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quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Cabo Delgado: Falta de fundos pode suspender ajuda alimentar aos deslocados


Programa Mundial de Alimentos (PMA) em Moçambique alerta que, caso não haja um "apoio internacional urgente", a assistência alimentar aos deslocados em Cabo Delgado poderá ser suspensa em setembro próximo.

Para aquela agência das Nações Unidas, a situação da crise alimentar no norte de Moçambique é cada vez mais crítica devido a falta de recursos financeiros para aquisição de alimentos. Milhares de deslocados internos dependem dessa ajuda na província de Cabo Delgado, assolada por ataques terroristas há quase quatro anos.

De acordo com Antonella D´Aprile, diretora nacional do PMA em Moçambique, caso não haja um "apoio internacional urgente", a situação poderá agravar-se nos próximos meses. 

Em entresvita exclusiva à DW África esta quarta-feira (04.08), a diretora avançou que o PMA precisa de pelo menos 93 milhões de dólares para prestar assistência a mais de 800 mil deslocados internos em Cabo Delgado até  deste ano.

DW África: O PMA alertou em julho para a iminência de "uma crise alimentar fora do controlo" em Cabo Delgado. Como é que está a situação atualmente?

Antonella D´Aprile (AA): Infelizmente, a situação está em agravamento. A província de Cabo Delgado sofre com a crise de deslocados que mais cresce ao nível do mundo. Desde 2017, a província já registou mais de 800 mil deslocados internos. São pessoas que foram obrigadas a abandonar as suas áreas de produção e isso impacta claramente na segurança alimentar das comunidades. A província tem também a mais alta taxa de  crónica no país.

E mais de 950 mil pessoas, nas províncias do norte de Moçambique [Cabo Delgado, Nampula e Niassa], vão enfrentar entre abril a setembro próximo uma insegurança alimentar devido aos ataques terroristas e fenómenos naturais.  

DW África: As ilhas do Ibo e de Matemo, em Cabo Delgado, são duas áreas muito afetadas devido ao elevado número de deslocados. Segundo a imprensa moçambicana, poderão mesmo estar à "beira da crise humanitária". São zonas que preocupam particularmente o PMA?

AA: O PMA está preocupado com todos os distritos da província. A resposta de emergência do PMA vai ao encontro dos deslocados onde eles estão, ou seja, seguimos o movimento das pessoas.

DW África: Em julho, a agência temia ficar sem recursos para continuar com as ações de assistência alimentar aos deslocados. Qual é o ponto da situação neste momento?

AA: Em junho, o PMA deu assistência alimentar para cerca de 700 mil pessoas deslocadas. Mas devido à falta de fundos para os meses de julho e agosto, o PMA programou assistir os deslocados com apenas uma cesta básica por família para cobrir os dois meses. E a distribuição de alimentos poderá ser retomada em setembro caso haja novos fundos. 

Neste momento, o Programa Mundial de Alimentação precisa de pelo menos 93 milhões de dólares americanos para puder assistir mais de 800 mil deslocados até dezembro deste ano. Caso não consiga este valor até lá, a assistência alimentar aos deslocados infelizmente poderá ser suspensa.

Quase um milhão de pessoas em risco de fome severa no norte de Moçambique

AA: Temos tido alguma resposta, mas não o suficiente, porque, só para assistência aos cerca de 800 mil deslocados mensalmente, o PMA precisa de 16,5 milhões de dólares. Então, devido à crise causada pela pandemia da Covid-19, tem sido um pouco difícil mobilizar mais fundos. Temos estado em contato permanente com muitos doadores, mas o apoio não é ainda o ideal. Quero usar esta oportunidade para agradecer o Governo alemão, que anunciou recentemente um apoio ao PMA com cerca de 26 milhões, para ajudar nas ações de assistência aos deslocados e aos efeitos da pandemia da Covid-19.


Menor de 14 anos forçada a ser segunda mulher do Avô em Sofala

 


Um casal foi detido na província de Sofala, por transformar a sua neta menor de 14 anos em segunda esposa do avô, anunciou segunda-feira a polícia moçambicana.

Uma nota do "Jornal Notícias", refere que a menor, vive com os avós desde Janeiro, fugindo, supostamente, aos maus-tratos da sua mãe, terá sido dada como segunda esposa pela sua própria avó, de 55 anos.

Inicialmente a menor terá recusado, mas sob ameaças acabou cedendo, disse à imprensa Dércio Chacate, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), em Sofala.

“Nós apuramos que o casalque detinham a guarda desta menor de 14 anos, obrigaram-na a manter uma união não consentida e ainda condicionaram esta menina aservi-lo (ao avô) como sua segunda esposa”, referiu Dércio Chacate.

A segunda mulher do homem, de 65 anos, morreu e este exigia que a sua primeira esposa arranjasse outra, o que a mulher recusou. Mas a relação passou por problemas, o que levou a avó a sugerir a neta que vivia com eles como opção.

Segundo a polícia, a denúncia do caso foi feita por um familiar, a quem a avó terá contado o que se passava, já desde Fevereiro.

“Esta acção consubstancia um tipo legal de crime, nada nos coube senão proceder à detenção dos mesmos”, concluiu o porta-voz da PRM.

Os últimos dados oficiais indicam que 48% das raparigas moçambicanas casam-se antes dos 18 anos, situação que para as organizações não-governamentais é agravada pela ineficiente implementação da legislação, além da pobreza das populações e costumes.

Em Julho de 2019, a Assembleia da República aprovou na generalidade o projecto de Lei de Prevenção e Combate às Uniões Prematuras, documento que prevê a punição com pena até 12 anos para o adulto que viver maritalmente com menor de 18 anos.

Chissano propõe diálogo entre Governo e terroristas em Cabo Delgado


O antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, propõe que se considere a possibilidade de diálogo entre o Governo e os grupos armados que actuam em Cabo Delgado, assinalando que há “certos tipos de terrorismo” que acabaram através de negociações.

“Pode ser que apareça um líder desse grupo que nos ofereça a oportunidade de um diálogo que conduza ao fim da violência armada na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique”, disse Chissano, citado pela DW.

O antigo dirigente sugere que se estudem as causas da violência armada para resolver a crise militar e social na província de Cabo Delgado.

Joaquim Chissano salientou que há casos no mundo em que o extremismo foi convencido a negociar e a acabar com a violência


LaLiga consegue uma injeção de 2.700 milhões, chave para o contrato de Messi

 


LaLiga confirmou através de um comunicado oficial um principio de acordo com o fundo de investimento internacional CVC para injetar 2.700 milhões de euros nos clubes da Primeira, Segunda Divisão e categorias inferiores. A operação inclui o futebol feminino e apoia o crescimento digital dos clubes. A consequência principal é a possibilidade do Barcelona renovar com Messi.

LaLiga confirmou um novo investimento, através de um fundo internacional, para ajudar os clubes espanhóis a melhorar as suas prestações. A mesma se centra no apoio digital, que entende que adquiriu uma maior notoriedade nos últimos anos. 

A injeção vai se realizar através de uma nova sociedade que a organização criará. Vai mover ''todos os seus negócios, filiais e 'joint ventures'' para que CVC, o seu sócio, receba 10% do seu capital. Desta forma, os cofres da instituição poderá adquirir 2.700 milhões de euros que influenciaram as equipas masculinas e femininas do futebol nacional. 

Ainda que, no comunicado publicado, refira que o dinheiro está destinado a aumentar a capacidade das entidades desportivas de produzir entretenimento 'on-line', é provável que a ajuda financeira seja utilizada para outros casos. A crise da pandemia ainda assombra muitos clubes e esta ajuda será recebida de braços abertos. 

'Mundo Deportivo' indica que este acordo que a LaLiga fechou com CVC é fundamental para que o Barcelona feche o novo contrato de Leo Messi. Permitirá que a direção conduzida por Joan Laporta tenha mais espaço no limite salarial que permitirá os valores do argentino. Também permitirá inscrever as suas contratações -Memphis Depay, Agüero


Superlotação de mercados na Beira leva vendedores a comercializarem nas valas de drenagem

 


Centenas de vendedores informais e formais estão a comercializar os seus produtos em condições desumanas, nos mercados de Maquinino e Goto, na cidade da Beira, como por exemplo em valas de drenagem, depois de verem as suas bancas removidas pelas autoridades na passada sexta-feira.

Tudo começou na noite da passada quinta-feira, quando uma equipa multissectorial, composta pela Polícia da República de Moçambique, Polícia Municipal e INAE, removeu todas as bancas que existiam ao longo da avenida Armando Tivane, adjacentes aos mercados do Maquinino e Goto, como forma de obrigar os vendedores a abandonarem aqueles locais que, na óptica da equipa, contribuíam para a propagação da COVID-19. Aliás, o inquérito sero-epidemiológico realizado na Beira, no segundo semestre do ano passado, apontou aqueles mercados como focos de transmissão da COVID-19, tendo recomendado a criação de melhores condições ou abertura de mais espaços para a prática da actividade, como forma de descongestionar o movimento que se fazia sentir naquela altura.

Olhando para a linha orientadora do inquérito, e tendo em conta o aumento dos casos da COVID-19 em Sofala, a equipa multissectorial acima referida decidiu remover as bancas. O cenário que se vive nos últimos  dias ao longo da avenida Armando Tivane, onde era muito difícil circular uma vez que os vendedores e os seus clientes ocupavam mais de metade das faixas de rodagem, é agradável.

Entretanto, a retirada dos vendedores, que ali comercializavam diversos produtos, arranjou um problema mais grave, tal como “O País”  testemunhou nesta terça-feira,  no interior dos mercados de Maquinino e Goto, para onde os vendedores foram encaminhados.

Os mercados estão superlotados e, por conseguinte, não há espaço para distanciamento físico.  É uma situação que pode, certamente, contribuir para a propagação da COVID-19 e, por outro lado, contribuir para os vendedores e comerciantes contraírem outras doenças de origem hídrica, como a cólera, pois alguns produtos estão a ser comercializados mesmo sobre as valas de drenagem dos mercados, valas essas que estão inundadas de lixo e águas negras.

“Lá fora, a Polícia obriga-nos a vender aqui dentro, onde infelizmente não há espaço. Se encontra alguma banca livre, ela está em aluguer cujo montante varia de 200 a 500 meticais por semana. Eu, que vendo tomate e limão, nem sequer consigo este lucro. A solução é nos aglomerarmos e, assim, a COVID-19 vai passando de vendedor a vendedor”,  lamentou Arlete Tadeu, uma das vendedeiras.

Alguns vendedores não conseguiram espaço para comercializarem os seus produtos e a solução encontrada é circular com os mesmos na cabeça pelo mercado, à busca de clientes. “Estávamos bem com as nossas bancas lá na estrada onde agora a Polícia nos trata como criminosos, empurrando-nos para baixo das cadeiras das suas viaturas se insistirmos em vender na rua. Solicitamos ao Governo para encontrar uma solução, pois é desumano o que estão a fazer”, lamentou, igualmente, Domingas Zaqueu.

Os compradores estão, igualmente, agastados com a dramática situação e exortaram a edilidade a resolver urgentemente o problema. “Na minha opinião, a equipa multissectorial deveria, em primeiro lugar, criar condições para albergar os vendedores. Em vez de resolverem um problema, criaram um mais grave. As pessoas estão agora mais aglomeradas aqui, no mercado, e nem sequer há espaço para podermos passar. Aliás, somos obrigados a pisar aquilo que estão a vender. Poderá surgir aqui o foco de um grande problema sanitário. Veja que os produtos que estamos a comprar estão a ser comercializados nas valas de drenagem, onde, por vezes, caem e, mesmo assim, continuam a ser vendidos. Teremos, certamente, um problema grave de saúde aqui, na Beira. Este problema deve ser urgentemente resolvido”, exortou Rodrigues Fonseca, um comprador.

O Conselho Municipal da Beira garantiu que irá pronunciar-se ainda esta semana sobre este problema e que, neste momento, uma equipa liderada pela vereação dos mercados e feiras está a trabalhar na finalização de novos espaços identificados nos bairros de Cerâmica e Inhamízua para albergar os vendedores.


Futebol de Praia: Moçambique empata com Nazarenos no segundo teste

 


A selecção Nacional de Futebol de Praia, empatou na última terça-feira, a quatro golos, frente a equipa de Nazaré, no segundo jogo de treino de preparação ao Mundial da Modalidade na Rússia.

Depois da derrota frente a selecção portuguesa, por (3-8), o combinado nacional voltou a entrar em cena, com os olhos postos ao Campeonato do Mundo que vai decorrer neste mês na Rússia, Moscovo, de 19 a 29 do mês corrente.

No primeiro período as duas equipas saíram empatadas a zero, no segundo a equipa orientada por Abineiro Ussaca, perdia por (1-3), no terceiro e último período, a selecção de todos nós conseguiu marcar três golos e sofreu um. ( 4-4), foi o resultado final.

Nelson (2x) e Hermínio (2x), foram os autores dos golos de Moçambique.

A selecção Nacional estreia-se no grupo B, do Mundial, diante da Espanha, num grupo em que fazem parte, Emirados Árabes Unidos e Taiti.


Presidente egípcio aconselha a ter só um filho para travar sobrepopulação

 


O Presidente do Egito aconselhou ontem, a população egípcia a ter apenas um filho, de forma a travar os problemas de subnutrição e de sobrepopulação que afetam aquele país africano, que já ultrapassou os 100 milhões de habitantes.

"Deus aconselhou-nos a pensar e a considerar como vivemos. Queremos números ou qualidade? Uma criança saudável ou três ou quatro a viverem em condições difíceis?", apontou Abdel Fatah al-Sisi durante a inauguração de um complexo industrial na cidade de Al Sadat, a norte da capital do país, Cairo.

Uma nota do "Notícias ao Minuto", refere que na intervenção, o chefe de Estado egípcio mencionou que cerca de oito milhões de pessoas no país, incluindo um grande número de menores, sofrem de anemia.

"Isso significa que não comem bem ou que se alimentam de uma forma errada", referiu.

Nesse sentido, o Presidente egípcio admitiu que está em análise uma forma de "organizar e de controlar a reprodução no Egito", um assunto que é considerado, segundo reforçou, "um desafio em muitos aspetos".

Durante a mesma cerimónia de inauguração, a ministra da Saúde egípcia, Hala Zayed, anunciou que o Governo vai lançar em outubro uma ação que pretende fazer um levantamento dos cidadãos que sofrem de "carências alimentares", nomeadamente junto das populações do sul do país.

Segundo dados governamentais avançados por Hala Zayed, entre as 70 milhões de pessoas avaliadas, até à data, no país, cerca de 20 milhões sofrem de obesidade em diversos graus, dos quais 7% têm obesidade mórbida.

O Egito contabiliza atualmente 102.150.379 habitantes, um crescimento na ordem dos dois milhões em comparação a fevereiro de 2020, quando o país atingiu a fasquia dos 100 milhões de habitantes, de acordo com os dados hoje publicados pela agência oficial de estatísticas (CAPMAS).

Em fevereiro do ano passado, o Egito tornou-se no país árabe mais populoso e o terceiro em África, atrás da Etiópia e da Nigéria.

Nessa altura, a agência egípcia de estatísticas alertou que o crescimento populacional era "um dos maiores desafios" do país, tendo recomendado a aplicação de programas de planeamento familiar para reduzir o número de filhos por mulher.

A recomendação da CAPMAS apontava até 2,1 filhos por mulher.

Com base em programas de planeamento familiar e na recomendação da CAPMAS, o Egito poderá ter 142 milhões de habitantes até 2052, o que representa uma diminuição de cerca de 50 milhões de pessoas em comparação ao ritmo atual.

O Ministério do Planeamento afirmou, em 2020, que o Governo egípcio estava a intensificar os esforços para controlar o problema da sobrepopulação


Biden defende que governador de Nova York renuncie após acusações de assédio

 


Procuradoria-Geral conclui que democrata Andrew Cuomo assediou diversas funcionárias do governo. Ele afirma ser inocente e diz que não havia compreendido "perspectivas geracionais".

"Nunca toquei em ninguém de forma inapropriada", reagiu Cuomo

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta terça-feira (03/08) que o governador de Nova York, o também democrata e seu antigo aliado Andrew Cuomo, deveria renunciar ao cargo após acusações de que ele assediou sexualmente 11 mulheres.

Biden fez a declaração após a Procuradoria-Geral de Nova York ter divulgado um relatório de sua apuração sobre o caso. Os investigadores concluíram que Cuomo "praticou condutas configuradas como assédio sexual", segundo a procuradora-geral de Nova York, Letitia James.

Ao falar com jornalistas em Washington, Biden disse: "Acho que ele deveria renunciar." Cuomo negou ter agido de forma imprópria e indicou que não irá deixar seu cargo.

Mais cedo, outros políticos democratas já haviam pedido a renúncia de Cuomo, como a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, e o líder dos democratas no Senado, Chuck Schumer.

Imagem "profundamente perturbadora"

James afirmou que o relatório se baseava parcialmente em cerca de cinco meses de entrevistas, conduzidas por duas advogadas independentes, com 179 pessoas, entre membros da equipe de Cuomo, policiais estaduais, funcionários do governo de Nova York e outros que interagiam regularmente com o governador.

"Essas entrevistas e evidências revelaram uma imagem profundamente perturbadora, mas clara", disse a procuradora-geral de Nova York. "O governador Cuomo assediou sexualmente atuais e ex-funcionárias do estado, em violação a leis federais e estaduais."

A apuração concluiu que as 11 mulheres estavam falando a verdade ao dizer que Cuomo tocou nelas de forma inapropriada e fez comentários sugestivos sobre a sua aparência ou sobre a vida sexual delas.

Uma assessora do político disse que Cuomo apalpou seus seios na sua mansão, e uma policial que atuava na sua escolta disse que ele passou seus dedos na sua barriga e nas suas costas.

Os investigadores afirmam que o político também assediou mulheres que não trabalhavam para o governo.

O que os investigadores concluíram

O relatório afirma que o governador "assediou sexualmente diversas atuais e ex-funcionárias do governo de Nova York ao, entre outros, tocá-las de forma inoportuna e não consensual, assim como fazendo diversos comentários ofensivos de natureza sugestiva e sexual, que criaram um ambiente de trabalho hostil para mulheres".

Os investigadores também concluíram que o gabinete de Cuomo criou uma "cultura de medo e intimidação, ao mesmo tempo em que normalizava os flertes frequentes do governador e comentários baseados no gênero".

A procuradora-geral afirmou que essa cultura "influenciou as formas inapropriadas e inadequadas" com as quais o gabinete de Cuomo "respondeu às acusações de assédio". A investigação identificou, por exemplo, que Cuomo e assessores de alto escalão tentaram retaliar pelo menos uma funcionária.

Sua equipe buscou "desacreditar e depreciar" Lindsey Boylan, a primeira funcionária a acusar Cuomo publicamente de assédio. A estratégia da equipe do governador incluiu vazar dados pessoais confidencias e escrever uma carta atacando a credibilidade de Boylan.

"Essas mulheres corajosas tomaram a iniciativa de falar a verdade a quem tinha poder e, ao fazer isso, expressaram sua confiança de que, apesar de o governador ser poderoso, a verdade é ainda mais", disse Joon Kim, uma das procuradoras que lidera a investigação.

"Algumas sofreram toques indesejados e tiveram suas partes do corpo mais íntimas apalpadas. Outras sofreram comentários repetidos de caráter ofensivo, de conotação sexual ou baseados em gênero", disse Kim.

"Várias delas enfrentaram ambos. Nenhuma delas queria isso. E todas acharam que isso era perturbador, humilhante, desconfortável e inapropriado."

Cuomo diz ser inocente e fala em "perspectivas geracionais"

O governador de Nova York fez um pronunciamento público após a divulgação do relatório e mais uma vez afirmou ser inocente. "Nunca toquei em ninguém de forma inapropriada ou fiz investidas sexuais inapropriadas", disse.

Ele afirmou que desde sempre teve o hábito de beijar e tocar pessoas como um gesto de proximidade e amizade, frequentemente em público. "Eu tento fazer as pessoas se sentirem bem. Eu tento fazê-las sorrir. Eu tento me conectar com elas e tento mostrar meu apreço e minha amizade", disse.

"Eu agora entendo que há perspectivas geracionais, ou culturais, que eu francamente não tinha compreendido totalmente. E eu aprendi com isso", afirmou o governador, que tem 63 anos.

Cuomo já rechaçou diversos pedidos por sua renúncia por temas como o gerenciamento da pandemia de covid-19 no seu estado ou as crescentes acusações de assédio sexual. O democrata sinalizou inclusive que irá tentar um novo mandato.

De qualquer forma, os pedidos para o seu impeachment ganharam força, e muitos analistas observaram que o relatório da Procuradoria-Geral apresentado nesta terça é uma peça importante para isso.

O presidente da Assembleia Legislativa do estado, o democrata Carl Heastie, afirmou que havia ficado claro que Cuomo não poderia permanecer no cargo e que ele iria dar andamento a um processo de impeachment "o mais rápido possível".


Explosão em Beirute: ONG acusa autoridades de negligência


Human Rights Watch (HRW) acusa autoridades libanesas de negligência criminosa e obstrução à investigação sobre a explosão de há um ano no porto de Beirute. ONG pede sanções internacionais contra os responsáveis.

"As provas implicam altos funcionários libaneses na explosão de 4 de agosto de 2020, em Beirute, que matou 218 pessoas, mas problemas sistémicos no sistema legal e político do Líbano estão a permitir-lhes evitar a responsabilização", acusau a HRW num relatório divulgado esta terça-feira (03.08).

No documento, a ONG recomenda que uma missão de investigação independente da Organização das Nações Unidas (ONU) conduza o seu próprio inquérito, e defende a aplicação de amplas sanções internacionais contra os "implicados nos abusos e esforços em curso para impedir a justiça".

A explosão de 4 de agosto de 2020 de um carregamento de fertilizante de nitrato de amónio armazenado no porto de Beirute durante seis anos matou mais de 200 pessoas, "numa das maiores explosões não-nucleares do mundo", ressaltou a HRW.

A explosão fez mais de 6.500 feridos, 300.000 deslocados e destruiu de forma generalizada a cidade, com estimativas da ONU a apontarem para cerca de 9.700 edifícios danificados ou destruídos.

Explosão destruiu mais de 9.000 edifícios na capital libanesa, segundo a ONU

"Criminalmente negligentes"

O relatório de 126 páginas da HRW, divulgado um dia antes do primeiro aniversário da tragédia, identifica altos funcionários do Governo, alfândegas, Exército e agências de segurança que estavam conscientes do carregamento e dos seus perigos, mas não tomaram as medidas necessárias até à explosão.

"Várias autoridades libanesas foram, no mínimo, criminalmente negligentes, segundo a lei libanesa, no manuseamento" do carregamento de nitrato de amónio, aponta o relatório, que se baseia em entrevistas e centenas de documentos oficiais, incluindo material não publicado anteriormente.

Ainda de acordo com a ONG, as provas sugerem que "alguns funcionários governamentais previram e aceitaram tacitamente o risco de morte colocado pela presença do nitrato no porto".

Omissão do Estado

À luz da legislação libanesa, segundo a HRW, a ação dos funcionários suspeitos pode "equivaler ao crime de homicídio com intenção provável e/ou de homicídio involuntário".

"Ao abrigo do direito internacional dos direitos humanos, a omissão de um Estado em agir para prevenir riscos previsíveis à vida viola o direito à vida", considera a ONG.

Devastação após a explosão em Beirute, em agosto de 2020

A organização não-governamental recomenda sanções contra os "funcionários implicados em violações contínuas dos direitos humanos relacionadas com a explosão de 4 de agosto e esforços para minar a responsabilização".

Estas sanções, segundo a HRW, "proporcionariam um efeito de alavanca àqueles que pressionam pela responsabilização através de processos judiciais domésticos".

Erros antes da explosão

De acordo com a investigação da organização de defesa dos direitos humanos, as falhas começaram em 2013, logo após a chegada dos químicos a Beirute a bordo do Rhosus, um navio de bandeira moldava que alegadamente navegava da Geórgia para Moçambique.

"Os funcionários do Ministério das Obras Públicas e Transportes descreveram incorretamente os riscos da carga nas suas solicitações para descarregar a mercadoria", disse a HRW.

Também "armazenaram conscientemente o nitrato de amónio no porto de Beirute ao lado de materiais inflamáveis ou explosivos durante quase seis anos", mesmo depois de receberem relatórios a avisar que o produto químico era "extremamente perigoso".

Por seu turno, os funcionários da alfândega, que foram alertados pela primeira vez sobre os produtos químicos perigosos em 2014, poderiam ter agido para retirar o material do porto, mas não tomaram as medidas adequadas para tal, revela a HRW.

Quanto às autoridades militares, a HRW disse que não tomaram qualquer "medida aparente para garantir a segurança" do 'stock' e não assumiram sequer a obrigação legal de aprovar a importação e inspecionar material que podia ser utilizado no fabrico de explosivos.

Destruição foi maior na zona portuária da cidade

A Agência de Segurança do Estado libanês, que investigou a carga de nitrato de amónio no porto de Beirute antes da explosão, foi lenta em relatar a ameaça aos altos funcionários do Governo e forneceu informações incompletas sobre os perigos que o produto químico representava, denuncia a HRW no seu relatório.

O então primeiro-ministro, Hassan Diab, disse que só recebeu informações sobre o carregamento em junho de 2020, apenas dois meses antes da explosão, e admitiu à HRW que depois se esqueceu do assunto.

Impunidade

Entretanto, a diretora da HRW para a área de crises e conflitos, Lama Fakih, disse que, apesar da devastação provocada pela explosão, "os funcionários libaneses continuam a escolher o caminho da evasão e da impunidade em detrimento da verdade e da justiça".

"Um ano mais tarde, as cicatrizes desse dia devastador permanecem gravadas na cidade enquanto sobreviventes e famílias das vítimas aguardam respostas", acrescentou.

A HRW concluiu que a investigação interna é "incapaz de fazer justiça de forma credível" e, por isso, solicitou uma missão de investigação mandatada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU.


Força conjunta ocupa áreas no distrito de Mocímboa da Praia

 


Militares moçambicanos e ruandeses ocupam posições em Awasse e Diaca e anunciam apreensão de armas e munições. Operação têm apoio aéreo e acontece ao redor da vila de Mocímboa da Praia.

Militares moçambicanos em março de 2021

Uma operação conjunta entre as forças moçambicanas e ruandesas resultou esta terça-feira (03.09) na ocupação das principais posições dos grupos armados ao redor da vila de Mocímboa da Praia, "quartel-general" dos insurgentes, disseram várias fontes a agência Lusa.

Mocímboa da Praia encontra-se cercada pela força conjunta e poderá ser recuperada, "a qualquer altura", referiu uma fonte ligada ao Exército moçambicano.

A força conjunta ocupou as posições dos insurgentes em Awasse e Diaca, em Mocímboa da Praia, tendo apreendido diverso material bélico dos rebeldes e abatido vários membros dos grupos armados, segundo fonte ligada ao Ministério da Defesa de Moçambique, que acrescentou que as operações contam com o apoio da aviação militar.

Após as operações da força conjunta, o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique visitou a localidade de Awasse, onde garantiu que a intenção é permanecer nos pontos ocupados.

Movimentação militar em Cabo Delgado em setembro de 2020

"A tendência é de melhorar cada vez mais naqueles pontos onde as Forças de Defesa e Segurança, em conjunto com as forças ruandesas, estão a conquistar", declarou à comunicação social Bernardino Rafael, avançando que os terroristas em Mocímboa da Praia vandalizaram várias infraestruturas, com destaque para a rede elétrica.

Base dos insurgentes

Na vila costeira de Mocímboa da Praia foi registado o primeiro ataque dos grupos armados engajados em outubro de 2017. Apontada por muitos como "base" dos insurgentes, é uma das principais áreas do norte da província de Cabo Delgado, situada 70 quilómetros a sul da área do projeto de exploração de gás natural liderado pela Total.

A vila tinha sido invadida e ocupada durante um dia por rebeldes em 23 de março do ano passado, numa ação depois reivindicada pelo "Estado Islâmico". Posteriormente, nos finais de junho de 2020, Mocímboa da Praia foi palco de longos confrontos entre as forças governamentais e os grupos insurgentes, o que levou à fuga de parte considerável da população.

As Forças de Defesa e Segurança de Moçambique contam, desde o início do mês, com o apoio de mil militares e polícias do Ruanda para a luta contra os grupos armados, no quadro de um acordo bilateral entre o Governo moçambicano e as autoridades de Kigali.