristas penetrou, dissimuladamente, na vila sede do distrito de Palma e desencadeou acções que culminaram com o assassinato cobarde de dezenas de pessoas indefesas e danos materiais em algumas infraestruturas do Governo” relatou o então porta – voz do Ministério da Defesa Nacional, Omar Saranga.

Enquanto o Governo fala de dezenas de mortos, o jornalista e investigador norte – americano, Alex Perry, na base de uma investigação que durou 15 meses, aponta que os dados revelados pelo Executivo foram sonegados, uma vez que morreram cerca de 1357 pessoas entre civis e trabalhadores das empresas subcontratadas pela TotalEnergies. Aliás, Perry, que revelou que gastou cerca de vinte mil dólares para fazer a investigação, classificou o “massacre” de Palma como o maior ataque da história do petróleo e gás, tendo acusado o Governo e a TotalEnergies de omitir dados.

 “Os dados estão em bruto, é provisório. Nós fizemos a contagem dupla, mas gostaria de ter uma auditoria independente, mas pretendia dizer a Total o que teria acontecido porque muito claramente eles não sabiam. Sou jornalista e estou interessado em factos. Havia um facto sobre o massacre de Palma que eu não sabia que era simplesmente quantas pessoas morreram. Demorei cinco meses e gastei 20 000 dólares para descobrir esse facto. O facto é que 1357 pessoas foram mortas. O Al Shabab foi impiedoso, a Total não fez contagem, eles são basicamente o poder na região. As autoridades moçambicanas também não contabilizaram, isso para mim parece uma omissão que quase parece deliberada porque tudo mundo está ciente de que algo terrível aconteceu, ninguém quer quantificar e eu quantifiquei porque é meu trabalho”, declarou Perry numa entrevista a RDP África.

O investigador norte – americano revelou que cerca de 184 pessoas no universo de 1357 são jovens, classificando o ataque a Vila de Palma como o segundo maior ataque terrorista de sempre.

“É importante saber que as mortes foram descriminadas, as idades variam entre os dois meses e os 105 anos. 184 crianças foram mortas e identificadas como menores de 18 anos. No dia 11 de Setembro de 2021 foram mortas mais de 3000 pessoas, mas aqui é a metade disso, sendo que na Síria e Afeganistão pessoas com menos de 20 anos chegam perto disso. Este é o segundo maior terrorista que alguma vez aconteceu. É pior desastre em 164 anos de história do petróleo e do gás”.

“É ridículo a Total contratar este exército (moçambicano) para proteger pessoas”

Alex Perry inocenta as Forças de Defesa e Segurança da responsabilidade pelos mortes e decapitações em Palma, porém declarou que as garantias de segurança por parte da Total e do Governo foram um autêntico fracasso.

“Acho que ninguém disse que o exército decapitou pessoas, então acho que foi o Al Shabab que decapitou pessoas. Tenho a certeza de que houve represálias é um exército muito indisciplinado, mas tudo na minha pesquisa indica que todas as mortes foram culpa do Al Shabab. A TotalEnergies vale dez vezes mais em relação a Moçambique. Este ataque era destinado a TotalEnergies. Eles não atacariam a total porque o complexo estava defendido, mas atacaram todos os trabalhadores que trabalhavam para a empresa e os que estavam fora da região.

“Tentei contactar a Total sobre os números, mas ficaram em silêncio ou ignoram. Estamos a falar de uma completa aberração de responsabilidade. As garantias de segurança foram um completo fracasso por parte da Total que garantia a segurança das pessoas dizendo que o exército ia protegê-las, mas não fez nada foi uma falha em todas as suas partes e eles não querem aceitar essa falha”.

Ainda na entrevista concedida a RDP África, Alex Perry vincou que foram os terroristas que mataram pessoas. No entanto, atira a culpa a multinacional francesa, visto contratou cerca de 600 militares para proteger as suas instalações e as pessoas que estão no perímetro do maior investimento estrangeiro de sempre no continente africano.

“A TotalEnergies tem responsabilidade porque quando os insurgentes atacaram saiu e fechou os seus portões, os gerentes entraram em helicópteros e foram embora. Eles abandonaram toda gente e como resultado 1357 pessoa morreram. A Total Tinha garantido segurança e quando aconteceu o ataque não cumpriu com a promessa, deixou as pessoas morrerem”, declarou Perry para posteriormente apontar que o exército moçambicano para além de ser incapaz é composto por traficantes de drogas e de produtos da vida selvagem

“No mundo actual só uma entidade capaz, com exercício eficiente e disciplinado pode controlar uma guerra civil ou um grupo de rebeldes… Na verdade Moçambique é um dos estados mais corruptos do mundo, o exército é uma organização mafiosa que faz contrabando um pouco por todo mundo. Eles traficam pedras preciosas, peles de animais e drogas. A CIA nomeou Maputo como o maior exportador drogas mais de uma vez nos seus relatórios. Pedir ao exército moçambicano para agir como exército é o mesmo que pedir a um bando de traficantes para ser um exército, eles simplesmente não são capazes. Não se pode gastar tempo em exigir responsabilidade a este exército porque toda gente sabe que é uma instituição corrupta. É ridículo a Total contratar este exército para proteger pessoas. Moçambique é um estado falhado, o problema são as pessoas que se aliam a este fracasso e Total fez isso”

⛲ Evidências 

terça-feira, 6 de junho de 2023

RENAMO “exige” a repetição do recenseamento eleitoral em todas autarquias



O partido Renamo, através do seu porta-voz, José Manteigas, exige a anulação e auditoria dos dados do recenseamento eleitoral realizado em todas as 65 cidades e vilas autárquicas tendo em vista as sextas eleições de 11 de Outubro.

Falando nesta terça-feira (06.06) em conferência de Imprensa, Manteigas sustentou as exigências com o facto de que, o processo ter se caracterizado por diversas irregularidades, entre as quais o registo de eleitores residentes fora do território autárquico.

A título de exemplo apontou as anomalias verificadas nas províncias de Sofala, Zambézia, Nampula, Niassa, em que, segundo ele, cidadãos não foram recenseados alegadamente porque os brigadistas não cumpriram a orientação sobre o período que deviam observar nos dois últimos dias.

Por estas e outras razões, Manteigas defende a realização do novo censo eleitoral para, segundo suas palavras, os moçambicanos poderem exercer o direito de ser eleito e eleger os dirigentes no escrutínio de 11 de Outubro próximo.

Acrescentou que na maioria dos postos das províncias referidas acima houve cortes constantes de energia para além de que alguns cidadãos tiveram que desembolsar dinheiro para o seu registo, sem contudo receber os devidos cartões de recenseamento.

⛲ Integrity 

Angola:Polícia confirma cinco mortes em protesto no Huambo


Após confrontos violentos na cidade do Huambo, a polícia de Angola afirma que "não foi possível evitar" a morte de cinco cidadãos durante um protesto de taxistas contra o aumento dos combustíveis no país.

O Comando Provincial da Polícia Nacional de Angola no Huambo lamentou a morte de cinco cidadãos durante um protesto de taxistas contra o aumento do preço dos combustíveis, na segunda-feira (05.06).

De acordo com um comunicado da corporação, a que a DW teve acesso esta terça-feira, as mortes ocorreram durante "atos de desordem pública protagonizados por taxistas e mototaxistas na cidade do Huambo e arredores".

"Foram montadas várias barricadas para molestar outros taxistas que não aderiram ao protesto violento, agredindo-os com objetos de arremesso, ao mesmo tempo que retiravam os passageiros de seus veículos", relata o comunicado, referindo que tais atos motivaram a ação policial.

Várias imagens dos confrontos entre manifestantes e a polícia circulam nas redes sociais.

Depredação

A polícia relatou ainda a destruição de vários bens materiais e infraestruturas públicas e privadas, bem como a depredação autocarros de transporte público, ambulância, vidros de gabinetes provinciais e de cinco comités do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) - partido no poder.

Ainda segundo o comunicado, o atos "supostamente" eram para protestar contra o decreto referente à atribuição de subsídios aos combustíveis.

Além dos cinco mortos, oito pessoas ficaram feridas. E a polícia avançou que delete 34 cidadãos e apreendeu 29 motorizadas por "envolvimento direto nos atos de desordem público". Os detidos serão responsabilizados criminalmente, acrescentou.


⛲Dw

segunda-feira, 5 de junho de 2023

23 deputados processados criminalmente pelo “camarada” Caifadine Manasse, escreve o CDD


É a primeira vez na história do Partido Frelimo que um deputado decide processar criminalmente 23 “camaradas” eleitos deputados pelo mesmo círculo eleitoral (Zambézia). As lutas intestinas que agora evoluíram para uma disputa judicial revelam que a “coesão e união entre os camaradas” não passa de um velho clichê que está longe de descrever a correlação de forças dentro do partido no poder. Caifadine Manasse sabe muito bem que a sua carreira política na Frelimo não tem futuro, mas ele não quer capitular. O antigo porta-voz da Frelimo não quer “morrer” sozinho nesta batalha política. Mais do que processar os 23 deputados, o objectivo de Caifadine é arrastar o partido para a justiça, onde as disputas internas serão expostas ao grande público num ano eleitoral, com todas as consequências que se podem imaginar. A palavra cabe agora à Procuradora-geral da República, a quem a participação criminal foi submetida.

As disputas entre os deputados da Frelimo eleitos pelo círculo eleitoral da Zambézia começaram envolvendo um número menor de actores, mas a participação criminal submetida à Procuradora-Geral da República arrasta 23 nomes. Fontes internas fazem notar que a guerra agora declarada por Caifadine Manasse começou com disputas para a eleição e/ou manutenção em cargos e órgãos do partido e na Assembleia da República.

A “novela” sobre a existência de um deputado da Zambézia ligado ao narcotráfico também entra no rol das batalhas travadas. Para evitar que a imagem do mais importante órgão representativo dos moçambicanos fosse arrastado para o conflito entre os “camaradas”, a Assembleia da República teve de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a existência de um traficante de droga entre os representantes do povo.

A CPI foi a Zambézia para investigar o assunto e, ao cabo de duas semanas, não conseguiu identificar um deputado envolvido no tráfico de drogas. Uma conclusão que não surpreendeu. Nos corredores do Parlamento já circulavam informações indicando que o assunto da existência de “barão de droga” com assento na Comissão Permanente não passava de uma invenção do deputado Caifadine Manasse visando atingir o seu colega da bancada e da província, o deputado Hélder Injonjo, 1º Vice-Presidente da Assembleia da República.

Aliás, essa foi uma das acusações que alimentou o processo disciplinar que culminou com a expulsão de Caifadine Manasse do Comité Provincial do Partido Frelimo na Zambézia, em Março de 2023. Falta de sigilo relativamente aos assuntos que dizem respeito à vida do partido e seus dirigentes, falta de pagamento de quotas no círculo eleitoral e incitação à violência outras acusações que pesavam contra o antigo secretário para mobilização e propaganda e porta-voz do Partido Frelimo.

Ainda em Março, decorreu a primeira sessão ordinária do Comité Central da Frelimo, mas o “dossier Caifadine” não foi discutido. Na verdade, o Comité Central não abordou a expulsão do seu antigo porta-voz porque o assunto ainda se encontrava nos órgãos da província, nomeadamente o comité provincial de verificação da Zambézia, para onde Caifadine tinha submetido um recurso contestando a sua expulsão.

Quando o assunto parecia estar em vias de ser resolvido internamente, eis que uma participação criminal contra 23 deputados deu entrada no gabinete da Procuradora-geral da República, no dia 31 de Maio, na qual Caifadine Manasse requer a “abertura da respectiva instrução, tendo em conta o foro apropriado dos deputados, devendo o processo seguir ulteriores termos até ao fim”. Requer ainda a sua constituição em assistente no processo.

Nos termos da lei, os deputados gozam de foro especial e são julgados pelo Tribunal Supremo, por isso a participação criminal contra os 23 “camaradas” foi dirigida à Procuradora-geral da República. Depois de perder para os Estados Unidos da América a longa e onerosa batalha pela extradição de Manuel Chang (antigo Ministro das Finanças) para Moçambique, Beatriz Buchili tem agora de lidar com um caso de judicialização da política.

Na sua participação criminal, Caifadine Manasse explica que no âmbito da realização da IIª sessão ordinária do Comité Provincial da Zambézia, o Círculo Eleitoral da Zambézia (deputados da Frelimo eleitos na Zambézia) apresentou o seu informe no dia 11 de Março de 2023. O queixoso diz que nas considerações finais, o Círculo Eleitoral da Zambézia imputou a si, de forma pública e consciente, factos ofensivos à sua honra e bom nome.

Tais factos estão subsumidos na seguinte citação extraída do informe: “No decurso da VI Sessão Ordinária da Assembleia da República, o Círculo Eleitoral (da Zambézia) constatou com tristeza a tentativa de assassinato de carácter, imagem e bom nome do Camarada Hélder Injojo, Vice-Presidente da Assembleia da República, ao ser associado ao narcotráfico. Sobre esta matéria o Círculo Eleitoral tem evidências de que o Camarada Caifadine Manasse foi o autor do conluio, facto que fez com que o Círculo Eleitoral submetesse o seu desapontamento à Direcção do Partido na Província”.

Foi na sequência desta declaração do Círculo Eleitoral que Caifadine Manasse foi sujeito a um processo disciplinar que culminou com a sua expulsão do Comité Provincial da Frelimo, uma decisão que, nas suas palavras, criou “embaraços na sua vida pessoal e na sua carreira política”. E mais: o queixoso diz na sequência de “toda essa falsidade”, tanto a veiculada na IIª sessão ordinária do Comité Provincial da Zambézia, assim como no âmbito do mencionado processo disciplinar interno, ele “passou a ser vítima de ataques” nas redes sociais e nos órgãos de comunicação social nacionais e internacionais que, “aproveitando-se da situação de exposição a que foi colocado, foram fazendo manchetes, usando palavras injuriosas e insultuosas contra a sua honra e bom nome”.

Caifadine acusa os 23 deputados de terem agido conscientes e cientes não só do malicioso fim que pretendiam atingir, mas também das consequências dos seus actos, tendo e conta o fórum usado para o efeito, a formalidade exigida e o seu impacto. Esta actuação “provocou danos muitos profundos e de difícil reparação na esfera da vida pessoal do participante (Caifadine Manasse), na sua vida familiar, na sua vida profissional e, sobretudo, na sua vida política, enquanto militante sénior do partido Frelimo, onde constrói a sua carreira e exerce funções de muita responsabilidade, nomeadamente de deputado da Assembleia da República”.

O queixoso diz na sua participação criminal que os factos por si arrolados consubstanciam crimes de difamação e injúria, previstos e punidos pelos artigos 233 e 234 do Código Penal. A injúria e difamação são crimes contra a honra dos indivíduos e consistem em atribuir falsamente a alguém o cometimento de um acto criminoso ou simplesmente desacreditar publicamente a alguém através da atribuição à sua pessoa de elementos que o rebaixem, difamem ou ofendam.

Acrescenta que os 23 deputados agiram de forma voluntária e deliberada, lendo em viva voz factos inverosímeis, ofensivos à honra e ao bom nome do queixoso, “factos escritos em um relatório que foi tornado público, sabendo que a sua voz e os seus escritos seriam ouvidos na sala de sessão e por quem nela estivesse a participar ou por quem mais tarde tivesse acesso ao documento”.

Ao agir assim, os 23 deputados pretendiam, nas palavras de Caifadine Manasse, não só manchar a honra e o bom nome, mas também destruir o seu carácter e a sua reputação, “entre tudo que granjeou ao longo de todos estes anos de militância no partido Frelimo e na vida profissional e, consequentemente, destruir todo o seu futuro como homem, como político e como profissional”.

Mais do que uma batalha pela defesa de honra e do bom nome, a submissão da queixa contra 23 deputados representa o último recurso de um “jovem” político que a cada dia que passa se sente mais isolado e ostracizado. Caifadine Manasse sabe muito bem que a sua carreira política na Frelimo não tem futuro, mas ele não quer capitular. O antigo porta-voz da Frelimo não quer “morrer” sozinho nesta batalha política. Mais do que processar os 23 deputados, o objectivo de Caifadine é arrastar o partido para a justiça, onde as disputas internas serão expostas ao grande público num ano eleitoral, com todas as consequências que se podem imaginar.

⛲ Cartamoz 

sexta-feira, 2 de junho de 2023

Greve: Profissionais da saúde denunciam intimidações


A greve na saúde em Moçambique está a ser marcada por ameaças e intimidações. A denúncia é da associação dos profissionais do setor. O Governo diz-se aberto ao diálogo, mas os grevistas diz que não foram chamados.

Os profissionais de saúde que aderiram à greve em Moçambique estão a ser alvo de ameaças e intimidações. A denúncia foi apresentada esta sexta-feira (02.06) durante uma conferência de imprensa em Maputo.

"Há muita intimidação aos agentes [por parte dos] administradores, diretores distritais. Já levámos estas inquietações a quem de direito e temos pessoas a trabalhar para que não haja mais intimidações, porque não estamos a violar a lei", avançou o presidente da Associação dos Profissionais de Saúde, Anselmo Muchave.

Os profissionais de saúde em Moçambique paralisaram as atividades em diversas unidades sanitárias, desde quinta-feira (01.06), em protesto contra a falta de material de os baixos salários. Os grevistas ameaçam não retomar ao trabalho enquanto o Governo não responder às suas reivindicações.

Utentes enfrentam dificuldades

No terreno, a DW constatou que os utentes estão a enfrentar dificuldades em várias unidades sanitárias da capital moçambicana.

"Até agora não sabemos se vamos ter atendimento ou não", disse um utente. Mas muitos dizem compreender a luta dos profissionais da saúde: "Os médicos fazem tudo por nós, eles merecem".

Governo diz estar aberto ao diálogo

O ministro da Saúde, Armindo Tiago, disse reiteradamente que o Governo está aberto ao diálogo com os grevistas. Mas os profissionais de saúde acusam o Executivo do Presidente Filipe Nyusi de não aceitar conversar.

"Nunca recebemos um convite do Governo para dialogar", afirma Anselmo Muchave. "Ouvimos também na imprensa que o Governo está aberto. Nós submetemos o pedido de diálogo. Então, o Governo tem de dar uma resposta, tem de chamar as pessoas".

O presidente da Associação dos Profissionais de Saúde lamenta a paralisação das unidades sanitárias que está a prejudicar muitos doentes, mas frisou o apoio à greve por parte de muitos cidadãos. "Até me espantou o facto da sociedade estar do lado dos profissionais de saúde", admite. 

Muchave considera que "a sociedade percebe que de nada vale ir ao hospital, ter receitas e não haver medicamentos".

"Os cidadãos podem ter receitas nas suas casas, porque há muitos profissionais de saúde nos seus bairros. Eles vão formar bicha para ter receita, porque os hospitais não têm medicamentos", afirmou.

Paralisação em todo o país

Durante a conferência de imprensa em Maputo, a vice-presidente da Associação dos Profissionais de Saúde, Paulina Vasco, destacou que a adesão à greve se situa nos 75%.

"Alguns pontos nos distritos da Zambézia estão fechados. Em Nampula também já estão fechados. Hoje muitos não foram rendidos e estão a fechar. Cabo Delgado e Niassa também estão na situação de fecho. Mas o maior grosso nos distritos está fechado", deu a conhecer Paulina Vasco. 

A greve dos profissionais de saúde deverá durar 25 dias


⛲ DW