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sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Apple justifica ausência do Face ID nos novos MacBook Pro

 


A Apple lançou recentemente uma nova geração MacBook Pro com os processadores M1 Pro e M1 Max. Mas uma das novidades mais incomodativas destes equipamentos é a introdução de uma notch.

Visto que ela lá se encontra, houve quem questionasse a ausência da tecnologia de reconhecimento facial Face ID. Perante as inquietações, a Apple já veis esclarecer essa ausência.

Apple considera que Touch ID é mais conveniente nos MacBook Pro

A resposta foi dada por Tom Boger, vice-presidente de marketing do produto, em entrevista ao Wall Street Journal. O executivo afirma que "Touch ID é mais conveniente num portátil, pois as mãos já estão no teclado".

Conveniência é a justificação dada pela Apple para a ausência do Face ID nos novos MacBook Pro. Conforme afirma Boger, visto que tens as mãos no teclado, é mais simples colocar o dedo no botão que aloja o sensor de impressões digitais.

Aquilo que este executivo tem a sua lógica, porém, muitos gostariam de autenticar-se no seu portátil sem qualquer tipo de interação física. Simplesmente abrir a tampa do portátil e começar a utilizá-lo.

Ecrã sensível ao toque faz sentido apenas no iPad

Na mesma entrevista, outro executivo da Apple respondeu à ausência de um ecrã sensível ao toque nos MacBook Pro."Fazemos o melhor computador sensível ao toque do mundo num iPad. É totalmente otimizado para isso. E o Mac é totalmente otimizado para entrada indireta. Não sentimos realmente um motivo para mudar isso." aponta John Ternus.

Portanto, para quem deseja um MacBook Pro com ecrã sensível ao toque, a Apple rejeita essa possibilidade. Se o desejares, então o melhor será optar por um iPad, embora tenha outro tipo de limitações devido ao seu sistema operativo.

É ainda referido, durante esta entrevista, que não existem planos para o desenvolvimento de um MacBook Pro resistente à água. Ademais, a Apple sai em defesa da impossibilidade de fazer um upgrade de memória RAM devido à utilização de memória unificada com os chips M1.

Mudanças climáticas ameaçam a paz e segurança”, diz Nyusi


O Presidente da República, Filipe Nyusi, dirigiu na última sexta-feira a reunião virtual de Conselho de Paz e Segurança da União Africana (CPS-UA), cujo tema foi “Abordando Questões sobre Gestão de Riscos de Desastres em África: Desafios e Perspectivas para a Segurança Humana”.

Na ocasião, o Chefe de Estado disse que as mudanças climáticas, associadas às tenções políticas, conflitos violentos, terrorismo, entre outros, ameaçam a paz e segurança e constituem causas de deslocações forçadas do número crescente de pessoas afectadas.

Filipe Nyusi, que falava na qualidade de presidente do Conselho de Paz e Segurança da União Africana (CPS-UA), alertou aos Estados-membros e aos parceiros de cooperação da organização para que trabalhassem para a redução de riscos de desastres naturais porque estes entre outros factores têm minado o desenvolvimento do continente.

“O desenvolvimento desintegrado, a pobreza e as mudanças climáticas são impulsionadores de catástrofes, que conjugados com fragilidade institucional e investimento inadequado na adaptação e resiliência, continuam a minar os ganhos de desenvolvimento, incluindo a implementação da agenda 2020-2063, bem como os desafios na implementação de projectos emblemático da União Africana, silenciando as armas em África, cuja implementação agora vai até ao ano 2030”, disse.

Ainda na sua intervenção, Filipe Nyusi disse que os riscos naturais em África incluem epidemias, doenças, pandemias, secas, inundações, incêndios florestais, terramotos, ciclones e erupção vulcânica. E, esses fenómenos quando ocorrem em áreas frágeis devido a conflitos exacerbam a vulnerabilidade das populações e diminuem ainda mais a sua capacidade de resiliência, multiplicando mais conflitos violentos.

“A pandemia da COVID-19 exacerbou ainda mais as catástrofes e emergências humanitárias, aumentando exponencialmente a população carente de assistência humanitária. A resposta da COVID-19 continua a requerer capacidade acrescida dos estados membros, dos parceiros de cooperação internacional e do sistema humanitário até aos limites”, acrescentou.

De acordo com o Estadista moçambicano as catástrofes são uma ameaça ao desenvolvimento e a segurança humana, cuja confluência de catástrofes e conflitos aumenta a complexidade das emergências humanitárias.

Foi por isso que, segundo Nyusi, “entendemos que é tempo de enveredar por práticas energéticas e proactivas no reforço da arquitetura de gestão de riscos de desastres porque estas ameaças perigam a segurança humana, retardam o progresso e a nossa existência como continente”.

Para reduzir os impactos dos efeitos das mudanças climáticas, a UA estabeleceu e desenvolve políticas e instituições para a gestão de riscos catastróficos, o programa de acção africana para a implantação de quadros para a redução de riscos de desastres 2015-2030, que visa prevenir novos riscos, reduzir os existentes e criar resiliência assente em três prioridades: “a primeira compreende o risco de desastres e reforçar a governação de  risco de desastres; a segunda, financiar o risco de desastres para a resiliência e reforçar a prontidão; e, a terceira, reconstruir melhor e resposta, recuperação e reabilitação”, detalhou Filipe Nyusi.


quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Universidade Pedagógica acolhe 18ª Edição do Prémio Eloquência Camões

 


O Centro Cultural Português em Maputo, em cooperação com o Centro de Língua Portuguesa na Universidade Pedagógica de Maputo (UPM) e a Faculdade de Ciências da Linguagem, Comunicação e Artes da UPM, promove, entre os dias 27 de Outubro e 10 de Dezembro de 2021, a 18.ª Edição do Prémio Eloquência Camões.

Dando continuidade ao modelo seguido nas edições anteriores, o Prémio Eloquência Camões 2021 desenvolver-se-á em três momentos

Numa primeira fase, que decorrerá entre os dias 27 de outubro e 21 de novembro, serão aceites e selecionados os melhores textos argumentativos/discursos produzidos por estudantes universitários inscritos em cursos de licenciatura.

Numa segunda fase, que decorrerá entre os dias 6 e 9 de dezembro, os autores dos dez melhores textos participarão numa Oficina de Oralidade dinamizada pela atriz Ana Magaia. No dia 10 de dezembro, realizar-se-á, no Centro Cultural Português em Maputo, a grande Final do Prémio Eloquência Camões, onde serão apurados os discursos vencedores.

Os estudantes universitários que não tenham participado nas edições anteriores poderão concorrer através da apresentação de discursos que não ultrapassem 400 palavras e subordinados a temas como (i) a igualdade de géneros, (ii) o saneamento do meio e a preservação do ambiente, (iii) as redes sociais, as tecnologias e o seu papel na educação dos jovens e (iv) o contributo dos jovens para o desenvolvimento de Moçambique e para o bem-estar social. 

Os vencedores do Prémio Eloquência Camões 2021 receberão, para além da formação em técnica oratória ministrada pela atriz Ana Magaia, prémios monetários e em material didáctico. Este Prémio conta com o apoio da Plural Editores Moçambique.

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Moçambique volta a produzir e exportar mais carvão no terceiro trimestre

 


A produção de carvão aumentou 78,1% e as vendas quase duplicaram no terceiro trimestre face a 2020 em Moçambique, anunciou a mineira Vale no seu mais recente relatório, que confirma a tendência do trimestre anterior.

O documento reflete as obras de requalificação das minas de Moatize e "uma maior procura" dos mercados asiáticos com a retoma da economia global após a fase mais aguda de restrições ligadas à covid-19.

A pandemia tinha afetado de forma significativa a atividade mineira em 2020.

A expansão dos indicadores entre julho e agosto acompanha a tendência já verificada nos três meses anteriores.

A produção de carvão no terceiro trimestre de 2021 fixou-se em 2,4 milhões de toneladas e as vendas ascenderam a 2,6 milhões de toneladas.

O maior aumento de vendas face a 2020 deu-se no 'carvão energético' (mais 160%) usado em centrais térmicas, por exemplo, para produção de eletricidade, superando o salto dado pelo 'carvão coque' (mais 42%) usado na indústria metalúrgica.

Este ano, até final de setembro, a Vale já tinha produzido 5,6 milhões de toneladas de carvão em Moatize, face a 4,6 milhões nos primeiros nove meses de 2020.

"A produção está em crescimento" após as obras de requalificação e deve atingir a velocidade cruzeiro "no próximo trimestre".

"Contudo, devido à estação chuvosa, a taxa de produção anual de 15 milhões de toneladas pode não ser atingida", refere a empresa no relatório.

A Vale anunciou no início do ano que está de saída de Moçambique.

A mineira procurar investidores para vender a operação em Moatize, em linha com o objetivo de reduzir as suas emissões de carbono, dado que o carvão é uma das principais fontes à escala global.

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Isaura Nyusi destaca envolvimento da mulher na luta contra o terrorismo em Cabo Delgado

 


A presidente da Organização da Mulher Moçambicana (OMM), Isaura Nyusi, procedeu, nesta sexta-feira, à abertura da Segunda Sessão Extraordinária do Conselho Nacional da OMM. Na ocasião, a dirigente destacou o envolvimento da mulher moçambicana na luta contra a COVID-19, o terrorismo em Cabo Delgado e na manutenção da paz.

Durante o seu discurso de abertura, a “mãe da Nação” convidou as mulheres moçambicanas a reflectirem sobre os desafios que têm e na concretização do Plano Quinquenal do Governo.

“Devemos reflectir sobre os desafios que temos pela frente, pois a OMM é um dos garantes da materialização do plano quinquenal do Governo 2019-2024, resultante do manifesto eleitoral do nosso glorioso partido Frelimo”, vincou Isaura Nyusi.

Mesmo em face aos desafios enfrentados pela organização, segundo disse a Primeira-Dama, a agremiação também registou ganhos.

“Devemos ao longo do dia de hoje, fazer uma análise das nossas conquistas, dos percalços alcançados ao longo da nossa caminhada e transformá-los em oportunidades, para garantirmos a materialização das aspirações da organização de toda a mulher moçambicana e do povo moçambicano”, ressaltou.

Isaura Nyusi destaca ainda as actividades de divulgação e mobilização para o cumprimento das medidas de prevenção e combate a pandemia da COVID-19, a massificação do repúdio aos ataques terroristas na província de Cabo Delgado e aos ataques perpetrados pela auto-proclamada junta militar da Renamo e a mobilização de apoios para mitigação do sofrimento dos deslocados, como acções protagonizadas pela agremiação para a manutenção da paz e bem-estar das populações.

Ainda naquela ocasião, Isaura Nyusi congratulou a escritora moçambicana, Paulina Chiziane pelo prémio Camões atribuído recentemente.

A sessão extraordinária da OMM tinha como objectivo preparar o quinto congresso da organização e apreciar o informe do Gabinete Central de Preparação da Conferência, apreciar e aprovar as propostas das directivas e códigos de conduta para o quinto congresso.

Isálcio Mahanjane é o novo advogado de António Carlos Do Rosário

 


Quarenta e oito (48) horas depois de o Tribunal Judicial da Cidade de Maputo ter determinado o afastamento de Alexandre Chivale como advogado de defesa de António Carlos Do Rosário, antigo Director da Inteligência Económica do SISE (Serviço de Informação e Segurança do Estado) por incompatibilidade, o antigo PCA das três empresas caloteiras indicou o causídico Isálcio Mahanjane como seu novo defensor no julgamento do Processo de Querela nº 18/2019-C, relativo às “dívidas ocultas”.

A informação foi confirmada esta quinta-feira pelo próprio réu, quando questionado pelo juiz Efigénio Baptista se já havia ou não constituído o seu novo mandatário legal. Mahanjane, refira-se, fora sugerido pelo Tribunal ao reu, momentos depois de deferir o pedido do Ministério Público de afastar Alexandre Chivale do caso.

O Ministério Público, lembre-se, pediu o afastamento de Alexandre Chivale do caso pelo facto de ser colaborador do SISE e de estar a gerir uma das empresas com cobertura operativa do SISE e que foi usada para a lavagem do dinheiro das dívidas ocultas, a Txopela Investiments. O causídico irá regressar à tenda do Estabelecimento Penitenciário de Máxima Segurança, na qualidade de declarante.

Na sua primeira intervenção, enquanto Advogado de António Carlos Do Rosário, Manjane pediu ao Tribunal que lhe concedesse cinco dias para se inteirar do processo, com vista a traçar a sua estratégia de defesa. O pedido foi aceite pelo Tribunal, pelo que a audiência foi adiada: retoma no dia 28 de Outubro.

Refira-se que Mahanjane é o terceiro advogado a representar António Carlos Do Rosário neste processo, depois de Abdul Gani e Alexandre Chivale. Sublinhar que, para além do antigo PCA das três empresas, Isálcio Mahanjane irá representar Maria Inês Moiane Dove e Elias Moiane, que também eram assistidos por Alexandre Chivale.

Fonte:Cartamoz

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Credit Suisse cancela 200 milhões de USD da dívida de Moçambique


 

De acordo com British Financial Conduct Authority (FCA) a , o banco Credit Suisse acordou em cancelar 200 milhões de dólares da dívida de Moçambique. Isso faz parte do negócio alcançado pelo Credit Suisse, a FCA e a Securities and Exchange Commission (SEC) dos Estados Unidos, no âmbito do qual o Credit Suisse foi multado em cerca de 475 milhões de dólares pelo que a SEC descreveu como "enganando investidores fraudulentamente e violando a Lei de Práticas de Corrupção no Exterior (FCPA) ”.

Esta é a última fase da saga das “dívidas ocultas” de Moçambique - o esquema corrupto pelo qual o Credit Suisse e o banco russo VTB emprestaram mais de dois mil milhões de dólares a três empresas moçambicanas fraudulentas, Proindicus, Ematum (Mozambique Tuna Company) e MAM (Mozambique Asset Gestão)

Uma nota da FCA de ontem refere que parte do acordo é que o Credit Suisse deve perdoar 200 milhões de dólares da dívida que Moçambique devia ao banco “como resultado destes empréstimos contaminados”. Este não foi um acto de caridade, disse Mark Steward, Director Executivo de Execução e Supervisão de Mercado da FCA. “A multa teria sido maior se o Credit Suisse negasse abdicar desses 200 milhões de dólares”.

Ele acrescentou que a multa da FCA “reflete o impacto dessas transações contaminadas que incluíram uma crise da dívida e prejuízo económico para o povo de Moçambique. A FCA continuará a perseguir graves falhas de controle de crimes financeiros por parte de empresas regulamentadas. ”

Para justificar a multa, a FCA disse que “entre outubro de 2012 e março de 2016, o Credit Suisse falhou em administrar adequadamente o risco de crime financeiro dentro de seus negócios em mercados emergentes. Tinha informação suficiente da qual deveria ter avaliado o risco inaceitável de suborno associado aos dois empréstimos moçambicanos e uma troca de obrigações relacionadas com projectos patrocinados pelo governo ”.

O Credit Suisse, continuou, “estava ciente de que Moçambique era uma jurisdição onde o risco de corrupção de funcionários do governo era alto e que os projetos não estavam sujeitos ao escrutínio público ou a processos formais de aquisição”.

O empreiteiro contratado por Moçambique nos projectos, acrescentou, foi descrito como um “mestre das propinas”.

A FCA delicadamente se recusa a nomear o empreiteiro - mas é o grupo com sede em Abu Dhabi, Privinvest, de propriedade do magnata libanês Iskandar Safa. A Privinvest, acrescentou a FCA, "pagou secretamente comissões significativas, estimadas em mais de 50 milhões de empréstimos, aos membros da equipe de negociação do Credit Suisse, a fim de garantir os empréstimos em termos mais favoráveis".

Os três banqueiros do Credit Suisse são Andrew Pearse, Detelina Subeva e Surjan Singh. Todos eles admitiram ter recebido subornos da Privinvest perante um tribunal de Nova York em 2019, mas ainda não foram condenados.

Embora esses três banqueiros "tenham tomado medidas para ocultar deliberadamente as propinas, os sinais de alerta de corrupção potencial deveriam ter sido claros para as funções de controle e comitês seniores do Credit Suisse", disse a FCA. “Repetidamente, havia desafios insuficientes dentro do Credit Suisse, ou escrutínio e investigação em face de importantes fatores de risco e advertências”.

A FCA disse que o Credit Suisse foi cooperativo. O banco “concordou em resolver este caso com a FCA, qualificando-o para um desconto de 30% na multa geral. Sem o alívio da dívida de Moçambique, e este desconto, a FCA teria imposto uma penalidade financeira significativamente maior ”. (PF)

Credit Suisse, VTB concorda em pagar multas das Dividas Ocultas


Os bancos Credit Suisse e VTB acordaram em pagar multas às autoridades americanas e britânicas pelo seu papel na fraude moçambicana, conhecida como o caso das “dívidas ocultas”. Os dois bancos acordaram, em 2013 e 2014, em emprestar mais de dois bilhões de dólares americanos a três empresas fraudulentas relacionadas com segurança, Proindicus, Ematum (Mozambique Tuna Company) e MAM (Mozambique Asset Management), com base em garantias de empréstimos ilícitos emitidas pelo governo da época, chefiado pelo ex-presidente Armando Guebuza

Os bancos não realizaram nenhuma diligência séria, caso contrário teriam percebido que as garantias dos empréstimos eram ilegais, uma vez que romperam o tecto de garantias estabelecido nas leis orçamentais de 2013 e 2014. Além disso, as três empresas não tinham antecedentes e eram dirigidas, não por empresários de boa fé, mas por agentes do serviço de inteligência moçambicano (SISE).

O chefe da inteligência econômica do SISE, Antonio do Rosario, tornou-se presidente do conselho de administração das três empresas. Isso não disparou nenhum alarme e os bancos continuaram a despejar grandes somas nas empresas moçambicanas. As garantias faziam com que, quando, dentro de alguns anos, todas as empresas fossem à falência, caberia ao Estado moçambicano reembolsar os empréstimos.

O verdadeiro beneficiário dos empréstimos foi o grupo Privinvest, sediado em Abu Dhabi, que arquitectou o esquema. O dinheiro do empréstimo foi enviado, não para as empresas, mas para a Privinvest, que era a sua única contratada.

A Privinvest enviou às empresas moçambicanas barcos de pesca, navios patrulha, radares e outros bens que se encontravam amplamente sobrevalorizados. Uma auditoria independente em 2017 descobriu que a Privinvest havia superfacturado as três empresas em mais de 700 milhões de dólares.

Os Estados Unidos entraram nessa saga porque os investidores norte-americanos compraram ações do empréstimo sindicado ao Proindicus de 622 milhões de dólares e compraram os títulos que o Credit Suisse e o VTB financiaram para a Ematum (no valor de 850 milhões de dólares).

Um comunicado de terça-feira da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) anuncia que o Credit Suisse concordou em pagar quase 475 milhões de dólares às autoridades americanas e britânicas “por enganar investidores de forma fraudulenta e violar a Lei de Práticas de Corrupção no Exterior (FCPA)”.

O empréstimo sindicado e os títulos da Ematum ultrapassaram o um bilhão de dólares. Estes fundos, diz a SEC, “foram usados para perpetrar um esquema de dívida oculta, pagar propinas a ex-banqueiros de investimento do Credit Suisse agora acusados, juntamente com os seus intermediários, e subornar funcionários corruptos do governo de Moçambique”.

Os banqueiros do Credit Suisse, acrescentou, “esconderam a corrupção subjacente e divulgaram falsamente que os rendimentos iriam ajudar a desenvolver a indústria da pesca de atum em Moçambique. O Credit Suisse não divulgou a extensão total e a natureza do endividamento de Moçambique e o risco decorrente dessas transações ”.

A SEC timidamente se refere a "Banqueiro 1", "Banqueiro 2" e "Banqueiro 3" - mas sabemos que eles são Andrew Pearse, Detelvina Subova e Surjan Singh, porque todos confessaram num tribunal de Nova York em 2019 que haviam recebido subornos da Privinvest pelos seus papéis na negociação dos empréstimos moçambicanos. Eles entraram num acordo judicial e ainda não foram condenados.

A SEC disse que o esquema de corrupção “resultou dos deficientes controles contábeis internos do Credit Suisse, que não trataram adequadamente dos riscos significativos e conhecidos relativos ao suborno”.

Resumindo o caso, a SEC disse que os projectos ProIndicus e EMATUM eram veículos através dos quais os banqueiros e intermediários do Credit Suisse recebiam propinas e funcionários corruptos do governo de Moçambique obtinham subornos ”(o mais conhecido destes oficiais é o ex-Ministro das Finanças Manuel Chang, que está sob custódia na África do Sul, à espera de extradição para Moçambique ou para os Estados Unidos).

Os três banqueiros, acrescentou a SEC, receberam propinas totalizando pelo menos 50 milhões de dólares. Junto com funcionários do governo moçambicano, os pagamentos indevidos e propinas totalizaram pelo menos 200 milhões de dólares ”.

O escândalo piorou em 2016, quando o Credit Suisse soube que a Ematum não conseguiria cumprir suas obrigações de reembolso. Em vez de confessar a corrupção, “o Credit Suisse e o VTB estruturaram a Oferta de Troca para permitir aos investidores trocar as notas de pagamento que já possuíam por novos títulos soberanos emitidos directamente pelo governo de Moçambique”.

Mais uma vez, os materiais oferecidos pelo Credit Suisse a potenciais investidores eram enganosos, uma vez que não reconheceram a verdadeira escala da dívida externa de Moçambique, nem sequer mencionaram os empréstimos do Proindicus e do MAM.

Graças a esta “oferta de troca”, o empréstimo Ematum vive com outro nome, e continua a ser uma pedra de moinho substancial à volta do pescoço moçambicano. Embora o Conselho Constitucional tenha declarado o empréstimo da Ematum inconstitucional, o Ministério das Finanças parece determinado a continuar a pagar os ex-detentores de títulos da Ematum até pelo menos 2031.

"O Credit Suisse forneceu aos investidores divulgações incompletas e enganosas, apesar de estar exclusivamente posicionado para compreender a extensão total da dívida crescente de Moçambique e sério risco de inadimplência com base em seus acordos de empréstimo anteriores", disse Anita B. Bandy, Diretora Associada da Divisão de Execução da SEC . "A fraude maciça de oferta também foi consequência dos lapsos significativos do banco nos controles contábeis internos e da falha repetida em responder aos riscos de corrupção."

O diretor da Divisão de Aplicação da Lei, Gurbir Grewal, disse: “Quando se trata de violações da lei de valores mobiliários internacional, a SEC continuará a trabalhar em colaboração com a aplicação da lei e agências regulatórias no exterior para cumprir sua missão de aplicação da lei. Nossa ação contra o Credit Suisse hoje é mais um exemplo de nossa coordenação próxima e bem-sucedida com contrapartes na Europa e na Ásia. ”

As penalidades totais que o Credit Suisse concordou em pagar somam 99 milhões de dólares à própria SEC, uma multa de 175 milhões de dólares imposta pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos e mais de 200 milhões de dólares à Autoridade de Conduta Financeira Britânica

Separadamente, a VTB concordou em pagar mais de seis milhões de dólares para liquidar as acusações da SEC relacionadas ao seu papel no escândalo de dívidas ocultas. De acordo com a SEC, o banco russo “consentiu com uma ordem da SEC concluindo que violava as disposições antifraude baseadas em negligência das leis federais de valores mobiliários''. Sem admitir ou negar as descobertas, o VTB concordou em pagar mais de 2,4 milhões de dólares em restituição e juros, juntamente com uma multa de quatro milhões de dólares ”. 

A VTB emitiu nota alegando que nenhum de seus funcionários havia sido acusado de conduta ilegal, como se isso de alguma forma justificasse seu papel no escândalo.

Alegou, desafiando os factos, que “o VTB opera de forma totalmente aberta e transparente, observando os mais altos níveis de governança corporativa e conformidade em nossas operações diárias, e continuamos confiantes de que o VTB agiu com responsabilidade nesta matéria, não obstante um amplo esquema perpetrado por outros ”.

Assim, somos convidados a acreditar que os banqueiros do Credit Suisse e funcionários moçambicanos eram os bandidos, mas o VTB está de mãos limpas. A VTB ainda está a tentar usar os tribunais britânicos para obrigar Moçambique a reembolsar o dinheiro que a VTB emprestou ao MAM. “O VTB espera vencer”, gabou-se.


Fonte:Cartamoz

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Cidadãos da Zambézia sentem medo de ir ao Hospital Central de Quelimane

 


Hospital inaugurado há cinco anos é conhecido por assustar utentes na Zambézia. Cidadãos não vão ao hospital alegando ocorrência de muitas mortes e mau atendimento. Instituição já fez campanha para atrair pacientes.

Vários cidadãos dizem que tentam evitar o Hospital Central de Quelimane e somente buscam tratamento na unidade de saúde quando são mesmo forçados a um internamento.

Prestes a completar cinco anos, a fama do principal hospital da capital da Zambézia não é nada boa.

Nos primeiros meses de funcionamento da instituição, surgiram boatos de que o número de óbitos no hospital era elevado. Isto acabou por assustar os populares, que preferiam evitar consultas e tratamentos.

Para o diretor do Hospital Central de Quelimane, Ladino Súade, a unidade hospitalar enfrenta vários desafios, entre os quais sensibilizar a população para interagir com a instituição.

Para Suade, a má fama é resultado de desinformação. O diretor diz que o hospital desenhou uma estratégia de interação com a comunidade.

Homem Matou a sua Esposa por causa de Não Aver Almoço

 


Um homem está sob custódia da polícia, no distrito do Dondo, na Província de Sofala, suspeito de matar a esposa.

Segundo escreve a "TV Miramar", o homem teria saído de casa sem deixar dinheiro para a compra de alimentos, mas ao regressar, no período da tarde, depois de cumprimentar a esposa exigiu o almoço. E porque ela nada tinha cozinhado, em protesto o homem teria desferido golpes que tiraram a vida da esposa.

Credores das “Dívidas Ocultas” assumem-se culpados

 


Os bancos Credit Suisse e o VTB assumiram a culpa no caso das dívidas ocultas e, por isso, vão pagar multas aos Estados Unidos e ao Reino Unido que, como Moçambique, moveram processos judiciais contra eles em Londres. O Credit Suisse vai pagar 400 e o VTB, 6 milhões de dólares.

Com a assunção de culpas dos dois bancos, os advogados de Moçambique ganham mais argumentos no processo que estão a mover contra o Credit Suisse e a Privinvest, junto ao Tribunal Superior de Londres, colocando em causa o facto de os contratos de empréstimo e fornecimento de equipamento militar não terem respeitado as leis moçambicanas.

Mas, para já, o VTB e o Credit Suisse estão livres das investigações que a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários dos EUA movia contra eles, relacionadas com o escândalo das dívidas ocultas de Moçambique, em que os dois bancos foram credores. Um processo em que houve pagamentos de comissões indevidas a pessoas ligadas às autoridades de Moçambique e gestores da Privinvest.

E, porque os dois bancos usaram fundos de investidores norte-americanos, os Estados Unidos da América moveram um processo judicial contra eles, no Tribunal Superior de Londres.

Entretanto, esta semana, os credores alcançaram acordos com os EUA, à luz dos quais, vão se ver livres das investigações e, também, deverão efectuar pagamento de valores para resolver os encargos das ofertas de títulos relacionados com as dívidas ocultas de Moçambique.

Assim sendo, de acordo com o comunicado oficial da Comissão norte-americana, o Credit Suisse concordou em pagar cerca de 475 milhões de dólares às autoridades dos Estados Unidos e do Reino Unido. Este pagamento é feito porque se assume que houve, da parte do Credit Suisse, intenção de enganar os investidores de forma fraudulenta e violou as leis de suborno dos EUA, num esquema envolvendo duas ofertas de obrigações e um empréstimo sindicado que levantou fundos em nome de entidades estatais de Moçambique.

Quem também assumiu a sua culpa é o VTB, este que, num comunicado de imprensa, diz que assume todas as deliberações da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários dos EUA.

A Comissão entende que o VTB foi negligente “porque os materiais da oferta continham declarações enganadoras realizadas por Moçambique e omissões que o VTB não conseguiu evitar. Estas alegadas falhas de divulgação, concluiu a SEC, estão relacionadas com (1) a natureza total do endividamento de Moçambique, e (2) o papel do VTB como credor em duas transações anteriores”.

No âmbito do acordo alcançado com a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários dos EUA, o VTB vai pagar seis milhões, também para resolver com encargos das ofertas de títulos relacionados com as dívidas ocultas.

Ainda no mesmo comunicado que temos vindo a citar, o VTB diz que ter tentado o mesmo tipo de acordo com Moçambique, que também, está a processar o banco no Tribunal de Londres, mas ainda sem sucesso!

“O VTB tentou, também, durante anos, colaborar com o governo de Moçambique para encontrar uma solução construtiva para a situação da dívida do país”.

Embora diga, em comunicado, que está disponível para eventual conversação com Moçambique,

“O VTB também iniciou procedimentos judiciais nos tribunais ingleses para recuperar as quantias que lhe são devidas. O VTB tem a expectativa de lhe ser favorável a decisão judicial”.

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Alexandre Chivale já não defende António Carlos do Rosário no julgamento

 


Na sequência dos dois requerimentos apresentados pelo Ministério Público ao tribunal, o juiz Efigénio Baptista decidiu que Alexandre Chivale já não representa António Carlos do Rosário no julgamento do “caso dívidas ocultas”, com efeitos imediatos.

Reagindo à decisão, o advogado disse que ao contrário do que os artigos citados sugerem, ele não é contratado do SISE, mas que o que está em causa é a função de colaborador. Ainda assim, o advogado inconformado disse que sai de cabeça erguida e que já estava à espera dessa decisão.

Ainda na sessão desta terça-feira, o juiz Efigénio Baptista determinou a exoneração da empresa Txopela Investments enquanto fiel depositário dos imóveis apreendidos e a retirada do advogado Alexandre Chivale, em cinco dias úteis, da casa.

Até às 15 horas desta terça-feira, o réu António Carlos do Rosário não tinha sido ouvido.

“Quem deve ordenar a minha saída do julgamento é o Conselho Nacional da OAM”, Chivale

Antes do despacho que o afasta deste julgamento, quando o juiz Efigénio Baptista concedeu a palavra ao advogado, na sequência dos dois requerimentos apresentados pela procuradora Ana Sheila Marrengula, Alexandre Chivale disse que não estava surpreso e que já esperava que tal acontecesse ontem.

No entendimento do advogado, a acção do Ministério Público visa condicionar a defesa de António Carlos do Rosário. “O objetivo final é afastar o mandatário deste processo. Já tinha sido comunicado. Quero deixar claro que o cidadão Alexandre Chivale é apenas advogado neste processo e como tal tem estado a agir. Muita gente está preocupada, incomodada sobre o que vamos perguntar, mas o nosso trabalho foi facilitado pelas perguntas do Ministério Público. Estamos cientes de que estamos a mexer com muitas sensibilidades. É normal. Há muitos interesses em jogo. Estamos firmes e vamos continuar firmes porque temos uma missão que nos foi confiada, que é contribuir para descoberta da verdade material”.

Alexandre Chivale disse quejulgamentotrador da Txopela por indicação dos associados, expressa em finais de Dezembro de 2019. Chivale disse que é administrador da empresa desde Agosto de 2020 e só em Dezembro de 2020 interveio pela primeira como advogado de António Carlos do Rosário, de quem nunca recebeu ordens.

Ainda na audição desta terça-feira, Alexandre Chivale afirmou ao tribunal que, aquando da apreensão do imóvel da Txopela, não lhe foi dito para sair.

Por fim, reforçou o que o assistente Vicente Manjate tinha dito anteriormente, “quem deve ordenar a minha saída do julgamento é o Conselho Nacional da Ordem dos Advogados de Moçambique”.

Secretário-geral do ANC comparece ao tribunal para responder a um processo judicial

 


O secretário-geral do Congresso Nacional Africano, Ace Magashule, compareceu hoje ao Tribunal Superior de Bloemfontein. O dirigente suspenso das suas funções para responder sobre um processo judicial está acompanhado por outros 15 arguidos.

Fraude, corrupção e lavagem de dinheiro são os crimes de que o suspenso secretário-geral do Congresso Nacional Africano, partido no poder na África do Sul, Ace Magashule e outros 15 arguidos são acusados.

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Ministério Público denuncia desaparecimento de documentos cruciais

 


A procuradora Ana Sheila Marrengula afirmou em tribunal, esta tarde, que 34 folhas do processo deste julgamento do “caso dívidas ocultas” desapareceram.

Além do desaparecimento dos documentos com informações consideradas cruciais e que não beneficiam ao réu António Carlos do Rosário, duas ou três páginas do Ministério Público foram extraviadas.

domingo, 17 de outubro de 2021

Squid Game: Netflix prepara algo (ainda) melhor que a segunda temporada da série

 


O fenómeno Squid Game ou Round 6 (no Brasil) continua a fazer furor no seio da maior plataforma de streaming de filmes e séries online do mundo, a Netflix. No entanto, este fenómeno global ainda não confirmou a sua segunda temporada, ainda que possa ter algo ainda melhor já nos seus planos.

Recordamos à memória do leitor o interesse demonstrado pela plataforma Netflix, no início deste ano, pela indústria dos jogos, o fervilhante mundo do gaming. Com efeito, este é um dos grandes novos pilares a serem trabalhados pela empresa norte-americana e a série do momento também terá algo a dizer a este respeito.

Antes da segunda temporada de Squid Game podemos ter o jogo oficial

Squid Game Round 6 Netflix

A revelação foi feita por um dos vice-presidentes da Netflix, mas concretamente da região Àsia e Pacífico durante uma entrevista à publicação The Hollywood Reporter. Foi aí que o repórter abordou a possibilidade de tornar esta popular série Netflix num videojogo.

A entrevistada, Minyoung Kim, confirmou que tal hipótese está a ser estudada, anuindo a executiva da plataforma à transformação desta série num novo jogo. Algo que, tendo em consideração o sucesso da primeira temporada de Squid Game, é um passo não só plausível, como também expectável.

Este lançamento - em formato de jogo - viria reforçar a aposta da Netflix no mundo dos jogos, um conteúdo a ser disponibilizado em secção própria na sua plataforma. Até ao momento, a saga Stranger Things foi uma das primeiras confirmações a passar do grande ecrã para o formato jogo.

Squid Game deve juntar-se a Stranger Thing nos jogos Netflix

Netflix Squid Game

A executiva da Netflix confessa ainda que os pedidos para transformar a série Squid Game num jogo propriamente dito são efetivamente numerosos. Aliás, de acordo com a fonte, este pedido foi feito por vários elementos do staff da empresa.

Daqui se constata que a própria Netflix, através dos seus diversos setores, quer ver o fenómeno televisivo a saltar para o mundo dos jogos. Ao mesmo tempo, através das redes sociais, são vários os utilizadores que replicam o mesmo pedido junto da empresa.

Clama-se assim pelo início do desenvolvimento de um novo jogo que transponha a ação da série Netflix para este formato. O mesmo não foi ainda confirmado, mas tampouco o foi a segunda temporada de Squid Game, ainda que tal seja muito provável.

Por fim, Minyoung Kim referiu que a Netflix está a trabalhar no sentido aproveitar todo o potencial da série Netflix. Sem adiantar, contudo, uma previsão temporal, seja para a segunda temporada, seja para o possível jogo, ao referir ambas as possibilidades como "bons planos para o futuro", a sua existência está implícita.

Em síntese, são excelentes novidades para os fãs de Squid Game, ou Round 6, tal como atesta o exclusivo da Variety.

Líder da Frente Polisário jura que ataques ao Marrocos continuarão

 


O líder da Frente Polisário do Saara Ocidental, Brahim Ghali, disse que o exército saharaui em busca de independência continuará atacando as posições marroquinas no disputado território do noroeste da África, a menos que um enviado nomeado pelas Nações Unidas receba um mandato claro para emitir um voto de autodeterminação.

Numa rara entrevista coletiva no sábado, Brahim Ghali respondeu a perguntas de repórteres locais e estrangeiros em Rabbuni, a sede administrativa da autoproclamada República Árabe Saharaui Democrática da qual é presidente.

Falando a repórteres, Ghali pediu aos membros do Conselho de Segurança da ONU que estabeleçam um mandato claro para a descolonização do Saara Ocidental e a organização de um referendo sobre autodeterminação na reunião do conselho agendada para 28 de outubro.

"Acho que as práticas do Reino do Marrocos e a cumplicidade da comunidade internacional estavam erradas, e também o Conselho de Segurança das Nações Unidas tem que assumir suas responsabilidades com o que está acontecendo agora", disse Ghali.

As Nações Unidas consideram o Saara Ocidental como o último território da África a ser descolonizado, mas seus enviados não conseguiram preparar o cenário para um referendo sobre seu futuro desde que um cessar-fogo foi assinado há 30 anos entre o Marrocos, que o anexou em 1975, e a Frente Polisario, que busca a independência.

O conflito tem recebido atenção renovada devido à crescente frustração entre o povo saharaui em campos de refugiados na Argélia, que apoiam em grande medida o recomeço do conflito desde novembro do ano passado ao longo de um muro de 2.700 quilômetros de comprimento.

A chamada "berma" construída pelo Marrocos corta o território da ex-colônia espanhola, dividindo as áreas controladas pelo Marrocos e um trecho mais estreito controlado pela Polisário.

Um mês depois que a Polisário declarou o fim do cessar-fogo de 1991 em 13 de novembro de 2020, os Estados Unidos desconsideraram os esforços da ONU para uma solução ao apoiar a reivindicação de Marrocos de soberania sobre todo o território disputado.

As hostilidades permaneceram em uma escala relativamente pequena, embora as autoridades da Polisario tenham organizado uma viagem esta semana para que a mídia estrangeira testemunhasse um ataque a uma base do exército marroquino perto da região de Mahbas, perto da interseção das fronteiras da Argélia, Marrocos e Mauritânia.

O ataque com dois mísseis terrestres foi respondido do lado marroquino com pelo menos três tiros de morteiros, embora as autoridades saharauis não tenham conseguido confirmar imediatamente se as bases marroquinas tinham recebido algum dano.

O Marrocos não declarou o fim do cessar-fogo e disse à ONU que está apenas reagindo por razões defensivas em resposta aos ataques das áreas controladas pela Polisário.

"O reino marroquino eles negaram a guerra, eles não reconheceram. Cabe a eles", disse Ghali. “O que eu sei é que o exército saharaui está a travar uma guerra contra as bases marroquinas e que a guerra acontece diariamente. Diariamente”.

O veterano fundador da Polisario, de 72 anos, também agradeceu à Espanha por lhe conceder tratamento para COVID-19 no início deste ano, embora se recusou a esclarecer quais foram as circunstâncias em que chegou ao país europeu.

O sigilo do governo espanhol sobre o tratamento de Ghali em um hospital do norte da Espanha desencadeou uma crise diplomática com o Marrocos, que incluiu a chegada repentina de cerca de 10.000 marroquinos ao enclave espanhol de Ceuta, no norte da África.

O ex-chanceler espanhol Arancha González Laya está sob investigação judicial por supostamente ordenar a entrada de Ghali no país sem passar pelos procedimentos alfandegários normais.

As tropas do movimento da Frente Polisário patrulham a área em torno de Mahbas, perto da fronteira entre a Argélia e o Marrocos, enquanto lutam pela independência do Saara Ocidental, uma vasta região que Marrocos reivindica como sua.

Na quinta-feira, eles foram vistos lançando foguetes contra o Marrocos, como parte de suas operações.

As hostilidades permaneceram em uma escala relativamente pequena, embora funcionários da Polisario tenham dito à Associated Press no início desta semana que pelo menos oito de seus soldados morreram em combate ou em retirada de ataques lançados contra posições do exército marroquino ao longo da fronteira.

O líder da Frente Polisário, Brahim Ghali, disse que o exército saharaui continuará a atacar as posições marroquinas no disputado território do noroeste africano, a menos que um enviado nomeado pelas Nações Unidas receba um mandato claro para emitir um voto de autodeterminação.

Os saharauis tornaram-se minoria na parte do território controlada por marroquinos, onde as autoridades incentivaram o estabelecimento de colonos marroquinos.

A Argélia acolhe refugiados saharauis desde a anexação da sua terra natal por Rabat.

Os residentes do Campo de Refugiados de Bujador marcaram o dia da unidade saharaui no início desta semana, que recorda a data em que os líderes tribais saharauis e antigos membros da administração colonial espanhola apoiaram a luta da Polisario por um estado independente.

>Em sua busca constante por aliados, tanto o Marrocos quanto a Polisário têm buscado vencer batalhas diplomáticas na ONU e com outras partes interessadas.

O governo Biden não realizou ações para tornar efetivo no terreno o reconhecimento da soberania de Marrocos que o ex-presidente Donald Trump anunciou por meio de um tweet no final de seu mandato.

Enquanto isso, um tribunal de alto escalão da UE recentemente se posicionou ao lado da Polisário ao reconhecer que Marrocos não deve ser considerado a parte legítima com a qual o bloco deve assinar acordos de pesca e agricultura envolvendo o Saara Ocidental.

Ex-governador do Banco Central do Irão condenado a 10 anos de prisão



O ex-governador do Banco Central do Irão, Valliollah Seif, foi condenado a 10 anos de prisão por violação do sistema monetário daquele país, sentença da qual pode ainda recorrer, segundo anunciou o Ministério da Justiça iraniano.

Segundo a agência de notícias Associated Press (AP), Valliollah Seif esteve também implicado em contrabando de moeda estrangeira.

O número dois do antigo governador, Ahmad Araghchi, foi igualmente condenado, mas a oito anos de prisão, pelos mesmos crimes, havendo mais oito envolvidos no processo, também punidos com penas de prisão.

Seif foi governador do Banco Central do Irão durante cinco anos, de 2013 a 2018, e Araghchi o número dois da instituição entre 2017 e 2018.

Segundo a televisão estatal iraniana, citada pela AP, Valliollah Seif esteve envolvido em violações do mercado monetário em 2016, altura em que a moeda iraniana (Rial) sofreu perdas consideráveis de valor em relação às principais moedas estrangeiras.

O tribunal acredita que os arguidos injectaram ilegalmente 160 milhões de dólares e 20 milhões de euros no mercado, de acordo com o Notícias ao Minuto.

Em 2017, quando Araghchi assumiu o cargo, a taxa de câmbio do Rial era de 39.000 face ao dólar norte-americano, mas atingiu mais de 110.000 em 2018.

A alteração cambial coincidiu com as severas sanções impostas pelos Estados Unidos da América a Teerão, depois de o então Presidente norte-americano Donald Trump ter retirado os Estados Unidos do acordo nuclear assinado em 2015.

As sanções fizeram com que as exportações de petróleo do Irão, a principal fonte de rendimento do país, caíssem drasticamente.

Polícia impede manifestação de médicos contra raptos

 


Ainda não é conhecido o paradeiro do médico Basit Gani, raptado na manhã do dia 07 de Outubro corrente, na Cidade de Maputo. Agastada com a situação, a Associação dos Médicos e a Ordem dos Médicos de Moçambique tentaram, neste sábado, sair à rua para exigir o fim dos raptos e a libertação do seu colega, mas foram, como sempre, impedidos pela Polícia da República de Moçambique.

Em uma semana foram registrados três raptos na Cidade de Maputo, sendo vítimas um médico e dois empresários, marcando assim o regresso deste tipo de crime, que quase sempre se desconhece os autores.

Os repúdios vêm de todos os lados e neste sábado (16), os médicos reuniram-se para, de forma pacífica, sair à rua para exigir o fim dos raptos e a libertação do seu colega.

“Estava prevista uma manifestação pacífica, que seria uma caminhada a partir da sede da Associação do Médicos até a praça da independência. Este era o gesto dos médicos de repúdio aos raptos e uma forma de mostrar a nossa insatisfação e apoio à família do doutor Basit”, avançou Gilberto Manhiça, Bastonário da Ordem dos Médicos de Moçambique.

No entanto, ficou só na intenção, pois a Polícia da República de Moçambique, como de costume, proibiu a realização da manifestação, a menos de cinco minutos para o seu início, conforme nos explicou o Presidente da Associação dos Médicos de Moçambique, Milton Tatia.

“No dia 11 de Outubro, como mandam as regras, nós endereçamos uma carta ao Conselho Municipal de Maputo, solicitando autorização para a realização de uma manifestação pacífica. Não tivemos nenhuma reacção, até que hoje, quando faltavam cinco minutos para as oito horas, horário marcado para início da marcha, um aparato de viaturas da Polícia se fez às nossas instalações e entregou-me esta carta, indeferindo o nosso pedido”, explicou.

Na carta que o “O País” teve acesso, com a assinatura do Presidente do Conselho Municipal de Maputo, Eneas Comiche, lê-se “…Informo que indefiro o pedido de realização de marcha em assunto por constituir um grande risco de criar aglomerados e concorrer para a rápida propagação da COVID-19 no nosso seio”.

Mais diz que “assim recomendo que possam realizar um evento num local fechado ou aberto, com um total de 30 ou 50 pessoas, respectivamente, não devendo exceder a lotação de 30 por cento da capacidade local…”.

Milton Tatia considera a justificação bastante vazia, pois, como médicos, sabem mais do que ninguém que devem se proteger através do “distanciamento”, uso de máscaras entre outros mecanismos de protecção.

No entanto, apesar deste impedimento os médicos dizem que usarão todas as ferramentas para exigir a sua protecção e de todos os moçambicanos.

sábado, 16 de outubro de 2021

Presidente da Renamo não acredita no fim da junta militar

 


Ossufo Momade, Presidente da Renamo, principal partido da oposição em Moçambique.

A morte do líder da Junta Militar, o general Mariano Nhongo não pode, para já significar o fim da junta militar. A opinião é de Ossufo Momade - Presidente da Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, que lamenta o fim trágico do general.

Foram a enterrar os restos mortais de Mariano Nhongo, líder da autoproclamada junta militar da Renamo, grupo a quem se atribui os ataques armados contra alvos civis desde 2019 nas províncias de Manica, Sofala e Tete, mas o presidente do principal partido da oposição em Moçambique revela muitas reservas se a morte de Mariano Nhongo, abatido pelas forças de defesa e segurança no dia 11 deste mês no distrito de Cheringoma, dita o fim do grupo dissidente da sua formação política. 

"Enganar ao mundo eu vir aqui ao público dizer que a Junta já desapareceu, já acabou porque o Nhongo perdeu a vida. Não posso fazer uma declaração dessas", admitiu Ossufo Momade.

Mas Ossufo Momade lamenta a sua morte: "Nós já aparecemos, por várias vezes, a chamar atenção para que ele voltasse a razão", assegurou o presidente da Renamo.

Para já a Renamo já manifestou abertura para receber e integrar os restantes membros da junta militar no processo de Desmilitarização, Desmobilização e Reintegração DDR, em curso em Moçambique e que no final prevê abranger a 5200 guerrilheiros do principal partido da oposição. 

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Raptado filho do empresário Salimo Abdula na África do Sul

 


Foi raptado ontem à noite, Jair Abdula, filho mais velho do empresário e braço direito de Armando Guebuza, Salimo Abdula. O rapto ocorreu em Benoni, África do Sul. Jair estava na África do Sul para participar num casamento de um amigo que se realiza amanhã em Joanesburgo. Sabe̶ se ainda que o noivo já esteve detido em 2016, por 24 horas, numa esquadra moçambicana suspeito de tentativa de rapto de um tio seu de Nampula e que estava em Maputo para assistir a um casamento.

A PRM já tem informação do rapto e as diligências estão a correr em coordenação com a Polícia sul̶ africana, na tentativa de localizar Bakhir Ayob, genro de Momade Bashir Suleimane, pois existem suspeitas de que possa estar envolvido neste rapto.

Recorde se que Bakhir Ayob fugiu de Moçambique em 2013 e há rumores de que ele esteja na África do Sul. E aqui ele era acusado de ser mandante dos raptos. Fugiu quando exactamente já havia mandados de captura contra si.

Juiz admite Chamar Nyusi ao tribunal

 


O juiz Efigénio Baptista acaba de admitir a possibilidade de o antigo ministro da Defesa e coordenador dos comandos Operativos e Conjunto, Filipe Nyusi ser ouvido no tribunal no quadro do processo das dívidas ocultas. Após ser confrontado várias vezes com acusações do réu António Carlos do Rosário que corroboram com as afirmações do co-réu Gregório Leão, o juiz reconheceu que “falta alguém” e que o julgamento está longe do fim, o que significa que mais pessoas poderão ser chamadas a depor como declarante.  

Como tem sido apanágio desde o início, o nome de Filipe Nyusi (mencionado quase todos os dias) voltou a ser citado várias vezes na manhã desta quinta-feira (14) pelo réu António Carlos do Rosário (ACR) como responsável pela tomada de decisões no âmbito da criação das três empresas.

Imediatamente, o juiz rebateu dizendo “quando o tribunal pergunta os nomes das pessoas do ministério da Defesa que estiveram no dia da tomada de decisão coloca três pessoas só, o réu (ACR), o senhor Gregório Leão e o coordenador do Comando Conjunto (Filipe Nyusi) e não coloca mais ninguém que o tribunal possa chamar para perguntar diferente do senhor Gregório Leão. O tribunal havia de chamar e perguntar: o réu ACR disse que vocês decidiram assim, lá na vossa equipa técnica, então isso ocorreu? A pessoa podia dizer, mas como já não se recorda dos nomes torna-se difícil”.

Prosseguindo, o juiz referiu que “sobre as questões em que o Coordenador do Comando Conjunto tomou decisão apenas na presença do réu e do co-réu Gregório José, já perguntamos aos dois e outros não podem falar em causa própria. Se puder recordar os nomes ajudava muito ao tribunal”

Por seu turno, ignorando a carta de solicitação de garantias a favor da Proindicus, assinada por Filipe Nyusi e já junta aos autos, o Ministério Público tomou da palavra para assinalar que o réu nunca apresentou nenhuma prova sobre alguma decisão tomada pelo coordenador.

Respondendo ao juiz e ao ministério Público, Do Rosário referiu que “não posso forçar a presença de pessoas que não existem e nunca existiram nas reuniões. Eu menciono aquelas que estavam nas reuniões e a natureza das nossas operações, quando é o nível estratégico, as decisões não são escritas exactamente para evitar fugas. O objectivo é esse. E já que a ideia é essa de chamar as pessoas, por que não chamarmos ao coordenador do Comando Operativo para ele vir explicar como já havíamos solicitado?”, indagou.

Imediatamente, o juiz embrulhou-se em explicações, acabando por desembocar na ideia de que o julgamento está longe do fim, abrindo, assim, espaço para Nyusi ser um dos declarantes.

“Gosta de fazer perguntas ao tribunal, mas o tribunal vai responder porque se não responder vão pensar que o tribunal está a encobertar a pessoa. Nunca tive esse objectivo e não tenho”, começou por dizer Efigénio Baptista, numa clara alusão à corrente que o acusa de estar a proteger o actual Presidente da República.

Com a voz embargada prosseguiu referindo que “é que coloca o tribunal numa situação seguinte: está a dizer que quem estava presente no Comando Operativo quando se tomava essa decisão estava o senhor, estava o senhor Gregório Leão e o coordenador. Naturalmente se estivesse mais alguém fora desse círculo fazia todo o sentido para confrontar oposições diversas. Agora se está a dizer que estava o senhor, o senhor Gregório Leão e ele próprio (Nyusi), … o senhor diz a mesma coisa que o senhor Gregório Leão, ele há de se defender por ele próprio. Onde está outra pessoa para contradizer? Disse aqui que isso aconteceu no Comando Operativo, em que fazem parte todos os membros, o Presidente Nyusi, Alberto Mondlane, o director do SISE, eu e mais outros, ‘ok’ vamos ouvir todos e depois vamos ver”.

Tentando desfazer uma pretensa contradição de Do Rosário, o juiz acabou admitindo que, afinal, falta alguém no julgamento das dívidas ocultas.

“Quando diz que os outros membros não estavam quando decidiram isso e que a decisão foi tomada por você, Gregório Leão e o Presidente Nyusi, o réu e o co-réu Gregório Leão estão na mesma linha neste julgamento e está a faltar o Presidente Nyusi. Agora estamos a descobrir que, na verdade, está a faltar alguém. Essa é que é a opinião do tribunal e o julgamento ainda está a decorrer, ainda é uma criança”, admitiu pela primeira vez o juiz, dando a entender que poderá requerer ou autorizar a audição do Presidente da Reepública, depois de ter indeferido um pedido para o efeito à boca do julgamento.

Refira-se que, Do Rosário disse ainda em tribunal que quem decidiu a criação e a estrutura accionista da EMATUM foi o antigo coordenador do Comando Conjunto, Filipe Nyusi, que inclusive o nomeou como presidente do Conselho de Administração das três empresas (Proindicus, MAM e EMATUM).

Indicou igualmente, que foi Nyusi quem determinou que a EMATUM devia ser maioritariamente detida pela GIPS e foi quem determinou a utilização das instalações do Ministério da Defesa em Pemba pela MAM.