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terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Tanques: Alemanha começa a formar soldados ucranianos



O exército alemão inicia esta semana a formação de soldados ucranianos que vão operar carros de combate Leopard 2. Espera-se que militares regressem à frente de combate na Ucrânia, já com os blindados, no final de março.

O curso durará entre seis e oito semanas e terá lugar na base militar de Münster, no noroeste da Alemanha, segundo a revista alemã Der Spiegel.

Os primeiros militares ucranianos que receberão a formação já estão na Alemanha. Parte dos soldados vem da frente de batalha, perto da cidade de Bakhmut, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia.

O exército alemão (Bundeswehr) organizou um programa de instrução acelerado, no qual os soldados aprenderão as bases fundamentais para uso dos Leopard 2 e as possibilidades de combinar a ação com a dos blindados de defesa Marder.

O curso transmitirá apenas o essencial, uma vez que o treino para uso dos carros de combate Leopard 2 dura vários anos.

Segundo os planos do exército alemão, os militares deverão regressar à frente de combate, já com a instrução feita e com os carros de combate em fins de março.

Apoio militar

No passado dia 25 de janeiro, o Governo alemão decidou disponibilizar à Ucrânia 14 dos seus 62 tanques Leopard 2. Outros carros de combate do mesmo modelo serão fornecidos por mais países aliados.

De acordo com a revista Der Spiegel, desde o início da guerra, 1.500 soldados ucranianos receberam instrução na Alemanha sobre o uso de sistemas de defesa antiaérea, dos blindados de defesa Marder e dos morteiros Panzerhaubitze 2000. 

Também em Münster, soldados ucranianos já estão a receber formação para o uso dos blindados de infantaria Marder.

Alemanha, Dinamarca e Holanda também formaram uma coligação para enviar à Ucrânia mais de 100 tanques Leopard 1, modelo fabricado a partir de meados dos anos 1960.


Fonte:Dw

UEM introduz Mestrado em Desastres Naturais



A Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a partir deste ano, vai introduzir o curso de mestrado em matérias de desastres naturais.

A iniciativa é do projecto Co-criação de conhecimento local sobre mudanças climáticas, COLOCAL, do qual a Universidade Eduardo Mondlane faz parte.

A informação foi partilhada hoje, em Maputo, pelo Coordenador do Projecto COLOCAL em Moçambique, Luís Artur, durante o encontro anual sobre mudanças climáticas.

Luís Artur defende que todos somos chamados a desempenhar um papel fundamental no combate às mudanças climáticas.

No encontro anual do projecto COLOCAL, que decorre desta segunda-feira até quinta-feira, participam representantes das Universidades de Bangladesh, Nepal, Noruega e Uganda.


Folha de Maputo 

NATO reconhece urgência no apoio militar a Kyiv

 


O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, considerou, hoje, que a Aliança enfrenta uma "corrida contra o tempo" do envio de apoio militar suplementar à Ucrânia, para permitir que às forças ucranianas façam face às novas ofensivas da Rússia.

Em conferência de imprensa para projectar a reunião de ministros da Defesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte, a decorrer entre terça e quarta-feira em Bruxelas, Stoltenberg avisou - "quase um ano após a invasão, o Presidente [Vladimir] Putin não está a preparar-se para a paz, mas para lançar novas ofensivas", razão pela qual os Aliados devem "continuar a fornecer à Ucrânia o que precisa para vencer e alcançar uma paz justa e sustentável".

Apontando que o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, participará na reunião do grupo de contacto para a Ucrânia, organizada pelos Estados Unidos e antecede o encontro dos ministros da Defesa, o secretário-geral da NATO disse que, em conjunto, irão ser abordadas "as necessidades urgentes da Ucrânia", antecipando desde já algumas delas.

"É evidente que estamos numa corrida contra o tempo em termos de capacidades logísticas essenciais, como munições, combustível e peças sobressalentes, que têm de chegar à Ucrânia antes que a Rússia possa tomar a iniciativa no campo de batalha. A velocidade salvará vidas. Cada dia conta", assumiu.

Relativamente às munições, anotou que "a guerra na Ucrânia está a consumir uma enorme quantidade de munições e a esgotar os "stocks" dos Aliados", sendo que "a taxa actual das despesas com munições na Ucrânia é muitas vezes superior à taxa de produção actual" da NATO, o que coloca as indústrias de defesa dos Aliados "sob pressão", pelo que há que aumentar a produção, outra matéria que será discutida pelos ministros da Defesa.

Questionado sobre quando Kremlin poderá ordenar uma nova grande ofensiva, Stoltenberg afirmou-se convicto de que os preparativos estão em curso, pois continuam a ser mobilizadas "milhares e milhares de tropas adicionais", com a Rússia a "aceitar muitas baixas, mas pondo pressão sobre os ucranianos".

"O que lhes falta em qualidade tentam compensar em quantidade", opinou.

Reiterando que é necessário evitar uma vitória da Rússia, "pois a mensagem que tal transmitiria para Putin e para outros regimes autoritários é que o uso da força é recompensado, tornando o mundo mais perigoso". O secretário-geral da Aliança Atlântica congratulou-se, por isso, "com os recentes anúncios dos Aliados sobre o fornecimento de novos tanques, armamento pesado e treino para a Ucrânia".

Questionado sobre o eventual envio de caças, há muito reclamado por Kyiv, mas excluído liminarmente pela NATO, quando o conflito teve início, para evitar uma confrontação directa com a Rússia, Jens Stoltenberg limitou-se a recordar que o apoio tem evoluído em função dos desenvolvimentos no terreno, mas que a hipotética disponibilização de meios aéreos é um processo que leva tempo e agora a prioridade passa pelo "apoio urgente".

"A nossa mensagem é clara: a NATO continua ao lado da Ucrânia o tempo que for preciso", garantiu.


Fonte:Folha de Maputo 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

EUA recusam acusações de uso de balões espiões na China

 


EUA rejeitaram acusações da China de que enviaram balões espiões para sobrevoar território chinês, numa altura de tensão entre os dois países depois de a aviação norte-americana ter destruído um engenho chinês do tipo.

"Qualquer afirmação de que o governo dos Estados Unidos está a usar balões espiões sobre a China é falsa", disse a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Adrienne Watson, citada pela agência francesa AFP.

Horas antes, Pequim dissera que balões norte-americanos tinham sobrevoado a República Popular da China mais de uma dezena de vezes ao longo de 2022.

Watson considerou que Pequim está a fazer "controlo de danos” depois de Washington ter acusado o Governo chinês de ter um programa de espionagem com recurso a balões.

"É a China que possui um programa de balões espiões de grande altitude para colher informações, que utilizou para violar a soberania dos Estados Unidos e de mais de 40 países em cinco continentes”, disse Watson numa mensagem na rede social Twitter.

A China disse que o balão abatido pelos Estados Unidos na semana passada era para uso meteorológico e que se tinha afastado da rota normal devido a ventos fortes. O incidente levou o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Anthony Blinken, a adiar uma visita oficial à China.

Numa conferência de imprensa em Pequim, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Wang Wenbin disse que "é comum que balões dos Estados Unidos entrem ilegalmente no espaço aéreo de outros países".

Wang disse que os balões de grande altitude norte-americanos entraram no espaço aéreo chinês "sem a aprovação das autoridades" de Pequim.

"Os Estados Unidos devem refletir e mudar de atitude antes de iniciarem a confrontação e acusar os outros com calúnias", disse Wang.

Desde o primeiro incidente, outros objetos voadores foram avistados sobre o Canadá e os Estados Unidos, antes de serem abatidos, mas desconhece-se a sua origem.


Fonte:DW

Desconhecidos voltam a queimar carro moçambicano na África do Sul



Desconhecidos voltaram a queimar, no território sul-africano, um transporte de passageiros, que seguia para Maputo. O incidente ocorreu na manhã deste domingo e não há, até ao momento, registo de vítimas.

Uma viatura com matrícula nacional foi queimada ontem na vizinha África do Sul. É possível ver, nos vídeos amadores, a que a nossa Redacção teve acesso, o desespero das pessoas que estavam no autocarro posto em chamas por desconhecidos.

“O carro estragou-se no meio da viagem, então apareceram os malfeitores de carro sem matrícula com gasolina. Mandaram-nos descer do veículo e apontaram a arma para o motorista enquanto colocavam gasolina no nosso carro. Saímos todos dali, mas não conseguimos levar os nossos pertences. Eles tentaram roubar a trela, mas pela hora que aconteceu, isto por volta das 06 horas de hoje (domingo), não conseguiram e puseram-se em fuga”, contou a fonte.

Os incidentes acontecem quatro dias depois de a ministra do Interior ter-se reunido com as autoridades sul-africanas para travar a onda de ataques a veículos moçambicanos na terra do rand.

No encontro, Arsénia Massingue destacou a necessidade de os dois lados intensificarem esforços para que os moçambicanos, assim como os sul-africanos, não sofram mais com a situação


Fonte: Opais 

Nyusi manda recado aos diplomatas: não critiquem o Governo

 


A corrupção está a travar o desenvolvimento de Moçambique, disse o embaixador da Alemanha, Lothar Freischlader, numa longa entrevista ao Canal de Moçambique (1 de Fevereiro). E sugeriu que os países se saem melhor com alternâncias de governo.

O Presidente Filipe Nyusi criticou publicamente Freischlader e emitiu um lembrete aos diplomatas estrangeiros numa reunião dois dias depois (3 de fevereiro), onde exigiu "respeito pela soberania do país". Ele continuou: "Meus embaixadores credenciados em seus países são instruídos e orientados a observar esse respeito [e] que não há interferência nos assuntos internos. Meus embaixadores são totalmente instruídos a não se intrometer nos assuntos dos países onde estão; ir aonde não devem ir, para não dizer o que não devem dizer", afirmou.

O poder dos doadores em Moçambique atingiu seu pico em 2016, quando a dívida secreta de US$ 2,2 bilhões se tornou pública, e os doadores e o FMI cortaram toda a ajuda direta ao governo, incluindo o “apoio orçamentário”. Este foi também um período em que os embaixadores estrangeiros concederam longas e críticas entrevistas à imprensa local independente.

A ajuda caiu drasticamente, de $ 2,1 bilhões em 2014 para $ 1,5 bilhão em 2018. Mas a Frelimo conseguiu resistir, vencendo a "greve dos doadores" sem grandes concessões aos doadores. Em parte, isso se deveu ao avanço do gás e aos países que desejam contratos para seus negócios e, em parte, ao afastamento geral dos doadores da agenda de "boa governança". E o governo do Presidente Nyusi começou a informar os novos embaixadores de que não eram permitidas entrevistas críticas na imprensa independente.

Em 2020, a ajuda saltou para US$ 2,6 bilhões e os doadores foram dóceis. Em 2022, até o FMI voltou com o rabo entre as pernas. O maior confronto ocorreu em outubro de 2021, quando o Banco Mundial, a UE e outros doadores apresentaram uma proposta de estratégia de desenvolvimento para o Norte (ERDIN) com promessas de US$ 2,5 bilhões anexadas. A proposta coloca ênfase substancial nas queixas locais - pobreza, desigualdade, marginalização e nenhum ganho de recursos locais.

O governo recusou-se até mesmo a submeter a ERDIN ao Conselho de Ministros, levando a um impasse de oito meses. Mesmo $ 2,5 bilhões não foram suficientes para forçar o governo de Nyusi a ceder às raízes da guerra e, em agosto de 2022, foram os doadores que cederam. Os funcionários da UE e do Banco Mundial estavam sob pressão de Washington e Bruxelas para gastar o dinheiro orçado; em um jogo de pôquer de US$ 2,5 bilhões, os doadores piscaram primeiro.


Fonte: Cartamoz 

Primeiro-Ministro admite haver dificuldades no apoio às vítimas das cheias em Boane

 


Na Província de Maputo, existem 10 centros de acomodação com cerca de 13 700 pessoas. Boane é o epicentro do “desastre” e o Primeiro-Ministro Adriano Maleiane esteve naquele distrito neste domingo para ver de perto a situação que se vive.

Maleiane escalou dois centros de acomodação e disse que há condições básicas para acolher as pessoas reassentadas; reconheceu haver algumas dificuldades para dar melhores condições a todos, mas garantiu que o Governo está a trabalhar para melhorar a situação.

“Estamos a apoiar as pessoas extremamente necessitadas, para que, quando as condições estiverem criadas, cada uma possa voltar à sua casa e, se nesta altura for necessária a intervenção do Governo, vai ser a esse nível e não dos centros de acomodação, que não são recomendados”, garantiu Maleiane.

A Província de Maputo tem 270 quilómetros de estrada inacessíveis e condicionadas. Caso concreto é o distrito de Namaacha que está com duas estradas “cortadas”. Adriano Maleiane visitou a ponte que liga Goba a Impaputo.

Segundo o governante, a via é importante para economia da província, por isso, logo que parar a queda de chuvas, a estrada será reabilitada.

“Vamos ainda ver a dimensão dos estragos, isso vai depender muito do nível de estragos que as infra-estruturas tiverem sofrido quando se tratar de estrada nalguns casos. Em vez de tapar buracos, vamos reconstruir e, se for ponte, vamos também ver se é preciso reparar ou fazer um trabalho de maior envergadura”, referiu.

Maleiane acrescentou que só serão conhecidos os custos de todos os estragos causados pelas inundações após a queda da chuva.

Aparentemente, a situação tende a melhorar, entretanto as autoridades voltam a apelar à população para abandonarem as zonas baixas, pois o perigo ainda está à espreita.


Fonte:O País 

domingo, 12 de fevereiro de 2023

Nyusi chama Chissano, Hermenegildo Gamito e Castigo Langa de hipócritas


PR lançou uma reflexão, mas não está disposto a ouvir opiniões contrárias

Filipe Nyusi lançou, em Dezembro último, na casa do povo, uma reflexão e debate sobre a sustentabilidade ou não das eleições distritais a partir de 2024, no entanto parece que não está disposto a ouvir opiniões contrárias. Ao posicionamento do antigo estadista, Joaquim Chissano; do antigo presidente do Conselho Constitucional, Hermenegildo Gamito e do antigo ministro de Energia, Castigo Langa, que declararam não ver nenhum impedimento para a realização das eleições provinciais, respondeu de forma vil e sem contemplações. Chamou de “ridículo” defender a realização de eleições distritais a partir de 2024.

Reginaldo Tchambule

O Presidente da República, Filipe Nyusi, continua implacável na defesa do seu projecto pessoal que visa, a todo o custo, forçar uma revisão da Constituição da República para adiar as eleições distritais em 2024. Trata-se de uma reflexão que tem estado a defender desde 2021 e que já é vista nalguns corredores como uma estratégia que visa acomodar algumas alterações no texto constitucional que lhe possam conferir um terceiro mandato.


Depois de Joaquim Chissano, Hermenegildo Gamito e Castigo Langa, destintos membros do partido no poder, terem defendido não haver espaço para se rasgar um compromisso assumido e que está plasmado na Constituição da República, o Presidente da República mostrou-se irritado com a confrontação.

No dia em que empossou os novos secretários de Estado de algumas províncias, Filipe Nyusi não teve palavras a medir e rotulou de “ridículo” o posicionamento de quem se mostra contrário ao adiamento das eleições distritais.

“Lançámos um debate que corre em torno da nossa continuidade para os distritos, não dissemos que devia parar, dissemos que é preciso reflectir, apesar de que alguns nem querem reflectir, sobretudo por serem as mesmas pessoas que ontem nem aceitavam que as províncias fossem descentralizadas. É ridículo”, disse Nyusi, numa clara resposta a camaradas seniores do partido que colocam em causa a reflexão por ele lançada, oficialmente, a 20 de Dezembro, depois de meses de insistência intransigente no assunto.

Para Filipe Nyusi é uma espécie de hipocrisia os camaradas do partido criticarem o debate por si levantado, quando sempre se mostraram contra o processo de descentralização, que só foi possível no seu mandato.

Recorde-se que Joaquim Chissano, antigo Chefe de Estado, em entrevista ao Grupo Soico, disse não ver nenhum problema na realização das eleições distritais a partir de 2024. Aliás, disse claramente que não há motivos claros que impeçam que Moçambique possa avançar com este passo.

“São viáveis. Eu não vi nenhum impedimento para que as eleições tenham lugar daqui a mais um ano. Os órgãos e as estruturas devem ser respeitados. Já começaram a ser preparadas um pouco antes. O que eu desejo é sucesso àquelas instituições que foram designadas para a organização das eleições. Que o povo participe nelas conforme as condições que forem criadas. Não é cada um pensar nas suas próprias condições. Vamos fazer o jogo naquele campo, as balizas são iguais de um lado e de outro. Não é para perderem o jogo e depois dizerem que uma baliza era maior que a outra”.

Suspeita-se que pode estarem causa interesse do terceiro mandato

Seguindo no mesmo diapasão, Hermenegildo Gamito, antigo presidente do Conselho Constitucional, reagindo a proposta de Filipe Nyusi, que anunciou a criação de uma Comissão para uma auscultação pública sobre as eleições distritais de 2024, diz que não deve haver espaço para debater sobre uma questão que deve ser executada em cumprimento da Constituição da República.

Aliás, enfatiza que é incontornável e sentencia: “Está na Constituição. Façam-se as eleições como reza a Constituição”.

Já para Castigo Langa, antigo ministro e militante da Frelimo, as eleições distritais são um imperativo da Constituição da República, que deve ser seguida escrupulosamente. Castigo Langa foi quem em Setembro último, confrontou directamente Filipe Nyusi sobre a ideia de terceiro mandato e há receio que este debate vise essencialmente criar uma brecha para a revisão da Constituição e acomodar um terceiro mandato, através de uma eleição directa.

A ideia de revisão da Constituição vem sendo ensaiada desde 2021. O primeiro tiro deste debate foi dado por Celso Correia, em sede da quarta sessão do Comité Central da Frelimo realizada em Maio de 2021, quando defendeu pela primeira vez a inviabilidade daquela eleição.

Curiosamente, foi também na mesma sessão que foi levantada pela primeira vez a questão do terceiro mandato, quando Felizarda Paulino, membro do Conselho de Estado e antiga deputada da Frelimo, gelou a sala ao propor que Filipe Nyusi seja confiado mais mandatos até 2030.

Nyusi está irredutível e Assembleia da República agendou debate sobre o assunto

Ainda não foi indicada a composição da Comissão que vai se encarregar da reflexão em torno da viabilidade das eleições distritais em 2024, no entanto, a Assembleia da República já agendou o debate do tema na presente sessão.

O assunto consta como a 25.º matéria agendada da sétima sessão ordinária da Assembleia da República, a arrancar no dia 22 até final de Maio. Caso a matéria seja realmente debatida, haverá meio caminho andado para por ditadura da maioria a Frelimo declarar inviável o processo.

A posição do Presidente Nyusi, cujos interesses são questionáveis, tem estado sob forte contestação da oposição e da sociedade civil, mas ao que tudo indica, a decisão caberá tão somente aos deputados da Frelimo, com maioria qualificada.


Fonte: Evidências 

Vítimas de cheias em Maputo que dizem que trabalho de Comiche é um fracasso

 


Fazem cinco dias em que famílias vivem em casas alagadas e aguardam pela evacuação na Cidade de Maputo. A situação torna-se dramática por não haver canais para o escoamento das águas da chuva. Algumas vítimas classificam como fracasso o trabalho que a edilidade tem feito. Eneas Comiche fala de aproveitamento político da situação das cheias.

No bairro de Maxaquene “C”, a casa de Nelly Moiane é uma das centenas que continuam dentro de água. São cinco noites passadas em claro e sem nada que possa fazer para contrariar a força das águas da chuva. Desesperada, Nelly diz que não tem como resistir, aceita abandonar a casa para um local seguro, mas não sai da memória o sofrimento destes dias.

“Estamos a viver dentro de água desde terça-feira; na quinta-feira, o meu marido ajeitou aquelas madeiras para servirem de cama”, contou a munícipe de Maputo.

Facto curioso é que, no bairro de Maxaquene “C”, foi construída uma bacia de retenção das águas da chuva, mas a infra-estrutura não está a ser capaz de reter água, tanto que inundou várias casas, como a de Calvino, que diz que “a água estragou tudo e deixou-nos sem nada”.

A Rua Marcelino dos Santos, no Distrito Municipal KaLhamankulo, recentemente reconstruída e reinaugurada, sumiu e deu lugar a um riacho.

Este é o drama das chuvas numa cidade onde as valas de drenagem são escassas e algumas das que existem não funcionam e a população reprova o trabalho feito pela edilidade.

De visita ao bairro, o edil de Maputo, Eneas Comiche, foi confrontado pelos moradores: “Por que não veio deste lado para ver como está a situação lá, cuide de nós pai, não vou falar nada, não vou insultar, não; peço tranquilidade e que cuide de nós para podermos elegê-lo e, se não cuidar [bem de nós], não vamos votar em si”, quebrou o silêncio Filomena Simbine, que, depois, disse, de forma directa e frontal, a Eneas Comiche: “o seu trabalho é um fracasso”.

Um tractor pertencente ao Município de Maputo com tanque-cisterna irrompe pela rua Marcelino dos Santos para bombear a água, depois de ter assumido, publicamente, que não está em condições de construir valas de drenagem. A edilidade apela aos cidadãos para contribuírem em limpezas para que não haja ocorrência de doenças. “O mais urgente é manter a limpeza porque tudo quanto é lixo pode agravar a situação sanitária”, exortou Eneas Comiche, para quem tem havido aproveitamento político da situação de inundações.

“Há aproveitamento político e nós estamos a acompanhar, mas não é isso que nos preocupa; nós estamos aqui para servir ao munícipe e estamos decididos para dentro daquilo que está no nosso plano de desenvolvimento municipal”, acusou o edil de Maputo.

Eneas Comiche visitou, junto da sua equipa de trabalho, os locais afectados pelas cheias na Cidade de Maputo.


Fonte:Opais 

sábado, 11 de fevereiro de 2023

Resgatadas 14 mil pessoas na Cidade e Província de Maputo devido às cheias

 


O Instituto Nacional de Gestão de Risco de Desastres (INGD) diz que de quinta para sexta-feira foram resgatadas 14 mil vítimas das cheias na Cidade e Província de Maputo. Só não foi possível resgatar mais devido à falta de meios.

Já se passam quatro dias de chuvas na capital moçambicana, Maputo. O balanço do primeiro dia de resgate das vítimas das cheias, na Cidade e Província de Maputo, indica que 14 mil pessoas foram resgatadas.

Segundo a presidente do Instituto Nacional de Gestão de Risco de Desastres, poderiam ter sido salvas mais pessoas, se não fosse a falta de meios adequados para chegar a certas áreas, como por exemplo helicópteros.

“Nós não conseguimos ter, neste momento, meios aéreos para o resgate, daí que estamos a reforçar com mais barcos”, disse Luísa Meque, presidente do INGD.

Até ao momento, não se sabe quantas pessoas ainda estão sitiadas. Também não há dados do número de vias de acesso afectadas.

Pelo alto risco do nível do caudal de alguns dos rios, o Instituto Nacional de Gestão de Risco de Desastres apela para a retirada das pessoas que vivem em zonas baixas.

“Pelo alto risco a nível dos bacios do rio Umbelúzi, Incomáti e nas províncias de Gaza, Inhambane, Manica e Sofala, que diríamos que estão num estado de alerta, nós íamos lançar um apelo para que haja uma retirada imediata das pessoas e bens das zonas baixas e ribeirinhas.”

De acordo com o director nacional de Gestão dos Recursos Hídricos, Agostinho Vilanculos, as descargas na Barragem dos Pequenos Libombos vão continuar nos próximos quatro dias, o que coloca o rio Umbelúzi em alerta máximo.

“Só para termos uma ideia, a cota máxima a que a barragem pode chegar sem colocar as infra-estruturas em perigo é de 50 metros, e nós tivemos que fazer um grande esforço, porque a barragem chegou a uma cota de cerca de 49 metros”, explicou.

O processo de resgate continua e o INGD apela ao apoio de todos, de todas as formas possíveis.